sexta-feira, 4 de março de 2016

ESTUDO FUNDAMENTAL DA FÉ CRISTÃ 40

     Estudo do Livro Fundamentos da Fé Cristã Nº 40
     Um manual de Teologia ao alcance de todos.
     Autor: James Montgomery Boice
     Postado por: Erleu Fernandes da Cruz
   

    Nosso Tema Central é: FÉ E ARREPENDIMENTO com seus quatro sub-títulos: FÉ: A ESCRITURA, A CIÊNCIA DA FÉ, O AMOR E O COMPROMETIMENTO,  A FÉ DE ABRAÃO.
     O renascimento é a primeira forma pela qual a salvação de Deus nos toca, mas, na matemática do Senhor, a reneração é inseparável do que a sucede. Respeitando a seqüência estabelecida no capítulo anterior, estudaremos aqui sobre a fé e seu companheiro e o arrependimento.
     A fé é indispensável para que alcancemos a salvação. Em Hebreus 11:6 está escrito que não é possível agradar a Deus sem ela.
     Em Efésios 2:8,9, lemos: “Pela graça sois salvos,, por meio da fé,  e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie”.
     Em João 3:16, ele usou uma forma verbal crer, em vez do substantivo fé, podemos ler algo parecido: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.
     1º sub-tema: O QUE A FÉ NÃO É.
     Consideremos o que a fé não é. Existe muita confusão acerca desse tema simplesmente porque usamos a palavra fé de maneira equivocada. Por exemplo, temos o costume de usar a expressão agir de boa-fé, mas, no que tange às coisas mais importante da vida, raramente confiamos nas pessoas, fato que demonstramos ao agir, diante de uma negociação, ações, contratos e outros tipos de garantia por escrito.
     Quando se tratar de dinheiro, então, nem se fala. No mínimo, exigimos garantia. Isso acontece porque, apesar de cada parte envolvida querer acreditar na boa-fé do outro, todos sabem que nem sempre as pessoas podem ser confiáveis, daí a necessidade de contratos formais. É fácil, portanto, entender por que há momentos que titubeamos naquilo que afirmamos crer.
     Com freqüência, a fé é tida como algo subjetivo. Essa é a fé religiosa, diferente da verdade objetiva da revelação de Deus. Anos atrás, em longa discussão sobre religião, um jovem me disse que era cristão. Ao longo da conversa, descobri que ele não cria na divindade de Cristo, apenas sustentava que Ele era Filho de Deus da mesma forma como todos nós somos irmãos. O rapaz não cria na ressurreição, nem que Jesus havia morrido por nossos pecados e menos ainda que houvesse, no Novo Testamento, um relato preciso da vida e do ministério de Cristo. Em outras palavras, ele não conhecia Jesus como Senhor de sua vida.
     No momento em que argumentei com esse jovem que todas as crenças que ele renegava eram, na verdade, fundamentais para a definição do cristianismo, ele disse que, mesmo assim, cria no fundo de seu coração que era cristão. Para ele, fé é a forma de ver a vida, a qual estava profundamente ligada em seus sentimentos.
     Um substituto bem comum para é fé é a ‘credulidade’, a qual se define como a atitude de alguém que aceita algo como verdadeiro, mesmo não havendo provas, simplesmente, por desejar que esse algo seja real. Rumores de curas milagrosas para doenças incuráveis, às vezes, encorajam esse tipo de comportamento. Entretanto, ao contrário do que muitos crêem, isso não conduz com a visão bíblica a respeito da fé.
     Outro substituto é o ‘otimismo’, que consiste em uma atitude mental possível por meio da qual a realização do que acreditamos torna-se possível. Um exemplo disso são os representantes de vendas que, por crerem com tanta veemência que são bons em sua função, obtêm sucesso nela.
     Norman Vincet Peale popularizou essa ideia em um de seus livros que se tornou um campeão de vendas: The Power of Positive Thinking [O poder do pensamento positivo]. Nele, o autor sugeriu que pegássemos algumas passagens da bíblicas acerca da fé no Novo Testamento e as memorizássemos, permitindo que elas enraizassem em nosso inconsciente e nos fizessem crer realmente em Deus e em nós mesmos. Se memorizássemos passagens como as citadas abaixo, poderemos realizar o que antes pensávamos ser impossível:
     “Se tu podes crer; tudo é possível ao que crê”. (Marcos 9:23).
     “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esse monte: Passa daqui para acolá e ele há de passar; nada vos será impossível”.
     Peale concluiu dizendo o seguinte: “Você vai onde sua fé em si mesmo, em seu emprego e em Deus permitirem, e esse será o limite” (Peale, 1952, p. 99).
     Aparentemente, segundo o ponto de vista do autor, a fé que ele tem em si mesmo estaria intimamente ligada à fé que tem em seu emprego e aquela que tem em Deus, sendo irrelevante, portanto, os objetivos nos quais estas são depositadas.
