sábado, 29 de agosto de 2015

ESTUDO DE TEOLOGIA - Nº 12

Estudo Do Livro Fundamentos da Fé Cristã  Nº 12
     Um manual de Teologia ao alcance de todos.
          James Montgomery Boice – Cap. 05
      OS DEZ MANDAMENTOS E O AMOR A DEUS.
                            3ª Parte
SÉTIMO MANDAMENTO: NÃO COMETER ADULTÉRIO
Esse mandamento é muito direto: “Não adulterarás” (Ex 20:14).
No Sermão do Monte, o senhor também o amplificou, explicando que este mandamento tem a ver com os pensamentos e as intenções do coração, tanto como as ações exteriores. Alem disso. Ele associa este mandamento a uma visão adequada para o casamento ao permitir o divórcio que normalmente se segue ao adultério. Jesus declarou:
“Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo,  que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela [...]. Também foi dito: qualquer que deixar a sua mulher, que lhe dê carta de desquite (divórcio, atualmente). Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério; e qualquer que casar com a repudiada comete adultério” (Mateus 5:27,28, 31 e 32).
De acordo com a visão de Jesus da Lei, luxúria é equivalente a adultério, da mesma forma que ódio é equivalente a assassinato. O padrão de Deus é pureza no leito conjugal e fidelidade fora dele. A mídia usa a luxúria para fortalecer a materialismo e  estimular a busca do prazer. A televisão enche nossas salas e quartos de propagandas recheadas de sexo. Nos cinemas, é ainda, pior, até as áreas mais nobres de nossa cidade estão infestadas de filmes pornográficos e de terror. Os jornais anunciam filmes de imagens que seriam consideradas escandalosas há pouco tempo, os telejornais descrevem os crimes sexuais nos mínimos detalhes.
O hedonismo (prazer, vontade) dos séculos 20 e 21 está sintetizado na chamada filosofia do prazer. As revistas como a Playboy entrou já há anos, na venda de nudez. O hedonismo faz do prazer pessoal o objetivo número um. Revistas como a Playboy e dezenas de outras ainda mais sórdidas apregoam a importância de escolher um bom vinho, o mais potente aparelho de som, bem como o melhor tipo de parceiro sexual.
O problema não é a revista em si, mas a ideologia do prazer em primeiro lugar que ela capitalizou e difundiu, que se resume em: o que contribui para o prazer é a prioridade máxima e, na busca desenfreada desse prazer, vale tudo. Muitos afirmam que a coisa está certa se não ferir a outra pessoa. Todavia, se isso vai ferir a outra pessoa ou não, é conclusão para ser tirada só no contexto da situação. Na mesma linha de raciocínio, mentir, roubar, burlar a lei e outras ações consideradas erradas necessariamente, não precisam ser evitadas.
Um casal pode decidir que o sexo antes do casamento  será bom para eles e que ninguém sairá ferido. Todavia, não pode ter certeza disso, e muitos, senão todos, que pensaram dessa maneira se deram mal. Há muita culpa envolvida, muitos modelos de infidelidade profundamente entranhados, e até muitos bebês indesejados, para que a “nova moralidade’ seja uma opção válida.
Sob o impacto do movimento da mídia, do hedonismo (prazer) e da “nova moralidade”, o chavão de: se parecer bom faça, tornou-se a palavra de ordem de nosso tempo. Esse novo padrão deve ser aceito? Com base nos mandamentos de Deus, no Decálogo e no Sermão do Monte os cristãos devem responder não.
Devemos reconhecer que somos todos pecadores e que nem os cristãos são automaticamente vitoriosos sobre os pecados e perversões sexuais.
Nós não seremos puros no leito nem fieis fora dele se os pensamentos não forem levados em conta, pois os pecados começam no pensamento (Tg 1:14,15). É impressionante como estamos longe dos padrões de Deus! E quanta miséria atraímos para a nossa vida e a vida de outros como resultado disso.

