domingo, 21 de agosto de 2016

ESTUDO 64

      Estudo Fundamentos da Fé Cristã Nº 64              
      Manual de Teologia ao alcance de todos.
      Autor: James Montgomery Boice.
      Postado por: Erleu Fernandes.
      Tema Central: TEMPO E HISTÓRIA
       Capítulo 6 – COMO ADORAR A DEUS.
      
     “Os cristãos acreditam que a verdadeira adoração é a atividade mais nobre e elevada, a qual uma pessoa é capaz de realizar pela graça de Deus” (STOTT, 1970, P. 160).
      Essas palavras são de Jonh Stott e encontram eco no coração de todos aqueles que conhecem o Senhor e desejam servir a Ele. Contudo, muito do que vê hoje em dia como adoração não é adoração.
      Talvez alguém pergunte: “O que é adoração? Quem pode adorar? Onde se pode fazer isso? Como alguém pode adorar”? Muitos que desejam adorar com sinceridade não sabem como proceder.
      A.W.Tozer, um pastor escrito da geração passada, analisou os problemas que ele via nas igrejas.
      “Graças as nossas sociedades bíblicas e outras agências eficazes de disseminação da Palavra, existem, hoje, milhões de pessoas que possuem “entendimentos corretos”, provavelmente, mais do que em outra época da história da Igreja, No entanto, fico imaginando se houve algum tempo antes em que a verdadeira adoração espiritual escreve mais em baixa do que nos dias de hoje.
      Para uma grande parte da Igreja, a arte de adorar perdeu-se inteiramente, e, no seu lugar, instalou-se aquela coisa estranha chamada programação. Essa palavra tem sua origem no teatro e vem sendo aplicada, com triste sabedoria, ao tipo de culto público que, hoje, passa entre nós por adoração”. (TOZER, 1948, p, 9).
      Uma pessoa pode defender que, apesar de tudo, tais programações de louvor tem seu lugar na atividade da Igreja, e que possuir entendimento correto sobre Deus é básico. Tozer concordaria com a segunda afirmação (talvez até com a primeira), mas ao afirmar isso, não evitamos o problema. Por acaso a adoração que vemos hoje com freqüência nas igrejas realmente é do tipo que agrada a Deus? Ela é genuína? A única maneira de responder a essas perguntas é estudarmos o que a Bíblia diz sobre o assunto.
      OS PRINCÍPIOS BÍBLICOS DE ADORAÇÃO
      Vamos começar apresentando alguns ensinamentos básicos da Bíblia sobre adoração e, então, passar a discutir suas formas e naturezas essenciais.
      1.Deus deseja adoração. Observamos isso nas palavras de Jesus à mulher samaritana. Ela indagou o Mestre sobre o lugar para adorar, mas Ele dirigiu os pensamentos dela à natureza da adoração, em vez de focalizar o local da adoração, dizendo que Deus deseja esta adoração:
      “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem”. (João 4:23).
      De maneira similar, quando Jesus foi tentado por Satanás no deserto a receber todas as riquezas deste mundo se tão somente se curvasse em adoração ao diabo, o Filho de Deus respondeu citando Deuteronômio 6:13: “O Senhor teu Deus. Serviras, e pelo teu nome jurarás. Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus, adorarás, e a ele servirás” (Mateus 4:10).
      Em apocalipse 19:10, um anjo diz simplesmente “Adora a Deus”!.
      2.Somente Deus deve ser adorado. A verdade está explícita na resposta de Cristo a Satanás. Ele é também a essência do primeiro e do segundo mandamento do Decálogo:
      “Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem outra semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos seus pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem”. (Êxodo 20:3-5).
      O Deus que entregou esse mandamento é o Deus que se revelou em Jesus Cristo, Seu Filho. Portanto, a única adoração verdadeira e aceitável é aquele dirigida a Ele. Se não for assim, não será adoração verdadeira, por mais que o ritual seja grandioso e impressionante.
      3.A adoração a Deus é uma marca da fé salvadora. Paulo escreveu sobre isso em Filipenses 3:3 “Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne”.
      Esse versículo fala de três marcas da fé.  A última, não confiamos na carne, é obviamente importante, pois é uma entrega ao evangelho verdadeiro. A segunda –nos gloriamos em Jesus Cristo [ou nos alegramos na vida que temos em união com Cristo Jesus – também é uma marca da fé e da Igreja, como também em João 17 (Já estudado na capítulo anterior) e também em Gálatas 5.
