Estudo Fundamentos da Fé
Cristã Nº 69
Manual de Teologia ao alcance de todos.
Autor: James Montgomery Boice.
Postado por: Erleu Fernandes da Cruz.
Capítulo 11 –
A VIDA NO CORPO
No início da parte 2, listei três
características que diferenciam a Igreja
de qualquer outra instituição, seja no período do Antigo, seja no Novo
Testamento. São elas: (1). Ter sido fundamentada em Jesus Cristo; (2). Ter sido
chamada à existência pelo Espírito Santo; e (3). Abrigar pessoas de culturas
diferentes que se tornam, a partir daí, um novo povo sob as vistas de Deus.
Os primeiros quatro capítulos desta seção
estudaram as primeiras características. Os próximos três capítulos vão tratar da
segunda, porém a última característica deve ser considerada agora mesmo.
A igreja, desde os seus primórdios, foi
formada por povos diferentes. Isso, sem dúvida, causou impacto nas pessoas que
observavam aquilo tudo de fora. O mundo antigo era dividido por nações, povos e
religiões. “Todavia, no cristianismo, desde o começo, Partos, Medos, Elamitas e
os que habitavam na Mesopotômia, e Ponto, e a Ásia, e a Frígia, e Panfília,
Egito, e parte da Líbia, e cretenses e árabes entraram na Igreja como iguais,
experimentaram uma vida de comunhão juntos, como um só povo” (Atos 2:9-11).
E não era apenas uma união
organizacional. Era bem mais que isso. Os membros da Igreja estavam conscientes
de serem novas criaturas de Cristo. Barreiras que antes os dividia haviam sido
quebradas. Eles eram uma só família, ou, como observou Paulo, eram um só corpo
em Cristo.
“Porque ele [Jesus Cristo] é a nossa paz,
o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava
no meio, na carne, desfez a inimizade, isto é, a lei dos Mandamentos, consistia
em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz”.
(Efésios 2:14-15).
“Assim que já não sois estrangeiros, nem
forasteiros, concidadãos dos santos e da família de Deus”. (Efésios 2:19).
Mais adiante, na mesma carta, o apóstolo
coloca essa ideia em prol de uma meta:
“Mas, segundo a verdade em amor,
cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, que em todo corpo, bem
ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa operação de
cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em
amor”. (Efésios 4:15,16 – ARA).
VIDA EM COMUNHÃO.
Vida em comunhão continua sendo uma meta
da Igreja de Cristo, embora ela seja muito alcançada desde o início da Igreja.
A palavra grega para comunhão é koinonia, que, por sua
vez, esta baseada no substantivo grego koinos, que significa comum. Ela
diz respeito às coisas que as pessoas compartilham.
Um sócio ou um parceiro é um koinonos. A
língua grega da época de Jesus e dos apóstolos era chamada de koiné
porque ela era falada por muitos povos diferentes. Então a comunhão ou koinonia
está baseada no que temos em comum.
Em muitas igrejas está difícil reconhecer
que os cristãos tem alguma coisa em comum, a não ser que esse reúnem para
adorar num determinado horário aos domingos. Fora isso, sua vida caminha em
direção diferentes. Os cristãos não oram uns pelos outros e não ajudam uns
aos outros. Muitas vezes, sequer se conhecem, ainda que freqüentem a mesma
igreja.
Como mostra Ray Stedmam:
“O que está terrivelmente faltando é a
experiência da vida no Corpo (igreja); aquela comunhão calorosa de
cristãos com cristãos que o Novo Testamento chama de Koinonia, e que era
uma parte essencial do cristianismo primitivo”. (STEDMAM, 1972. P. 107).
É possível que muitas coisas estejam
erradas. Primeiro, pode ser o caso de que os têm participado dos cultos da
igreja não sejam realmente cristãos. Eles podem ter um “pedigree” cristã. Seus
pais podem ter sido cristãos. Contudo, eles próprios não o são, e por o serem,
de verdade, não é de se espantar que a verdadeira comunhão cristã esteja
faltando. A comunhão cristã genuína implica muitas coisas, entretanto, em seu
âmago, é uma experiência comum da graça de Deus em Jesus Cristo. Se uma pessoa
não é cristã de verdade, não compartilha disso.
Um segundo problema pode ser o pecado na
vida dos cristãos envolvidos. Não me refiro ao fato de que todos somos
pecadores. Eu me refiro de forma específica que o pecado não confessado, que,
em primeiro lugar, destrói a comunhão do cristão com Deus e, em seguida,
destrói a comunhão com os outros cristãos. O apóstolo João falou de uma
comunhão em duas vias, com Deus e de uns com os outros:
“O que vimos e ouvimos, isso vos
anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com
seu Filho Jesus Cristo”. (1João 1:3).
