Estudo Do Livro Fundamentos
da Fé Cristã Nº 11
Um manual de Teologia ao alcance de todos.
James Montgomery Boice – Cap. 05
OS DEZ MANDAMENTOS E O AMOR A DEUS.
2ª Parte
Ao lidar com a Lei do
Antigo Testamento, o ponto em que os cristãos tem mais dificuldade é a
interpretação do quarto mandamento. Este mandamento prescreve o sábado como dia
do descanso [após seis déias de trabalho]. Entretanto, a grande maioria dos
cristãos não cumpre isso. Apesar, de o dia separado para adorar o Senhor pela
maioria dos cristãos ser o domingo, estes, sequer guardam esse dia de acordo
com as regras reveladas no Pentateuco para o dia de descanso.
Isso está certo? Não! O que não pode ser feito é tratar esse
assunto com displicência! De todos os mandamentos, esse que lida com o descanso
é o mais longo e, talvez, o mais formal:
“Lembra-te do dia do
sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a obra, mas no
sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu nem
teu filho, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu
estrangeiro que está dentro de suas portas. Porque em seis dias fez o SENHOR os
céus, a terra, o mar e tudo o que neles há e ao sétimo dia descansou; portanto,
abençoe o SENHOR o dia do sábado e o
santificou. ( Êxodo 20:8-11).
Em geral, há três
abordagens para a questão do sábado.
Primeiro – tem sido
ensinado por alguns que os cristãos devem guardar o Sábado. Esta é a posição,
por exemplo dos adventistas do sétimo dia e também de outros.
Segundo – há visão de que o
domingo é o equivalente ao Novo Testamento, e, portanto, é para ser guardado de
maneira similar.
A Confissão de Fé de
Westminster chama o Dia do Senhor de Sabbath cristão, acrescentando que:
“Esse Sabbath é para ser
santificado ao Senhor quando os homens, após a devida preparação de seus
corações e do ordenamento de seus afazeres de antemão, não apenas guardam um
santo descanso, o dia todo, de suas
próprias obras, palavras e pensamentos, como também ocupam todo esse tempo em
práticas públicas e privadas de adoração, assim como nos deveres de ajuda e
misericórdia. (Parag. XXI. 7,8).
Mais tarde, a teologia
reformada e puritana corroborou essa posição.
Terceiro – há a visão de
que o Sábado foi abolido pela morte e ressurreição de Jesus, e que um novo dia,
o Dia do Senhor, que tem por características próprias, substituiu-o. Essa foi a
visão de Calvino, que disse com clareza “o dia sagrado pelos judeus foi
descartado e que outro [dia) foi
colocado em seu lugar”.
Os defensores do Sabbath
costumam apelar para Gênesis2:2-3 (mencionado no quarto mandamento) como
demonstração do contrário. Estes versículos declaram que Deus descansou no sétimo
dia de toda sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo e o
santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera.
Todavia, para sermos exatos, esses versículos não mostram que Deus instituiu o
Sabbath no ato da criação; no entanto, existem outros versículos para parecem
indicar que Ele o fez. Dois deles estão em Neemias 9:13,14.
“E sobre o monte de Sinai
descestes, e falastes com ele desde os céus, e deste-lhes juízos retos, leis
verdadeiras, estatutos e mandamentos
bons. E seu santo Sábado lhes fizestes conhecer; preceitos, estatutos e leis
lhes mandastes pelo ministério de Moisés. Teu servo.
Se lermos ativamente os
versículos contidos em Êxodos 31:12-17, veremos que esses versículos retratam o
Sábado como um sinal da aliança em Deus e Israel; isso é importante, pois é repetidos duas vezes
(sétimo dia é o sábado de descanso). É difícil enxergar, no entanto, como a
separação e guarda do Sábado como dia sagrado pode ser aplicada em outras
nações. Ao contrário, era a advertência do Sábado que diferenciava Israel das
outras nações, da mesma forma como a circuncisão mantinha os judeus à parte.
E em relação ao domingo?
[de acordo com alguns teólogos] o domingo, seria outro dia estabelecido por
Deus, para a Igreja, e não para Israel, e mesmo assim com características bem diferentes.
Observemos, ao contrário, o
domingo cristão é um dia de alegria, atividade e comunhão, marcas relacionadas
tanto ao dia em que Cristo ressuscitou como àquele em que reencontrou seus
discípulos, instruiu-os e assoprou sobre eles o Espírito Santo.
Nas narrativas sobre a
Igreja primitiva, vemos que o domingo, em vez de sábado, foi estabelecido pelos
cristãos como o dia de reunião e adoração a Deus.
Em suma, na Bíblia, não é
sugerido que a Igreja se reunisse no Sábado ou meso que se contemplasse esse
dia como alguma atenção especial. O sábado era um dia para lembrar de Deus como
Criador e Libertador de Seu povo. Já o Domingo cristão é um dia que celebra a
ressurreição de Jesus Cristo.
QUINTO MANDAMENTO: HONRAR
PAI E MÃE.
O primeiro platô diz
respeito a Deus e é o topo de escada que alcança o céu: segundo platô diz
respeito aos superiores ou inferiores e é o pé a escada, que repousa sobre a
terra. Pelo primeiro platô, caminhamos com reverência em direção a Deus, pelo
segundo, caminhamos com zelo em direção aos homens. Não podemos ser bons no
primeiro e ruins no segundo. (Watson).
