sábado, 9 de julho de 2016

ESTUDO DE TEOLOGIA Nº 58

       Estudo da Fé Cristã Nº 58              
      Teologia ao alcance de todos.
      Autor: James Montgomery Boice.
      Postado por: Erleu Fernandes da Cruz.
      Tema Central: TEMPO E HISTÓRIA
      Capítulo  1 – O QUE ESTÁ ERRADO COMIGO.
      Margareth Halsey é uma autora que escreve para a revista americana  Newsweek. Seu artigo, intitulado What”s  wrong with me, me, me? [O que está errado comigo, comigo, comigo?], é um ponto de partida e excelente para o início do quarto e último livro desta obra.
      Como Halsey sinalizou, nossa geração tem sido classificada, de maneira muito apropriada, como a geração do eu e do meu, sendo nosso passado recente conhecido com “a década do narcisismo”. O ponto de vista das pessoas cujas atitudes serviram para atribuir-nos estes vergonhosos rótulos é o seguinte:
      “Dentro de cada ser humano, por mais insignificante que seja, existe uma personalidade gloriosa, talentosa e irresistivelmente  cativante [que] será revelada em todo o seu esplendor, se o indivíduo, renunciando as virtudes como gentileza, cooperativismo e consideração com o próximo, passa a dar vazão a tudo o que tem vontade de fazer”. (NEWSWUEEK, 17/04/1978, p. 25).
      Essa filosofia de vida, apesar de bastante equivocada, implica que as pessoas tenham, no mínimo, enormes oportunidades para satisfazerem a si mesmas. Mas, na prática, o resultado não tem sido esse. Mesmo com uma autogratificação quase limitada, e uma expressividade sem qualquer inibição, o culto ao eu tem produzido uma legião de insatisfeitos.
      Há muitas desvantagens nessa visão de muito egocêntrica. Um delas é a tendência do indivíduo de manipular os outros, visando sua própria gratificação, atitude que prejudica tanto o manipulador como sua vítima.
      O típico macho egoísta, enaltecido pela filosofia da revista Playboy, é um exemplo. Ele usa as mulheres da mesma forma como usa seus carros, eletrodoméstico e suas roupas, e tem o mesmo objetivo: realçar sua autoimagem e aumentar seu prazer. Da mesma forma, podemos observar uma tendência para a manipulação em alguns seguimentos do movimento pela libertação das mulheres, o chamado feminismo, muito embora, em teoria, ele se oponha ao conceito da Playboy.
      Em um artigo publicado pela revista Harper’s, a editora-assistente, Sally Helgesen, falou da visão que deveria permear a meta da vida feminina: “Comer, dormir, fazer amor, assistir TV, ouvir música, sair, voltar para casa, ler, falar ao telefone, escrever, conversar, trabalhar, cantar – tudo quanto tiver vontade” (HARPER’S, maio de 1978, p. 23,24), observando que esta não difere tanto da visão do mundo da revista Playboy, sendo, portanto, tema de exploração comercial também. Ainda sobre isso, ela acrescentou:
      “Esse credo imaginativo, no qual os princípios de um hedonismo interminável são capitalizados para os propósitos de uma cultura consumista, é respaldado por todo tipo de justificativa sagaz, e garante que o adepto, ao pensar primeiro nas próprias necessidades, estará beneficiando, de algum modo, a espécie humana em longo prazo”. (Harper’s, maio de 1978, p. 23,24).
      Uma segunda desvantagem do “culto ao eu” é a frustração. A sensação de satisfação não provém de uma tolerância sem limites ou de uma busca irrefreável de prazer. Se as pessoas pensam que deveria ser dessa maneira, tornam-se inevitavelmente frustradas ou, até mesmo, rancorosas quando as situações não funcionam como elas previam. O resultado é a deformação da personalidade ou uma tendência irracional de culpar os outros, quer seja marido, a esposa, a política, o estado, o meio-ambiente ou até Deus.
      A PROCURA PELA IDENTIDADE
      Em seu artigo no Newsweek, Halsey apontou uma série de falhas na visão do mundo autoconcentrada. Primeiro, ela argumentou que a teoria básica de que “dentro de cada ser humano existe uma personalidade gloriosa, talentosa e irresistivelmente cativante” (Newsweek, 17 de abril de 1978, p. 25). Embora possam ser encontrados elementos cativantes em todas as pessoas, a realidade da natureza humana é que uma porção de impulsos primitivos desgovernados é responsável por estragar nosso processo de autodescoberta.