Em seguida, o apóstolo mostra como essa
comunhão pode ser rompida:
“Se dissermos que temos comunhão com Ele
e andamos em trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Mas, se andamos na
luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de
Jesus Cristo, seu filho, nos purifica de todo pecado”. (1João 1:6,7).
O pecado levanta uma barreira entre nós e
Deus. Se isso acontecer, a solução será confessar o pecado, limpar o coração e
restaurar a comunhão primeiro com Deus, depois com os outros.
A falta de comunhão pode ser resultado
também da maneira como a igreja está organizada. Ela pode ser formal demais,
pode ser tão grande que as pessoas não conseguem conhecer-se. John Stott reconheceu
esse problema na sua igreja relativamente grande em Londres. Ele escreveu:
“Há sempre alguma coisa não natural e
subumana nas multidões. Multidões tendem a ser aglomerados, em vez de
congregação – aglomerados de pessoas que não se conhecem. Quanto maiores eles
são, menos os indivíduos que fazem parte dele se conhecem e relacionam-se uns
com os outros. Sem dúvida, as multidões podem, na verdade, perpetuar o
isolamento, em vez
de curá-lo” (STOTT, 1969, p. 70).
O problema da grandeza pode ser combatido
de várias maneiras. Primeiro, dividindo a igreja em duas ou mais igrejas. Isso
ocorre algumas vezes e deveria ser feito com mais freqüência. Todavia, uma
divisão é difícil de executar e nem sempre é desejável. Com certeza seria
lamentável se todas as grandes igrejas se dividissem em unidades menores, já
que grandes igrejas pode conseguir coisas que igrejas menores não podem. Elas
podem lançar projetos pioneiros, por exemplo. Sob o “guarda-chuva” de uma igreja
grande, outras igrejas menores podem dar certo.
Outro jeito de promover comunhão numa
grande congregação é subdividir a igreja em grupos pequenos de comunhão. Essa
foi a solução que consideramos a mais eficiente na Décima Igreja Presbiteriana
de Filadélfia. Tentamos fazer três coisas de uma só vez. Primeiro, tentamos
dividir a congregação de acordo com a idade dos membros. Desta forme teremos
uma escola dominical muito setorizada, e nos níveis mais alto criamos grupos
para estudantes universitários, estudantes de pós-graduação, jovens casais
outras turmas de adultos, e encontros variados dos membros idosos. Em segundo
lugar, tentamos dividir a congregação geograficamente.
A Décima Igreja ocupa uma área
metropolitana grande e dispersa. Alguns membros tem que dirigir 30 ou 40
quilômetros para chegar lá. Reuniões no meio da semana enviáveis para a
maioria. Portanto, estabelecemos mais de 60 reuniões de estudos bíblicos, onde
as pessoas podem encontrar-se durante a semana com os membros de seu bairro.
Elas se encontram para estudar a Bíblia, trocar ideias juntas. Esses grupos
têm uma estrutura minúscula, porém,
apesar disso, têm sido a atividade mais estimulante e eficaz da igreja.
Por fim, começamos a dividir a igreja por
afinidade profissional. Há grupos de artistas, músicos, tem um coral e uma
orquestra de câmara, estudantes da área médica e enfermeiras, e aspirantes ao
ministério junto com jovens pastores.
A experiência de nossa igreja é
semelhante à de All Souls, de Londres. Stott escreveu sobre o que acontece na
All Souls:
“O valor do pequeno grupo é que ele pode
se tornar uma comunidade de pessoas que se relacionam; e neles os benefícios da
afinidade pessoal não se perdem, nem seu desafio é evitado. [...) Não considero
um exagero afirmar que os chamados pequenos grupos, família cristã ou grupos de
comunhão são indispensáveis para nosso crescimento na direção da maturidade
espiritual”. (STOTT, 1969, p. 70, 73).
UNS AOS OUTROS.
Formar pequenas igrejas ou pequenos
grupos não resolve o problema de falta de comunhão cristã. Devemos voltar-nos
para o ensinamento bíblico específico sobre esse assunto. Os muitos versículos
que usam a palavra uns aos outros no ensinam como os nossos
relacionamentos com os outros devem ser.
1º
- Devemos amar uns aos outros. Esta demanda é enfatizada na maioria das
vezes, e, em certo sentido, inclui tudo o mais que pode ser relacionado.
