domingo, 31 de julho de 2016

OS DEZ TALENTOS

OS DEZ TALENTOS

"O texto da mensagem de hoje está em Mateus 25:14-18: "Pois como será o homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um, a cada um segundo a sua própria capacidade; e então partiu. O que recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar com eles e ganhou outros cinco. Do mesmo modo o que recebera dois, ganhou outros dois. Mas o que recebera um, saindo abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor."
A lição básica da parábola dos dez talentos é a produtividade, e chamemos de produtividade a uma vida vitoriosa, de transformação de caráter ou de aquisição de virtudes da vida cristã. Enfim, a produtividade na vida do cristão, depende do tipo de relação que o servo tem com o seu Senhor.
Os dois primeiros servos da parábola tinham uma relação de amor e confiança para com seu Senhor. O Senhor acreditava neles e eles o amavam, respeitavam e admiravam. Então, quando o Senhor foi embora, eles trabalharam com os talentos que o Senhor lhes deixou. E quando voltou, eles tinham o dobro, como fruto do trabalho das suas mãos. Mas sua produtividade estava ligada ao tipo de relacionamento que tinham com o Senhor. Já o caso do terceiro servo é completamente diferente. O terceiro servo era um poço de amargura, de ressentimento, de ódio disfarçado. Era servo. Servia, trabalhava para o Senhor, mas no fundo, desejava vê-lo morto. No fundo, falava mal dele, não acreditava nele. E todo esse poço de veneno, pode ser resumido nos versículos 24 e 25 do capítulo 25 do livro de Mateus: "Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse: "Senhor, sabendo que és homem severo, que ceifas onde não semeaste, e ajuntas onde não espalhates, receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu."
Um servo com medo nunca poderá ser um servo produtivo. A primeira coisa que um servo precisa para produzir, é sentir-se amado, compreendido, aceito. O fruto do sentimento maravilhoso de sentir-se aceito, será a produtividade.
Esta Parábola encerra uma das mensagens mais solenes que o cristão precisa entender: o tipo de relacionamento que Deus quer ter com o ser humano. Às vezes nós nos unimos a uma Igreja pensando que estamos tornando-nos cristãos. No entanto, nunca descobrimos o que é cristianismo. Passamos a vida toda freqüentando uma igreja chamada cristã, mas nunca experimentamos o gozo da vida cristã.
Voltemos por um instante ao Jardim do Éden, quando Deus criou Adão e Eva. Ele não os criou para serem robôs programados para obedecer. Deus os criou para que fossem seus filhos. Deus não quer escravos, quer filhos; seres humanos realizados, valorizados, amados, compreendidos. Se olharmos para a Bíblia, veremos que o relacionamento que Deus teve com Adão e Eva, foi um relacionamento de pai para filho. Todos os dias Deus chegava ao jardim e Adão e Eva jogavam-se nos braços do Pai. Havia uma relação de confiança, de amor, de companheirismo. Sabe quando apareceu o medo? Quando o ser humano tentou fazer-se o deus de sua própria vida. Quando ele usou mal a liberdade que Deus lhe confiara. Porque parte do amor de Deus era a liberdade.
Deus nunca poderia dizer "eu amo meu filho", se o tivesse criado sem liberdade. A expressão de seu amor era a liberdade. Liberdade para fazer o bem ou para fazer o mal. Tem muita gente hoje que pergunta: "Pastor, se Deus sabia que o homem ia pecar, por quê que colocou no Jardim do Éden uma árvore da ciência do bem e do mal? Por que colocou a possibilidade do mal?"
Meu amigo, veja bem, se Deus, ao criar o mundo não tivesse colocado diante do homem a possibilidade do mal, o ser humano não seria livre. O ser humano seria escravo do bem. Ele seria bom unicamente porque não existia a possibilidade de ser mau. Ele não teria liberdade, não poderia escolher. Seria como um animal dominado pelo instinto para um determinado tipo de vida, incapaz de decidir. Foi por isso que Deus criou o ser humano livre. Mas, quando ele usou mal a sua liberdade, o texto bíblico nos relata que: "Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim."
(Gênesis 3:8)
Então veio a grande pergunta que vemos no verso seguinte: "E chamou o Senhor Deus ao homem e lhe perguntou: onde estás?" (Gênesis 3:9)
E desde aquele dia a grande pergunta de Deus tem sido: "Pedro, onde está você? Francisco, Aparecida, Rosa, Maria, Juliana, José, Rubens, onde está você?" E aí vem a resposta do homem. Escondido atrás da árvore, seminu, com vergonha, arruinado, quebrado por dentro, culpado, atormentado pela consciência: "Senhor, tive medo e me escondi."
Meu querido, num cristianismo sadio, não pode haver lugar para o medo. O medo é fruto do pecado. Antes da entrada do pecado não existia medo. Deus nunca desejou que no relacionamento que Ele tivesse com Seus filhos, existisse a palavra medo. O medo é fruto do pecado. 
O que acontece em nossos dias, porém, em nome de Deus e em nome da religião? Muitos líderes religiosos estão criando a religião do medo. Ensinam a temer a Deus, ensinam a ver Deus como aquele soberano sentado em Seu trono, com uma vara na mão, olhando para a Terra, com o objetivo de ver quem é o malcriado que se comporta mal, para castigá-lo. Desde criancinhas crescemos com este conceito: se eu for bom, Deus me ama. Se eu não for bom, Deus não me ama. E crescemos pensando assim. E um dia você bate com o carro e a primeira coisa que imagina é: "o que estará errado em minha vida?" Alguém fica doente em sua família e a primeira coisa que você imagina é: "Que pecado oculto haverá em minha vida para que a doença atinja minha família?" Você perde o emprego, e o primeiro pensamento que lhe passa pela cabeça é "Deus está me castigando, porque fiz isto ou aquilo". 
O inimigo é terrível! Quando alguma provação chega à sua vida, quando surge algum momento difícil, imediatamente ele faz você lembrar de todas as coisas erradas de seu passado. E a conclusão a que você chega é: eu não presto, estou sofrendo porque Deus está me castigando, não posso orar a Deus porque Ele não ouvirá minha oração.

Querido, a religião do medo é a pior coisa que pode acontecer nesta vida. Sabe por quê? Porque o inimigo vai fazer de tudo para levar você para uma vida de pecado e miséria. Mas, se o inimigo não puder mantê-lo no erro, então vai permitir que você volte para Deus, pelos motivos errados. E um dos motivos errados para você se aproximar de Deus, é o medo. Você nunca pode se aproximar de Deus pelo medo. É por isso que se você é um líder religioso, não pode levar a Igreja a um reavivamento autêntico, provocando medo nas pessoas: "Ah, temos que nos preparar porque os juizos de Deus já estão chegando! Temos que mudar de vida porque senão seremos atingidos pela ira de Deus! Temos que nos preparar porque talvez no ano 2000 Cristo volte à Terra!" Não! Se você se preparar por medo, sua preparação não vale nada. Se você se aproximar de Deus por medo, seu cristianismo não vale nada. Por medo, unir-se a uma Igreja, ser batizado e tentar cumprir tudo que Deus pede, não vale. Por medo, para não sofrer os castigos de Deus, para não receber a maldição, para que tudo vá bem! Mas, sabe quando você vai ver a fragilidade de sua triste religião? Quando chegar o momento da pressão, da provação, das dificuldades. 
O terceiro servo da parábola não sabia que tinha medo de Deus. Ele pensava que era mais um servo, mais um membro da Igreja. Ele não sabia que odiava Seu Mestre. Ele não estava consciente do conceito que ele tinha de Deus. As acusações que saíram de sua boca, os impropérios de seu coração apareceram quando chegou o momento do ajuste de contas. Quando viu que o servo que recebera cinco devolvera dez; o que recebera, dois devolvera quatro; e ele que recebera um, não tinha nada. Foi aí que ele confrontou-se com a sua realidade. Ele não amava seu Senhor. Tinha um monte de acusações. Na sua opinião, o senhor era injusto: colhia o que não havia plantado! Cobrava o que não havia semeado. Então disse: "... receoso, escondi na terra o teu talento." (Mateus 25:25)
A minha pergunta é: "qual é o tipo de cristianismo que você pratica? Você tem medo de Deus ou é atraído a Ele pelo seu maravilhoso amor? Que tipo de cristianismo lhe ensinaram? Pois, desde o momento que você entrou na Igreja, tem que se portar direitinho, porque, senão , você poderá receber os castigos divinos? É este o tipo de cristianismo que lhe ensinaram? Então você não entendeu o Evangelho, porque o cristianismo é um relacionamento de amor com o Senhor Jesus. Cristianismo é enamorar-se de Jesus, apaixonar-se por Jesus, entregar-Lhe a vida. Colocar a mão no braço de Jesus e dizer assim: "Senhor, leva-me pelos caminhos desta vida." 
Você não pode querer portar-se bem para ser amado. Precisa, primeiro, ser amado para poder portar-se bem. O filho que sente o amor do Pai é o que melhor se desenvolve. Não teme o futuro nem os desafios porque sabe que está ao lado do Pai e Ele o ama com um amor incondicional. A produtividade na vida cristã depende do tipo de relacionamento que você tem com Jesus.
Você acha que só porque caiu uma vez, Deus o detestou? Você acha que porque escorregou cinco, dez vezes, Deus não acredita mais em você? Ah, querido, a Bíblia está cheia de exemplos, de um Pai que espera, que procura, que chama e que não perde as esperanças. Aceite este amor hoje mesmo.
ORAÇÃO

Pai querido, obrigado por Teu amor infinito. Ah, Senhor, nunca poderemos entender a imensidão deste Amor, mas, obrigado, porque o que seria de nós se não nos amasses tanto. Agora, aceita esta oração e a oração sincera de tantas pessoas que estão falando em seus corações Contigo, aí onde estão. Em nome de Jesus. Amém.
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Fonte: PR. ALEJANDRO BULLÓN

 
 

sábado, 30 de julho de 2016

ESTUDO DA FÉ CRISTÃ. 61

      Estudo da Fé Cristã Nº 61              
      Manual de Teologia ao alcance de todos.
      Autor: James Montgomery Boice.
      Postado por: Erleu Fernandes da Cruz.
      Tema Central: TEMPO E HISTÓRIA
      Capítulo  3 = 
      CRISTO, O CENTRO DA HISTÓRIA.