     John R. W. Sttot explicou melhor o problema que essa visão equivocada pode causar:
     “Ele [Peale] recomenda em sua formula de “despreocupação” que a primeira coisa que façamos de manhã, ao acordar, seja dizer três vezes em voz alta: “Eu creio, eu creio, eu creio”. Entretanto, não diz em que exatamente devemos colocar, de forma tão confiante e insistente, a nossa fé. As últimas palavras do seu livro são simplesmente “creia e tenha sucesso”. Mas, crer em quê ou em quem? Segundo a opinião do Dr. Peale, fé é sinônimo de autoconfiança e de um otimismo sem fundamento (Sttot, 1972, p. 33,36).
     É claro que uma atitude mental positiva tem seu valor, visto que pode ajudar-nos viver melhor, mas não é o sentido bíblico de fé. Contra distorções assim, devemos responder que a verdadeira fé não se baseia em atitude ou sentimentos pessoais, mas sim em Deus, que, sendo eterno e imutável, transmite-nos toda confiança necessária para que nossa fé se torne estável.
    2º sub-título: FÉ: A ESCRITURA
     Em Hebreus lemos que “a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se vêem” (Hb 11:1). Algumas pessoas sustentam que, embora ideal, essa distinção de fé é intangível. No entanto, na Bíblia é ensinado o oposto.
     Ao contrário do que sugere algumas traduções dos textos bíblicos, a palavra ‘certeza’  não substitui, nesse versículo, o termo ‘evidência’. O valor que aporta, nesse caso, assemelha-se, de certa forma, ao da escritura  de uma propriedade.
     Apesar de nenhum de nós já ter tomado posse da herança que nos foi dada por meio de Cristo, a fé é a escritura que nos garante que a receberemos, visto que é a prova das coisas que ainda não se vêem plenamente.
     Se essa fosse ume escritura assinada por seres humanos, ainda teríamos dúvidas acerca da mesma, mas, como se trata de algo que vem de Deus, podemos confiar que ele cumprirá Sua Palavra, pois o Senhor está acima de qualquer suspeita.
     Servimos ao Deus da verdade. Logo, tudo que Ele declara é de confiança. Ele é infalível, e, por isso, podemos confiar nele sem pestanejar. Ele é também o Onipotente, e nada pode frustrar o cumprimento de Sua vontade. Além disso, o Senhor é fiel: se Ele promete algo, cumpre.
     A coisa mais sensata que podemos fazer na vida é obedecer as ordens que Deus nos deu em Cristo, visto que Ele é o único digno de nossa confiança. Isso foi o que João quis dizer quando escreveu: “Se recebemos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior; porque o testemunho de Deus é este, que de seu Filho testificou” (1 João 5:9).
     João comparou a confiança que depositamos uns nos outros com a maneira como devemos confiar em Deus. A verdade é que, mesmo que não há sequer uma pessoa confiável no mundo, confiamos uns nos outros todos os dias.
     Quando dirigimos sobre uma ponte, mesmo não conhecendo alguém que tenha trabalhado na construção e na aprovação dela, temos fé que a mesma se manterá firme, acreditamos que o engenheiro que a projetou e a equipe que a ergueu fizeram um bom trabalho e não duvidamos da precisão dos órgãos que garantem sua segurança.
     Da mesma forma quando pegamos um ônibus, temos fé de que ele nos levará em segurança ao nosso destino, que o motorista é qualificado para a função e que fará o itinerário certo, sem desviar-se.
     Igualmente, sempre que compramos um ingresso para assistirmos a um evento esportivo, temos fé que o evento acontecerá conforme anunciado o que o ingresso nos garantirá a entrada no mesmo.
     Em outras palavras, João quis dizer que, se podemos confiar em seres humanos, mesmo sabendo que todos são falhos, muito mais podemos confiar em Deus.
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     Amigos e irmãos, com bem vimos, “a fé é certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se vêem” (Hebreus 11:1). Confiando em fé é que chegamos até aqui nesta publicação nº 40 de nosso Estudo de Teologia ao Alcance de Todos.
     Confiemos pois, e nos deixemos adestrar por ensinamentos tão profundos, que aqui publicamos todos os sábados. Não deixem de ver os temas seguintes.
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     Ainda no tema central: FÉ E ARREPENDIMENTO, prosseguiremos no próximo sábado como nos três sub-temas seguintes: A CIÊNCIA DA FÉ,  O AMOR E O COMPROMETIMENTO  e A FÉ DE ABRAÃO.
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     Que Deus vos abençoeis e vos guarde em Seu amor.

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