Encontramos isso em João 13, onde Jesus deu Seu novo mandamento:
“Um novo mandamento vos dou: que vos
ameis uns aos outros; como eu amei a vós, que também vós uns aos outros vos
ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos
outros”. (João 13:34,35).
Ele é repetido duas vezes nesse
evangelho:
“O meu mandamento é este: Que vos ameis
uns aos outros, assim como eu vos amei”. (João 15:12).
“Isso vos mando: que vos ameis uns aos
outros”. (João 15:17).
Em Romanos, Paulo disse:
“A ninguém devais coisa alguma, a não ser
o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpre a
lei”. (Romanos 13:8).
Paulo mencionou como ele orava pelos
tessalonicenses:
“E o Senhor vos faça crescer e aumentar
no amor uns aos outros e para com todos, como também nós para convosco”. (1
Tessalonicenses 3:12).
E escreveu:
“Vós mesmos estais instruídos por Deus
que vos ameis uns aos outros”. (1 Tessalonicenses 4:9).
Em 1 João, o mandamento para amar uns aos
outros aparece cinco vezes (3:11,23; 4:7, 11:12), e aparece de novo em 2 João
1:5.
Esse amor não é um simples sentimento,
menos ainda uma declaração apenas por palavras. Ele deve “ser por obra a em
verdade”, como João afirma em 1João 3:18. Deve ser exercitado em assuntos da
vida prática como oferecer dinheiro a irmãs da igreja que estiverem passando
necessidades (1João 3:17),
Nosso amor deve romper as barreiras
raciais e culturais. Francis Schaeffer escreveu:
“Na igreja de Antioquia, os cristãos
incluíam judeus e gentios e, em termo classes sociais, desde o irmão adotivo de
Herodes até escravos. E os autênticos e soberbos cristãos gregos, os gentios da
mesopotâmia, demonstraram uma comovente preocupação ao abrirem seus bolsos para
ajudar financeiramente os cristãos judeus de Jerusalém. O amor prático e
visível entre os verdadeiros cristãos que o mundo tem direito de observar em
nossos dias deveria expressar-se sem reservas para além das nacionalidades,
línguas e fronteiras, idade, cor da pele, dos níveis de educação, situação
financeira, do sotaque, da linhagem, classes sociais, do vestiário, cabelo
curto ou comprido, andar calçado ou descalço, das diferenças culturais, ou
mesmo da adoração mais ousada ou mais tradicional”. (SCHAEFFER, 1970, p. 140).
A expressão de comunhão ao longo todo de
toda essa diversidade é tão importante que Jesus a considerou como um sinal
pelo qual o mundo conheceria que somos, efetivamente. Seus discípulos.
2º - Devemos servir uns aos outros.
Paulo disse que o serviço é um desdobramento do amor. “Porque vós, irmãos,
fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à
carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor. (João 5:13).
Nosso exemplo é Jesus, que demonstrou o
caráter de amor do servo ou despojar-se de Seus trajes, vestir a roupa de um
servo, e abaixar-se para lavar os pés poeirentos de cada um de seus discípulos.
“Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”.
(João 13:15).
A comunhão do Senhor Jesus Cristo com
Seus discípulos expressa na cerimônia de leva-pés demonstra ser servos em tempo
integral, ou seja, em todos os lugares e de todas as maneiras. E
cabe aos diáconos dirigir esse serviço. Como pequenos grupos, podemos servir
junto ao apoiar uma atividade cristã na região da cidade onde reunimos,
ajudando em projetos especiais da igreja, visitando os enfermos, fazendo
rodízio para ajudar os idosos carentes, ajudando na mudança de membros da
igreja, e em situações semelhantes.
Depois de falar de alguns desses projetos
e de como foram conduzidos em sua igreja, Stott escreveu: “Certamente, sem
algum serviço ou mobilização de ordem prática, a comunhão de qualquer grupo
cristão está mutilada”. (STOTT, 1969, p. 87)
3º - Devemos levar os fardos uns dos
outros. Paulo escreveu aos Gálatas: “Levai as cargas uns dos outros e assim
cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6:2). É demonstração de amor aliviar o peso que
está sobrecarregando nosso irmão cristão. Pequenos grupos são importantes
porque podem fazer isso de forma afetiva. Podemos levar as cargas uns dos
outros quando há um relacionamento afetivo entre os irmãos que nos permite
saber quais as suas necessidades.