      No início de seu importante livro, “Crist and Time” [Cristo e o Tempo], Oscar Cullmann, professor de Novo Testamento e cristianismo primitivo na Universidade da Basileia (Suiça), chama a atenção para o fato de que, no mundo ocidental, não calculamos o tempo levando em consideração uma série de movimentos contínuos –, mas, sim, iniciando em algum ponto fixo – centro de onde o tempo é calculado tanto para frente como para trás.
      O calendário judaico começa de onde ele entende ser a data da criação do mundo e move-se sempre para a frente a partir desse ponto. Nós, ao contrário, começamos com o nascimento de Jesus de Nazaré e, então, numeramos as datas em duas direções: para a frente, em uma ascendente sucessão de anos, a qual identificamos com a.D. (anno Domini, no ano do (nosso) Senhor, para marcar o tempo depois de Cristo, ou d.C.), e para trás, em uma regressão aos anos, identificadas como a.C. (antes de Cristo).
      Esse sistema não passou a existir todo de uma vez. O costume de datar para frente, a partir do nascimento de Cristo, foi introduzido no ano 525 (a.D.) por um abade romano chamado de Dionysius Exiguus e teve seu uso difundido durante a Idade Média. O costume de datar para antes do nascimento de Cristo surgiu apenas no século 18. O ponto instigante não é tanto a época em que esses costumes se originaram, mas o testemunho que eles deram no coração os cristãos de que Jesus é o centro da história.
      Um historiador secular para poder avaliar que a vinda de Cristo foi um acontecimento fundamental por causa de sua influência evidente na história. Porém, a convicção cristã, simbolizada pela divisão do tempo no Ocidente, vai além desse conhecimento pragmático. Como afirma Cullmann:
      “O historiador moderno pode muito bem encontrar confirmações, provadas historicamente, de que o aparecimento de Jesus de Nazaré é um momento decisivo na história. Mas a afirmação teológica que está na base da cronologia cristã vai muito além da grande influência do cristianismo nas mudanças históricas. Ela declara expressamente que, a partir desse ponto intermediário, toda a história é para ser entendida e julgada”. (CULLMANN, 1950, p. 19).
      O cristianismo afirma que fora de Cristo não há como determinar do que se trata a história como um todo, nem é possível avaliar com legitimidade os acontecimentos históricos, de modo que um possa ser considerado melhor o mais significativo do que outro. Com Cristo, entretanto, tudo que é essencial para um exame histórico e verdadeiro é providenciado. Afirmamos isso pela nossa divisão do tempo em duas grandes metades histórica.
     A PLENITUDE DOS TEMPOS.
      Tal divisão de tempo não é declarada explicitamente na Bíblia, mas é assinalada com o fato de as Escrituras estarem agrupadas em dois Testamentos: o Antigo e o Novo, onde é contada a vida de Cristo e os eventos relacionados a ela.
      A carta de Paulo aos gálatas ressalta o tempo específico em que Cristo veio e participou de um modo efetivo da história humana. O apóstolo usou e expressão “plenitude dos tempos” para aludir a esse momento:
      “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos”. (Gálatas 4:4,5).
      Essa expressão se refere primordialmente aos eventos históricos, logo o seu significado no que diz respeito a Cristo deve, em primeiro lugar, ser examinado historicamente. O que fez a época em que Jesus veio em carne, o primeiro século da era, ser tão significativo? Muitas respostas costumam ser dadas para isso.
      Primeira: seria impossível imaginar a rápida expansão do cristianismo no mundo, caso Jesus tivesse nascido antes do período de Alexandre, o Grande, e do Império Romano. Antes do nascimento de Cristo, o mundo estava dividido em nações e religiões hostis uma às outras – barreiras insuperáveis para a obra missionária.
      Entretanto, com a aproximação da época de Cristo, essas barreiras foram sendo quebradas, de modo que, quando Jesus surgiu, havia uma unificação global significativa. O mundo se tornou efetivamente um só, e os missionários do Evangelho encontraram as portas das nações abertas quando viajaram por toda a terra para proclamar a mensagem de Cristo.
      Segunda resposta, também importante: a herança das civilizações Greco-romanas. Os gregos haviam deixado sua língua como língua geral de negócio do mundo [assim como o inglês é hoje]. O grego era falado em todos os lugares e foi, portanto, o idioma em que a fé cristã foi comunicada. O Novo Testamento está escrito em grego, e não em hebraico, aramaico ou latim.
      Roma trouxe paz ao mundo (a pax romana) e interconectou o mundo construindo um magnífico complexo de estradas, algumas ainda existentes na Itália, França, suíça, Inglaterra e em outros países. Por estas estradas (e pelos mares), sob a proteção de legiões romanas, o apóstolo e seus companheiros de viagem levaram as boas-novas do evangelho à Ásia menor, à Grécia e a Roma.
      Terceira resposta: a expansão do evangelho foi preparada pela dimensão (diáspora) dos judeus por todo o Império. Pelo fato de terem ajudado o imperador Júlio César durante um momento delicado pelo qual esse passou na campanha do Egito, os judeus tenham privilégios especiais para praticarem sua religião e estavam presentes em toda parte com suas sinagogas, lendo as escrituras e expressando a consciência de Deus. A Igreja primitiva floresceu sob as asas do judaísmo, e foi no interior das sinagogas que surgiram os primeiros convertidos ao cristianismo.
      Quarta: a preparação histórica para a vinda de Cristo, o fracasso da filosofia em fornecer respostas verdadeiras às grande questões da vida, bem como o aviltamento por que passarem os vários sistemas religiosos da época. Era um tempo de tanta decadência moral e depravação que até mesmo os pagãos se indignavam com o que viam.
      Isso significa que o tempo de Jesus foi o ponto central da história. Os séculos primitivos da espécie humana foram uma preparação para esse tempo. Podem ter sido significativos em outros aspectos também – e, sem dúvida, foram –, mas a perspectiva bíblica é que tudo isso estava conduzindo a Cristo. Emil Brunner assim se referiu a tal preparação:
      “Platão e Alexandre Magno, Cícero e Júlio César serviram a Deus ao abrirem caminho para Cristo. É significativo que o Evangelho de Lucas comece com o episódio do censo realizado por decreto do Imperador Augusto, e que o Evangelho de Mateus comece com a história dos magos do Oriente, que deixaram suas terras  para seguir a estrela a qual os levava à Palestina e à corte de Herodes [...]. Há muito tempo, no começo dos começos, Deus havia preparado aquele que Ele enviaria para a salvação do mundo, na plenitude dos tempos, como alguém que, de acordo com Sua natureza humana, britasse da história e encarnasse na história como algo que não se explicasse por si mesmo”. (BRUNNER, 1952, p. 237,238).
      Da mesma maneira, a história bíblica, agora, desabrocha de Cristo mediante o desdobramento de Sua obra e do derramamento de Seu Espírito, como mostra o Novo Testamento.
      O TEMPO COMO PLENITUDE
      Falar da plenitude dos tempos como preparação na história para a vinda de Jesus é apenas uma parte do significado dessa expressão, porém o acontecimento não é necessariamente a parte mais importante.
      É verdade que os eventos da história sob a direção e soberania de Deus foram preparados para Cristo, e, nesse sentido, o tempo de Sua vinda foi o mais propício. Contudo, o tempo foi também pleno, porque o Altíssimo o tornou completo por meio daquilo que Ele fez em Cristo. O tempo de Cristo traz à luz um relacionamento como a história como em nenhuma outra ocasião antes ou depois.
      Devemos focar três momentos principais da vinda de Jesus: o inaugural, a encarnação; o ventral, a crucificação; e o culminante, a ressurreição. Cada um deles é uma parte incomparável com a vida de Cristo, por meio da qual a história deve ser compreendida e julgada.
      A essência da encarnação é que, Por ela, Jesus conquistou a salvação e estabeleceu Seu governo na história e para além dela. O meio pelo qual isso foi obtido foi o nascimento virginal. A concepção de Jesus sem a fecundação de um pai humano sempre confundiu a mente incrédula não somente fora da Igreja, mas também dentro dela, e tem sido negada na tentativa de reduzir Jesus a nível de um mero homem com algumas sensibilidades espirituais não muito bem definidas.
      A encarnação, porém, é mais do que isso. Ela é a “invasão” de Deus na história por intermédio daquele que é, ao mesmo tempo, completamente Deus e completamente homem. Trata-se de um fato sobrenatural e miraculoso, o qual a doutrina do nascimento virginal de Jesus explica e preserva.
      O nascimento virginal é uma questão brilhantemente trabalhada por J. Greshan Machen em “The Virgin Birth of Chist” [O nascimento de Cristo], um livro que ninguém até hoje refutou ou tentou responder. Machen defende o nascimento virginal pelo estudo consciente dos documentos originais (os quais ele demonstra a sua credibilidade) e por uma crítica ousada de todas as teorias contrárias a essa doutrina.
      A pessoa que deseja investigar esse lado do tema deve começar a ler imediatamente a obra de Machen. O que o amor não discute, mas que é de grande significado para a visão cristã da história, é a importância da doutrina do nascimento virginal para a própria história, porém as narrativas bíblicas fazem isso por si mesmas.
      Vejam o hino de Maria após a nunciação do nascimento de Cristo e sua visita subseqüente a Isabel que estava grávida de João Batista (Lc 1:46-55). Ele é conhecido como “Magnificat” palavra de abertura do hino em latim.
      “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque atentou na humildade de Sua serva; pois eis que, desde agora, todas as gerações me chamarão de bem-aventurada. Porque me fez grande coisas o Poderoso; e Santo é o Seu nome. E Sua misericórdia é de geração em geração sobre os que o temem. Com o Seu braço, agiu valorosamente, dissipou os soberbos no pensamento de seu coração, depôs do tronos os poderosos e elevou os humildes; encheu de bens os famintos, despediu vazios os ricos, e auxiliou a Israel, seu servo, recordando-se da Sua misericórdia (como falou a nossos pais) para com Abraão e sua posteridade, para sempre”.
      O poder desse hino prove daquele conceito sobre a “invasão” de Deus na história humana, ao qual me referi. Maria estava descrevendo nada menos que a total subversão da condição da história como nós a conhecemos, na qual o poderoso, geralmente, triunfa, e o pobre passa fome.
      Os poderosos, agora, seriam derrubados, e os pobres exaltados. Os ricos seriam despedidos de mãos vazias, e os famintos, alimentados.  Isso é, seria feito de acordo com as promessas de Deus a Abraão e a outros patriarcas da nação judaica. [A encarnação] foi um evento decisivo na história.
      Podemos observar o mesmo no cântico “Benedictos” do sacerdote Zacarias (Lucas 1:68-80).
      “Bendito o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e remiu o Seu povo. E nos levantou uma salvação poderosa na casa de Davi, seu servo, como falou pela boca de seus santos profetas, desde o princípio do mundo, para nos livrar de nossos inimigos e das mãos de todos os que nos aborrecem e para manifestar misericórdia a nossos pais, e para lembrar de seu santo concerto e do juramento que jurou a Abraão, nosso pai, de conceder-nos que, libertados  das mãos de nossos inimigos, o servíssemos sem temor, em  santidade e justiça, perante ele, todos os dias da nossa vida. E tu, ó menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque hás de vir perante a face do Senhor, a preparar os seus caminhos, para dar ao seu povo conhecimento da salvação, na remissão dos seus pecados, pela entranhas da misericórdia do nosso Deus, com que o oriente do alto nos visitou, para alumiar os que estão assentados em trevas e sombra da morte, a fim de dirigir os nossos pés pelos caminhos da paz. E o mesmo crescia, e se robustecia em espírito e esteve nos desertos até o dia em que teve de mostrar-se a Israel”.    