OITAVO MANDAMENTO: NÃO ROUBAR.
A visão de que não se deve roubar é normalmente aceita como padrão em toda a humanidade, mas apenas a doutrina bíblica demonstra porque isso é errado. A razão é porque tudo o que uma pessoa possui por direito e justiça foi concedida vêm do alto, descendo do Pai das Luzes, em quem não há mudanças, nem sombra de variação” (Tiago 1:17). Portanto, roubar alguma coisa de alguém, é pecar contra Deus.
É claro que roubo também é um abuso contra os outros. Ele pode prejudicar muito se a pessoa lesada não puder repor a perda. Um roubo sempre causa danos, pois ele trata a pessoa roubada como alguém que não é digno de respeito ou amor (ou confiança). E até nisso nós pecamos contra Deus já que foi Ele que concedeu valor à pessoa (ou colocou isso em sua guarda).
Roubamos a Deus quando deixamos de adorá-lo como deveríamos ou quando colocamos os nossos próprios conceitos ou interesses na frente dos dEle. Roubamos-lhe quando gastamos o nosso tempo em ocupações preguiçosas [...], em vez de falar aos outros de Sua graça.
Roubamos de um empregador quando não fazemos o melhor de que somos capazes, quando estendemos demais a hora do lanche ou saímos do trabalho antes de hora de encerrar o expediente. Roubamos quando gastamos com negligências os produtos com os quais trabalhamos, usamos o telefone ou a internet para longas conversas pessoais, em vez de assuntos de trabalho.
Roubamos quando, como comerciantes, cobramos caro demais por um produto ou tentamos levar vantagens em algum negócio. Roubamos ao vender um produto inferior com a imagem melhor do que de fato é.
Roubamos quando administramos mal o dinheiro dos outros, quando pegamos emprestado e não pagamos na data combinada ou simplesmente deixamos de pagar.
Recordemos o ato de Ananias e Safira em Atos 5:1-11. No entanto, o pecado deles não foi possuir uma propriedade, mas terem mentido tanto à igreja (a qual eles prometeram vender e entregar todo o valor) como ao Espírito Santo. Eles fingiram (mentiram) estar dando tudo, na verdade estavam retendo uma parte para si. (Imaginemos se isso fosse hoje e viessem (a igreja e o Espírito Santo) exigir dos cristãos (membros) lealdade nos dízimos?
O fato da Bíblia estabelecer o direito à propriedade privada não nos torna mais fácil para nós cumprirmos o oitavo mandamento. Torna as coisas ainda mais difíceis. Não há como escapar do fato de que muitas vezes nós roubamos dos outros, aquilo que lhes é devido, tornando-nos ladrões perante o tribunal de Deus.

NONO MANDAMENTO, NÃO MENTIR.
Ao falarmos de roubo e da reputação de alguém no tópico anterior, antecipamos o nono mandamento. “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Ex 20:16). Esta é a ultima seqüência de mandamentos que tem a ver com a preocupação com os direitos dos outros, como uma expressão adequada do mandamento para amar. Ao difamarmos uma pessoa, nós espoliamos o seu bom nome e a sua posição social.
Jonh Stott afirmou:
“Esse mandamento não é aplicável apenas às cortes e aos tribunais. Isso não inclui perjúrio. Contudo, inclui também toda forma de escândalo e difamação, toda conversa ociosa e disse me disse todas as mentiras, os exageros ou distorções da verdade. Podemos prestar falso testemunho simplesmente ouvindo os maus rumores, assim, como passando eles adiante, ou fazermos gracinhas à custas de alguém, ao criamos impressões falsas, por não corrigirmos as declarações incorretas; por nosso silêncio e por nossa fala” (Stott).
Nosso dever para com a outra pessoa é só a metade da história. Não se trata apenas de ferirmos a outra pessoa pelo falso testemunho ou por palavras ásperas. Nós também desonramos a Deus por faltarmos com a verdade. Ele é o Deus da verdade e detesta mentira (Is 65:16; Jo 14:6).
A Bíblia afirma: “que alguém que é obediente a Deus ama e não folga (não se alegra) com a injustiça mas folga (se alegra) com a verdade” (1Co 13:6). Ela (a Bíblia) nos exorta: “Falai a verdade cada um com o seu próximo” (Ef 4:25).
Isso não é nada fácil para qualquer um que esteja consciente e preocupa-se com a sua integridade pessoal. Em algumas situações, contar uma mentira ou omitir verdade parece quase imperioso. Em outras situações, falar a verdade parece impossível. Para o homem pode até ser impossível, porém para Deus tudo é possível (Lc 18:27).
Como nós começamos a crescer nessa área? Quando começamos a perceber que “a boca fala do que está cheio o coração” (Mt 13:24) e que o coração pode ser transformado quando habitado pelo Senhor Jesus Cristo. Se o nosso coração estiver entronizado no nosso eu, então será inevitável escondermos a verdade para tirar algum proveito. Todavia, se a verdade encher o coração, o que acontece quando Jesus passa a controlá-lo, o que dissermos será cada vez mais verdadeiro e edificante.

