Estudo
do Livro Fundamentos da Fé Cristã Nº 30
Um manual de Teologia ao alcance de todos.
Autor: James Montgomery Boice
Postado por: Erleu Fernandes da Cruz
CAPÍTULO 17: VERIFICANDO A RESSURREIÇÃO.
CONTINUAÇÃO:
AS APARIÇÕES DEPOIS DA RESSURREIÇÃO.
Uma quarta evidência para a ressurreição é
o fato de Jesus foi visto pelos discípulos. De acordo como nos vários relatos,
ele apareceu primeiro a Maria Madalena, e, então, a outra mulher que estava
retornando à Tumba. Mais tarde, apareceu a Pedro, aos discípulos a caminho de
Emaús e aos dez que estavam reunidos no cenáculo.
Uma semana depois, voltou a aparecer,
desde aos seus 11 discípulos, incluindo Tomé, a Tiago e mais 500 irmãos de uma
vez (1 Co 15:6), bem como a um grupo de discípulos que estava pescando no Lago
de Galileia, àqueles que testemunharam a ascensão realizada no monte das
Oliveiras, próximo a Jerusalém, e, por último, a Paulo, que alegou ter visto
Cristo na estrada de Damasco.
Durante os dias que se seguiram a
ressurreição, todas essas pessoas passaram do desespero debilitante e vazio a
uma convicção firme e alegre. Nada explica isso, a não ser o fato de que elas
tenham, verdadeiramente, visto Jesus.
Ao longo do último século, um conhecido
crítico do Evangelho, Ernest Renan, escreveu que a crença na ressurreição de
Cristo surgiu a partir de uma paixão de uma mulher alucinada, querendo dizer
que Maria Madalena, por estar apaixonada por Jesus, iludiu-se pensando que o
tivesse visto viva quando, na verdade, tinha visto apenas o jardineiro. Isso é
ridículo.
A última pessoa no mundo que Mara (ou
qualquer um dos outros) esperava ver era Jesus. A única razão pela qual ela
havia ido ao túmulo fora para ungir o corpo dele. Além disso, mesmo se ela
tivesse se iludido a respeito da ressurreição, não existe evidência alguma de
que os discípulos pudessem ter seguido outra rota, ou que pudessem prever
qualquer coisa do tipo.
Muitos se desesperaram. Alguns, como os
discípulos a caminho de Emaús, estavam dispersos. Tomé, por exemplo, estava
firme em sua descrença. Mesmo assim, poucos dias após a alegada ressurreição do
Senhor, todos estavam convencidos do que previamente tinham julgado impossível,
saindo para contar o que acontecera, e persistindo em suas convicções, mesmo em
face de ameaças, perseguição e morte.
Um exemplo claro do poder de convencimento
da aparição de Jesus é o que aconteceu com os discípulos a caminho de Emaús. Um
deles, chamado Cleopas, foi identificado (Lc 24: 18).
Se este é o mesmo Cleopas mencionado em
João 19:25, podemos afirmar que o nome da esposa dele era Maria, e que ela
estava em Jerusalém, havendo sido testemunha da crucificação com as outras
mulheres, sendo possível que tenha voltado para Emaús na primeira manhã de
Páscoa.
A importância dessa identificação existe
no fato de que Maria, e, talvez, o próprio Cleopas, tendo testemunhado a
crucificação, não poderia ter nenhuma dúvida acerca da morte de Jesus. Ela havia
visto os pregos atravessando as mãos de Jesus, bem como a cruz erguida. Ela viu
o sangue. Por fim, ele viu lança perfurando o lado de Jesus. Depois disso,
Maria certamente voltou para onde estava hospedada.
Com a chegada da Páscoa, ela e o marido, como
bons judeus, seguiram suas tradições, esperando, com tristeza, a hora de voltar
para casa. Eles esperaram do dia da crucificação até o dia da ressurreição
porque, provavelmente, as mesmas restrições do Sábado que impediram as mulheres
de ir ao sepulcro para ungir o corpo de Cristo também os impediram de regressar
a Emaús.
Na manhã de domingo, Maria, possivelmente,
encontra-se entre as mulheres que haviam ido à tumba, para ungir o corpo do
Senhor. Se tivesse sido assim, podemos dizer que ela viu os anjos, voltou para
contar a Cleopas e, então, para surpresa de muitos, continuou, junto ao marido,
a preparar sua volta para Emaús. Nem lhes passou pela cabeça buscar evidências
da ressurreição corporal de Cristo.