      Como primeira ilustração esse hino se refere ao nascimento de João Batista, o profeta do altíssimo, que deveria ir ante a face do Senhor. No entanto, ele vai além da obra do anunciador de boas-novas para Israel com a vinda de Cristo. Nesse hino, assim como no Magnificat, o foco está na intervenção do Senhor na história com conseqüências históricas inevitáveis.
      Rousas J. Rushdoony, que abordou os aspectos históricos da encarnação em um ensaio intitulado “O nascimento virginal e a história”, escreveu:
      ”Antes de Jesus Cristo, o mover da história estava confuso e em trevas. Os peregrinos da história tinham medo de movimentar-se, eles não podiam mexer-se porque não encontravam direção no escuro [...]. Agora, com a plenitude da revelação, o povo de Deus caminha com Ele na luz de Cristo. De acordo com o “Benedictus” o grande movimento do homem para frente na história começou em Cristo e com Cristo. [...]. Cada aspecto da narrativa do nascimento não é somente histórico, mas também direcionado para a plenitude do processo histórico”. (RUSHDOONY, 1969, p. 110).
      O segundo momento importante na vida de Jesus é a crucificação, que, como uma parte desse foco da história, detém a centralidade máxima. Ela é o motivo de ter acontecido a encarnação, e é o acontecimento sobre o qual a ressurreição se apóia.
      A cruz é o ponto culminante do Novo Testamento. Cada um dos Evangelhos dedica uma parte consideravelmente extensa de sua narrativa aos eventos da semana final de Jesus em Jerusalém, culminando com Sua crucificação e ressurreição – e não é exagero afirmar que a cruz tem grande relevância na vida e no ministério de Jesus.
      Até o nome Jesus, dado por José ao Filho de Deus, seguindo a orientação do anjo, aponta para a morte de Cristo no Calvário. O anjo explicou a escolha do nome dizendo: “E ela dará a luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mateus 1:21).
      Jesus também falou do sofrimento que estava por vir:
      “E começou a ensinar-lhes que importava que o Filho do Homem padecesse muito, e que fosse rejeitado pelos anciãos, e pelos príncipes dos sacerdotes, e pelos escribas, e que fosse morto, mas que, depois de três dias, ressuscitaria” (Marcos 8:31).
      “O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens e matá-lo-ão; e, morto ele ressuscitará ao terceiro dia”. (Marcos 9:31).
      O Filho de Deus vinculou o êxito de Sua crucificação; “E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim” (Jo 12:32). Ele falou da crucificação como a hora decisiva para que Ele veio (Jo 2:4; 12:23-27; 17:1; comparar com 7:30; 8:20; 13:1). Ao relatar esses acontecimentos, Mateus dedica 2/5 de seu Evangelho à semana final em Jerusalém; Marcos, 3/5; Lucas, 1/3; e João, quase a metade.
      Da mesma forma, a crucificação é um tema do Antigo Testamento: os sacrifícios dados a Israel por Deus com propósitos pedagógicos prefiguram o sacrifício de Cristo. Os profetas o anunciaram com extrema clareza. Jesus, provavelmente, referiu-se a essas duas linhas de testemunho quando pregou para os abatidos discípulos a caminho de Emaús o que o Antigo Testamento previu sobre a Sua morte.
      “E ele lhes disse: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em toda as Escrituras”. (Lucas 24: 25-27).
      Em vista dessa ênfase bíblica, não é surpreendente que a centralidade da cruz de Cristo tenha sido reconhecida pelos cristãos de todas as épocas, mesmo antes, do imperador Constantino ter feito da cruz o emblema universal da cristandade. “A cruz é vista como o foco da fé cristã. Sem a cruz, a Bíblia não teria sentido, e o Evangelho seria um esperança vazia” (BOICE, 1971, p. 144).
      Mesmo quem conhece pouco da Bíblia deve saber que a crucificação de Cristo é o elemento central dela. A Escritura Sagrada conta a história da queda do homem deixando-lhe a esperança de um Redentor. O remédio perfeito de Deus para esse mal é Cristo. A cruz é a solução de Deus para o problema do pecado.
      Contudo, há ainda mais aspectos sobre a centralidade da cruz. Se ela é solução para o pecado – e a única – então ela confronta cada indivíduo com uma crise para a qual ele deve dar uma resposta, e, de acordo com sua decisão, ele viverá ou morrerá. O povo no tempo do Antigo Testamento ou aguardava o Messias como o Salvador prometido por Deus, ou não. Da mesma forma, ou enxergava na cruz que o Altíssimo fez para que alcançássemos a salvação, ou ignoramos tal fato. Nosso futuro depende da nossa escolha.
      O terceiro momento decisivo na vida de Cristo é a ressurreição. Ela é importante em dois sentidos. Primeiro, ela é fundamental historicamente, pois, por causa dela, a Igreja de Cristo veio a existir (e, com ela o cristianismo). Sem uma ressurreição verdadeira na história, os primeiros discípulos teriam dispersado, com sonhos frustrados. Eles teriam dito como os discípulos no caminho de Emaús:
      “E nós esperávamos que fosse ele o que remisse Israel; mas, agora, com tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram”. (Lucas 24:21).
      Pelo fato de Jesus ter aparecido de novo para os discípulos depois da ressurreição, eles se reagruparam como uma comunidade, convencidos da mensagem que deveriam anunciar e ungidos com Seu testemunho, mesmo diante da perseguição e da morte. Nessa guinada histórica a ressurreição foi o ponto culminante e decisivo.
      Segundo, a ressurreição é imprescindível para cada indivíduo, uma vez que é parte da solução de Deus para o problema humano. E, qual é o nosso problema? O pecado, o qual se expressa em três vertentes principais? 1) Leva a pessoa a ser ignorante em relação ao Altíssimo; 2) Aliena-se a Deus; e 3) Enfraquece-a para que não consiga viver para o Senhor, mesmo que ela já o conheça e seja reconciliada com ele.
      A encarnação de Jesus é a resposta de Deus para a primeira vertente do pecado. Embora Ele tenha se revelado também nas Escrituras, é acima de tudo em Jesus Cristo que vemos o Senhor e o conhecemos.
      A solução de Deus para o segundo aspecto é a crucificação. Nela, Ele providenciou uma expiação para o pecado, pelo qual toda culpa é removida, e nós, que estávamos separados do Senhor, somos levados de volta à comunhão com Ele pelo sangue de Jesus (Efésios 2:13).
      A resposta de Deus para o terceiro aspecto do problema é a ressurreição. Ela não é apenas prova da divindade de Jesus e o valor de Sua morte para os pecadores, mas também a promessa e o penhor de uma nva vida, cheia de poder, para todos os que crêem em Jesus. Pode ser dito da ressurreição, assim como da encarnação, que uma nova virtude veio ao mundo, e este nunca será o mesmo por causa dela.
      A importância da ressurreição foi detalhada no Livro II, deste estudo, no qual foi dito que ela comprova que:
      1)- Existe um Deus, e Ele, o Deus da Bíblia, é o verdadeiro Deus;
      2)- Jesus de Nazaré é o Filho unigênito de Deus;
      3)- Todos aqueles que crêem em Jesus são justificados de todo pecado;
      4)- Os cristãos podem desfrutar de uma vida agradável a Deus;
      5)-  A morte não é fim desse vida;
      6)- Haverá um juízo Final sobre todos os que rejeitam o evangelho.
      Então, no meio da história, simbolizada pela divisão a.C. e a.D. (Ou d.C.), situa-se o acontecimento principal: vida e obra de Cristo. A história preparou campo para isso, foi mudada por isso e passou a ser compreendida (e julgada) a partir desse evento. A maior de todas as decisões humanas passou a ser a maneira como cada um de nós responde ao chamado de Jesus.
      SENHOR DA HISTÓRIA
      Algo mais deve ser dito antes de deixarmos esse tema. Embora falemos de Cristo como o foco da história, tal afirmação não é para ser entendida como que se estivéssemos declarando que Ele apenas  apareceu nela e que fora daquele breve intervalo de tempo ele e a história estão separados.
       Pelo contrário, dizemos que Aquele que surgiu na história é também o Senhor dela. Ele pode ser visto desde os primórdios, está atualmente dirigindo a história para executar Seus sábios objetivos, e voltará no fim da história  como seu Juiz. Em outras palavras, Ele é aquele pelo qual o Pai desenvolve Seu relacionamento com a história (como vimos no capítulo anterior).
      Cullmann resume essa evidência bíblica da seguinte forma:
      “Mesmo o tempo anterior. À criação é enxergado inteiramente a partir de Cristo. É o tempo no qual, o no conselho de Deus, Cristo já está preordenado como Mediador dantes da fundação do mundo (Jo 17:24; 1Pe 1:20). Ele é, então, o Mediador da própria Criação (Jo 1:1; Hb 1:2  e, especialmente, v. 10ss; 1Co 8:6; Cl 1:16 [...]. A eleição do povo de Israel acontece com referência a Cristo e atinge seu ponto máximo na obra da encarnação [...].
      O papel de Cristo como Mediador prossegue em Sua Igreja que, sem dúvida, constitui Seu corpo terreno. Por essa mediação, Cristo exerce senhorio conferido a Ele por Deus sobre o céu e a terra, embora, no momento, ser invisível e possa ser visto somente pela fé (Mt 28:18; Fp 2:9ss). Desse modo, Cristo é o mediador que promoverá a conclusão do plano de redenção. Essa é a razão de Sua volta à terra – nova criação no final da história, relacionada no complexo  plano da redenção, está vinculada àquela redenção dos homens, cujo Mediador é Jesus Cristo.
      Com base em Sua obra, o poder de ressurreição do Espírito Santo transformará todas as coisas, inclusive no corpo mortal. Além disso, virão à existência de um novo céu e uma nova terra, onde o pecado e a morte não mais existirão. Somente então, o papel de Cristo como Mediador estará concluído. “Quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, também o Filho do Homem se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos” (1 Co 15:28). Apenas nesse ponto, a linha da história que começou com a criação alcançará seu final”. (CULLMANN, s.d. p. 108,109).
      Embora Cristo seja o foco da história, ele está acima e, ao mesmo tempo, no controle dela. Assim sendo, Ele é a própria história e o sentido dela. Portanto, devemos fazer parte conscientemente dessa história por meio da fé em Jesus.
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      Caros amigos e irmãos, a cada publicação vamos sendo esclarecidos sobre o final dos tempos; da vinda do Senhor Jesus, para julgar os vivos e os mortos. Deparamos então, com a expressão de que haverá um novo céu e uma nova terra. Observemos de que este estudo nos informa de como será o futuro, não dos nossos corpos, mas de nossas almas.
      .............................
      Mais uma vez vos declaro, estamos quase no final de todas as publicações. Faltam, creio eu, pouco mais de uma dezena. Não deixem de acompanhar e façam com que seus contatos acompanhem, também. Deus vos abençoe e vos guarde e vos dê saúde, vitórias e paz. Erleu Fernandes.
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      Na publicação de nº 62 teremos conhecimentos de mais um tema que se intitula: A IGREJA DE CRISTO.
         


