Estudo Fundamentos da Fé
Cristã Nº 67
Manual de Teologia ao alcance de todos.
Autor: James Montgomery Boice.
Postado por: Erleu Fernandes da Cruz.
Capítulo 9 –
CAPACITANDO OS SANTOS.
No início do capítulo anterior, assinei
que dento da unidade da Igreja existem duas áreas onde encontramos diferenças e
distinções: dons espirituais e função na Igreja. Vamos tratar agora desse
segundo ponto. Quero primeiro abordá-lo de forma indireta, examinando não
apenas essas funções e quem está qualificado para exercê-las – o que veremos
nos próximos capítulos –, mas qual é o propósito das várias funções, em
particular do mestre ou pastor.
A razão para uma abordagem indireta é o
que devemos superar um mal-entendido generalizado de que o trabalho da igreja é
para ser feito por pastores e clérigos. Nessa visão estreita, o papel dos
leigos é, na melhor das hipóteses, obedecerem às ordens, enquanto os
profissionais ordenados comandam tudo. Nada pode estar mais distante do padrão
bíblico.
O Novo Testamento deixa claro que a obra
do ministério é para ser feita por tidos os cristãos. O dever dos presbítero,
do diácono e dos demais trabalhadores da igreja é preparar outros cristãos para
essa tarefa. Esse é o significado dos versículo:
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e
outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o
aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo
de Cristo (que é a igreja), até que todos cheguemos à unidade da fé e ao
conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de
Cristo”. (Ef 4:11-13).
Esses versículos são tão relevantes para
entender a natureza do ministério de todos os cristãos que os seguintes
questionamentos devem ser feitos: a quem eles se referem? Por que devem
conhecê-lo? Como devem exercê-lo? Quando ou por quanto tempo o trabalho em
questão deve ser realizado?
DUAS FUNÇÕES
As duas primeiras perguntas caminham
juntas. O versículo mencionam tanto aqueles que chamaríamos de clérigos –, e
veremos isso mais adiante – como os demais cristãos, os santos. A função dos
primeiros é equipar e capacitar os últimos para fazer a obra da Igreja.
Todos os cristãos devem ser ativos no
trabalho com ministério da Igreja de alguma forma capacitando os outros,
fazendo a obra, edificando o corpo de Cristo. Cada um de nós tem um dom, e ele
deve ser usado. Todos devem trabalhar na obra do Senhor. A diferença entre o
pastor e os demais membros da Igreja é apenas na função exercida no Corpo, e
não uma diferença de status, santidade, domínio e prestígio.
Nos último anos, temos observado uma nova
disposição em muitos círculos evangelísticos no sentido de acolher essa verdade,
da mesma forma que muitos tem reconhecido a importância dos dons espirituais.
No entanto, não foi sempre assim. Os anos que sucederam à Igreja primitiva
foram caracterizados por falsos padrões de ministérios que fugiam à realidade
bíblica, ainda que, em escala menor, sempre tem havido igrejas e ministérios
atuando com propriedade.
John Stott ressalta que três falsas
respostas têm sido dadas à questão do relacionamento do clero com os cristãos
(STOTT, 1969, p, 28-42). A primeiras ele chamou de clericalismo, a visão de que
o trabalho da igreja é para ser feito por aqueles que são pagos (consagrados) para
isso, o papel dos membros é, na melhor das hipóteses, apoiar financeiramente as
iniciativas do líderes (superiores consagrados).
De acordo com a história, essa visão
falsa surgiu com o resultado do desenvolvimento da ideia sacerdotal da Igreja
Católica. Naquela época, o ministério profissional da Igreja tinha com o modelo
o sistema sacerdotal do Antigo Testamento, com a missa ocupando o lugar dos
sacrifícios de sangue. Apenas os padres estavam autorizados a rezar (celebrar)
a missa e isso delineava uma distinção falsa e debilitante entre o clero e os
leigos.
Os que são a favor dessa visão da Igreja
diziam que ela rememora o tempo dos apóstolos, porém essa teoria tem se
mostrado falsa. Como está escrito no Novo Testamento, a Igreja primitiva usava
com freqüência sacerdote ou sacerdócio para se referir a todos os
cristãos que exerciam essa função. O Novo Testamento nunca usou a palavra hiereus,
que significa clérigo.