DÉCIMO MANDAMENTO: NÃO COBIÇAR COISAS ALHEIAS.
Este talvez seja o mandamento mais revelador e devastador de todos, pois trata em especial da natureza anterior à Lei. Cobiçar é uma atitude da natureza inferior que pode ou não ser expressa num ato aquisitivo exterior. Além disso, a cobiça pode ser direcionada para praticamente tudo. O texto do Decálogo esclarece:
“Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher de teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma de seu próximo” (Ex 20:17).
É impressionante como esse mandamento é atual e como ele atinge em cheio a raiz de nossa cultura  ocidental materialista. Um elemento repugnante de nosso materialismo é a insensibilidade para com a necessidade do próximo, que se reproduz na indiferença pelo pobre, tanto nas nossas cidades como no resto do mundo. Todavia, ainda mais repugnante que isso é a nossa insatisfação com as nossas riquezas e oportunidades.
É verdade que nem todos no Ocidente são prósperos e não há nada errada em tentar melhorar nossa vida material numa justa medida. Contudo, é errado desejar alguma coisa simplesmente porque vemos outra pessoa desfrutar daquilo. É errado desejar mais, quando não há necessidade disso. É errado aborrecer-se com a limitação de nossos recursos.
A cobiça é o que a mídia parece  determinada e insuflar em nós, para que a nossa economia nacional extravagante e esbanjadora continue a crescer, mesmo que isso cause dano à economia das nações menos desenvolvidas.
Não há outra maneira como passarmos a enxergar nossa cobiça. Muitos, principalmente os cristãos, contentam-se com o que Deus dá. Não são materialistas em demasia. No entanto, são cobiçosos em relação aos filhos. Sempre querem que eles tenham o melhor e, em muitos casos, sentem-se magoados e até rejeitado quando os filhos, já crescidos, respondem de forma positiva ao chamado de Deus para renunciarem à vida de abundância material e dedicam-se à obra missionária ou a outro serviço cristão.
CONCLUSÃO DOS DEZ MANDAMENTOS:
O SALÁRIO DO PECADO E O DOM DE DEUS.
Não posso encerrar este estudo sobre a Lei de Deus como está exposta nos Dez Mandamentos sem aplicá-la de em forma pessoal. Examinemos, pois, dez áreas em que Deus exige certos padrões de conduta do homem.
Ao depararmos com os mandamentos de Deus, sentimo-nos julgados por não por não o adorarmos como deveríamos, e elegemos ídolos; por não honrarmos por completo o nome de Deus; não nos  regozijarmos no Dia do Senhor nem o servirmos bem. Além disso, somos falhos no trato como os nossos pais. Matamos nosso próximo, por ódio e com o olhar, quando não, de forma literal. Cometemos adultério por pensamentos e, quem sabe, alguma vez por atos. Não temos sido verdadeiros. Desejamos e cobiçamos coisas que são de nossos vizinhos..
Deus nos vê em nosso pecado, “pois todas as coisas são nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar” (Prestar contas) (Hb 4:13). Então qual a reação de Deus? Ele não nos desculpa automaticamente, pois Ele não pode compactuar com o pecado. Ele nos esclarece que, de forma alguma, Ele nos purificará de culpa [se não nos arrependermos de verdade]. Ele nos ensina “que o Salário do pecado é a morte” (Rm 6:23). Logo, o julgamento em breve será executado.
O que podemos fazer? Por nós mesmos, nada. Contudo, a glória do evangelho é que não fomos deixados sozinhos. Em vez disso, Deus interveio para fazer o que não podíamos. Fomos julgados pela Lei, e achados culpados. Ele morreu em nosso lugar recebendo sobre si a justa condenação que nos cabia, para que o caminho fosse aberto e Deus nos revestisse com a Sua justiça.
Todavia, a Bíblia vai além de lembrar “que o salário do pecado é a morte”. Ela declara “que o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus Nosso Senhor” (Rm 6:23). A Lei faz o trabalho certo. Ela não justifica ninguém, [Antes, expõe o pecado de quem não a observa]. Mas somos justificados por Cristo, ao arrepender-nos das nossas obras perversas e voltarmos para o Salvador, que é nossa única esperança [de perdão e justificação diante de Deus]

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