sábado, 26 de março de 2016

ESTUDO TEOLÓGICO Nº 43

      Estudo Fundamentos da Fé Cristã Nº 43
      Um manual de Teologia ao alcance de todos.
      Autor: James Montgomery Boice
      Postado por: Erleu Fernandes da Cruz.
      Tema central:
      JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ: A ESSÊNCIA DA SALVAÇÃO.
     

      3º Sub-tema: A SALVAÇÃO DE CRISTO É ÍMPAR.
     
    É trágico quando as pessoas não aceitam a salvação que é dada gratuitamente em Cristo, para, em vez disso, tentarem, à sua maneira, salvar-se a si mesmas.
     Como sugeri na discussão sobre a expiação [propiciação], que se encontra no capítulo 13 do livro II dessa obra, nos dois capítulos que precedem o versículo-chave de Romanos 3, Paulo classificou as pessoas em três categorias, a fim de mostrar que todos precisam de Jesus.
     Segundo o que está escrito em Romanos 1:18-32 a primeira categoria é composta por pessoas que chamamos de hedonistas:
     “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre cada impiedade e injustiça quer detém a verdade em injustiça; porque o que Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis, portanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos  se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se lábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Pelo que também Deus os entregou à concupiscências do seu coração, à imundícia, para desonrarem o seu corpo entre si; pois mudaram as verdades de Deus em mentiras, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amem! Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as mulheres mudaram o uso natural, no contrário da natureza. E, semelhantemente, também os varões (homens), deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão (homem) com varão (homem), cometendo torpeza, e recebendo em si mesmo a recompensa (aides), que convinha ao seu erro. E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém; estando cheios de toda iniqüidade, prostituição, malícia, avareza, maldade;  cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; sendo murmuradores, delatores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes ao pai e a mãe, néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; os quais, conhecendo a justiça de Deus [que são dignos de morte os que tais coisas praticam], não somente as fazem, mas também consentem os que as fazem”.
     Hedonistas são pessoas cujos únicos padrões de conduta são os que criam para si. Ou seja, são os que vivem para si mesmos, buscando o prazer em tudo que fazem. Paulo disse que pessoas assim precisam do evangelho, pois seu estilo de vida as conduz à condenação de Deus.
     Eles podem ser justos aos próprios olhos, mas essa não é a justificação que conta. Há uma lei moral estabelecida pelo Senhor, assim como um Juiz moral. Se essas pessoas não forem justas pela fé em Jesus Cristo, se perderão.
     A segunda categoria, considerada em Romanos 2:1-16, comporta aqueles que vivem uma vida eticamente superior:
     “Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque se condenas a ti mesmo no que julgas, fazes o mesmo. E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus? Ou, desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência, longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento? Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus, o qual recompensará cada um segundo as suas obras, a saber: a vida eterna, aos que, com perseverança em fazer o bem, procuram glória, e  honra, e incorrupção; mas indignação e ira aos que são contenciosos e desobedientes  à verdade obedientes à iniqüidade; tribulação e angústia sobre toda alma do homem que faz o mal, primeiramente do judeu e também do grego, glória, porém, e honra e paz a qualquer que faz o bem, primeiramente ao judeu e também ao grego; porque, para com Deus não existe acepção de pessoas. Porque todos os que sem lei pecaram sem lei também perecerão; e que todos os que sob a lei pecaram pela lei serão julgados. Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. Porque, quando os gentios, que não tem lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo lei, para si mesmos são leis, os quais mostram a obra da lei escrita no seu coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os, no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o evangelho”.