Como assinalou Robert Barclay no século
17, e Elton Trueblood enfatizou na atualidade: “A distância que se convencionou
na modernidade entre clérigos e leigos simplesmente não tem precedente no Novo
Testamento” (TRUEBLOOD, 1967, p. 39). Existem pastores, (e padres também) que
se distingue dos demais cristãos, no entanto, a diferença é apenas no que tange
os dons espirituais e ao serviço. Não se trata de ministérios versus
ministérios. E, acima de tudo,
não é questão dos sacerdotes (padres) de um lado e aqueles que podem servir
apenas em funções menores do que outro.
Existem razões históricas para o
crescimento do clericalismo, porém essas razões por si mesmas não são o todo e
nem mesmo o mais significante. Enxergamos isso quando indagamos por que tal
crescimento e aconteceu. Ele aconteceu por uma questão de interpretação
bíblica, ou outros fatores contribuíram, talvez até mesmo distorceram a
interpretação.
Algumas coisas do clericalismo estão no
profundo da constituição humana, Há pessoas que sempre querem estar no centro
do espetáculo para dominar outras. Essa tendência pode levar ao abuso ou à
tirania. Um exemplo no Novo Testamento foi Diótrefes, que procurava entre eles
o primado (3 Jo 1:19). Um alerta contra esse padrão de conduta é encontrado
numa passagem do Novo Testamento contendo instruções aos presbíteros da Igreja.
“Apascentai o rebanho de Deus que está
entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por
torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de
Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho”. (1 Pedro 5:2,3).
Todavia, o exemplo mais determinante de
conduta é o Senhor Jesus Cristo, que, embora sendo o Senhor de toda a criação,
fez-se servo lavando os pés de seus discípulos.
Uma segunda razão para o crescimento do clericalismo
é tendência dos leigos de omitir-se e “deixar que o pastor faça”. Stott citou
um texto de Sir. John Lawrence: “O que realmente os leigos querem? Eles querem
um prédio que se pareça com uma igreja; pastores bem vestidos; culto do modo
como estão acostumados; e não ser incomodados” STOTT, 1969, p. 30). Os leigos
se esquivam das responsabilidades e tarefas dadas a eles por Deus, e os
sacerdotes profissionais tomam posse delas para prejuízo da Igreja.
Uma segunda falsa resposta para o
relacionamento do clero com os membros é o enticlericalismo. Se o pastor
despreza os membros ou reputa-os como dispensáveis no ministério, não é
surpresa para os membros, às vezes, retornem a deferência querendo ver-se livre
dos pastores. Isso não é sempre ruim. Podemos imaginar situações em que a
igreja se torna tão dominada por um sacerdote perverso que é necessário uma limpeza geral. Isso já
aconteceu na história. Podemos pensar em algumas áreas do trabalho da igreja
que são melhor executadas por pessoas leigas; os clérigos não são necessários
nelas. Todavia, isso credencia o aticlericalismo como a instância normal do
povo cristão.
Onde a igreja desejar ser bíblica ela
deve reconhecer não apenas que os dons de ensino e de liderança são dados a
alguns para o bem-estar da congregação, mas também que há um ensinamento
bíblico sobre a necessidade de tal liderança.
O apóstolo Paulo constituiu presbíteros
em todas as igrejas que fundou e incumbiu-os da responsabilidade de treinar as
pessoas para o ministério (At 14:23). Nas epístolas pastorais, o
estabelecimento de tais líderes é especificamente mandado (Tt 1:5), e as
qualificações dessa liderança são transmitidas (1Tm 3:1-13); Tt 1:5-9).
Aqueles que entenderam a ideia de
ministério como pertencendo à totalidade da igreja começaram a imaginar se
havia lugar para os clérigos. No entanto, esse entendimento do ministério, por
mais que seja saudável, não permite uma conclusão desse tipo. Como Trueblood
sustenta:
“Os cristãos primitivos foram longe
demais até perceberem que tinham caídos numa armadilha, até perceberem que, se
o ideal do sacerdócio é para ser o mais aproximado possível, devem existir
algumas pessoas trabalhando para que esse objetivo altamente desejável seja
possível” (TRUEBLOOD, 1967, p. 10).
