TIAGO-5/17
Edição
de Sábado – Dia 15/02/2014.
Titulo:
DEUS É BOM E IMUTÁVEL.
Texto Básico: Tiago 1: 16
– 18.
Texto Devocional: Atos 17:
24 – 28.
Versículo- chave:
“Toda boa dádiva e todo
dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode
existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1:17)a
Lembro-me perfeitamente da
primeira vez em que entrei num avião. Era um dia cinzento, de céu nublado e com
uma leve garoa que nem um pouco encorajava um estreante. Apesar do pequeno
avião e das circunstâncias desconfortáveis daquela tarde, tentei demonstrar uma
aparente tranqüilidade racional. Quando o aparelho começou a decolar-se na
pista, apertei discretamente os dedos das mãos e, como numa atitude fatalista,
entreguei-me à sorte. Em poucos segundos vi a pista se distanciando dos meus
olhos e, rapidamente, o avião alcançou a altura das nuvens, as quais foram
tornando cada vez menor a minha visibilidade da janela. A expectativa e a
incerteza do que aconteceria, após aqueles momentos enevoados, eram grandes.
Até que a minha frieza exterior foi abruptamente assaltada por uma visão jamais
esquecida. O avião ao atravessar a densa barreira de vapor levou-me a
contemplar um céu tão azul e um sol tão brilhante que eu mesmo não saberia
afirmar se já tinha visto algo assim. Foram instantes de contemplação, mas
também de muita reflexão, pois aquela nova experiência ensinou-me a reconhecer
que, apesar do dia cinzento e chuvoso lá em baixo, o sol sempre esteve no mesmo
lugar brilhando tão intensamente como sempre brilhou! Com certeza já
enfrentamos ou estamos enfrentando dias cinzentos da vida; atribulados ou
enevoados pela dificuldades, ansiedades, temores ou tristezas da vida... A
lição é a mesma: apesar das circunstâncias adversas que enfrentamos na vida,
não devemos perder a confiança, pois Deus é o mesmo, eternamente bom e
imutável.
Antes de prosseguirmos é
muito importante que lembremos que esta epístola foi dirigida a um grupo de
crentes dispersos, os quais estavam sujeitos a todo tipo de dificuldades. No
início da Epístola, Tiago aborda os conceitos de provação e tentação. A
provação pode ser vista como de natureza externa, e serve de instrumento de
Deus para aprovar e aperfeiçoar aquele que nela persevera (Tg 1:2-8). Já a
tentação pode ser vista como de natureza interna, e serve de instrumento da própria
cobiça humana para reprovar e destruir que ela concebe (Tg 1: 12-15). Tiago
estava preocupado que um mal entendimento destes conceitos poderia gerar um mal
entendimento do caráter de Deus por parte dos leitores. Por isso, ordena, “não
vos enganeis” ou “não vos deixeis enganar” diante das circunstâncias (TG 1:16).
Visando a instrução ou mesmo uma possível correção, o autor faz duas
declarações a respeito de uma visão correta do caráter e da pessoa de Deus que o crente deve manter,
mesmo em circunstâncias adversas.
I-DEUS
É BOM – Tg 1:16).
A primeira declaração a
respeito de uma visão correta de Deus diante das adversidades é que Deus é Bom,
afirma Tiago: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do
Pai das luzes”. Em outras palavras, tudo aquilo que é bom procede de Deus, o
qual é bom. Embora parecesse estranho ouvir sobre a bondade de Deus diante de
situações ruins da vida, os cristãos dispersos do primeiro século precisavam
aprender a não confundir o caráter de Deus com as circunstâncias adversas da
vida. Tiago ensina o seguinte:
I.1-A
manifestação da bondade de Deus evidencia-se em seus presentes.
Deus I manifesta sua bondade através de Suas dádivas ou dons. Estas duas
palavras tem significados parecidos: “dádiva” pode significar presente,
galardão ou mesmo dom; e “dom” pode significar presente ( Rm 5:16). Este não é
o contexto para a palavra dom (carisma) espiritual, mas de um presente que
manifesta a benevolência de Deus. O Bom Deus derrama Sua graça e misericórdia
aos homens, dando o sol e a chuva (Mt 14:17), a vida e a respiração (At 17:25),
por exemplo.
I.2-A
Manifestação da Bondade de Deus Revela sua Perfeição.
A palavra “dádiva” e “dom”
são qualificadas pelos adjetivos “boa” a “perfeito”. O autor não está fazendo
distinção entre os termos, mais usando um estilo literário para pensar numa
mesma coisa. Quando coloca os dois adjetivos, lado a lado está se referindo a
algo de valor incomparável. Suas dádivas revelam o caráter benevolente do
próprio Deus perfeito. O termo “perfeito” é o mesmo que descreve Deus em Mateus
5:48.
I.3-
A Manifestação da Bondade de Deus Expressa Sua Pessoa.