      No entanto, quem pensaria naturalmente em adoração como uma característica da fé adoradora? Poucas pessoas. Paulo, porém, incluiu-a aqui com outros conceitos básicos.
      4.Adoração é uma atividade coletiva. Isso não significa que não podemos adorar a Deus na intimidade de nosso quarto, até porque o Senhor recomendou privacidade no que diz respeito á adoração:
      “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai que vê o que está oculto, te recompensará”. (Mateus 6:6).
      Adoração, porém, em suas expressão mais plena, deve envolver a coletividade do povo de Deus.
      Isso está registrado na Escritura desde Gênesis 4:26: ”E a Sete também nasceu um filho; e chamou o seu nome Enos; então começou a invocar o nome do Senhor – até apocalipse 5:13-14:
      “E ouvi a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que nele há, dizer: ao que está assentado sobre o trono e ao Cordeiro sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo sempre. E os quatro animais diziam: Amem! E os vinte e quatro anciãos prostraram-se e adoraram ao que vive para todo o sempre”. (Apocalipse 5:13,14).
      5.Deus não aceita qualquer adoração. Jesus deixou isso claro, em Seus dias, aos fariseus.
      “E ele, respondendo disse-lhes: Bem profetizou Isaias acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens”. (Marcos 7:6-7).
      Cristo ensinou que o Altíssimo deseja adoração, mas nem tudo o que se faz para Deus é aceito por ele como adoração. A adoração verdadeira deve vir do coração, e não apenas se manifestar no interior.
      Vale a pena registrar que, nas páginas da Bíblia, o Senhor fala mais sobre a adoração que Ele não aceita do que sobre a que lhe agrada.
      O profeta Amós foi usado por Deus ao dizer:
      “Aborreço, desprezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes não me dão nenhum prazer. E, ainda que me ofereçais holocausto e ofertas de manjares, não me agradarei delas, atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias dos teus instrumentos. Corra, porém, o juízo como a águas, e a justiça, como ribeiro impetuoso”. (Amós 5:21-14).
      O profeta Isaias; por sua vez, escreveu:
      “De que vale a multidão de vossos sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais médios; e não folgo com o sangue de bezerros, nem de cordeiros e nem de bodes. Quando vindes para comparecerdes perante de mim, quem requereis isso de suas mãos, que viésseis para meus átrios? Não tragais mais ofertas debalde; o incenso é para mim abominação, e também as festas da Lua Nova, e os sábados, e a convocações das congregações; não posso suportar iniqüidade, nem mesmo o ajuntamento solene. As vossas festas de Lua Nova, e as vossas solenidades, elas aborrecem a minha alma; já me são pesadas, já estou cansado de sofrer. Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante de meus olhos e cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem; praticais o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão, tratai a causa das viúvas”. (Isaias 1:11-17).
      Davi também meditou sobre o assunto em um salmo:
      “Porque não te comprazes em sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos. Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado; a um coração contrito não desprezais, ó Deus”. (Salmo 51:16,17).
      O Senhor deseja e ordena adoração, mas, ainda que ela seja uma marca importante e essencial do povo de Deus, nem tudo o que se apresenta como adoração agrada a Deus e é aceito por Ele.
      VALORAÇÃO DE DEUS
      O que é adoração verdadeira? De que forma podemos saber se nossa Adoração realmente está agradando a Deus?
      Parte da resposta está na raiz da palavra adoração. Se tivéssemos vivido na Inglaterra nos dias da formação do inglês moderno, entre o período de Geoffrey Chaucer e William Shakespeare, não teríamos usado sequer o termo adoração. Em vez disso, teríamos dito valoração, porque, ao adoramos o Senhor, atribuímos a Ele o devido valor.
      No aspectos lingüístico adoração a Deus é o mesmo que louvar o Altíssimo ou gloriar Seu nome. Vamos, então, pesquisar o que significa glorificar a Deus.
      Nos primórdios da língua grega, quando Homero e Heródoto escreviam, havia um, verbo grego – dokeo – do qual o substantivo grego doxa (que significa glória) derivada. Esse verbo, originalmente, significava aparentar ou parecer. Em conseqüência, o substantivo que derivou dele significava opinião, que é a maneira como alguma coisa aparenta ou observador.