      Quando as pessoas dizem que não sabem quem são, na verdade, estão querendo expressar que não estão contentes com o que descobriram a respeito de si mesmas. Uma vez que ainda não sabem como se libertar de si mesmas, ou como mudar, elas simplesmente viram as costas para as facetas desagradáveis de seu ser.
      Segundo Halsey afirmou que “uma procura pela identidade está predestinada ao fracasso” (Newsweek, 17 de abril de 1978, p. 25), pela simples razão de que sua identidade não é algo que encontramos, mas sim algo construído por meio de escolhas, trabalho duro e comprometimento com os outros.
      Nesse ponto, o cristianismo aparece como suporte essencial para sua tese, embora ela a defenda e termos ainda mais fortes, visto que concordaria que, no interior do coração do indivíduo, há uma porção de “impulsos primitivos desgovernados”.
      Entretanto, a situação é ainda pior. De acordo com a Bíblia, o coração é endurecido (Mt 13:15), soberbo (Lc 1:51), duro e impenitente (Rm 2:5), ale de cheio de concupiscências  e imundície (Rm 1:24). Acima de tudo isso, o ser humano está em rebeldia contra Deus (Mt 15:8), e, por isso, Jesus estava certo quando disse que a maior parte da maldade do mundo vem de nosso coração (Mt 15:18,19). Daí, a necessidade que temos de, mediante a obra do Filho de Deus, ganhar um novo coração.
      O cristianismo também corrobora que essa identidade tem de ser desenvolvida. É verdade que ele trata daquela que nos é dada pela revelação e pela redenção, já que somos novas criaturas de Deus levadas para a Sua família por meio da obra de Cristo. No entanto, o Senhor também menciona em Seus ensinamentos uma identidade desenvolvida pelos salvos por Cristo que vivenciam, pela ação do Espírito de Deus em seus corações, um íntimo conhecimento de Jesus e de Seu caráter. Isso é o que a teologia cristã chama de santificação.
      Não obstante, a doutrina cristã esta acima de qualquer análise meramente secular, pois aborda temas referentes à Igreja e à história como resposta mais ampla e eficaz ao dilema humano. O homem possui muitas necessidades: conhecer a Deus, obter a salvação, adquirir entendimento e poder para vencer as tendências pecaminosas e debilitantes de sua natureza. Contudo, ele precisa relacionar-se no nível mais alto, ter propósitos e pertencer a história.
      A busca contemporânea da satisfação do eu conduz a duas grandes agonias: o isolamento (com seu sentimento de solidão existencial) e a falta de sentido da vida. De acordo com a Bíblia Deus lidou com a primeira agonia criando [primeiro a família natural e depois a espiritual] a igreja, a qual os que crêem em Cristo passam a pertencer assim que o aceitam como Senhor e Salvador, e, com a segunda incorporação dos cristãos no fluxo significativo da história bíblica.
      COMUNHÃO
      A comunhão com o Senhor ocasiona, inevitavelmente, a comunhão com os outros cristãos dentro do Corpo de Cristo. O apóstolo João assinalou isso nos versículos de abertura de sua primeira carta:
      “O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai e seu Filho Jesus Cristo” (1 João 1:3).
      Nesse contexto há dois tipos de comunhão com Deus e com os cristãos. Entretanto, nada nesse versículo indica que uma possa ser vivida sem a outra, visto que, na verdade, as duas são uma só. Ter comunhão com os cristãos é entrar em comunhão com o Pai. Ter comunhão com o Pai é ter comunhão com as pessoas por quem Cristo também morreu, ou seja, é ser uma parte da família divina.
      Todos precisam entender isso. Quando o Altíssimo criou uma companhia para Adão, justificou Sua ação ao dizer: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2:18). Isso explica as razões de Deus para o casamento, mas refere-se também à totalidade da vida.
      O isolamento não é bom; as pessoas necessitam unir-se a outros. A camaradagem encontrada nos clubes é um exemplo, assim como a interação frenética que se vê nas boates. Esses aglomerados se tornam populares porque substituem a proximidade da comunhão verdadeira e, de certa forma, ajudam os indivíduos a esquecerem-se da trágica perda de identidade que os leva a tais lugares.