sexta-feira, 29 de julho de 2016

BEM-AVENTURADOS.

BEM-AVENTURADOS...

"Bem-aventurados aqueles servos a quem o senhor, quando vier, os encontrar vigilantes; em verdade vos afirmo que ele há de cingir-se, dar-lhes lugar à mesa e, aproximando-se, os servirá." Lucas 12:37

Pensamento: Sem sombra de dúvida, a vigilância é o meio mais eficaz e seguro que nos prepara para encontrarmos com o Senhor. Quando vigiamos, estamos sempre de olho em tudo e analisando o que é a vontade de Deus. Sabemos o que pode embaraçar nossas vidas e nos levar à queda e à morte espiritual, pois quando isso acontece, há uma separação de Deus. A Bíblia nos ensina que devemos fugir de todo o embaraço e pecado (Hebreus 12:1). Se Cristo voltar e estivermos nessa situação, não será nada bom. "Portanto, estai vós também apercebidos; porque virá o Filho do Homem à hora que não imaginais" (Lucas 12:40)

Oração: Pai querido, fazei com que eu esteja sempre atento, vigilante e que logo eu possa identificar as artimanhas do inimigo. Sei que será uma grande tragédia, se Jesus voltar e eu estiver caído. Por isso ajuda-me a fugir da aparência do mal, ficar longe do pecado, e a não desviar meus passos do Seu caminho. Eu oro em nome de Jesus. Amém.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

POR ISSO NÃO DESANIMAMOS

POR ISSO NÃO DESANIMAMOS.

"Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação." 2 Coríntios 4:16-17

Pensamento: O que devemos fazer quando temos vontade de desistir? Sejamos honesto com Deus sobre os nossos sentimentos, Ele conhece nosso coração! Deus nos promete fortaleza quando necessitamos, então vamos recorrer ao Pai e lhe pedir o socorro. Deus têm prazer em fazer milagres, por isso façamos aquilo que está ao nosso alcance e o sobrenatural Deus proverá, pois Ele nos ama. Sejamos perseverantes, porque quando desistimos, perdemos o melhor que Deus tem para nós, que é a recompensa eterna.

Oração: Pai querido, perdoa pelas vezes que eu desanimado acabei desistindo ao invés de ter clamado ao Senhor pelo Seu socorro. Sei que o Senhor é fiel e justo, para trazer o ânimo necessário para que eu possa encarar todas as adversidades e alcançar vitória. Clamo neste momento ao Senhor, para que renove minhas forças e minha motivação, para que eu possa continuar a caminhada sem desviar os meus passos, permanecendo firme nos propósitos do Senhor. Obrigado. Eu oro em nome de Jesus. Amém.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

O SENHOR TE GUARDARÁ.

O SENHOR TE GUARDARÁ.

"O SENHOR te guardará de todo mal; guardará a tua alma. O SENHOR guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre." Salmos 121:7-8

Pensamento: Nossas vidas não são vividas independentemente. O Senhor está conosco pessoalmente. Ele segura nosso futuro e nossa segurança nas Suas mãos. Nossa libertação é garantida; ou libertação da morte, que significa serviço a Ele, ou libertação para Ele através da morte, que significa liberdade dos limites da mortalidade e a guerra com o pecado. O Senhor nos guardará de todo mal!

Oração: Poderoso Protetor, Rocha da minha salvação, agradeço-lhe porque não posso ir onde o Senhor não está. Agradeço-lhe que meu futuro é seguro no Senhor. Que essa segurança seja poder na minha vida para entregar meu futuro e minha vida nas suas mãos. Pelo poder de Jesus acredito nisso, e no Seu nome peço essas coisas. Amém.

terça-feira, 26 de julho de 2016

NÃO ESTAIS INQUIETOS

NÃO ESTEJAIS INQUIETOS...
"Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças." Filipenses 4:6

Pensamento: Diante da correria do dia-a-dia e das muitas tarefas, compromissos e responsabilidades que nos envolvemos, será que é possível viver sem nenhuma inquietação ??? Como lidar com a ansiedade ??? Como viver em paz ??? Neste texto que Paulo escreveu enquanto estava na prisão, ele nos ensina que nossas orações e súplicas devem ser apresentadas a Deus. Não importam as circunstâncias, basta crermos e descansar no Senhor, pois Ele é a pessoa certa para nos dar a paz que excede todo o entendimento. Lembre-se que ficar reclamando não ajuda em nada, pelo contrário, provoca mais ansiedade, portanto em nossas orações vamos lembrar-nos dos muitos motivos que temos para agradecer a Deus.

Oração: Senhor Deus, Tu conheces meu coração, sabes da minha necessidade, conheces todos os meus caminhos, e sabes quais são as decisões certas que eu preciso tomar, por isso eu lhe entrego toda minha ansiedade e toda a inquietação, para que o Senhor guie meus passos, e me faça superar todas estas adversidades. Me perdoa por eu não lhe agradecer como deveria, eu sei que tenho muito mais para lhe agradecer do que para pedir. Leva-me a ter uma vida de gratidão, para que a Sua paz esteja sobre mim. Em nome de Jesus. Amém.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

ESCONDI TUA APALAVRA NO CORAÇÃO...