Além disso, durante o tempo em que Cleopas
e Maria estavam preparando-se para partir, Pedro e João foram até o sepulcro e
entraram na tumba, sendo este o momento que João creu na Ressurreição de
Cristo., mesmo não tendo entendido tudo o que ela significava. Os discípulos
retornaram, contaram o fato a Cleopas, a Maria e aos outros que tinham visto
Jesus, e, então, Cleopas e Maria voltaram a fazer as malas, partindo, em
seguida para Emaús.
Será que este humilde casal palestino creu
na ressurreição de Jesus Cristo? Certamente que não. Será que passaram a crer,
como acabaram fazendo, por causa de pensamentos fantasiosos ou por causa de
alucinações? Não. Eles estavam tão tristes com a morte de Jesus, tão
miseráveis, tão preocupados com a realidade da crucificação, que não esperaram
nem 20 ou 30 minutos para investigar, pessoalmente, as notícias sobre a
ressurreição.
Há quem defenda a teoria de que eles não
devem TR ouvido as notícias, e de que essa história estava sendo, em parte,
inventada. A dúvida foi respondida pelas palavras de Cleopas. Quando Jesus
apareceu a eles na estrada, perguntando-lhes o motivo da sua tristeza, Cleopas,
após falar da crucificação, acrescentou:
“Algumas das mulheres entre nós nos deram
um susto hoje. Foram de manhã bem cedo ao sepulcro e não acharam o corpo dele.
Voltaram e nos contaram que tinham tido uma visão de anjos, que disseram que
ele está vivo. Alguns de nossos companheiros foram ao sepulcro e encontraram
tudo exatamente como as mulheres nos contaram, mas não o viram”. (Lucas
24:22-24).
O que explica a crença na ressurreição de
Cristo por parte dos discípulos? Nada, a não ser a ressurreição propriamente
dita. Se não conseguimos explicar a crença dos discípulos, passamos a ser
confrontados com o maior enigma da história. Contudo, se a explicamos com
respaldo na verdadeira ressurreição e nas reais aparições do Senhor
ressuscitado, o cristianismo passa a ser compreensível, oferecendo uma certeza
de esperança para todos.
OS
DISCÍPULOS TRANSFORMADOS.
Uma quinta evidência para a ressurreição
resulta do que acabou de ser dito: o caráter transformador dos discípulos.
Tomemos Pedro como exemplo. Antes da
ressurreição, ele estava em Jerusalém, em silêncio, seguindo de perto o grupo
dos prisioneiros. Naquele noite, negou Jesus três vezes. Mais tarde, estava em
Jerusalém, temeroso, trancado com os demais discípulos. Mas tudo é alterado com
a ressurreição. Em seguida, Pedro começou a pregar corajosamente, como podemos
perceber em seu primeiro sermão, no dia de pentecostes:
“Varões israelitas, escutai estas palavra:
A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e
sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós bem mesmo sabeis: a este
que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, tomando-o
vós, o crucificastes e matastes pelas mãos de injustos; ao qual Deus
ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido
por ela”. (Atos 2:22-24).
Poucos capítulos adiante, ainda em Atos,
nós encontramos Pedro diante do Sinédrio judaico dizendo: “Julgai vós se é
justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus; porque não podemos
deixar de falar do que temos visto e ouvido” (Atos 4:19-20).
Torrey afirmou:
“Algo extraordinário deve ter acontecido
para explicar uma transformação moral tão radical e surpreendente como essa [de
Pedro]. Nada menos do que o fato de ele comprovar a ressurreição, de ter visto
o Senhor ressuscitado, explicaria isso” (Torrey, 1906, p. 92).
Outro exemplo foi Tiago, irmão de Jesus.
Em um determinado momento, nenhum dos irmãos de Jesus acreditava nele (Jo 7:5).
Jesus uma vez declarou: “Não há profeta sem honra, a não ser na sua pátria e na
sua casa” (Mt 15:57). Mas, tempos depois, Tiago passou a crer [compare Atos
4:1:14]. O que causou essa mudança? Sem dúvida, ele só pode libertar-se da
incredulidade ao ver Jesus ressurreto, como está registrado em 1 Coríntios
15:7.