      Há quatro tipos de perda da identidade comum hoje em dia: a da família, da nacional, da religiosa e da pessoal. Cada uma delas é suprimida na Igreja, embora outras instituições de apoio, das quais deveríamos idealmente desfrutar, não estejam cumprindo o seu papel.
      A Igreja foi estabelecida na terra para vários propósitos: adoração, serviço, disseminação planejada do evangelho, dentre outros. Além desses propósitos óbvios, outra finalidade primordial dela é a união dos seguidores de Cristo em uma comunidade visível. Assim, nada que pertença por direito ao relacionamento de um indivíduo com Deus é colocado à parte por esse fato. Ao contrário, o relacionamento com ele, na verdade, tem de ser desenvolvido e expandido pelos relacionamentos com outros cristãos.
      James Bannerman, que no século 19 escreveu um estudo sobre a Igreja como produto das palavras de seus alunos de teologia na Escócia, declarou:
      “Há alguma coisa na natureza essencial do homem que torna a união e a comunhão com outros homens absolutamente necessária para desenvolver, como um todo, as aptidões e os poderes do ser. Esta característica da natureza do homem tem-se se tornado proveitosa na economia da graça de forma que, sob o poder da associação, os cristãos não são apenas unidades na dispensação do Senhor, mas irmãos também no gozo na comunhão de uns com os outros, coletivamente, assim como no gozo da comunhão de cada um com seu Salvador. De acordo com a ordenação de Deus, somos mais cristãos quando estamos em comunhão com nossos semelhantes do que quando estamos sozinhos, e desfrutamos mais dos privilégios espirituais ao compartilhá-los com os irmãos do que quando estamos usufruindo deles sozinhos.
      A bênção prometida para dois ou três reunidos em nome de Jesus, por exemplo, é superior àquela prometida ao adorador solidário, assim como foi garantida uma resposta mais abundante e graciosa à oração  quando cristãos, mesmo que poucos, “concordem ao pedir qualquer coisa a Deus”, em vez de pedir separadamente e sozinhos.
      A Igreja cristã foi instituída no mundo para estabelecer os benefícios superiores de um cristianismo coletivo sobre um individual, erigindo e sustentando a comunhão dos santos. Em sua união com Cristo, o Cabeça, cada cristão é enxertado e Seu Corpo e partilha dos mesmos privilégios com outros cristãos, passando a ser um com seus irmãos no mesmo Espírito, na fé, no mesmo batismo, nas mesmas esperanças, na mesma graça, na mesma salvação.
      Os vínculos dessa união espiritual fortalecerão sua prática individual, a compreensão desses laços potencializará suas afeições, e seu estímulo, a partir de então, dilatará sua fé e sua esperança como indivíduos. Na comunhão da Igreja e no contexto sagrado de suas influências, o cristão encontra em um sentido mais elevado de seguidor de Jesus do que se estivesse separado deles” (BANNERMAN, 1974, p. 91,92).
      UMA IDENTIDADE HISTÓRICA
      A resposta de Deus para o isolamento humano e a falta de sentido da vida não é somente a Igreja, por meio da qual o indivíduo ingressa na comunhão com outros de uma mesma fé, passando a fazer parte do fluxo da história bíblica, o que atribui propósito à vida de qualquer. Enquanto a história situa os cristãos no tempo – no século 21, por exemplo, em vez de no período da Igreja primitiva ou na era da Reforma --  a Igreja ajuda a localizá-los no espaço, uma vez que, segundo método pelo qual os autores do Novo Testamento  referem-se às igrejas, os cristãos eram classificados  como membros da Igreja em Jerusalém, Roma, Colosso ou Antioquia.
      A religião bíblia é histórica, e o Deus da Bíblia é, sem dúvida, o Deus da história. Esse fator, mais do que qualquer outro, destaca o judaísmo e o cristianismo das religiões dentre as quais eles floresceram.
      Nos tempos do Antigo Testamento, praticante de todas as religiões dos povos que circundavam os hebreus adoravam a natureza, pois identificavam o deus ou os deuses mais alto como o sol, os ventos, as chuvas, as estações. Em alguns casos, como o culto a Baal, que foi uma ameaça constante à fé israelita ao longo da história da nação, essas identificações produziram um culto a fertilidade, sendo instituída, em certos períodos, a adoração até mesmo dos órgãos reprodutivos humanos.
