sábado, 29 de outubro de 2011

TIAGO-7

TIAGO-7

(Aula 7/17 para E.B.D. POSTADA EM: 29/10/2011)

Texto Básico: Tiago 2: 1-13.

Texto Devocional: Atos 10: 23-26.

Versículo-Chave: “Então, falou Pedro, dizendo: Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas” (At 10:14).

TÍTULO DA AULA: Fé Sem Parcialidade.

INTRODUÇÃO.

Tiago aqui levanta um problema de ordem interna da igreja que deve ser retratado com muito cuidado e discernimento espiritual: o problema de diferenças entre membros da igreja. Não tomar partido, ou seja, não tratar os irmãos com parcialidade deve ser a nossa opção como servos do Senhor Jesus Cristo (Rm 6:22). Honrar um irmão na congregação em detrimento do outro é, no mínimo, uma atitude incoerente em relação à fé cristã (Ef 2: 19-22) que, portanto, deve ser evitada.

Tiago foi incumbido de enfatizar a ética cristã. Ele apresenta essencialmente o ensino de Cristo. Tem-se dito que a epístola de Tiago é baseada no Sermão da Montanha. Examinando-a com cuidado, verificamos que, até certo ponto, essa afirmação faz sentido (Mt 5: 1-16).

No trecho de 2:1-13, Tiago condena a parcialidade dentro do Corpo de Cristo, que é a igreja. Se Cristo é o Senhor de nossa vida, por que não podemos fazer acepção de pessoas?

Para responder esta pergunta, vamos considerar pelo menos três razões.

I-PORQUE É INCOMPATÍVEL COM O CARÁTER DE DEUS.

Acepção é a tradução de uma palavra grega que significa literalmente “receber o rosto”. No Novo Testamento ela é usada primeiramente como uma tradução literal da palavra hebraica do Antigo Testamento que corresponde ao nosso termo acepção. “Receber o rosto” é fazer julgamentos e estabelecer diferenças baseadas em considerações externas, tais como aparência física, status social ou raça. Deus jamais agiria assim, conforme freqüentes afirmações nas Escrituras: Romanos 2:11; Efésios 6:9; Colossenses 3:25; Atos 10:34.

I.1-A discriminação vai contra o caráter de Deus, que nos criou à Sua imagem e semelhança (Gn 1:26-27).

I.2-A discriminação vai contra o caráter de Deus, que oferece oportunidades iguais de salvação para todos os povos, independente de raça, cor e posição social (1Tm 2:3-6).

1.3-A discriminação vai contra o caráter de Deus, que julga de maneira imparcial as ações dos homens (At 10:34,35).

As indagações de Tiago (Tg 2:4-7) parecem demonstrar um certo favoritismo da parte de Deus pelos pobres. É mais fácil ter fé quando se é pobre? Aparentemente sim. “Para Tiago os ricos são perversos e os pobres são piedosos (Tg 2:4-5). Isso pode ter sido uma situação toda peculiar às pessoas a quem ele escreve” (Arthur Duck). Sabemos que o pobre pode ser tão ruim, tão ganancioso e com pensamentos tão pervertido quanto ao rico. O pobre só não tem as mesmas oportunidades.

[Deus não julga o pobre por ser pobre. O fato é que todos aqueles que buscam a Deus de todo o coração vão achá-Lo , quer sejam pobres ou ricos.

Deus não é influenciado por aparência. Logo, nós que professamos a nossa fé em Jesus, Senhor da glória também não devemos ser influenciados].

II-PORQUE É INCOMPATÍVEL COM OS PRINCIPIOS CRISTÃOS.

Arthur Duck afirmou que: “Como cristãos, não podemos aceitar as divisões sociais e políticas que o mundo impõe sobre nós. A fé cristã tem que acabar com as distinções que existem na sociedade”.

A expressão: “Ouçam, meus amados irmãos” (2:5) demonstra uma certa severidade da parte de Tiago, mas ao mesmo tempo revela o seu cuidado pastoral pelas ovelhas. É como que se ele estivesse dizendo: “favorecendo os ricos vocês estão indo contra Deus, que favorece os pobres”. Todos sabiam que Deus escolhera Israel no passado; e os próprios judeus se viam como o povo escolhido de Deus (Dt 4:37; 7:7; 14:2). Mas aqui Tiago aplica o termo “eleição” de modo específico aos pobres. Peter Davids informa-nos que “a maior parte dos membros da igreja primitiva era constituída de pobres, como a de Jerusalém (2Co8:9). Tiago está aplicando o ensinamento de Jesus sobre os pobres (Lc 4:18; 6:20. Jesus selecionara os pobres como os especialmente contemplados com o Seu reino. Eles são favoritos aos olhos de Deus, visto que Deus os vê de modo diferente. Isto é, os pobres não são pessoas desprezíveis, mas são escolhidos para serem ricos na fé e herdeiros do reino o contrário da perspectiva mundana (Tiago: Novo Comentário Bíblico Contemporâneo, Vida, p.81-82). Entretanto, é importantíssimo ressaltar que a pobreza em si não caminha para a salvação, mas apenas deixa o coração mais fértil ou mais aberto para a semente do evangelho de Jesus Cristo.

Tiago faz determinadas perguntas e afirmações ( 2:5-7), provando com elas que havia acepção de pessoas naquela comunidade cristã. Examinemos essas perguntas.

II.1-Não são os ricos que oprimem vocês? (v.6).