ESCONDI TUA PALAVRA NO CORAÇÃO

Salmos 119:11 - "Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti. 

Não existe nada mais eficaz para livrar um cristão nascido de novo do poder do pecado do que a Bíblia. Conforme adquirimos conhecimento de Deus através da Escritura, aprendemos o que Ele espera de nós. E agindo em conformidade com a Palavra, pecaremos cada vez menos. Por muitas e muitas vezes, diante de uma tentação (sim, pastores são tentados também), o Senhor me lembrou de textos bíblicos e, ao trazê-los a memória, fui fortalecido em minha convicção de me manter leal ao Senhor que me salvou.

Se você tem lutado diariamente contra tentações, e tem sido abatido em combate, verifique se tem agido com responsabilidade a respeito do seu cuidado com a leitura bíblica. Se for honesto consigo mesmo, perceberá que os períodos de maior entrega devocional e lealdade a Deus foram os períodos em que buscou conhecer mais de Deus pela Escritura. O ciclo de pecado sempre se inicia quando deixamos de orar, ler a Bíblia e congregar. Se enfraquecermos nisso, cairemos. Mas, se guardamos a palavra no coração, sairemos vitoriosos! Deus quer lhe fazer vitorioso através da palavra.
 

domingo, 24 de julho de 2016

QUEM DETERMINA A MORAL?

QUEM DETERMINA A MORAL
PR. ALEJANDRO BULLÓN

"Conheci Luísa no pior momento de sua vida. Tinha tentado o suicídio, levada pelo senso de culpa, como resultado do relacionamento com um homem casado. Queria libertar-se daquela situação e não conseguia. Sua vida tinha se tornado um monte de promessas não cumpridas e decisões sem valor.

Num momento da vida ela quis ser livre. Quis viver de acordo com os padrões morais da sociedade moderna. "Por que está errado, se ambos nos amamos?", pensou. Mas o amor parecia não ter sabor nenhum por causa da culpa que sentia. Eu não sei se você já se pôs a pensar alguma vez, que nunca, na história da humanidade, viveu-se sem tabus, como hoje. Mas por que, apesar disto, o homem de nossos dias parece não ser feliz? Simplesmente porque a tentativa de liberdade sem lei, conduz inevitavelmente à desordem, e a desordem psíquica neutraliza e elimina a mais sensível de todas as capacidades do ser humano: sua capacidade de amar. Sabe por quê? Porque o amor só é possível num ser psicologicamente ordenado. Na desordem psíquica, o amor se transforma em paixão. E a paixão é violenta, auto-destrutiva, agressiva e irresponsável. Na paixão a vida perde a sua permanência, sua serenidade, sua produtividade e seu sentido.

A paixão é um jogo que desperta e libera as forças irracionais do ser humano, até o ponto de arrastá-lo para um erótico prazer físico sem destino espiritual. E, como o ser humano não é um animal, a falta do sentido espiritual, produz frustração e amargura. Deprimido, então, perde a alegria espiritual e mergulha num amargo sentimento de culpa. E tudo isso ocorre porque o homem não é uma máquina: é um ser espiritual e moral.

A realidade é que, como vivemos numa época influenciada pelas experiências científicas que ressaltam a importância da matéria, e como as filosofias materialistas parecem tomar conta de tudo, corremos o perigo de esquecer a dimensão moral e espiritual do homem. Conseqüentemente, esquecemos também que a liberdade não é um atributo apenas do corpo, mas acima de tudo, uma conquista espiritual do homem. O prazer físico, destituído do sentimento do espírito, portanto, não pode jamais ser classificado como uma expressão de liberdade, pelo contrário, é uma redução, ou até, uma perda dessa liberdade. O prazer físico só tem significado quando é parte da essência espiritual do ser humano e quando está em harmonia com os princípios morais que governam sua capacidade espiritual. Nesse quadro, tudo o que mais destrói a liberdade espiritual do homem é o sentimento de culpa, que vem da tentativa de ser livre, sem princípios morais.

A culpa é como uma marca que sempre fica no espírito humano quando este segue uma conduta imoral e já que estamos falando do caso específico de Luísa, falemos então de condutas sexuais amorais como o adultério, a fornicação, o estupro, o incesto, a prostituição, o homossexualismo e outros! Esta culpa, não pode ser eliminada com teorias nem com racionalizações. Teorias e racionalizações só conseguem provocar um conflito interior no homem. Fazem-no perder-se na ambivalência e na neurose e ali, o ser humano além de cativo transforma-se em um ser enfermo. Não pode amar e está sedento de amor. Acha que é um ser liberado e vive na escravidão psíquica de suas paixões, angústias e culpas.

Para que o ser humano possa ser plenamente realizado e feliz, precisa de um padrão moral, mas agora vem a pergunta: Quem é que determina o que é moral ou imoral? A sociedade? A maioria democrática? As estatísticas ou a maturidade biológica do indivíduo?

Desde o século passado a sociologia tem ensinado que na sociedade existem mudanças permanentes nos costumes e nos conceitos éticos e que, portanto, a moral é criada pela sociedade. Mas até que ponto isto é verdade? Claro, não podemos desconhecer que existem mudanças de costumes em todas as sociedades. Contudo, um estudo cuidadoso demonstraria que todas as tentativas feitas ao longo da história para mudar a estrutura moral, fracassaram, porque no fundo, o ser humano continua sendo um ser moral. É verdade que, naturalmente ele é inclinado aos vícios, à corrupção, ao erotismo e a imoralidade. Mas existe nele algo que nunca o abandonará e cuja presença demonstra o sentido moral que o homem tem por criação. Refiro-me a sua consciência de culpa.

A sociedade pode mudar todas as regras do jogo moral. Pode modificar todos os princípios de conduta. Pode eliminar todas as restrições. Pode até criar um novo sistema de moral. Contudo, nunca eliminará a consciência da culpa que o homem sempre leva consigo quando comete atos imorais.

As novas ideologias, popularizadas através da mídia, levam o homem a racionalizar sua conduta, mas apesar disto, ele continua angustiando-se e continua sentindo-se culpado, embora nem sempre saiba identificar as verdadeiras raízes de sua culpa. Isso acontece porque seus atos foram deformados, como escombros depois de um bombardeio, pelas diversas ideologias existentes. Pode não saber quais são os princípios morais retos. Pode não conhecer as leis da conduta humana, mas apesar disso, tem consciência de ser um transgressor. Essa realidade aparece praticamente em sua vida pessoal. Os conflitos do homem, consigo mesmo, refletem-se em suas relações com os demais. Luta contra os seres que ama. Comete violência contra os que estão mais próximos de seu coração e trai aqueles a quem deseja o maior bem. Em outras palavras, o homem está moralmente incapacitado de amar.

Falemos agora da maioria democrática. É ela que determina a moral? Subconscientemente muitas pessoas, adultos e jovens, acham que é assim. Quando há um grupo que toma um determinado caminho, todos seus integrantes tendem a seguí-lo. Parece que isso seria o correto. Por exemplo, a nossa sociedade, hoje em dia, começa a encarar as relações sexuais antes do casamento como algo normal. A mídia bombardeia de noite e de dia e de repente defender a castidade parece ser assunto de outra época. Uma garota virgem é caçoada ou vista como careta.

Esta é uma realidade. Quando o grupo social modifica os princípios de conduta, pensa-se que a maioria tem razão. Mas não é assim. A própria experiência do indivíduo que atua sob a pressão social demonstra que a conduta definida deste modo não é mais que uma moral de ficção. Sua realidade desaparece, tão logo o homem enfrenta sua própria consciência.

Passemos a outro ponto. Podem as estatísticas definir os princípios morais? Hoje realizam-se pesquisas para determinar o que as pessoas crêem ou realizam em sua vida moral e depois se pretende que a média revelada por tais pesquisas determina a conduta moral. Mas a verdade é que a única coisa que se consegue desta maneira, é determinar a existência de certos tipos de conduta, mas isso não muda as regras morais.

Quem é então que determina a conduta moral do homem? Bom, a norma de conduta que permite ao homem atuar como um ser livre para amar, tem que ter sua origem no amor. Uma simples ordem moral não resolve o assunto da liberdade humana. Possivelmente se baseie nisso a confusão que existe na maioria dos pensadores que buscam a liberdade do homem. Não trabalham com uma norma moral que tenha sua origem no amor. Trabalham com normas que surgem da conduta social, das restrições governamentais, e assim por diante. Essas normas existem, mas não surgem de uma fonte que possamos definir essencialmente como amor.

Somente o amor gera a capacidade de amar. Os princípios de conduta que não surgem do amor podem agrupar-se numa ética de conduta, mas não podem determinar uma conduta moral. A verdadeira moralidade e o amor estão indissoluvelmente unidos. Não me refiro ao amor no sentido de ética circunstancial. Esta, estabelece que o amor é a única norma para as decisões que a pessoa deve tomar. Eu me refiro ao amor como fonte da norma moral. A pessoa que defende a ética circunstancial está sempre disposta a seguir uma conduta que sirva ao amor. Ela acha que pode haver, e freqüentemente há, conflitos entre o amor e a norma. Acha que o amor usa a norma somente quando convém. Acha que a única coisa correta é o amor, sem levar em conta o seu conteúdo. Mas a verdade é que o verdadeiro amor atua sempre através de princípios e normas e essas normas e esses princípios que se originam no amor, determinam o que é bom e correto para a conduta humana.