O segundo platô da Lei como
começa com o relacionamento de uma pessoa com seus pais. Isso é proposital,
pois, ao tratar com os pais, o mandamento se concentra na menor célula da
sociedade, a família, que é fundamental para todas as outras relações e
estruturas sociais.
Outros tipos de pais estão
incluídos na intenção desse mandamento. Comentaristas bíblicos observam que “há
pais políticos” (aqueles em posições seculares de autoridade), “pais espirituais”
(pastores ou pastoras e outros conselheiros cristãos) e aqueles que são
chamados de pai ou de mãe em virtude de sua idade em virtude de sua vasta
experiência.
O quinto mandamento,
entretanto, refere-se de forma específica aos pais naturais. O quinto
mandamento de Deus é: “Honra teu pai e a tua mãe, para que prolongue os teus
dias na terra que o SENHOR teu Deus, te dá (Êxodo 20:12).
Se os filhos desobedecem a
seus pais, algum dia desobedecerão as leis. Se não respeitarem seus pais, não
respeitarão os professores, aqueles dotados de sabedoria, nem os policiais e
outras pessoas investidas de autoridade em alguma área. E pior, se não honrarem
seus pais, eles não honrarão a Deus. Assim, o quinto mandamento pode requerer
dos pais disciplinar seus filhos e filhas, uma responsabilidade sobre a qual a
Bíblia é clara:
“Instrui o menino (e a
menina) no caminho em que devem andar, e, até quando envelhecer, não se
desviarão dele” (Provérbios 22:6).
E se for preciso:
“Castiga teu filho (e tua
filha) enquanto há esperança...” (Provérbios 19:18a).
Uma vez que os filhos
possam honrar e obedecer por completo aos pais que são delicados, honestos,
trabalhadores, fieis, compassivos e sábios, o quinto mandamento encoraja todos
que são pais se serem dignos. Além disso, exige esse padrão de todos os que
estão em posição de autoridade: políticos, patrões, chefes, educadores e
líderes que exercem influência sobre os outros.
SEXTO MANDAMENTO: NÃO
MATAR.
O sexto mandamento tem sido
mal compreendido por muitos devido às traduções ruins da palavra hebraica
ratsach = a matar. A palavra, na verdade, significa assassinar ou destruir;
a forma substantiva da palavra significa homicídio culposo (quando se mata sem
intenção premeditada) . Esse mandamento deverei ser entendido não assassinarás.
A falta de compreensão sobre isso levou alguns a entender que a Bíblia condena
todas as formas de matança.
No entanto, afirmar que a
palavra ratsach significa assassinar, e não matar é bastante desconfortável,
pois nas perspectiva bíblica, assassinar tem um alcance amplo e contém indícios
de que todos nós somos culpados. Aqui, o ensinamento do Senhor Jesus no Sermão
da Monte é em particular importante. Na época de Jesus e muitos anos antes,
assassinato havia sido definido pelos líderes de Israel, como um ato externo, e
eles ensinavam que o mandamento se referia tão somente ao ato. Todavia Jesus
questionou: “Assassinato é só isso? O ato de matar de forma injusta? É o que
mostra as atitudes? O que dizer de uma pessoa que planejou matar outra, mas foi
impedida de fazê-lo por circunstâncias externas? Ou daquele que deseja matar
alguém, entretanto não o faz por medo de ser presa? E a pessoa que mata por
olhares e palavras”?
Os homens fazem distinção
usando esses parâmetros, e até estão certos pelas perspectivas humanas da lei.
Deus, no entanto enxerga o coração e, por isso preocupa-se também com as
intenções. Jesus diz em Mateus 5:21: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não
matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu porém, vos digo que
qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo”.
Vejamos, portanto, o quê,
que Jesus continua dizendo em Mateus 5:22 “Eu porém, vos digo que qualquer que
sem motivos, se encolerizar contra o seu irmão será réu de juízo, e qualquer
que chamar seu irmão de raça será réu do Sinédrio; e qualquer que chamar seu
irmão de louco será réu do fogo do inferno”.
No texto grego, esse
versículo contem duras palavras chaves: Raca e Moros. Raca é um termo
pejorativo que significa vazio; entretanto, o insulto vai além do significado
da palavra. Isso poderia ser traduzido como: “você é um Zé ninguém, um nada, um
zero a esquerda ou um merda”. Moros, por
sua vez, significa bobo (moroso, lerdo, preguiçoso, encostado, chupa sangue,
explorador, etc). É como que chamasse moralmente uma pessoa de: Retardado.
Alguém que faz sempre o papel de bobo, ou na verdade é um “João sem braço”, que
se faz de bobo para viver levar vantagem.
Em geral, o que nos provoca
ira (nos aborrece) é alguma injustiça, real ou imaginária, que outros cometem
contra nós.
Neste caso, ao darmos lugar
à ira cometemos assassinatos? Sim, cometemos, de acordo com padrão de Jesus.
Guardamos rancor; fofocamos e caluniamos, perdemos a calma (damos o troco)
matamos pelos: menosprezo, maldade e
inveja. E, sem duvida, fazemos coisa ainda piores que reconheceríamos se
pudéssemos ver o interior de nosso coração como Deus vê (Boice).
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Permaneçam sempre alertas
nos sábados seguintes, pois entraremos nos próximos quatro mandamentos,
partindo do: SÉTIMO MANDAMENTO: NÃO COMETER ADULTÉREO.
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Só quero ser um pouco de
Deus em sua vida.
Deus te abençoe e te
guarde.