Resumo Do Livro Fundamentos
da Fé Cristã 05
Um manual de Teologia ao alcance de todos.
James Montgomery Boice.
CAP. 18 - A PROVIDÊNCIA
Providência – Significa que Deus não abandonou o mundo que
criou, mas trabalha nele à fim de administrar todas as coisas de acordo com o
“Imutável Conselho de Sua Própria Vontade” (Conferência de Fé de Westminster).
Muitos acham que Deus não
intervém em assuntos humanos, nos dias atuais, mesmo sabendo que Ele é Deus. Já
outros, sequer acreditam e milagres.
“Como o mal pode ser
compatível com um Deus que governa ativamente o mundo”?
Alguns afirmam: - Se Deus
não evita o mal de acontecer, imaginem! Ele por acaso vai deixar o mundo
trilhar o seu próprio caminho? Mas, esse não é o pensamento bíblico.
A natureza em seu grande
padrão de atividades continua segurando o seu padrão de desenvolvimento. A
geração da natureza é semelhante à experiência das gerações anteriores. Podemos
entender isso por meio da lei da probabilidade. De onde vem a uniformidade,
senão de Deus? Como bem vemos em Hb1:3a “O qual, sendo resplendor de Sua
glória, e a expressa imagem de sua
pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder...”. E em
Colossenses vemos no capítulo 1:17 “Ele é antes de todas as coisas e todas as
coisas subsistem por Ele”. Em suma: Cristo está sustentando todas as coisas
pela palavra de seu poder, e que todas
as subsistem por Ele. Deus, esta por trás do mundo metódico que conhecemos.
Vejamos o que nos diz o Catecismo Heidelberg: “E o poder de Deus, Onipotente e
Onipresente está em todo lugar. Podemos conferir isso em At 17:25,27,28; Jr
23:23,24; Is 2:15,16; Ez 8:12), pelo qual, como Sua própria mão, sustenta e
governa o céu, a terra, e todas as
causas de tal maneira (Hb 1:3 que tudo o que a natureza produz, a chuva, o sol,
(Jr 5:24; At 14:17), a fertilidade, a comida e a bebida, a saúde e a
enfermidade, (Jo 9:3), a riqueza e a pobreza (Pv 22:2), não acontecem sem
motivo, por acaso ou por azar, mas segundo o conselho e a vontade do Pai
Celestial” (Mt 10:29; Pv 16:33).
Se removermos a providência
de Deus da natureza, com certeza, que toda sensação de segurança irá embora das
pessoas. Vamos ler o que nos afirma o Filósofo Pink: “Para efeito de discussão,
diremos que todo homem chega a esse mundo agraciado com vontade livre, e que é
impossível forçá-lo ou coagi-lo sem destruir sua liberdade. Digamos que todo
homem possui um conhecimento sobre o certo e o errado, podendo escolher entre
eles, e é livre para tomar decisões e seguir seu próprio caminho. Então,
entendemos, que o homem é soberano, pois faz o que lhe convém e é o arquiteto
do futuro. Mas, nesse caso, não podemos assegurar que todo homem rejeitará o bem
e escolherá o mal. Não temos nenhuma garantia de que toda a raça humana
cometerá um suicídio moral. Permitamos
que toda realeza divina seja removida, e que o homem seja deixado absolutamente
livre no mundo, então, todas as distinções éticas irão desaparecer de imediato,
a barbárie prevalecerá, e o pandemônio reinará supremo”. (Pink 1984 p. 42,43).
Sabem porque isso não
acontecerá? Por que Deus não deixará suas criaturas em perfeita autonomia. Já
que Deus intervirá conforme lhe convém.
Podemos ver que em
Provérbio 16:1 nos diz: “Dos homens são as preparações dos coração, mas do
Senhor, a resposta da boca”. As ações do homem estão dentro da esfera da
providência de Deus: “O coração do homem considera o seu caminho, mas o Senhor
lhe dirige os passos” (Pv. 16:19).
A vontade de Deis sempre
prevalece: ”Muitos propósitos há no coração do homem, mas o conselho do Senhor
permanecerá” (Pv 19:21). “Não há sabedoria, nem inteligência, nem conselho contra o Senhor” (Pv 21:30).
Satanás não pôde tocar em
Jó sem antes ter a permissão de Deus, e, quando a recebeu, certos limites foram
estabelecidos: “Faça o que quiser em tudo o que Jó tem, mas não faça nenhum mal
a ele mesmo”. (Jó 1:12). “Eis que ele está em suas mãos, mas poupa-lhe, porém,
a vida” ( Jó 2:6).
O ponto de maior interesse
para nós dever ser, a providências dEle à cerca dos homens, particularmente
quando decidimos desobedecer ao Senhor. Deus, simplesmente declarará o que Ele
quer que seja feito, e assim se faz – com boa vontade.
Será que quando nós erramos
Deus apenas vai nos dizer: “Bem, eu o amo, apesar de sua desobediência, e com
certeza não vou insistir com nada desagradável. Então vamos apenas esquecer
minha vontade?” Deus, amigos e irmãos, na age desta forma. Se agisse, Ele não
seria Soberano. Por outro lado, ele também não diz: “Você vai fazer isso! Eu
vou esmagá-lo até você fazer”. O que de fato acontece quando decidimos que não
queremos fazer o que ele deseja? A resposta básica é que Deus estabeleceu leis
para ordenar o mundo físico. Quando as pessoas pecam, geralmente acham que
estão seguindo seus próprios termos (vontade). Porém, Deus diz: “Quando vocês
desobedecerem, tudo será de acordo com as minhas leis (mandamentos), e não de
acordo as suas vontades (determinações).
