TIAGO-11
AULA DE E.B.D. – 11/17 –
EDITADA NOS SÁBADOS – DIA 26/11/2011.
TÍTULO:
A ORIGEM DOS CONFLITOS E
OS MEIOS PARA VENCÊ-LOS.
Texto básico: Tiago 4: 1-10.
Texto devocional: Gênesis 13: 1-12.
Versículo-chave: “De onde procedem
guerras e contendas que há entre nós? De onde, senão dos prazeres que militam
na vossa carne”! (Tg 4:1).
Autor: Pr. Émerson da
Silva Pereira.
INTRODUÇÃO
Esta
lição tratará de um dos problemas mais comuns entre as pessoas, seja no âmbito
familiar, conjugal, profissional ou mesmo cristão: conflitos interpessoais. A
Epístola de Tiago é muito prática e relevante ao abordar o assunto, através da origem dos conflitos seus efeitos, e
mostra a solução para o problema.
I-ORIGEM DOS CONFLITOS (Tg 4:1).
Quanto à origem dos conflitos interpessoais, Tiago
inicia a sua argumentação trazendo uma pergunta e respondendo-a por meio de uma
outra pergunta: “De onde procedem guerras e contendas que há entre voz? De
onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne”? O autor reconhece a
fraqueza humana e tendência natural (carnal) para os conflitos de natureza
interpessoal. A presença de conflitos, contendas e confusão entre aqueles
cristãos não poderia encontrar justificativa em fatores externos como, por
exemplo, sua dispersão. No capítulo três da epístola, vemos claramente duas
forças aliadas aos conflitos interpessoais: a língua descontrolada (3:1-12) e a
sabedoria terrena (3: 13-18). A primeira incendeia. Destrói, contamina,
envenena e amaldiçoa; a segunda é moradia da inveja, amargura, facções,
vanglória, mentira e confusão. Estas duas forças andam e mãos dadas ao que
Tiago chama de “guerras” e “ contendas” ou batalha de uma guerra. A origem de
uma guerra e dos pequenos conflitos interpessoais se encontra no interior
humano, por isso a pergunta: “De onde, senão dos prazeres que militam em vossa
carne”?
Todo
aquele que se envolve numa contenda é responsável por ela. Há um ditado popular
que ilustra esta verdade: “Quando um não quer, dois não brigam”. A
Palavra de Deus é clara ao afirmar que a origem dos conflitos humanos vem do
coração humano (Mc 7:21-23) como resultado das obras da carne (Cl 5:19-21).
Por
esta razão Paulo exortou os crentes de Éfeso e de Colossos: “Longe de vós,
toda amargura, e blasfêmias, e bem assim toda malícia” (Ef 4:31) e “Fazei,
pois, morrer a vossa natureza terrena...despojai-vos, igualmente, de tudo isto:
ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar. Não
mintam uns aos outros” (Cl 3:5,8-9).
II-EFEITO DOS CONFLITOS (Tg 4:2-6).
Baseados
na natureza pecaminosa, os conflitos se envolvem, causando efeitos danosos ao
ser humano. Bem escreveu Tiago: “Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá a luz ao
pecado, uma vez consumado, gera a morte” (1:15). Como já visto nas
palavras de Jesus, o que contamina externamente o homem provem, primeiramente,
de uma contaminação interna. Os conflitos entre os leitores de Tiago geraram,
pelo menos,quatro efeitos.
1.Frustração espiritual (v.2-3).
No
que resultam cobiça, inveja, violência (“matais”), contenda (“viveis a lutar e fazer guerras”)
e avareza (“pedis
mal, para esbanjardes em vossos prazeres”) senão em improdutividade
de vida? Tiago afirma que os conflitos não levam a nada e a lugar algum: “nada tendes”,
“nada podeis obter” e “não recebereis”. Paulo escreveu: “Porque o que o
homem semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua carne, da carne
colherá destruição” (Gl 6:7-8). No plano espiritual, conflitos nada
produzem”
2.Infidelidade espiritual ( v.4).
Os
conflitos expressam influência ativa na natureza pecaminosa, que mostra tanto o
padrão como os princípios e valores mundanos. Em outras palavras, os conflitos
concordam com o mundo e se revelam contra a santidade de Deus. Por esta razão,
Tiago os chama de “infiéis” (v.4). O termo corresponde a uma
pessoa adúltera, pedindo a infidelidade a Deus, no Antigo Testamento, mediante
idolatria.
3.Inimizade espiritual (v.4).
“Não” compreendeis que a
amizade do mundo é inimiga de Deus? “Aquele, pois, que quiser ser amigo do
mundo constitui-se inimigo de Deus”.
A inimizade com Deus é resultado da infidelidade para com Deus. João também
escreveu: “Se
alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele” (1Jo2:15). As
guerras interpessoais revelam ausência do amor. Conflitos interpessoais afetam
a comunhão prática do crente com Deus, não a sua posição em Cristo. Viver
conforme as regras do mundo corresponde a tonar-se inimigo de Deus. Quem está
em Cristo quer ser amigo de Deus!
4.Insensibilidade espiritual (v.5-6).
