domingo, 14 de abril de 2019

REFLEXÃO SOBRE O DOMINGO DE RAMOS.

REFLEXÃO SOBRE O DOMINGO DE RAMOS.

Frei Zilmar Augusto Moreira de Oliveira, ofm


A Semana Santa é a grandeza da vida de Jesus; é a grandeza dos passos de Jesus. E com a Celebração do Domingo de Ramos da Paixão do Senhor, damos início a celebração de sua Páscoa. Neste dia, com ramos nas mãos, aplaudimos e acolhemos um Jesus Rei. Mas, que Rei é esse que, ao invés de entrar numa carruagem, com cavalos, entra montado num jumento? Que Rei é esse que tem seu corpo maltratado, suas mãos, pés e lados perfurados, ensanguentados? Que Rei é esse que reina do alto duma Cruz?

Esse é o nosso Rei... Um Rei pobre, humilde, obediente, servo menor: Jesus Crucificado. Esse é o Rei do “amor não amado” , na linguagem franciscana. É um Rei que, para sarar, se deixa ferir. Um rei que esvaziou a si mesmo, assumiu nossa forma humana; fez-se escravo de todos nós e, para nos livrar de nossos pecados, entregou sua vida até a morte de Cruz, como vamos escutar no texto mais curto da proclamação da Paixão do Senhor. 

Mas, gostaria de chamar a atenção para o Evangelho da Celebração dos Ramos, no qual Jesus entra na cidade sendo aclamado pelo povo que, com grande alegria, louvavam e bendiziam a Deus por tudo o que já haviam vivido com Jesus. Nesse relato, chamo a atenção para a fala de Jesus aos seus discípulos, falando acerca do jumentinho, quando ele diz: “O Senhor precisa dele”. E, sobre isso, partilho uma história:

Um jumentinho voltando para sua casa todo contente, fala para sua mãe:
- Fui à uma cidade e quando lá cheguei fui aplaudido, a multidão gritava alegre, estendia seus mantos pelo chão... Todos estavam contentes com minha presença.
Sua mãe questionou se ele estava só e o burrinho disse:
-Não, estava levando um homem com o nome de Jesus.
Então sua mãe falou:
-Filho, volte à essa cidade, mas agora sozinho.
Então o burrinho respondeu:
- Quando eu tiver uma oportunidade, voltarei lá...
Quando retornou à essa cidade sozinho, todos que passavam por ele fizeram o inverso, maltratavam, xingavam e até mesmo batiam nele.
Voltando para sua casa, disse para sua mãe:
- Estou triste, pois nada aconteceu comigo. Nem palmas, nem mantos, nem honra... Só apanhei, fui xingado e maltratado. Eles não me reconheceram, mamãe...
Indignado o burrinho disse a sua mãe:
- Porque isso aconteceu comigo?
Sua mãe respondeu:
- Meu filho querido, você sem JESUS é só um burrinho... 
 
Em Jesus, Deus fez de tudo para nos salvar. Mas, com cabeça dura, ignoramos esse esforço de Deus. Por vezes, em nossa autorreferencialidade, corremos o risco carregarmos uma Cruz sem Jesus, ou de sermos “jumentinhos” sem Jesus. Aí somos, como na história, apenas “burrinhos”. Jesus, para celebrar sua Páscoa, quer contar conosco, quer precisar de nós.

Por isso, ao longo desta Semana Santa, nos preparemos; preparemos tudo para bem vivermos uma Semana Santa com Jesus, uma Ceia com o Senhor, uma Via-Sacra com Jesus, um descanso com o Amado, a fim de celebrarmos a Gloriosa Festa da Ressurreição.

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