Um terceiro falso relacionamento sobre o
pastorado profissional e os leigos é o que Stott chama de dualismo. A ideia é
que os pastores e os membros estejam cada um na sua esfera, e ninguém invada o território
do outro.
Um exemplo disso é o sistema tradicional
católico, onde o status do leigo e o status do sacerdote estão claramente
delineados. Esse dualismo também está presente nas formas mais contemporânea do
protestantismo. Em tais sistemas, o sentido de todos como parte de um só Corpo,
servindo lado a lado, já evaporou. A igreja está dividida, e o terreno está
fértil para rivalidades e competições.
O relacionamento correto entre clérigos e
leigos tem de fundamentar-se no ato de servir. De acordo com Efésios, o clero
deve canalizar sua energia para capacitar os santos. Ele deve cuidar dos santos
e treiná-los para que sejam o que devem ser e fazer obras confiadas a eles –
que é o trabalho principal e essencial da igreja no que refere tanto ao mundo
como ao próprio corpo da igreja –. Jesus foi o exemplo desse modelo no serviço:
“Porque o Filho o Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua
vida em resgate de muitos” (Marcos 10:45).
A CAPACITAÇÃO DOS SANTOS
Pastores e mestres devem servir à
comunidade cristã, portanto os santos devem ser capacitados para fazer o
trabalho da igreja em duas áreas: a obra do ministério e a edificação do Corpo
de Cristo.
A diferença entre a obra do missionário e
a edificação do Corpo de Cristo é a diferença entre serviço no mundo e serviço
no interior da comunidade cristã. É importante estabelecer a primeira delas
porque a igreja sempre corre o risco de esquecê-la. Como acontece com as
famílias, a igreja se torna tão preocupada consigo mesma que está no mundo para
servir o mundo. E deve ministrar no mundo como Jesus ministrou.
Em seu livro “Body Life” [vida no corpo],
Ray Stedman dedicou-se à descrição de Jesus em Seu ministério no mundo, a
partir de Sua leitura da Escritura na sinagoga de Nazaré, no começo de Seu
ministério. Jesus leu o trecho do livro de Isaías onde está escrito:
“O Espírito do Senhor é sobre mim, pois
que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do
coração, a apregoar a liberdade aos cativos, a dar vistas aos cegos, a por em
liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor”. (Lucas 4:18-19).
No caso de Jesus, algumas dessas ações
profetizadas envolvem atividades naturais e algumas sobrenaturais – curar os
cegos, por exemplo –, porém, como Stedman assinalou, há um sentido em que
aqueles que são de Cristo devem fazer cada uma delas.
Primeiro, há um trabalho de evangelismo,
descrito como pregar as boas-novas aos pobres.
Segundo, há um serviço ministerial, no
qual os cativos são libertos, e os cegos, curador. Esse serviço pode ser
literal; o nosso equivalente seria o trabalho entre os prisioneiros e as formas
variadas de serviço médico, como o trabalho do Dr. Victor Rambo na Índia entre
os deficientes visuais. Pode haver também serviço espiritual no sentido de que
daqueles que estão cativos sejam libertos pela verdade da Palavra de Deus (Jo
8:32), e aqueles que estão cegos espiritualmente venham a enxergar (comparar
com João 9).
Terceiro, há um ministério de
misericórdia para com aqueles que estão oprimidos, o chamado ministério da
libertação.
E quarto, há a proclamação da esperança
para um mundo que praticamente já perdeu de vista. É um ministério da certeza
que este é o tempo da graça de Deus e que Ele está recebendo aqueles que se
convertem do pecado para a fé em Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo.
Cada uma dessas formas de ministério
evangélico pode ser vista espiritualmente, mas não devemos perder de vista de
que elas envolvem também um serviço físico real no mundo.
Stedman escreveu:
“Não devemos nunca esquecer a história de
nosso Senhor sobre as ovelhas e os bodes, e a base de Seu julgamento. O ponto
crucial da história é que os cristãos não devem esquivar-se das atividades que
os projetam nas feridas do mundo. O faminto deve ser alimentado, o nu deve ser
vestido, e os prisioneiros consolados. Temos de colocar nossos dons em
movimento. Não ousemos escondê-los no chão como aquele servo infiel fez na
parábola dos talentos, contada por Jesus pois iremos encontrá-los algum dia
para o acerto de contas”. (STEDMAN, 1972, p. 105).