     Diferentes do hedonistas os legalistas seguem padrões de moral mais elevados, o que acaba fazendo com que eles não acreditem que, para alcançar a salvação de Deus, precisam arrepender-se de seus pecados.
     Paulo discordou dessa teoria por dois motivos. Primeiro: Por mais alto que sejam os padrões dessas pessoas, eles passam longe dos padrões do Senhor, viste que Ele exige uma perfeição que vai muito além de nossa imaginação. Na verdade, de acordo com os critérios divinos acerca da santidade, todos seriam reprovados.
     Em segundo lugar, os legalistas são reprovados em seus próprios padrões. Vejam o que o que Paulo disse:
     “Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que seja, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas o outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo”. (Romanos 2:1).
     Qual o seu padrão ético? Você pode dizer: “Meu padrão é o Sermão do Monte” (Mt 5:1-7.29). Bem, será que é mesmo? Se analisarmos a fundo constataremos que é impossível seguir esse sermão como padrão de ética. Um exemplo disso é encontrado na declaração de Jesus, que, mesmo sabendo que ninguém é perfeito, disse: “Sede vós, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5:48).
     Da mesma forma, é você dizer que seu padrão ético se baseia nos Dez Mandamentos (Ex 20:2-17), também já está condenado, pois não adora a Deus como devia, não observa o sábado (domingo) e cobiça as coisas dos outros.
     Apelar para a ética de Mateus 7:12 seria igualmente condenável, visto que ninguém, de fato, faz aos outros o que gostaria que os outros fizessem. Até mesmo o menor de todos os padrões, o da honestidade, não pode ser mencionado, já que nem sempre somos honestos como deveríamos ser.
     Portanto, precisamos deixar esse pensamento de que somos justos diante de Deus e de que merecemos ir para o céu, pois todos necessitam ser justificados pelo Senhor.
     A terceira categoria, citada por Paulo em Romanos 2:17-29, é das pessoas religiosas:
     “Eis que tu, que tens por sobrenome judeu, e repousa na lei, e te glorias em Deus; e sabes a sua vontade, e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei; e confias que é guia dos cegos, luz dos que estão em trevas, instruidor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade da lei; tu, pois, que ensinas a outros, por que não ensinas a ti mesmo? Tu, que dizes que não se deve furtar,  furtas? Tu, que dizes que não seve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégios?  Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus, pela transgressão da lei? Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós. Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a sua circuncisão se torna incircuncisão. Se, pois, na incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura, a incircuncisão não será reputada como circuncisão? E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpres a lei, não te julgará, porventura, a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da lei? Porque não é judeu o que o é externamente, nem é circuncisão o que é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus”.
     No contexto da experiência de Paulo, esses eram os judeus, cujo padrão ético era a Lei de Deus. Eles se vangloriavam de sua ascendência, depositando sua confiança no cumprimento de preceitos religiosos. Defendiam que, por serem batizados, participarem da ceia (comunhão) e darem o dízimo e as ofertas, eram justos diante do Senhor.
     O apóstolo afirmou que essas pessoas precisavam do evangelho, pois defendiam teorias totalmente inadequadas aos olhos do Senhor. A salvação é garantida somente por meio de Cristo e da aplicação da justiça que vem de Deus, e não do homem, por meio de um processo de transformação interna.
     O que o Pai vê quando olha pra você? Obras e realidades vãs ou Sua própria justiça, que, com base na soberania dele, age em sua conduta?
     Considere a conversão de Paulo. Ele não era um hedonista. Longe disso. Era uma pessoa religiosa e legalista, que confiava em sua própria força e para alcançar a salvação. Veja o que ele disse em Filipenses 3:4-8:
     “Ainda que também, podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu: circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu, segundo zelo perseguidor da Igreja; segundo a justiça que há na lei, irrepreensível. Mas o que para mim era ganho reputei-o por perda em Cristo. E, na verdade, tenho por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas e as considero como esterco (lixo), para que possa ganhar a Cristo”.