      Desse significado obtivemos as palavras ortodoxo, heterodoxo e paradoxo, significando opinião correta, opinião incorreta (ou outra opinião) e opinião contrária (ou conflitante).
      O dicionário teológico editado per Gerhard Kittel dedica várias páginas à história sobre a origem dessas palavras. Nas vezes em que o verbo dokeo era usado apenas para emitir uma opinião sobre alguma pessoa, o substantivo, que caminhava com o verbo em concordância, expressava louvor e honra a alguém de quem tinha uma boa opinião.
      Os reis possuíam glória porque mereciam o louvor de seus súditos.
      O Salmo 24:8,10 nos fala do Rei da glória; “Quem esse Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso. Quem é este Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos; ele é, o Rei da Glória”.
      Nesse ponto, podemos observar o efeito que tomou as palavras na Bíblia e aplicá-las a Deus, pois, se uma pessoa tem uma opinião favorável sobre Ele, significa que ela está apta para ter um parecer favorável sobre as características dele. O Senhor é soberano, santo, onisciente, justo, fiel, amoroso, imutável; portanto, Ele é glorificado quando é reconhecido por tudo o que é.
      A ótima palavra anglo-saxonica worth (valor) podia muito bem ter sido usada para expressar a essência de glória na língua inglesa, se a palavra francesa gloire não tivesse chegado antes. Mas, uma vez que o termo francês o fez primeiro, geralmente falamos sobre glorificar o Senhor, em vez de valorizá-lo, o que seria mais apropriado. Ainda assim, a ideia permanece no termo adoração. Adoramos a Deus apenas quando o glorificamos, reconhecemos e confessamos Suas qualidades perfeitas.
      EM ESPÍRITO E VERDADE.
      Tal definição de adoração não nos obriga, entretanto, a pensar apenas em termos de convicções ortodoxa. Estas são importantes – devemos adorar o Deus verdadeiro, e não outro –, mas não representam tudo o que diz respeito a adoração.
      Um ingrediente que deve também estar presente em nossas respostas Aquele que estamos adorando é adorar em espírito e em verdade, como Jesus ensinou em João 4:24. Verdadeiros adoradores devem adorar em verdade porque verdade tem a ver com a natureza de Deus. Eles devem adorar em espírito, pois são podem responder a isso espiritualmente.
      Alguns leitores da Bíblia tem sido confundidos no entendimento desse versículo pela suposição de que, quando Jesus falou em espírito, Ele se referia ao Espírito Santo, querendo dizer que somente por meio do Espírito Santo a adoração é possível. De certa maneira, é assim mesmo. Nada espiritual é possível sem a atuação do Espírito de Deus. No entanto, esse não é o sentido de João 4:25.
      Nesse contexto, Jesus fala de espírito de uma forma geral (sem o artigo definido), e não do Espírito Santo.
      O Mestre ensinou que, na inaugurada por Ele, o lugar de adoração não importa. Um homem e uma mulher não estariam adorando pelo simples fato de estarem no lugar certo ou cumprindo certos procedimentos. O que Cristo quis dizer é que o adorador teria de empenhar seu espírito nesse ato, o qual poderia acontecer em qualquer lugar.
      Muitas pessoas adoram externamente. Elas só consideram o fato de estarem adorando se estiverem no lugar certo, fazendo as coisas certas, no momento certo. A mulher samaritana também pensava dessa forma estava em dúvida se a adoração correta devia ser em Jerusalém ou no monte Gerizim.
      Nos dias de hoje, isso se refere às pessoas as quais imaginam que adoraram a Deus porque estiveram na Igreja no domingo, cantaram diversos louvores, ou ficaram de joelhos. Jesus disse, que esses costumes, por si mesmos, não são adoração. Podem ser no máximo, um veículo para a adoração verdadeira, mas em alguns casos, até pode impedi-la. No entanto, é certo que, em si, essas práticas não são adoração. Não devemos confundir adoração com os nossos costumes de domingo na Igreja
      Da mesma forma, não devemos confundir adoração com sentimentos. Pode ser o caso, e é freqüente, que as emoções aflorem durante a adoração verdadeira. Às vezes, as lágrimas escorrem dos olhos ou a alegria transborda do coração. Mas é possível que tais reações aconteçam sem que haja adoração. É possível ser tocado por uma música ou pela oratória, e não se chegar a uma consciência genuína de Deus para que o louvor verdadeiro aconteça.