O NOVO DIA DA ADORAÇÃO CRISTÃ
A última evidência para a ressurreição de
Cristo, muitas vezes esquecida, é a mudança singular do culto cristão “Sabbath”
judaico [sábado] para o domingo.
Primeiro dia da semana. Poderia qualquer coisa ser mais rígida na
tradição religiosa do que separar o sétimo dia para adoração, como prática do
judaísmo? Dificilmente.
A santificação do último dia, na Lei de
Moisés, tinha sido praticada durante séculos. Mesmo assim, desde o início,
vemos os cristãos, embora judeus, rejeitando o Sábado no seu dia de adoração
para, em vez disso, adorar no domingo.
O que pode explicar isso? Não existe
nenhuma profecia que justifique esse feito, bem como nenhuma declaração de um
conselho da Igreja primitiva. A única causa apropriada para tal é a
Ressurreição de Jesus Cristo, acontecimento importante ao ponto de produzir
imediatamente as mudanças mais profundas, não apenas no caráter moral dos
primeiros cristãos, mas nos seus hábitos de vida nas formas de adoração também.
Certa vez, conversando com um pastor
acerca da vida espiritual, começamos a falar de ressurreição. Ele confessou
que, ao terminar o seminário, não tinha uma convicção real em relação ao
Evangelho de Cristo. Provavelmente, acreditava em algumas coisas de maneira
intelectual, mas não permitia que elas entrassem em seu coração.
Em suas reflexões acerca da ressurreição,
esse pastor disse que, à medida que lutava para entender aos relatos e as
perguntas que atormentavam a sua mente,
descobriu que em primeiro lugar, uma estranha felicidade e uma especial tranqüilidade,
o que lhe indicou que, embora ainda sem respostas, pelo menos ele estava no
caminho certo.
Conforme estudava, começou a compreender a
importância da questão. Ele entendeu que, se Jesus ressuscitou dentre os mortos,
tudo o mais registrado sobre Ele no Novo Testamento é realmente verdadeiro, não
havendo, portanto, nenhuma razão boa o suficiente para rejeitá-lo. Por outro
lado, concluiu que, se Jesus não tivesse ressuscitado, o melhor a fazer seria
largar o ministério.
Diante de sua conclusão, ele decidiu
buscar respostas: leu livros, visitou o seminário onde havia estudado,
conversou com seus professores e, no final dessa busca, disse que ficou
convencido de que Jesus, de fato, havia ressuscitado como a Bíblia declara,
afirmando que as outras doutrinas de fé são sustentadas por esse fato.
Curiosamente, ele chegou a essa conclusão
várias semanas antes da Páscoa daquele ano e, quando esta chegou, levantou-se na Igreja para proclamar sua fé
pessoal nessas coisas. Mais tarde, membros de sua congregação disseram que eles
nunca tinham ouvido uma pregação assim antes, e vários acreditaram em Cristo
como resultado do que se tinha pregado.
Assim aconteceu com muitas pessoas:
juristas como Frank Morison, Gilbert West, Edward Clark e J. N. D. Anderson;
eruditos como James Orr, Michael Romsey, Arnold H. M. Lunn, Wolfhart Pannenburg
e Michael Green.
Grenn disse que: “as evidências em favor
desse fato extraordinário são impressionantes” (Grenn, 1968. P. 109).
Ramsey escreveu: “Essa doutrina era tão
nova e estranha às expectativas dos homens que parece difícil duvidar que
somente eventos históricos pudessem tê-la criado”. (Ramsey 1945. P. 19).
Jesus ressuscitou dentre os mortos. Se a
resposta foir sim, então, Ele é o Filho de Deus e nosso Salvador. Cabe a nós
crermos nele e segui-lo.
,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,
Amigos
e irmãos nessa caminhada de descobertas novas, nesse estudo de Teologia
Popular. Deus, já havia, desde os séculos passados de que nós teríamos nesse tempo
atual esse estudo. Fiquemos, pois, mas convictos de nossa crença, de nossa
escolha doutrinária e de nossa fé. Que Deus vos guarde e que Ele vos abençoe.
(Erleu Fernandes)
Próximo
assunto e estudarmos, ainda sobre a Pessoa de Jesus no Próximo; - ELE ASCENDEU AO CÉU