     Antes de conhecer a Cristo, para Paulo, a salvação dependia apenas de esforço e das obras dele. Isso, para o apóstolo, não era problema, pois havia muito atributo a seu favor, tanto herdado como adquirido. Entre os herdeiros, estavam: o fato de ter nascido em berço judaico; ter sido circuncidado de acordo com a Lei, no oitavo dia de vida. Ele era, portanto um “bom judeu”. Ainda de ter nascido de pais judeus, sendo hebreu de hebreus (Fp 3:5), ele era um israelita, membro do povo escolhido por Deus, pertencente à tribo de Benjamim, e um observador da lei.
     Após a morte de Salomão, o reino de Israel foi dividido em Reino do Norte e Reino do Sul. Benjamim foi a única tribo que permaneceu com Judá no Reino do Sul. As dez tribos do Norte apostataram da fé, e ergueram para si altares aos quais sacrifícios de sangue eram oferecidos, violando, assim, o que estava escrito em Levítico 17. Contudo, a tribo de Benjamim e Judá haviam permanecido leais a Deus, e Paulo, pertencia a uma destas duas tribos.
     Pulo também havia conseguido vantagens para si. Segundo consta, foi fariseu (Fp 3:5), ou seja, fez parte da seita religiosa mais zelosa quanto à Lei. É importante destacar que ele não se contentava em apenas participar da seita, mas dedicava-se de maneira zelosa e diligente a ela, o que se constava pela perseguição implacável à Igreja primitiva (At 8:1-3).
     Quanto o ponto de vista humano, esses eram atributos bem consideráveis. Contudo, quando Jesus se revelou a ele na estrada de Damasco, como podemos ver no capítulo nove de Atos, Paulo entendeu que, sob o ponto de vista de Deus, seus atos de justiça não passavam de trapos, de imundícias (Isaias 64:6).
     Antes, ele dizia que era, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível (Fp 3:6b). No entanto, depois de seu encontro com Jesus, passou a dizer: “Cristo Jesus veio ao mundo salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (1 Tim 1:15). Assim tudo o que havia acumulado de ativos eram, na verdade, passivos que o mantinham longe de Cristo. Em outras palavras, a partir de então, em sua coluna de ativos, passou a vigorar apenas Jesus Cristo.
     Essa verdade maravilhosa foi comparada a muitos hinos, incluindo o de Augustos M. Toplady:
     Rocha Eterna.
     Nada trago a ti Senhor! / Espero só em teu amor! / Todo indigno e imundo sou, / Eis, sem Ti, perdido estou! / No Teu sangue, ó Salvador, / Lava um pobre pecador. (Tradução: João Gomes da Rocha).
     Concluímos, portanto, que Deus declara nossos pecados pagos no Calvário e imputa a nós a justiça de Cristo somente quando nós, nascidos de novo, deixamos nossas obras, que só podem levar a perdição, para então, pela fé, abraçamos Jesus Cristo como Salvador.
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     Amados irmãos e amigos, Deus nos chama a cada dia para que nos tornemos cristãos, salvos pelo gesto de Jesus na Cruz. Ali, foi pago os meus, os teus, os nossos pecados, que antes devíamos (de acordo com a acusação do diabo) e Jesus comprou com seu sangue derramado na Cruz. Acabou! Sim, acabou nossa dívida (de pecados) e passamos a ter direito de ir para o céu. Assim como no Jardim do Éden (pré-figuração do céu)  Adão foi expulso de lá, agora com a morte ressurreição de Jesus, nós ganhamos o direitos de voltar ao céu. De ter o céu como eterna morada, depois de vivermos (no corpo) aqui na terra. O que devemos fazer? Crer em Jesus, buscar uma Igreja que pregue Jesus Cristo vivo e ressuscitado, aceitar passar por um batismo, gesto esse (em idade adulta) para sermos considerados cristãos adultos, lavados e alvejados no Sangue do Cordeiro. Não é assim que a Palavra tão bem nos fala?
     “Aquele que crer e for batizado será salvo. Todavia, quem não crer será condenado! (Marcos 16:16).
     Como acreditar em quem a gente não conhece?
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      Como vêem, esses assuntos mexem muito forte com o nosso brio cristão. No próximo sábado trataremos de outro assunto teológico. O tema central é:
    A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ E O PAPEL DAS OBRAS  
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    TENHAM TODOS UMA FELIZ PÁSCOA. 

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