      A adoração verdadeira acontece somente quando aquela parte dos seres humanos, o seu espírito, conectada à natureza divina (Deus é Espírito) encontra-se de verdade com o Senhor e entrega-se em seu louvor a Ele pelo Seu amor e poder, pela Sua sabedoria, beleza, verdade, santidade, compaixão, misericórdia, graça e outras virtudes.
      Sobre essa questão, William Barclay escreveu:
      “A verdadeira e genuína adoração é quando o homem, por meio de um espírito, atinge a intimidade e a amizade de Deus. A adoração genuína e verdadeira não é ir a determinado lugar; não é fazer parte de rituais ou liturgia; não é levar ofertas ao altar. Verdadeira adoração é quando o espírito, essa parte imortal invisível do homem (e da mulher), fala com o Senhor e encontra-se com Deus que é imortal e invisível” (BARCLAY, 1956, p. 54).
      Adorar a Deus em espírito tem levantado também questão dos vários tipos de liturgia utilizados nas igrejas cristãs. Isso significa que, com a exceção dos elementos litúrgicos que sugerem doutrina errada, nenhuma liturgia em si mesma é melhor ou pior que a outra. Para uma determinada igreja, um tipo de culto pode ser mais eficaz do que outro.
      Entretanto, as decisões sobre os modelos de culto mais eficazes deveria ocorrer não por descobrir-se que a congregação gosta de músicas mais expansivas ou das reflexivas, de respostas barulhentas ou silenciosas – se a preferência é pela liturgia anglicana, batista, presbiteriana, metodista, pentecostal ou luterana –, mas, sim, se o culto está sendo eficaz no sentido de transmitir a atenção dos participantes para Deus.
      Ao refletir sobre esse tema, fui imensamente ajudado por C. S. Lewis. Como membro da Igreja da Inglaterra, Lewis ficou familiarizado com as várias formas do que nós, geralmente, chamamos de culto litúrgico. Apesar disso, ele não defendia uma liturgia rígida; defendia apenas o que chamava de uniformidade, termo em que usou em contraponto à novidade no culto de adoração, quer, segundo ele, na melhor das hipóteses, atrai a atenção para a própria novidade, e na pior das hipóteses, para a pessoa que está dirigindo o louvor.
      Lewis escreveu:
      “Enquanto tem de se esforçar para contar os passos, você não está dançando, mas apenas aprendendo a dançar. Um bom calçado é aquele que você não repara nele. Uma boa leitura se torna possível quando você não precisa conscientemente perceber seus olhos, ou a luz, ou o texto impresso, nem mesmo a própria escrita. O culto perfeito seria aquele que nós quase não percebêssemos que estamos nele, que a nossa atenção estivesse completamente em Deus”. (LEWIS, 1964, p. 4).
      Devemos orar para que Deus transforme qualquer modelo de culto, onde ele realmente seja o foco das atenções. No entanto, isso não significa que todos os ingredientes do momento de louvor sejam desprezíveis ou desnecessários.
      Ao definir a adoração como em verdade, Jesus tinha no coração pelo menos três coisas.
      Primeira, devemos aproximar-nos de Deus verdadeiramente, ou seja, honestamente ou de coração Jesus se referiu assim ao povo de Sua época:
     “Este povo honra-me com os lábios, mas o coração está longe de mim. Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens”. (Marcos 7:6b,7).
      De acordo com Cristo, não existe adoração se não houver honestidade de coração no adorador. Não podemos fingir que estamos adorando, mas, sim, adorar verdadeiramente, apresentando nosso coração como livro aberto diante de Deus.
      Segunda, temos que adorar o Senhor com base na revelação bíblica. O versículo anterior prossegue condenando aqueles que substituíram as verdades da Escritura por mandamentos de homens. Jesus disse ao Pai: “A tua palavra é a verdade” (Jo 17:17). Se pretendemos adorar em verdade, a nossa adoração deve estar em acordo com os princípios e as recomendações da Bíblia.
      Uma pregação genuína expõe com fidelidade a Escritura. Seu propósito é direcionar a atenção dos fiéis para a verdade de Deus e encorajá-los a conformar suas vidas de acordo com Ele.