Os cristãos podem praticar essas formas
de ministério em muitas situações: em casa, no trabalho, voluntariamente e até
mesmo por projetos da igreja voltado para a população. O ponto importante é que
os cristãos as pratiquem como parte de seu chamado do alto.
A segunda finalidade para a qual os
cristãos devem ser capacitados é a edificação do Corpo de Cristo. Esse é o
setor do ministério voltado para a igreja. Ele inclui afazeres como ensinar às
crianças, descobrir e desenvolver os dons espirituais de todos os membros da
igreja, carregar o fardo, orar, encorajar e ajudar uns aos outros a crescer no
conhecimento e no amor de Jesus.
O objetivo é a maturidade cristã, não
apenas para o indivíduo, embora isso seja um degrau necessário para um
propósito maior, mas para toda a igreja. Paulo colocou desse modo: “Até que
todos cheguemos a unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão
perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”. (Efésios 4:13).
A saúde da Igreja esta relacionada a essa
primeira esfera de serviço, uma vez que uma igreja enferma não pode ministrar
ao mundo com eficiência. O que impede a igreja de ser a influência boa e divina
que Jesus desejou que ela fosse é a desunião, que é um dos fatores.
Uma igreja que gasta todas as suas
energias com disputas entre si dificilmente poderá ter alguma unidade lá fora.
Outra causa do fracasso é a ignorância. Se
a igreja não entende os assuntos do cotidiano e seus problemas, tampouco as
soluções oferecidas pelo evangelho, ela não pode ajudar o mundo, ainda que
esteja dividida internamente e seu desejo seja ajudar.
A igreja pode também ser paralisada pela
imaturidade. Pode ser derrotada pelo pecado. Cada um dessas deficiências pode
arruinar a eficácia da igreja.
O segredo para alcançarmos a maturidade
que Paulo descreveu como ideal é cada cristão ajudar o outro. Isso não é dever
apenas do pastor.
COMO
CAPACITAR.
Pastores, mestres e evangelistas devem
capacitar os santos para a obra – até que todos cheguemos à unidade da fé e ao
conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa
de Cristo”. (Efésios 4:13) –, ou seja, por toda a era da Igreja até a Sua
volta. A resposta a outras perguntas é pelo ensino e pregação da Palavra de
Deus, na linguagem bíblica descrita, também como alimentar as ovelhas.
O trabalho de pastor mestre é similar ao
trabalho de um pastor no apascentamento de suas ovelhas (Sl 74:20), porém é
mais predominante no Novo Testamento. Está baseada nas palavras especiais de
Jesus na Sua instrução à Pedro. “Apascentai as minhas ovelhas”. (João
21:15-17).
As ovelhas são chamadas de ovelhas de
Jesus. Elas lhe pertencem primeiro por criação, Ele as fez, e segundo por
redenção. Antes, o Senhor havia dito”: Eu sou o Bom Pastor; o bom Pastor que dá
a sua vida pelas ovelhas”. (Jo 10:11). Se o rebanho fosse nosso, seja como
pastores, presbíteros, ou mesmo com pais, poderíamos fazer dele o que
quiséssemos, ou o que achássemos melhor. Contudo, se as ovelhas são de Jesus,
devemos fazer como Ele quer, prestando conta dessa responsabilidade a Ele.
Aqueles que têm o dom de pastor ou mestre
– pregadores, obreiros, professores de escola dominical, líderes de jovens –
devem alimentar os que foram confiados aos seus cuidados. Eles devem fazer
ensinando, compartilhando e comunicando
a Palavra de Deus por qualquer outro meio. O dever dos que capacitam é ensinar
a Bíblia.
Poucos irmãos não tem nenhuma
responsabilidade sobre alguém na igreja. Em algum sentido somos todos pastores.
Todavia, precisamos alimentar-nos da Palavra, pois a tarefa de ensinar o
evangelho não é particularmente dos pastores e presbíteros da igreja.
A maioria dos pregadores tem muitas
funções. Eles administram a igreja, aconselham, visitam e fazem muitas outras
coisas em seu dia-a-dia. No entanto, assim como a primeira responsabilidade de
um carpinteiro é construir, e a de um pintor, pintar, a primeira
responsabilidade dos pastores é ensinar a Palavra de Deus.