      O mesmo acontecia no Egito. Em todos os casos. O fluxo da religião era cíclico. A adoração ocorria de uma fase da lua até a seguinte, ou de uma colheita até a próxima, e a história não tinha profundo significado.
      No caso do cristianismo, a situação é diferente. Repare como Deus chamou a Abraão:
      “Ora, o Senhor disse a Abraão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu lhe mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12:1-3).
      Nesse chamado, dois aspectos podem ser destacados. Primeiro, ele foi pronunciado como uma promessa ou um compromisso de Deus com Abraão, e não como algo solicitado por este. Segundo, esse chamado devia ser completado na história.
      Quando lemos a narrativa bíblica que segue essa passagem, percebemos que a consumação histórica aconteceu em um período considerável de tempo. Abraão deixou sua terra natal, e o Senhor o conduziu a uma terra nova. No entanto, a nação que tinha de descender dele só veio à existência após a sua morte; para ser mais específico, muitas gerações depois. Quanto ao cumprimento pleno da bênção, ele só aconteceu com a aparição do Messias no início da era cristã.
      Outro marco importante na religião histórica do antigo Testamento foi a libertação dos descendentes de Abraão do Egito, uma grande nação na época. Nesse episódio, Deus alterou o curso natural da natureza, da vida animal e dos corpos celestiais para trazer juízo a faraó e obrigá-lo a deixar o povo ir embora (Ex 5:1).
      Por causa da libertação, Israel foi levado a adorar e obedecer os mandamentos dados pelo Senhor (Êxodo 20:1-17. O pacto feito com Abraão foi reiterado, mas com um equilíbrio de bênçãos e maldições, dependendo da obediência ou da desobediência do povo (Deuteronômio 11:27-28).
      Durante o reinado de Davi, foi feita a promessa de que viria um homem para governar Israel para sempre (2 Samuel 7:12-16).
      Em cada um desses marcos no relacionamento de Deus com o Seu povo, o elemento histórico é dominante. O Senhor intervém na história e governa de maneira que as promessas feitas ao Seu povo possam ser cumpridas. O curso da história segue de acordo com esse sistema de pensamento e, por causa disso, tem sentido para os indivíduos que, pela graça de Deus, foram capturados.
      O aparecimento de Jesus de Nazaré não só trouxe esse período de promessas e expectativa para um clímax, mas também inaugurou uma nova fase que flui de Sua obra de redenção. Tal acontecimento foi a intervenção decisiva de Deus na história, dando-lhe  significado conclusivo e base para julgamento por ela.
      O idioma grego possui muitos termos para a palavra tempo: bêmera (dia), bora (hora), kairos (Estação), Chronos (tempo), aiõn (idade), e muitos outros. Contudo a palavra mais importante é Kairos, usada várias vezes para referir-se à vinda de Cristo, Sua morte e ressurreição, bem como aos momentos-chave que cercaram tal vinda.
      O impacto dessa palavra é mais conhecido em contraste com o termo chronos. No entanto, kairos e chronos se referem igualmente a tempo, e quase sempre são traduzidas com tal em nossas bíblias. Chronos, porém, diz respeito apenas ao fluxo do tempo, a sucessão de acontecimentos. Temos essa ideia manifesta na palavra cronologia. Kairos, por sua vez, faz menção a um momento no tempo especialmente significativo e favorável. Ele pode ser usado de maneira secular, como constatamos nas palavras do rei Festo a Paulo: ”Em tendo oportunidade, te chamarei” (At 24:25).
      No entanto, Kairos é um termo mais apropriado para referências ao aparecimento de Cristo. Desse modo, Pedro escreveu acerca da indagação dos profetas do Antigo Testamento sobre que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir e a glória que se lhes havia de seguir (1 Pedro 1:11).
      Jesus se referia à Sua Paixão como o Seu kairos: “O meu tempo está, próximo” (Mt 26:18).
      No evangelho de João, o mesmo resultado é obtido pela referência de Cristo à hora de Sua morte e glorificação (Jo 2:4; 7:30; 8:20; 12:13; 13:1; 16:32; 17:1).