Não se trata do amor em uma situação particular, como o entende a ética circunstancial, trata-se do amor para todas as situações. Não é fazer o que se quer, em nome do amor, mas viver os princípios através dos quais o amor se explica. Enquanto a ética circunstancial estabelece que qualquer dever, numa determinada situação pode ser total ou parcialmente quebrantado, porque o importante é cumprir a lei do amor; a realidade é que a lei que se origina no amor estabelece princípios para a conduta humana, que devem ser aplicados a todas as situações da vida. A pessoa não pode se dividir porque ela é uma totalidade. Toda vez que atua, ela o faz em função da total e indivisível unidade de seu ser.

Essa unidade é destroçada quando se modificam os princípios de conduta. Se hoje deve atuar de uma determinada maneira diante de uma decisão moral, e amanhã, diante da mesma decisão moral, deve atuar de outro modo porque as circunstâncias se modificam, sua estrutura psíquica se destroça. A unidade de sua própria estrutura pessoal sofre, e com isso, sofre a totalidade de seu ser. Deixa de ser o que é. O amor não chega a produzir os frutos, e a pessoa perde a plena liberdade. Não consegue a estrutura da personalidade que lhe permite ser uma pessoa livre para amar. Perde sua liberdade interior e com isso perde o fruto do amor e o próprio amor. O que a ética circunstancial chama de amor na realidade é uma falsificação do amor.

A maturidade, a responsabilidade e a liberdade não são produtos de uma determinada situação. São as estruturas necessárias para viver as normas do amor mediante o qual se destrói o mal moral.

O mal moral entretanto, está sempre presente na vida humana e a Bíblia o chama de pecado. Como podemos identificar o mal moral ou o pecado? Através dos princípios de uma lei moral permanente. Se a lei fosse transitória ou circunstancial, não haveria maneira de saber se uma decisão ou um ato são moralmente corretos.

O fato de sermos seres morais, prova com clareza que o ser humano precisa dos princípios de uma lei moral permanente que oriente seus atos nesta vida.

A Bíblia é clara em afirmar a permanência e a necessidade de uma lei moral. Deus é amor e como expressão desse amor nos deu a lei moral. São João afirma: "...E todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus... pois Deus é amor".

O apóstolo Tiago chama a essa lei, a lei da liberdade, por quê? Simplesmente porque as normas da lei moral não foram dadas para arruinar nem limitar a vida de ninguém, mas proteger a vida do ser humano.

Pense um pouco nas leis de trânsito, por exemplo. Você acha que elas foram dadas para tirar a liberdade do ser humano? Pelo contrário. Hoje, com o novo código de trânsito você anda seguro. O índice de atropelamento e mortes fatais como conseqüência de acidentes nas estradas, diminuiu. Quer dizer, todas essas leis são protetoras da vida.

Mas o ser humano é interessante. Ele pretende ser livre, jogando no lixo o código de trânsito da vida. Cada um tenta ser feliz a seu modo. Cada um tenta fazer sua moral. Mas o que acha Deus disso tudo? Vejamos o que diz Deuteronômio 30:19: "O céu e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência". (Deuteronômio 30:19)

Aqui Deus dá plena liberdade ao ser humano. Liberdade para seguir o caminho moral divino que conduz à vida ou o caminho moral humano que conduz à morte. Mas Deus nunca deu liberdade ao homem para determinar o que é moral ou imoral. Isso é um atributo divino. A lei moral nasce no amor de Deus com o propósito de proteger a vida e a felicidade humana. O homem pode aceitar ou rejeitar, mas não pode determinar o que é certo ou errado do ponto de vista moral.

Quando o ser humano tenta criar seu próprio código moral, por mais que negue, percebe o agudo vazio que vive, percebe claramente a angústia de sua alma e sofre um intenso sentimento de culpa. Geralmente nega essa realidade. Nega-a porque é arrogante, egoísta e incrédulo. A arrogância, porém, só produz insegurança. O egoísmo gera descontentamento e a incredulidade gera angústia. A segurança, a plena liberdade e a satisfação da vida somente se encontram numa relação de fé com Cristo, numa relação de obediência a Deus e numa relação de responsabilidade para com o próximo.

Quando falo dos princípios morais e da pessoa de Cristo, estou falando da vida. Vida no sentido amplo. Ninguém pode cumprir os princípios morais sem estar em Cristo. Falo do Cristo da vida. Do Cristo diário, não do Cristo de fim de semana.

Ah, querido! A moral não é determinada pela sociedade. A maioria democrática não determina a moral. As estatísticas não definem a moral. A maturidade biológica não estabelece a moral. Os princípios que conduzem o homem à felicidade tem que ter origem no amor de Deus. Estes princípios têm que ser permanentes e devem conter tudo que é necessário para que o homem alcance plena liberdade: psíquica, espiritual, social, moral, enfim, liberdade na sua plenitude, liberdade que nasce no amor de Deus e que é desfrutada pelo homem sem sentimento de culpa, sem inibições, sem limitações, mas com responsabilidade.

Luísa estava ali, diante de mim, com os olhos cheios de lágrimas e o peso da culpa destruindo sua vida. "É possível recomeçar?", perguntava ela angustiada.

O maravilhoso de tudo é que Deus sempre está pronto a receber, a perdoar e a transformar a vida.

Por que você não abre o coração a Jesus neste momento? Por que não lhe entrega a vida e decide viver com Ele?
ORAÇÂO

Oh Pai querido, às vezes, querendo ser livres, tomamos nossa vida e andamos por nossos próprios caminhos. Tudo que conseguimos, porém, é mergulhar num poço sem fundo, onde nos afogamos em nosso próprio egoísmo e em nosso próprio desequilíbrio. Tentamos ser felizes e não conseguimos. Então nos lembramos de Ti, e às vezes, como último recurso. Tu és tão maravilhoso que, mesmo assim, sempre estás disposto a estender a mão. Neste momento, se alguém está estendendo a mão em Tua direção, por favor Pai, segure-a, resgate Teu filho, transforme a sua vida. Em nome de Jesus. Amém.