      A Confissão de Fé de Westminster fala da “leitura das Escrituras” com santo temor, a sã pregação da Palavra e a consciente atenção a ela, em obediência à Deus com entendimento, fé, e reverência; o cântico dos Salmos com gratidão no coração...”como partes do culto comum” oferecido a Deus. (Cap 25:5).
      Quando a Reforma Pentecostal aconteceu no século XVI com Martinho Lutero, houve uma reabilitação imediata da Palavra de Deus nos cultos. As doutrinas e o princípio da Palavra, que tinham sido postos de lado pelo cerimonial vazio da Igreja medieval, voltaram à proeminência.
      Calvino, particularmente, aprofundou essa nova prioridade dos cristãos pela Palavra, mandando que os altares, os quais eram o centro da missa latina, fossem removidos e um púlpito para sustentar somente a Bíblia fosse colocado no centro do local de adoração.
      Cada detalhe da nova arquitetura protestante conduzia os adoradores para o Livro que continha, com exclusividade, o caminho da salvação, assim como os princípios sobre os quais a Igreja do Deus vivo devia ser governada.
      Terceira, aproximarmo-nos de Deus em verdade significa fazer isso cristocentricamente.
       Jesus disse ao discípulos: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim”. (Jo 14:6). Esse é o ponto difícil para muitos aceitarem, e, por ser difícil, Deus se esmerou em toda a Bíblia para ensinar que esse é o único caminho para chegar a Ele.
      No Antigo Testamento, Deus deu a Moisés instruções claras para edificar o tabernáculo [que mais tarde daria origem ao templo].
      Mas, o que era o tabernáculo? Ele não era um monumento de grande beleza e durabilidade, não tinha vitrais decorados nem arcos; ao contrário era feito de pedaços de madeira e peles de animais. Cada parte, porém, tinha um significado. O tabernáculo ensinava o caminho de Deus.
      Observe seu altar de sacrifício, sua pia de cobre com água consagrada para a purificação, o Santo Lugar       e o Santo dos Santos.
      O altar representa a cruz de Cristo, que ensina que sem o derramamento de sangue não há remissão dos pecados (Hebreus 9:22) e dirige a atenção para o Cordeiro de Deus que viria pata tirar os pecados do mundo.
      A pia de cobre com água consagrada é uma imagem da limpeza que Jesus providencia quando confessamos os nossos pecados e entramos em comunhão. A mesa do pão sagrado, que estava no interior do Santo Lugar, fala de Jesus como o pão da vida. O castiçal de sete troncos revela Jesus como a Luz do mundo.
      O altar do incenso é uma figura de oração. Por trás dele estava um grande véu que separava o Santo Lugar do Santo dos Santos. O véu estava rasgado em duas partes, representado o momento da morte de Jesus, para demonstrar que a Sua morte era o cumprimento de todas aquelas figuras e a base de nossa aproximação com O Deus Todo-Poderoso.
      Finalmente, dentro do Santo dos Santos havia a Arca da aliança com seu lugar de perdão, sobre a qual, uma vez por ano, o Dia da Expiação, o sumo sacerdote depositava o sangue de um cordeiro. Lá, simbolizado pelo espaço acima do lugar do perdão, estava a presença de Deus, diante da qual podemos agora chegar por causa da morte de Cristo em nosso lugar.
      Não há outro caminho para chegar a Deus. Aproximar-se do Senhor por intermédio de Jesus Cristo é fazer isso em verdade, porque Ele é a Verdade. Devemos ir pelo caminho de Deus, e não por qualquer caminho inventado pelo homem. Amem?
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      Graças a Deus, que tem dado-me vontade, coragem e doação de digitar das páginas desse livro de Ensinamentos Teológicos; esses blocos a serem postados, no Blog Jerusalém aos sábados, para um melhor entendimento nosso da Pessoa de nosso amado Deus e de suas verdades. Concluímos aqui a publicação 64. Não desistam, fiquem alertas, que mais uma dezena de publicações completarão esse nosso estudo. Fiquem na paz e que Deus continue vos abençoando a alumiando as vossas mentes. (Erleu Fernandes).
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      Nossa próxima publicação de nº 65, tem como título:  SÍMBOLOS E SELOS DA SALVAÇÃO.


      

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