Hoje essa área está em declínio, tanto no
que diz respeito ao ensino como à pregação em geral, e isso por várias razões.
Primeiro, a atenção tem sido transferida da pregação para outros aspectos
necessários do ministério pastoral, coisas como aconselhamentos, liturgia,
dinâmica de pequenos grupos e preocupações variadas.
Tudo isso é importante. Tudo faz parte do
trabalho do pastor. Todavia, ele não pode desviar sua atenção da
responsabilidade básica, que é ensinar a Palavra de Deus. Além disso, esses
itens não estão em oposição. Quando a Palavra de Deus é bem pregada, tudo o
mais é beneficiado.
Um
exemplo disso é a era dos puritanos. Os pregadores nesse período ficaram
conhecidos por seus consistentes sermões expositivos. Seu conteúdo era tão
profundo que pouca gente hoje em dia sequer consegue lê-los. Contudo, outros
aspectos do ministério puritano não eram negligenciados. Os cultos de adoração
eram marcados por um sentimento poderoso da presença de Deus, e os que pregavam
e lideravam as celebrações estavam envolvidos intensamente com os problemas, as
tentações, e com o crescimento dos que Deus havia colocado sob seus cuidados.
Uma segunda razão para o declínio na
pregação é a desconfiança total em relação ao discurso evangélico. As pessoas
temem ser manipuladas e tem antipatia. Uma vez que o objetivo da pregação é
“mexer” [emocionalmente] com as pessoas, e não simplesmente instruí-las, ela
pode ser confundida com manipulação, e alguns se esquivam dela.
O problema com essa explicação é que,
embora elas contenham um elemento de verdade, estão baseadas em questões ou
situações externas e deixam escapar, dessa forma, a causa interna ou
fundamental do declínio da pregação. Na verdade, o declínio momentâneo na
pregação e no ensino da Palavra de Deus vem de um declínio anterior na crença
da Bíblia como Palavra de Deus autorizada por parte de teólogos, professores de
seminários e dos pastores que são formados por eles. É uma perda de confiança
na existência de uma Palavra inspirada por Deus.
Nesse ponto, as questões da inerrância e
da autoridade caminham juntas. Não é que aqueles que abandonaram a inerrância
com a premissa de abordar a Escritura renunciam de forma obrigatória à crença
na autoridade da Bíblia. Ao contrário, eles falam da autoridade da Palavra mas
efusivamente quando deixam de lado a posição inerrante.
Contudo, abandonando a convicção de que a
Bíblia é sem erros no todo e em suas partes, esses acadêmicos e pregadores,
inevitavelmente, abordam a Escritura Sagrada de maneira diferente daqueles que
crêem na inerrância, não importando o que possa ser dito verbalmente.
Na
obra dos desertores da inerrância, a Bíblia é utilizada sob a luz que ela possa
refletir no mundo, conforme a interpretação do pastor, e não como a revelação
obrigatória e predominante nos orienta sobre o que pensar a respeito do mundo e
da vida, e até formula as perguntas que devemos fazer (BOICE, 1978).
Logo, o trabalho de capacitação é para
ser feito não apenas pela verbalização da Palavra de Deus, mas também pela
prática, pelo exemplo. Ao definir Sua obra, Jesus disse: “E, quando [ele mesmo]
tirar para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem”.
(João 10:4). Jesus estabeleceu o modelo que os pastores devem seguir, assim como aqueles cuja tarefa é capacitar e
equipar o povo cristão.
..............................
Amigos e irmãos na caminhada rumo ao céu.
Tivemos aqui nesse tema uma amostra de como devem os pastores, presbíteros,
evangelizadores e operários da obra [evangelizadora] da igreja, em fazer suas
tarefas. Que Deus nos ajude a assimilar bem esses ensinamentos para que possamoos prestar contas a Deus daqueles que ficaram sobre nosso ensino e cuidado.
{sejam os irmãos, membros da igreja e os filhos que de nós nasceram.
.................................
Nosso próximo tema a desenvolver neste
nosso estudo, de nº 68 é: GESTÃO DA
IGREJA.
..
0 comentários:
Postar um comentário