sábado, 23 de julho de 2016

TEOLOGIA Nº 61

Estudo dos Fundamentos da Fé Cristã Nº 60              
      Manual de Teologia ao alcance de todos.
      Autor: James Montgomery Boice.
      Postado por: Erleu Fernandes da Cruz.
      Tema Central: TEMPO E HISTÓRIA
      Capítulo  2 = A MARCHA DO TEMPO.
      Próximo tema: UMA VISÃO CRISTÃ DA HISTÓRIA
      ..............................
      Essas frases da oração do Pai-Nosso mostram vários componentes de uma visão cristã da história: uma meta (o Reino de Deus); uma luta (o reconhecimento que esse Reino não vem naturalmente, nem a vontade do Senhor é cumprida naturalmente, sem opção); a responsabilidade humana (de orar e trabalhar para o estabelecimento desse Reino).
      No entanto, uma melhor maneira de traçar uma visão cristã da história está nas exclusivas doutrinas bíblica que a sustentam: criação, providência, revelação, redenção e julgamento. Quando aplicada à história, tais doutrinas ensinam que há uma história da espécie  humana abrangente e universal; Deus controla a história, e, por causa disso, ela tem um padrão ou uma meta; Deus age de modo redentor na história, e homens e mulheres não são responsáveis pelo que fazem ou deixam de fazer no curso dela.
      1º - O primeiro ensinamento é a doutrina bíblica da criação: o mundo não é eterno, mas veio a existir da vontade de Deus e por meio de seus atos explícitos. O mundo natural é enxergado como pano de fundo do mundo dos homens e mulheres (Gn 1). Isto é, a espécie humana não é uma parte menor ou ocidental de ordem eterna das coisas, mas, em vez disso é uma porção valiosa e específica da criação, para a qual outras partes vieram à existência.
      A humanidade veio de um casal original, Adão e Eva, e é, portanto, uma só, a despeito de divisões subseqüentes em grupos étnicos e nacionais. O propósito da história deve envolver todos esses grupos, e não simplesmente os ocidentais ou outros “povos favorecidos”.
      O mundo antigo não teve uma filosofia como essa em lugar nenhum, nem existe algo semelhante hoje,  a não ser pelos conceitos derivados do cristianismo. Os gregos não tiveram uma visão universal na qual todos os seres humanos de todas as raças fizessem parte de um grande quadro.
      A necessidade de um espaço universal para a história tem sido enfatizada apenas recentemente pelos historiadores seculares. Vamos lembrar as histórias de Oswald Spengler e Arnold Toynbee.
      O que é novo nesses autores é o desejo deles explícito de escrever uma história universal da espécie humana. Nesse ponto, Spengler, em sua obra de dois volumes The Decline of the West (O Declínio do Ocidente), ér um crítico de seis predecessores. Eles os acusa de terem sito provincianos ao pensarem que a Europa é o centro mais importante da história simplesmente porque vieram de lá.
      Os historiadores criticados por Spengler ignoram outros povos e outras regiões. Mais sério do que esse provincianismo, entretanto, é o erro de interpretação para o qual isso conduz. Ao restringirem à preocupações à Europa, pode ser possível divisar o tipo de visão progressiva da história que os historiadores dos séculos passados produziram.
      Mas, quando se olha se olha para além da Europa e da Ásia, e de outras regiões esquecidas do mundo, pode-se enxergar de imediato que a história não é um processo linear ascendente, mas, em vez disso, um fenômeno no qual as culturas nascem, crescem com vigor, deterioram e morrem.
      Como base nessa analogia, Spengler previu o declínio do Ocidente (por sinal, o título de seu livro). Essa predição rendeu a ele grande conhecimento. Toynbee é mais otimista que Spengle, além de menos ambicioso. Sua obra, originalmente de 12 volumes, e chamada “Um Estudo da História”, que ele definiu como uma mera interpretação entre muitas, e não como a interpretação da história de todos os tempos.
      Embora diferente da abordagem, o objeto de estudo é o mesmo de Spengler – abraçar toda a história dentro de uma moldura ampla. Ao fazer isso, Toynbee compartimentou 34 civilizações, incluído 13 independentes, 15 satélites e 6 subdesenvolvida. Cada uma caracterizada  por uma ideia predominante.
      Aqui se encontra um dado interessante. Embora tanto Spengle como Toynbee parecem alertar para o fato de que espécie humana seja uma e que a história da espécie deveria, portanto, ser uma história universal, suas histórias são bastante diferentes. Chegam a impressionar como são poucas as sobreposições entre elas. O que está errado? Isso significa que o desejo por uma história universal está no lugar errado ou que, nenhuma das histórias existem realmente? Não necessariamente.
      A divergência entre dois historiadores importantes como Spengle e Toynbee significa, na verdade, que é muito difícil para uma mente humana dar contra de uma matéria de tamanha proporções. Isso pode ser colocado de maneira mais contundente.
      Na medida em que a escrita da história envolve uma seleção e interpretação de fatos, a seleção é sempre feita, pelo menos em parte, com base na experiência subjetiva e no julgamento do intérprete, é impossível escrever uma história puramente objetiva. As interpretações históricas dessa abrangência, ou mesmo de uma abrangência mais limitada, sempre vão diferir entre si.
      A única maneira de solucionar esse problema é recebermos uma interpretação vinda diretamente da história anterior à nós – de um Ser que entende da história com perfeição, mas está cima e além dela, e não é, portanto, afetado pelas distorções  e pelos prejulgamentos a que estão sujeitos os que vivem e trabalham na história. A única maneira de ter uma visão objetiva e universal dela é ela ser providenciada por Deus, o Deus da história.
      O cristianismo sustenta que Deus realizou isso. Quando falamos de uma doutrina da criação e suas implicações para a visão universal da história, nós o fazemos apenas porque Deus nos revelou essas coisas por meio das Escrituras Sagradas.
      2º - Tal raciocínio conduz naturalmente à doutria cristã da revelação, mas, antes de considerarmos esse ponto, é necessário da uma olhada na doutrina da providência, que segue a criação. A Bíblia revela que, tendo criado o mundo. Deus não o abandonou como se fosse um grande relógio que Ele houvesse construído e tivesse de funcionar sozinho. Ao contrário, Deus dirige o desenrolar da história mediante Seus decretos eternos, e, às vezes, intervém sobrenaturalmente tanto na natureza como na história para adequá-la.
      A doutrina na providência divina coloca a visão da história em patamares completamente diferentes do naturalismo. O naturalista acredita que existem certas leis inalteráveis para a história, pelas quais é possível prever o que virá.
      Spengler é um exemplo dessa visão, pois utilizou leis de nascimento, crescimento, declínio e morte para prognosticar a queda da civilização ocidental. Um exemplo ainda melhor, é Karl Marx (1818-1883), o qual reduziu as leis da história a fatores materialistas e econômicos.    
      Mas dói influenciado pela dialética de Hegel, mas garantiu que tinha a concepção dialética em sua mente. O que ele quis dizer foi que Hegel fez do espírito da racionalidade o fator determinante no eterno fluxo da tese para a antítese e, daí, para a síntese, enquanto ele, ao contrário, fundamentou na natureza até mesmo aquelas forças racionais.
      A visão de Marx foi inspirada por outro pensador alemão, Ludwig Feuerbach (1804-1872), que afirmou pelo uso de um trocadilho que der Mensh ist was er ist (o homem é pelo que ele come). De acordo com essa visão filosófica, os fatores materialistas e econômicos são tudo, o que resulta no fato de que a luta de classes, a ação revolucionária e, por fim, a sociedade sem classes são produtos inevitáveis.
      Os cristãos não estão presos a esse determinismo. De acordo com a Bíblia, Deus tem um plano na história, e ela está seguindo esse propósito. No entanto, isso não significa que a operação desse plano é mecânica. Nesse ponto, é claro, penetramos em um dos grandes mistérios da fé cristã: o relacionamento entre os decretos eternos, ou vontade de Deus, e as vontades humanas, que lhes são contrárias.
      Não podemos afirmar sempre com precisão de que forma esse relacionamento funciona, MS podemos declarar que cada uma das partes é real, e o fluxo da história está, portanto, condicionado, pelo menos parcialmente,  à obediência ou a rebelião contra Deus.
      A conseqüência mais importante desse fator humano, no que se diz respeito ao plano de Deus na história, é que esse plano não se encaixa no que consideramos uma realidade matemática. Há período de acontecimentos espirituais muito rápidos e existem aqueles em que a promessa do Senhor parecem estar atrasadas. A libertação de Israel, em contrastes com os 400 anos anteriores de cativeiro, é um exemplo. Como indivíduos, Deus parece, às vezes, estar agindo com muita velocidade em nossa vida. Em outros momentos, sentimos um avanço muito lento.
      Por causa da nossa atração por agendas apertadas e ritmos acelerado neste século, esse tipo de ambiquidade, geralmente, deixa-nos frustrados. Entretanto, para fazer sentido quando percebemos que o propósito divino na história não é construir prédios (nem mesmo igrejas) com mais rapidez que todo mundo, ou fazer os trens e aviões cumprirem seus horários, mas, sim, aprimorar o caráter e o comportamento do Seu povo.
      Isso deve ter acontecido com Abraão durante os 25 anos que ele esperou pelo nascimento de Isaque, o filho da promessa. Abraão tinha 75 anos quando Deus apareceu a ele pela primeira vez e transmitiu-lhe a promessa, mas tinha 100 anos quando viu seu filho nascer.
      Da mesma forma, José viveu muitos anos na escravidão e, mais tarde, na prisão, antes de ser exaltado à posição de segundo no governo do Egito.
      Moisés tinha 40 anos quando escolheu identificar-se com o destino de seu povo, em vez de permanecer com a realeza do Egito. Contudo, ele teve que fugir do Egito, e só 40 anos depois, finalmente, foi chamado por Deus para retornar com a ordem divina à faraó: “Deixe o meu povo ir”.
      Em cada um desses casos, o Senhor usou os anos difíceis para moldar o tipo de caráter que Ele precisava ver em Seus servos, para que fossem chamados à grande responsabilidade.
      Além do mais, uma vez que tal comportamento e caráter só podem advir da comunhão profunda com Ele, Deus deu a solução para que fôssemos  inevitavelmente levados a Ele por meio da oração e de outras formas de comunhão. Assim, oramos pela vinda de Seu Reino e clamamos pela manifestação de Sua vontade em todas as áreas de nossa vida.
      3º- Outro ensinamento que tem grande proeminência em uma visão cristã da história é a doutrina da revelação, a qual está relacionada às duas primeira. Sabemos, somente pela revelação dada a nós, que este mundo foi criado por Deus e é dirigido por Ele de acordo com o Seu plano perfeito.
      A revelação tem tanto um aspecto geral e objetivo como um subjetivo. Isto é, há uma revelação do plano total de Deus nas Escrituras, começando com a criação da espécie humana, prosseguindo com a queda, o chamado de um povo especial por intermédio do qual o Redentor viria, a aparição e a obra de Jesus, o estabelecimento da Igreja e promessa do retorno final de Cristo.
      Tudo isso é um quadro objetivo para uma visão cristã da história. Contudo, a revelação possui um caráter subjetivo. Quando lemos a Bíblia, o Senhor nos fala com o objetivo de chamar cada um para participar desse quadro mediante a fé em Jesus e obediência a Ele.