“Oprimem” – palavra também usada em Atos 10:38, para falar dos oprimidos pelo diabo. Se a questão aqui envolve um julgamento legal, a igreja se colocou contra o indivíduo pobre e não contra os pobres.

[Menosprezo e opressão são características dos ricos de fora da igreja, com raras exceções, que não deveriam acontecer entre os salvos].

II.2-Não eles que os arrastam para os tribunais? (v.6).

É muito provável que alguns judeus ricos estivessem arrastando os cristãos diante dos tribunais, assim como Paulo fazia antes de sua conversão (At 8:1-3). Paulo teve que suportar as mesmas coisas que impusera sobre os outros (At 16:19-26). “Os ricos arrastavam os crentes pobres para os tribunais por dois motivos. Primeiro, quando o pobre necessitava de um empréstimo, o rico dava com juros elevados. E quando surgia disputa na hora do pagamento ou o pobre não tinha como restituir o empréstimo, o rico contratava o melhor advogado e ambos se associavam. Resultado: o pobre ficava mais pobre e o rico mais rico. A segunda forma do rico arrastar o pobre para os tribunais era por acusações caluniosas, acusando os cristãos de perturbarem a tranqüilidade”. (Peter Davids, Tiago, p.82-83).

II.3- Não são eles que difamam o bom nome que sobre vocês foi invocado? (v.7).

“Difamar o nome invocado sobre os cristãos” mostra claramente que havia perseguição religiosa contra eles. O termo “invocar” se refere à ocasião em que o nome de alguém é invocado sobre uma pessoa, passando a primeira a se tornar sua propriedade. O nome de Jesus havia sido invocado sobre os cristãos e eles se tornaram posse de Deus (1Pe 2:9-10).

A igreja deve tomar cuidado para não se assemelhar àqueles que blasfemam o bom nome que sobre ela foi invocado (Ap 12:17). A Bíblia Viva traduz o versículo 7 assim: “E grande parte das vezes são eles que se riem de Jesus Cristo, cujo nome honroso vocês levam”.

III- PORQUE É COMPATÍVEL COM A NATUREZA DA IGREJA.

Não é possível hoje pensarmos em uma igreja tão somente para um grupo determinado de pessoas. A igreja não pode estar aliada a um grupo político social, pobres ou ricos, ou a determinado grupo étnico (1Co 1:10-11). A igreja tem que estar de portas abertas para todas as camadas da sociedade. Foi Jesus que reforçou o ensinamento da lei de que devemos amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Essa lei se baseia no modelo de Cristo, que não fazia diferença entre rico e pobre – Ele morreu por todos (Rm 5:5-8). Jesus nos ensinou a amar o próximo. O mandamento específico citado por Tiago, “Amarás o próximo como a ti mesmo”, é um dos prediletos de Jesus, que o citou várias vezes nos evangelhos.

Três princípios bíblicos devem governar nossos relacionamentos na igreja (Tg 2).

III.1- O amor ao próximo deve ser evidenciado em obediência e submissão à Palavra de Deus (v.8).

Em vária passagens do Antigo e do Novo Testamento, somos exortados a amar o Senhor Deus de todo o nosso coração, de toda a nossa alma, de todo o nosso entendimento e de toda a nossa força (Dt 6:6; Mc 12:30). Este é o maior mandamento, como ensinou Jesus. O segundo mandamento é o amor pelos nossos semelhantes (Mc 12:31; Jo 13:34,35).

III.2- Violar um mandamento é desobedecer ao próprio Deus, e faz com que a pessoa se torne culpada diante Dele (v.9-11).

Há muitos que pensam que amar é um mero sentimento prazeroso no coração. Isso não é verdade. De acordo coma Palavra de Deus o próximo é a pessoa a quem devemos amar, sem demonstrar nenhuma parcialidade. Todos merecem nosso amor e respeito.

Tiago defende o ensino bíblico de que a pessoa que guarda todas as leis de Deus, quando quebra um único princípio, se torna culpada de todos os outros. Para Peter H. Davids, a razão que alicerça este ensino é o truísmos. Isso não significa que as más conseqüências são sempre as mesmas, não importando que mandamento a pessoa quebra, mas significa que, quando alguém quebra um mandamento, demonstra uma atitude básica contra o Outorgador da lei que caracteriza ao pessoa como transgressor (Dt 27:26).

CONCLUSÃO

À luz do ensino de Tiago podemos concluir que a acepção de pessoas é um pecado contra o mandamento do amor (Tg2:8-9), e que este mandamento é que deve governar aqueles que professam fé em Jesus Cristo (Tg 2:1). Tiago dá ênfase a dois verbos: “falar” e “preceder” (v.12); os verbos estão no tempo presente, enfatizando que a maneira de “falar” e “proceder” deve ser a nossa conduta de vida. Aquele que não usou de misericórdia não pode esperar receber um julgamento misericordioso. Isso vem como uma advertência para todos os cristãos (v.13). Jesus ensinou: “bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5:7). “Pelas misericórdias de Deus as nossas boas ações são aceitas diante Dele como evidência de que a salvação pela misericórdia de Deus nos alcançou” (Arthur Duch).

Não devemos dar mais atenção somente aquelas pessoas que são mais dinâmicas ou que tem um poder aquisitivo mais alto na igreja. Todos merecem a nossa atenção. Você tem procurado construir relacionamentos sólidos e duradouros com todos os que chegam na sua igreja?

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Reflexão dos Sábados em forma de E.B.D.

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Autor: Pr Vanderli Alves Neto.

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