A origens destas palavras
e dons é o próprio Deus, pois “são lá do alto” . Somente pode ser divina. O que
se origina no coração humano não é bom (Tg 1:14), mas o que unicamente bom e
perfeito procede de Deus (descendo do Pai das Luzes”). Mais à frente, Tiago
cria um contraste entre a sabedoria que procede de Deus e a sabedoria humana:
“A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica,
indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem
fingimento (3:17), enquanto que a humana é “terrena, animal e demoníaca”
(3:15). Assim, a bondade de Deus expressa a Sua Pessoa. A expressão “Pai das
Luzes” sugere tanto a figura paternal do Deus benevolente (veja também 1:17 e
3:9) quanto ao criador benevolente, uma vez que o termo “luzes”,
freqüentemente, faz alusão aos astros e corpos celestes (sol, lua e estrelas).
Estas considerações a
respeito da bondade de Deus revelam que, apesar das circunstâncias adversas da
vida ou mesmo da permissão do mal na vida do crente (exemplo da história de
Jó), Deus não é injusto, cruel ou sádico. Ele não tenta seus próprios filhos,
pelo contrário é bom e benevolente, e aperfeiçoa a quem ama.
II-
DEUS É IMUTÁVEL.
Uma segunda declaração a
respeito da uma visão correta de Deus diante das adversidades é que “Deus é
imutável”. Escreveu Tiago a respeito de Deus: “em quem não pode existir
variação e sombra de mudança. O autor não somente utiliza o tema bondade para
defender a imutabilidade de Deus, claramente
apresentada em outras partes da Escrituras, como faz dela uma preparação
de outros atributos e ações divinas apresentadas ao longo da epístola.
II.1-
A Bondade Divina e a Imutabilidade de Deus.
A idéia de imutabilidade
de Deus está arraigada à idéia de Sua bondade. Isso implica a certeza que a
bondade de Deus imutável nunca sofre alteração e mudança. Com respeito à pessoa
de Deus, a Nova Versão internacional traduz: “que não muda como sombras
inconstantes”. A palavra grega traduzida como “sombra” pode implicar o ato de
fazer sombra ou de refletir uma determinada imagem. Tiago escolheu essa palavra
para afirmar que Deus é como uma luz que não pode ser colocada na sombra o
extinta.
II.2- Atributos Divinos e
a imutabilidade de Deus.
O conceito desta
imutabilidade prepara e se aplica à descrição de Deus que Tiago apresenta na
sua epístola.
a). Doador da Sabedoria
(1:5).
b). Fiel às suas promessas
(1:12;2:5).
c). Recompensador (1:12).
d). Justo (1:20;2:23).
e). Único (1:19).
f). Criador do homem (3:9).
g). Gracioso (4:6).
h). Legislador e Juiz
(4:12).
i). Soberano (4:15).
j). Misericordioso e
Compassivo (5:11).
k). Restaurador da Vida
(5:15).
II.3-
As Escrituras Sagradas e a Imutabilidade de Deus.
Quanto a esta
imutabilidade de Deus, a epístola de Tiago encontra base na própria Palavra de
deus. Muito embora as expressões “então se arrependeu o Senhor” (Gn 6:6) e
“Deus se arrependeu” (Jn 3:10) pareçam um mutabilidade de Deus, apenas
representam, através da força de uma
linguagem carregada do sentimentalismo pela narrativa bíblica, umas das
relações divinas conseqüentes à ação humana naquele contexto: bênção aos
tementes; juízo aos incrédulos e desobedientes. A doutrina da imutabilidade de
Deus é encontrada em textos muito claros das Escrituras.
a) “Deus não é homem, para
que minta, nem filho do homem para que se arrependa. Porventura, tendo Ele
prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá? (Nm 23:19).
b) “Tu, porém, és sempre o
mesmo” Sl 102:27).
c) “Porque eu, o Senhor,
não mudo (Mt 3:6; 1Sm15:29; Hb 6:17; 13:8; Ap 1:4.8).
Assim, Tiago conduz aqueles
crentes dispersos a não terem quaisquer razões para questionar ou duvidar da
pessoa e do caráter de Deus. As duras provas da vida não podem afetar ou
comprometer a pessoa ou as ações de Deus.
CONCLUSÃO
A grande demonstração da
bondade de Deus para conosco apresentada por Tiago está no último versículo
deste parágrafo: “Pois,segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da
verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas” (Tg 1:18). A
bondade de Deus nos alcançou com a salvação em Cristo Jesus, a qual nos
encoraja e fortalece a prosseguir adiante mesmo diante de provas e adversidades
da vida. É sempre bom lembrarmos que mesmo quando os nossos dias se encontram
nublados, cinzentos ou chuvosos, sobre as mais densas, sombrias e carregadas
nuvens, sempre existirá o Sol que nunca Se apaga.
Qu
Curitiba, 15 de Fevereiro
de 2014.
e Deus te abençoe e te
guarde em todos os instantes que sua vida durar neste Planeta Terra.
Um grande afetuoso abraço
deste teu irmão e amigo:
Erleu Fernandes da Cruz.
E-mail: erleu_cruz@hotmail.com
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