Quando o homem natural não
reconhece Deus como o Deus verdadeiro, não o adora como Criador; essa pessoa é
lançada para um caminho que o conduz para longe de Deus. Vejamos o que nos diz
Paulo em Romanos 1:22,23 – “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a
glória do Deus incorruptível em semelhança a imagem do homem corruptível, e de
aves, e de quadrúpedes, e de repteis”. Mesmo deixando de lado o homem que não O
adora e nem O reconhece como Deus, não os deixa ao léu, como tirasse dele os
seus propósitos. Em cada caso Deus os entregou a uma situação específica: no
primeiro caso, a imundícia, para desonrarem os seus corpos entre si (V.24); no
segundo, às paixões infames (v 26); e no terceiro a um sentimento perverso,
para fazerem coisas que não convém.
Em outras palavras podemos
enfatizar: Deus permite que os ímpios façam as coisas do seu jeito (pecados,
desobediências), mas, em Sua sabedoria, determinou que, quando o fizerem,
sofressem as conseqüências de seus atos de
acordo com as regras estabelecidas por Ele.
Jonas, no Antigo Testamento,
ensina-nos que um crente pode desobedecer a Deus com tanta determinação que é
preciso a intervenção direta de Deus sua história. Que não conhecem a história
de Jonas dentro do ventre de uma baleia (Jonas 1:2)? Desobedecer a Deus
significa passar por situações desagradáveis, conhecidas por correção
Há mais coisas a serem
ditas sobre a providência de Deus. “Sabemos que todas as coisa contribuem
justamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por
seu decreto”. (Romanos 8:28). Qual o significado de bem nesta passagem? Em seu
significado pleno, bem significa, alcançar o propósito para o qual fomos
criados, porque “o que dantes conheceu, também o predestinou para serem
conforme a imagem de Seu Filho” (Rm 8:29). Decorrer para o bem, exige que o mal
seja objeto de nosso estudo também, como vimos anteriormente em Rm 8:28.
O mal está sobre a
direção de Deus? Não é bem assim. Deus
usa todas as coisas, incluindo o mal, para cumprir seu bom propósito no mundo.
Observemos o que nos diz Provérbios 22:8 ”Quem semeia vento colhe tempestade”.
Por muitos outros exemplos a Bíblia revela que, o mal praticado pelos outros
cooperam para o bem dos cristãos.
O próprio Jesus
disse em referência a Judas: “Em verdade, o Filho Homem vai, como acerca dele
está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do Homem é traído (Mt
26:24). Anteriormente Ele havia declarado: Porque é mister que venham
escândalos, mas aí daquele homem por quem o escândalo vem!” (Mt 18:7).
Portanto, sem
participar do pecado, Deus operou por meio dele, a fim de promover, em
concordância com Seus propósitos eternos, o bem.
A segunda situação
em que Deus usa o mal para realizar os seus propósitos é quando esse mal é
praticado por nós mesmo toda vez que pecamos. Essa questão é difícil de
entender, pois o pecado gera infidelidade no homem, deixando-o cego para os
atos de Deus. Porém, de qualquer forma, o bem está envolvido.
Não recordemos o
caso de José, em que seus irmãos por ciúme dele, o venderam para uma caravana
de comerciante midianitas que o levou para o Egito. José trabalhou como
escravo, foi tentado pela mulher de Putifar, foi preso, jogado no cárcere. Na
prisão ganhou a confiança e passou a ter algumas regalias. Mais tarde por ter
decifrado os sonhos do Faraó, foi feito governador do Egito. Durante os sete
anos de fartura, armazenou grãos em abundância. E, durante sete anos vieram só
penúria e fome. Durante esse tempo de seca e fome, vinham de diversos lugares
comprar gêneros do Faraó. Seus irmãos, aqueles mesmos que o venderam como
escravo, vieram comprar gêneros do Faraó. José os reconheceu logo que chegaram.
Daí, concluímos que um mal, um pecado, de seus irmãos, resultou mais tarde em
um bem. Constatamos está passagem em Gênesis 45:4-8.
Após a morte de
Jacó, pai deles, os irmãos pensaram que José, então, iria se vingar. Mas,
novamente ele os acalmou sem medo dizendo: “Não temais; porque, porventura
estou eu em lugar de Deus? Vós bem intentastes mal contra mim, porém Deus
transformou este mal em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar em
vida a um povo grande.” (Gn 50:19,20). Mas o pecado continua sendo pecado e
trás conseqüências. A providência de Deus não nos isenta da responsabilidade.
A doutrina da
providência, na verdade, é um porto seguro e um estímulo à fidelidade de Deus.
Calvino nos deixou um sábio conselho sobre esse tema: “A gratidão de alma pelo,
próspero resultado das coisas, seja paciência na adversidade, seja, inclusive,
a inabalável segurança em relação ao porvir, segue essencialmente este
conhecimento, Logo, qualquer coisa que acontecer de modo favorável e segundo o desejo de seu
coração o servo de Deus atribuirá totalmente a Deus, quer sinta a Sua
beneficência por meio do mistério dos homens, quer seja ajudado por criaturas
inanimadas, pois pensará assim: “Por certo que o Senhor inclinou o espírito
destes para comigo, ligando-os à mim, a fim de serem instrumentos de Sua
benignidade”. (Calvino, 1960, p.219-220).
Deixo convosco a minha amizade. O meu coração e os meus
firmes desejos de que esta pequeno estudo de cunho teológico colhido do Livro
de Fundamentos da Fé Cristã, de James Montgomery Boice.
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No próximo estudo
postaremos resumos do LIVRO II, que tem
por título DEUS, O REDENTOR.
Parte 1 - A QUEDA DO HOMEM.
Fiquem com as bênçãos de Deus. Amem?
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