      Cristo é um personagem histórico, cuja vida e os ensinamentos podem ser pesquisados por meio de técnicas acadêmicas normais. Se essa verdade for perdida, o cristianismo estará perdido, por isso que esse é e deve ser histórico. Logo a vida do Mestre é histórica, sim.
      O significado de toda a história é desvendado na própria vida do Senhor Jesus. Nossa escolha em comprometermo-nos com Ele ou rejeitá-lo, bem como fazermos parte de Sua história ou refutá-la, decide nosso futuro.
      Essa linha de pensamento nos traz de volta ao dilema de homens e mulheres contemporâneos. Temos visto que as duas carências mais sentidas em nossa época – a identidade e a de significado – são suprimidas pela incorporação do cristão na Igreja e história bíblica. Mas, nesse ponto, podemos dizer que apenas por meio da fé em Cristo e com comprometimento com Ele, essa supressão acontece.
      É verdade que a Igreja é a resposta para a solidão em seu nível mais profundo, visto que ela é o Corpo de Cristo (1 Co 12:27; Ef 1:23; Cl 1:18) e  Ele, Jesus, é a única Porta pela qual podemos ingressar nessa comunhão com Deus ( Jô 10:7-10).
      A solução para a falta de sentido para com a vida é mergulhar no fluxo da história com significado, encontrando resposta para nossos questionamentos em Jesus Cristo, haja vista que o caminho para ela é somente por intermédio dele.
      A IMPORTÂNCIA DO PRESENTE
      Sem a Igreja, somos relegados a uma religião de puro individualismo, na qual cada um faz o que acha certo aos seus próprios olhos. Sem uma visão bíblica da história, somos relegados a uma religião de amor nebuloso e comunhão sentimental.
      No entanto, a comunhão que nos faz crescer acontece quando no tornamos parte de um corpo em movimento, o qual deseja por em prática as diretrizes de Deus para nosso tempo e lugar, sabendo que os resultados serão significativos.
      Alguns anos depois do fim da Segunda Guerra  Mundial, um historiador inglês, Herbert Butterfield, escreveu um livro sobre a visão histórica cristã. Nele, tentou colocar os acontecimentos do passado recente em perspectiva, estimulando os cristãos a seguir uma conduta ética e com sentido:
      “Sempre tem sido compreendido na tradição principal do cristianismo que, se o Verbo se fez carne, a matéria nunca pode ser vista como má em si mesma. De maneira similar, se determinado período, como esse nosso, contém tanta coisa estranha, ainda assim não é para ser execrado nem considerado um momento de pura inutilidade. Ao contrário, cada instante do tempo torna-se mais importante do que nunca – cada instante é escatológico ou, como chegou a ser colocado, aquele ponto em um “conto de fadas” quando o relógio está bem próximo da meia-noite.
      Nessa visão, não pode haver o caso de uma ausência de Deus, deixando a humanidade ao sabor da própria sorte, em uma cegueira universal, sombria e absoluta. É uma história real – não o pesadelo de um louco ou um amontoado de sonhos frágeis – que estás sendo encenada em um palco da história humana. Uma batalha real entre o bem e o mal está em curso, os acontecimentos têm importância, e alguma coisa está sendo alcançada independente de nosso sucesso ou fracasso aparente”. (BUTTERFIELD, 1950, p. 121).
      Essa é uma percepção que todos os que crêem em Jesus [e não somente um historiador cristão] deveriam partilhar.
      Concluo esse capítulo com mais uma palavra bíblica pata tempo: agora (nun). Ela nos mostra que o Kairos em que vivemos é de muita importância:
      “Vós que em outro tempo, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia” (1 |Pedro 2:10).
      “Bem-aventurados vós, que agora tendes Jesus, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir” (Lucas 6:21).
      “Eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o tempo da salvação” (2 Coríntios 6:2).
      Se a vida de Disto teve importância no fluxo da história, então, pela graça de Deus e pela união com Cristo, nossa vida e nosso agora também tem importância.
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      Amigos, mais este capítulo terminamos. Mas não paramos aqui. Outros temas importantes virão. Está perto o final desse nosso estudo, mas não ainda.
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      Nosso próximo tema a ser aqui digitado e postado no blog é:  --  A MARCHA DO TEMPO –
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      A nossa publicação n° 59 é a próxima. Fiquem com as bênçãos de Deus em suas casas e nas vidas de cada um. Amem?

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