      Jesus é o ponto culminante da história. Nós nos tornamos uma parte da obra de Deus nessa história e servimos ao projeto divino para a história apenas quando entramos em um relacionamento com Aquele que está no comando das operações.
      A ideia bíblica mais importante nesse ponto é o Reino de Deus, discutido intensamente no livro dois desta obra.
      O Reino de Deus tem três dimensões, com cada uma produzindo uma visão cristã do que está acontecendo na história. Uma delas é a que poderíamos chamar de domínio geral ou soberano de Deus.
      “Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre os reinos dos homens e a quem quer constitui sobre eles” (Daniel 5:21).
      “E louvei, e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é um domínio sempiterno, e cujo reino é de geração em geração. E todos os moradores da terra são reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa estorvar as suas mãos e lhe diga: que fazer”? (Daniel 4:34b, 35).
      “O Senhor desfaz o conselho das nações; quebranta os intentos dos povos. O conselho do Senhor permanece para sempre, os intentos de seu coração, de geração em geração”. (Salmo 33:10,11).
      “Eu formo a luz e crio as trevas; eu faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas as coisas”. (Isaías 45,7).
      “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto”. (Romanos 8:28).
      O governo de Deus na história é verdadeiro, quer os homens e as mulheres reconheçam isso, quer não. Eles não podem quebrar o domínio de Deus. Com sua rebeldia, podem apenas quebrar a si mesmos como um ferro indefeso diante de uma bigorna.
      A dimensão pessoal do Reino é vista na obra de Deus para tirar uma pessoa do estado de rebelião e oposição ao Seu governo e colocá-la no estado de alegre participação nele. O Senhor faz isso pelo novo nascimento. O Reino é enxergado, então, a ação de Deus no interior do indivíduo para moldá-lo cada vez mais nos padrões do Seu Reino e usar o testemunho de cada cristão para levar esse Reino a outras pessoas.
      Quando oramos: “Venha o teu reino”, estamos clamando pelo governo de Deus nas vidas das pessoas hoje (e não meramente por uma futura vinda de Cristo). Finalmente, haverá, sim, uma manifestação futura desse Reino, quando Jesus voltar para julgar os vivos e os mortos.
      A Bíblia é uma revelação: (1) do governo e da direção geral de Deus na história; (2) de uma realidade presente na qual o Espírito Santo tem conduzido muitos indivíduos para, voluntariamente, moldarem-se às metas do Reino de Deus; (3) da promessa de que o Reino será, um dia, consumado no julgamento de pecadores e no eterno e glorioso reinado de Cristo. Dentro dessa moldura, aqueles que crêem em Jesus têm uma responsabilidade dupla: viver para Ele e ser Suas testemunhas por todo o mundo.
      4º - A doutrina da redenção introduz dois conceitos que já haviam sido mencionados, mas não suficientemente discutidos: o pecado e a atuação exclusiva de Deus em Cristo para salvar o pecador.
      O primeiro tema (pecado) explica nenhuma concepção naturalista ou não ética da história pode ser adequada. Aqueles que aceitam as pressões para se conformar com o entendimento moderno e progressista da história são mais vulneráveis nesse ponto, uma vez que o progresso que eles previram não é puro progresso, e, em certos casos, é questionável o que eles apóiam e consideram como progresso.
      O problema não é que os assim chamados elementos progressistas não estejam presentes. Eles estão. No entanto, uma trágica falha humana – que a teologia humana chama de pecado original – desfigura esses elementos de progresso, direcionando-o muitas vezes para fins destrutivos ao invés de construtivos.
      Na sociedade hipócrita de hoje, credita-se que esse elemento destrutivo está no âmago das instituições e, por isso, pode ser eliminado pela revolução ou pelas reformas sociais. Contudo, o problema é muito mais profundo que isso: ele está na natureza dos homens e das mulheres e, logo, somente pode ser tratado por Deus, para quem todas as coisas – mesmo uma reconstrução da natureza humana – são possíveis.
      Nos dias de hoje, alguns pensadores seculares já se inclinam para reconhecer o que a revista Time chamou certa vez de “um lado escuro” na natureza humana. Em seu ensaio sobre o mal: o fato inevitável, escrito logo após o massacre e My Lai, em um dos episódios mais sangrentos do Vietnan, a Time desejou ir além do aspecto mediano da tragédia ao tentar explicar o mal da natureza humana. O articulista escreveu:
      “Os jovens radicais de hoje [final da década 1960] são dolorosamente sensíveis a estes e outros erros de sua sociedade, e os denunciam com violência. Mas, ao mesmo tempo, eles se comportam como os americanos comuns em sua incapacidade em colocar o mal em sua perspectiva histórica. Para esses jovens o mal não é um componente irredutível do homem, um fato inevitável da vida, mas é alguma coisa cometida pelas gerações mais velhas, atribuído a uma classe social particular ou ao “sistema”, e erradicável por meio do amor e da revolução [...]. My Mai é um símbolo da violência que treme sob a superfície da vida americana; onde mais e de que maneira explodirá? Quanta injustiça e corrupção distorcem a realidade da democracia que os Estados Unidos oferecem ao mundo” (TIME, 5/12/1969.p. 27).
      Alguns anos depois, a revista de uma universidade americana fez a mesma observação em relação a um livro do teólogo Harvey Cox, da Universidade de Harvard, no qual ele convidava aos leitores a terem uma fé otimista no “mundo interior” da imaginação humana. A revista objetou:
      “Três gerações de escritores americanos testificaram a crueldade, o vício e, sem dúvida, a sanidade excessiva de nossa sociedade são coisas , mas que procedem exatamente do nosso “interior”; que nossas instituições não foram geradas na lua, mas são projeções, de fato, das estruturas encontradas nos poços profundos de nossa imaginação”. (LUCID, 1974, p. 7).
      Os cristãos corroboram essa análise. Esse é um problema da história, na queda original do Éden até os tempos modernos. Mas qual é a solução? Se Deus não agisse na história, não haveria solução, existiria apenas uma luta contínua contra o mal, em que o pessimismo ou o escapismo teria prevalecido.
      Contudo, Deus age. Ele atua decisivamente, não somente para dirigir a história ou prover um sistema no qual os piores pecados seja inevitavelmente julgados, mas para redimir aqueles que são responsáveis pelo mal. Ele o faz pela obra de Jesus Cristo.
      A Bíblia declara que “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação” (2 Co 5:19). Na medida em que Cristo governa sobre a história, não pode haver pessimismo para a pessoa que crê nele e no valor de Seu sacrifício.
     5º - Porém, nem todos serão redimidos. Essa é uma afirmação dura, mas está em conformidade com os ensinamentos da Palavra de Deus. Portanto, para tomar uma visão da história completa,  deve ser acrescentada às doutrinas já examinadas – criação, providência, revelação e redenção – a do juízo final de Deus. Os cristãos expressam sua crença nessa doutrina do Credo apostólico: De onde [isto é do céu] Ele [Cristo] virá para julgar  os vivos e os mortos”.
      Ao afirmar que Cristo irá julgar os mortos e também os vivos, esse credo está dizendo, em ultima análise,  que o mundo da história não é encontrado apenas no fim dele – como se todas as coisas tivessem sido construídas para um momento final de consumação, no qual alguns serão julgados capazes ou incapazes para a glória. O sentido da história, em vez disso, por mais banal que seja, onde houver escolhas a serem feitas por qualquer indivíduo, seja ele quem for, não importando de onde venha ou o quão importante parece ser.
      Retornando, então, à ideia levantada no final do capítulo anterior – o momento mais importante da história é sempre o agora. Citarei Butterfield de novo, o qual aborda esse ponto com uma analogia interessante:
      “A história não é como um trem, cujo único propósito é chegar ao seu destino, nem como a concepção que meu filho caçula tem dela quando ele conta os 365 dias anteriores ao seu próximo aniversário e avalia-os como um período sem graça e monótono, apenas para ser sofrido em prol daquilo que vai conduzir [o próximo aniversário]. Se quisermos uma analogia com a história, devemos pensar em alguma coisa como uma sinfonia de Beethoven – o clímax dela não e guardado para o fim, a plenitude da sinfonia não é uma mera preparação para uma beleza que só será atingida no último compasso. Embora, em certo sentido, o final possa estar constituído da arquitetura do todo, em outro, cada momento da sinfonia tem sua própria justificativa, cada nota está em seu contexto particular – tão valiosa como qualquer outra nota –, cada estágio do seu desenvolvimento tem seu significante imediato, independente de qualquer desenvolvimento que aconteça [...]. Logo, estaremos contemplando a nossa história sob a luz apropriada se dissermos que cada geração – na verdade, cada indivíduo – existe  para a glória de Deus” (BATTERFIELD, 1950, P, 67).
      A GLÓRIA DE DEUS.
      Não há exemplo melhor para nós do que o exemplo de nosso Senhor. Cristo veio à terra não para fazer a própria vontade, mas a do Pai, que o enviou (João 6:38).
      “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a glória que me deste a fazer” (João 17:4). De que forma a obra de Cristo traz glória para Deus? Revelando claramente o próprio Deus. Glorificar o Senhor significa confirmar as qualidades dele e torná-las conhecidas. As qualidades de Deus são vistas em sua plenitude na cruz de Cristo. Lá, mais do que em qualquer em outro lugar, a soberania, , a justiça, a retidão, a sabedoria e o amor de Deus são revelados abundante e irrefutavelmente.
      Vemos a soberania do Altíssimo na maneira como a morte de Jesus foi planejada, prometida, e, por fim, aconteceu, sem o mínimo desvio das profecias do Antigo Testamento nem ajustes para se adaptar a quaisquer circunstâncias imprevistas.
      Constatamos a justiça de Deus no pecado sendo verdadeiramente punido. Sem a cruz, o Senhor poderia ter perdoado nossos pecados gratuitamente (para falar segundo a uma perspectiva humana), mas não teria sido justo. Somente na morte de Cristo a justiça foi cumprida.
      Observamos a retidão de Deus no reconhecimento do fato de que apenas Jesus, o reto perfeito, poderia pagar a pena do pecado humano.
      Vemos a sabedoria divina no planejamento e ordenamento de tão grande salvação. E, por fim, contemplamos o Seu amor. Apenas na cruz tomamos conhecimento de que, sem dúvida alguma, Deus nos ama da mesma forma como ama Jesus. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).
       Em Sua morte Jesus revelou amplamente essas qualidades divinas. Por conseguinte, Sua obediência à vontade do Pai ao morrer naquela cruz glorificou o Pai por completo. Não podemos glorificar o Senhor, como Jesus fez – perfeitamente ou por expiação substitutiva –, mas podemos honrá-lo, esforçando-nos para realizar Seus propósitos para nós mediante a obediência.
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      Amigos e companheiros, seguidores deste nosso blog. Tentem imaginar o meu contentamento em estar concluindo esta 60ª publicação, Creiam, não tem outra explicação, senão, sendo a mão de Deus me conduzindo para tão longo trabalho.
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      Nossa próxima publicação (Nº 61) terá o seguinte tema:
      CRISTO, O CENTRO DA HISTÓRIA.