É claro que muitos problemas podem
emergir nesse ponto, um dos quais a nossa relutância natural em compartilhar
nossos problema e confessar o que de fato nos está preocupando. Se tivermos
dificuldades na escola ou no trabalho, ou em casa com os filhos, hesitaremos em
revelar porque, se tudo ali der errado, ficaremos vulnerável. Ficamos
preocupados com que os outros vão pensar.
Se tivermos dificuldades conjugais, aí é
que não vamos admitir o mesmo! Engolimos tudo até que os problemas cheguem a
uma situação insolúvel. No entanto, como cristãos, devemos aprender a
compartilhar nossos problemas. A maneira mais fácil é pelo crescimento natural
de aceitação e da confiança no ambiente de um pequeno grupo.
4º - Devemos perdoar uns aos outros.
São muitos os textos do Novo Testamento que demonstram essa orientação imprescindível
da verdadeira koinonia. A razão disso é que erramos com muita freqüência, ou
somos vítimas de erros, e por isso devemos perdoar e ser perdoados:
“Toda amargura, e ira, e cólera, e
gritaria, e blasfêmia, e toda malícia seja tirada do meio de vós. Antes, sede
uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros,
como também Deus vos perdoou em Cristo”. (Efésios 4:31,32).
E também:
“Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus,
santos e amados, de entranhas de misericórdia e benignidade, humildade e
mansidão suportando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro;
assim fazei vós também”. (Colossenses 3:12,13).
E ainda:
“Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor,
que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a
humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,
procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz”. (Efésios 4:1-3).
Aprendemos com esses versículos que embora a
Igreja primitiva tivesse um alto grau de comunhão verdadeira, tinha também
momentos conturbados, nos quais a amargura e a ira tomaram conta, e a paz da
Igreja ficava ameaçada. Os cristãos tinham que aprender a ser pacientes uns com
os outros e perdoar as faltas.
5º - Devemos confessar os nossos
pecados uns aos outros. Como exortou Tiago em sua carta pastoral:
“Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que
sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos”. (Tiago 5:16).
Em oposição à doutrina de confissão da
Igreja Católica, na qual a confissão é feita a um padre e a absolvição ou remissão
dos pecados é recebida dele, os protestantes estabeleceram que o modelo bíblico correto é a confissão a
Deus e uns aos outros. Um cristão pode confessar seus pecados à Deus e a um
irmão e estar seguro de que Deus perdoou e justificou-o por intermédio de Cristo.
Essa doutrina reformada do sacerdócio
universal e todos os cristão é um conceito muito importante. No entanto, a
confissão desse tipo é mais teórica do que prática em nosso meio. A dura
realidade é que a maioria dos evangélicos passa pela vida sem ter confessado
coisa alguma a ninguém. Pelo discurso, as pessoas de fora devem pensar que
nunca pecamos e nunca temos problemas.
Como isso é diferente da verdadeira
comunhão! Veja o que escreveu Ray Stedmam:
“Costuma-se ir ao extremo para passar a
imagem de cristão perfeito, uma vez que muito de nós acreditam que serão
rejeitados se admitirem seus erros e falhas. Mas, nada pode ser mais destrutivo
para a comunhão do cristão do que a prática, muito comum hoje em dia, de fingir
que não se tem problemas. É muitas vezes verdadeiro que os lares cristãos estão
cheios de brigas, discussões, explosões de raiva, e até agressões físicas de um
membro da família contra o outro, e, no entanto, nenhuma palavra sobre isso a
alguém da igreja, preferindo cultivar a imagem de uma família cristã ideal, sem
problemas, e que de forma alguma precisa de ajuda.
Para tornar as coisas ainda piores, esse
tipo de conspiração do silêncio é festejado como uma atitude correta, e a
hipocrisia que se apresenta aos outros e aos próprios membros da família é
considerada com parte do testemunho da família para o mudo. Como seria saudável
se um dos membros dessa família, de preferência o pai, admitisse com
honestidade num encontro de irmão que sua família está passando por
dificuldades de relacionamento, e que precisa muito de oração e de conselhos a
tal zona de turbulência. O membro da família descobrirá de imediato pelo o
menos duas coisas: 1. que todos os irmãos da reunião se identificaram com o seu
problema e que passaram a admirá-lo mais do que nunca por causa de sua
honestidade e fraqueza; e 2. Que um baú de conselhos úteis esta abrindo-se para
ele, da parte dos que passaram por lutas semelhantes e aprenderam preciosas
lições com elas. Além disso as orações dos cristãos de sua igreja desejosos em
ajudá-lo a carregar seu fardo liberariam grande poder espiritual sobre a
situação, fazendo com que os membros da família pudessem enxergar com muito
mais clareza as questões a serem resolvidas e pudessem suportar com paciência e
amor as fraquezas dos outros”. (STEDMAM, 1972, p. 110 e 111).