“Ou supondes que em vão afirma a Escritura”? A obediência a Deus revela a insensibilidade à sua
voz. Tiago traz à mente de seus leitores que as escrituras Sagradas apelam para
o santo e zeloso ciúme de Deus, quando Seus filhos não andam corretamente. Deus
resiste aos soberbos, mas dá graça a quem se humilha (Pv 3:34).
III-SOLUÇÃO PARA OS CONFLITOS (Tg
4:7-10).
Após
tratar da origem e dos efeitos dos conflitos, Tiago passa a oferecer a solução
para tais problemas. Apresenta, então, sete meios para o crente vencer seus
conflitos mediante o uso de nove verbos que expressam ordem (imperativos).
1.Sujeição à Deus (v.7).
Primeira
ordem: “sujeitai-vos”.
A ordem do verbo exige uma ação passiva, a qual implica o alinhar-se sob a
autoridade de alguém. O mesmo verbo aparece na atitude de Jesus para com Seus
pais (lc 2:51) e na (2Co 7:1). Esta purificação exige o abandono de atitudes
que geram conflitos.
2.Resistência a Satanás ( V.7).
Segunda
ordem: ”resisti”.
O verbo implica uma ação urgente, a qual está ligada ao ato do crente
sujeitar-se a Deus e condiciona a fuga de Satanás à ação de resistir através da
força do Senhor. O diabo também tem interesse
em nossos conflitos: “não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis
lugar ao diabo” (Ef 4:26-27). Veja também (2 Co 2:5-11).
3.Aproximação de Deus ( v.8).
Terceira
ordem: “Chegai-vos”. O verbo exige
uma ação ativa dos crentes. Esta atitude resulta numa reciprocidade de Deus. “e
ele chegará a vós outros”. Como já abordado no estudo dos efeitos gerados pelos
conflitos, a amizade com os padrões do mundo atrapalha a comunhão com Deus.
4.Purificação pessoal (v.8).
Quarta
ordem: “purificai”. O verbo tanto
pode significar purificação quanto limpeza. Jesus usou este verbo para falar
dos escribas e fariseus que somente se preocupam com a limpeza de objetos, como
sinal de religiosidade (Mt 23:35). A purificação espiritual ocorre ao ato da
salvação (At 15:9; Tt 2:14) e, por isso, exige de todo crente uma purificação
pessoal, prática e constante: “purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do
espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus”. (2Co 7:1)
Esta purificação exige o abandono de atitudes que geram conflitos.
5.Limpeza interior (v.8).
Quinta
ordem: “Limpai”.
O uso do verbo aqui tem mais a ver com uma limpeza interna do que externa.
Tiago está falando de uma limpeza mental, de intenções. Aqueles que são de
ânimo dobre, ou seja, tem uma forma de pensar dividida (mentalidade dupla),
precisam desta purificação, caso contrário cederão facilmente aos conflitos.
João usou o mesmo verbo ao escrever: “E a si mesmo se purifica todo aquele que
nele tem esta esperança, assim como ele é puro” (1Jo 3:3).
6.Arrependimento verdadeiro (v.9).
Sexta
ordem: “Afligi-vos”.
O verbo significa sentia sua própria miséria.
Sétima
ordem: “lamentai”.
O verbo significa lacrimejar, expor um choro contido.
Oitava
ordem: “Chorai”.
O verbo significa dar gritos de choro, um choro audível. O arrependimento
genuíno nasce no interior e se manifesta externamente. Tiago tem em mente
mudanças de atitude em relação as guerras e contendas que havia entre eles.
7.Humilhação perante Deus (v.10).
Nona
ordem: “Humilhai-vos”.
A ordem deste verbo, tal como a do primeiro desta lista, exige comportamento
passivo. O crente deve humilhar-se na presença de Deus, mesmo quando houver
injustiça por parte dos homens. Jesus dignificou a humildade de Seus ensinos e
no Seu próprio exemplo (MT 18:4; Fp 2:5-11). Tiago e Pedro afirmam que o
resultado da humilhação presente é a exaltação futura: “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão
de Deus, para que ele, em tempo oportuno vos exalte” (1Pe 5:6).
CONCLUSÃO
A tendência humana é ver num conflito existente a culpa do
outro. A Bíblia nos leva para outra direção: os conflitos se originam em nós,
mostram seus efeitos externamente e só podem ser solucionados através de amor,
obediência e santidade. A vitória ou a derrota em nossos conflitos depende de
quem estamos melhor alimentados no coração.
[A qual natureza estamos
alimentando melhor: a antiga, pecaminosa, ou a nova, em Cristo?]
O Professor:
Querido (aluno) leitor: Espero confiante em Deus, que estas
aulas de formação discipular esteja robustecendo a sua fé e o seu conhecimento
na doutrina da fé cristã, no seu caminhar como crente em nosso Senhor Jesus
Cristo. É verdade que não tenho dito nada por minha sabedoria e formação
cristã, o que tenho transcrito aqui é puramente fruto da editora que editou o
livro para E.B.D. intitulado: Tiago A Fé em Ação. Que Deus continue te abençoando
e te iluminando com teu Espírito Santo. Um grande abraço:
Blog: jerusalemeaqui.blogspot.com.
Erleu Fernandes.