O apóstolo Tiago almejou esse resultado.
Ao encorajar-nos a confessar nossos pecados uns aos outros, ele vinculou o ato
à oração, e prometeu que haveria poder derramado: “confessai as vossas culpas
uns aos outros e orai uns para os outros, para que sareis; a oração feita por
um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5:16).
6. Devemos instruir uns aos outros.
Se não conhecemos a Palavra de Deus e não andarmos em comunhão com Ele, não
podemos fazer isso. No entanto, se conhecemos a Escritura e estivermos próximos
de Deus, será verdadeiro para nós o que Paulo disse dos cristãos de Roma:
“Eu próprio, meus irmãos, como estou, a
respeito de vós, que vós membros estais cheios de bondade, cheios de todo
conhecimento, podemos admoestar-vos uns aos outros”. (Romanos 15:14).
Em uma comunhão de pequeno grupo
aprendemos com os irmãos.
7. Por fim, devemos consolar uns aos
outros. Paulo falou disso aos cristãos de Tessalônica, onde tinha havido
alguns óbitos entre eles. Surgira uma discussão sobre a doutrina da segunda
vinda de Cristo, e Paulo lhes escreveu para explicar o que a nova vinda de
Cristo afetaria tanto a eles como os que já haviam morrido. Jesus voltaria, e
aqueles que tivessem morrido em Cristo ressuscitariam primeiro em seu novo
corpo à semelhança dele (Jesus). Revestidos de seu corpo ressurreto, eles se
uniriam aos cristãos ainda vivos. “Portanto, consolai-vos uns aos outros com
estas palavras”. (1 Tessalonicenses 4:18).
O PODER DE DEUS.
Um ponto final. Sempre que falamos em
comunhão, por mais que tentemos ser práticos e objetivos, nossas palavras são
sempre filtrada pela ideia branda de comunhão que a maioria de nós ainda, não
vive. Comunhão, é alguma como nos sentarmos juntos em volta de uma lareira num
dia de muito frio. Esse conceito deixa de lado uma coisa importante: a natureza
radical da verdadeira comunhão bíblica. Longe de ser branda e passiva, ela é,
na verdade, uma coisa ativa e flamejante.
Uma descrição maravilhosa disso aparece
no último estudo da Igreja de Elton Tueblood chamado “The Incendiary
Fellowsheep [A Comunhão Explosiva]. Ele mostra que no Antigo Testamento a
palavra fogo tinha conotação de julgamento. Entretanto, no Novo Testamento ela
se tornou um símbolo da natureza contagiante e expansiva do Evangelho de Jesus
e da comunhão da Igreja.
João Batista afirmou que quando Jesus
viesse, Ele batizaria com fogo (Lc 3:16). Jesus falou dos discípulos sendo
salgados como fogo (Mc 9:49). No Pentecostes, os apóstolos viram línguas
repartidas, como que de fogo, as quais pousavam sobre cada um deles (At 2:3).
“Trueblood lembra que uma coisa é certa
sobre a comunhão da Igreja primitiva: ela era intensa. Aqueles que foram batizados
com fogo por Jesus e que mantiveram a chama pelo contato próximo entre si de
forma literal incendiaram o mundo” (TRUEBLOOD, 1967, p. 100-121). Veremos isso
em nossos dias quando a vida no Corpo se tornar uma realidade.
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Todo dia, em cada momento, como uma TV
que para funcionar tem de estar plugada na tomada, devemos estar plugados em
Deus, em oração. Assim, como diz um ditado chinês: [...] aquele mestre chinês
diz ao seu discípulo, depois de mantê-lo por quase um minuto com a sua cabeça
mergulhada nas águas do lago: “O que mais você precisou nesse tempo da cabeça
mergulhada” e o discípulo respondeu: “Ar mestre, ar”; daí o mestre lhe
respondeu: “busque a Deus como tu buscas o teu próprio ar”.
Daí irmãos, busquemos a Deus em cada
momento, [estejamos sempre plugados nele, em oração]. Que Ele mantenha sempre
acesa em cada um de nós a chama do Espírito Santo. Amém, irmãos e amigos?
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Nosso próximo tema a ser estudado, em
nossa postagem nº 70, é:
A GRANDE COMISSÃO.