Estudo Fundamentos da Fé
Cristã Nº 64
Manual de Teologia ao alcance de todos.
Autor: James Montgomery Boice.
Postado por: Erleu Fernandes.
Tema Central: TEMPO E HISTÓRIA
Capítulo 6 – COMO ADORAR A DEUS.
“Os cristãos acreditam que a verdadeira adoração é a atividade mais nobre e elevada, a qual uma pessoa é capaz de realizar pela graça de Deus” (STOTT, 1970, P. 160).
Essas palavras são de Jonh Stott e
encontram eco no coração de todos aqueles que conhecem o Senhor e desejam
servir a Ele. Contudo, muito do que vê hoje em dia como adoração não é
adoração.
Talvez alguém pergunte: “O que é
adoração? Quem pode adorar? Onde se pode fazer isso? Como alguém pode adorar”?
Muitos que desejam adorar com sinceridade não sabem como proceder.
A.W.Tozer, um pastor escrito da geração
passada, analisou os problemas que ele via nas igrejas.
“Graças as nossas sociedades bíblicas e
outras agências eficazes de disseminação da Palavra, existem, hoje, milhões de
pessoas que possuem “entendimentos corretos”, provavelmente, mais do que em
outra época da história da Igreja, No entanto, fico imaginando se houve algum
tempo antes em que a verdadeira adoração espiritual escreve mais em baixa do
que nos dias de hoje.
Para uma grande parte da Igreja, a arte
de adorar perdeu-se inteiramente, e, no seu lugar, instalou-se aquela coisa
estranha chamada programação. Essa palavra tem sua origem no teatro e vem sendo
aplicada, com triste sabedoria, ao tipo de culto público que, hoje, passa entre
nós por adoração”. (TOZER, 1948, p, 9).
Uma pessoa pode defender que, apesar de
tudo, tais programações de louvor tem seu lugar na atividade da Igreja, e que
possuir entendimento correto sobre Deus é básico. Tozer concordaria com a
segunda afirmação (talvez até com a primeira), mas ao afirmar isso, não
evitamos o problema. Por acaso a adoração que vemos hoje com freqüência nas
igrejas realmente é do tipo que agrada a Deus? Ela é genuína? A única maneira
de responder a essas perguntas é estudarmos o que a Bíblia diz sobre o assunto.
OS PRINCÍPIOS BÍBLICOS DE ADORAÇÃO
Vamos começar apresentando alguns
ensinamentos básicos da Bíblia sobre adoração e, então, passar a discutir suas
formas e naturezas essenciais.
1.Deus deseja adoração. Observamos isso
nas palavras de Jesus à mulher samaritana. Ela indagou o Mestre sobre o lugar
para adorar, mas Ele dirigiu os pensamentos dela à natureza da adoração, em vez
de focalizar o local da adoração, dizendo que Deus deseja esta adoração:
“Mas a hora vem, e agora é, em que os
verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai
procura a tais que assim o adorem”. (João 4:23).
De maneira similar, quando Jesus foi
tentado por Satanás no deserto a receber todas as riquezas deste mundo se tão
somente se curvasse em adoração ao diabo, o Filho de Deus respondeu citando
Deuteronômio 6:13: “O Senhor teu Deus. Serviras, e pelo teu nome jurarás.
Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus, adorarás, e a ele
servirás” (Mateus 4:10).
Em apocalipse 19:10, um anjo diz
simplesmente “Adora a Deus”!.
2.Somente Deus deve ser adorado. A
verdade está explícita na resposta de Cristo a Satanás. Ele é também a essência
do primeiro e do segundo mandamento do Decálogo:
“Não terás outros deuses diante de mim.
Não farás para ti imagem de escultura, nem outra semelhança do que há em cima
nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te
encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus
zeloso, que visito a maldade dos seus pais nos filhos até a terceira e quarta
geração daqueles que me aborrecem”. (Êxodo 20:3-5).
O Deus que entregou esse mandamento é o
Deus que se revelou em Jesus Cristo, Seu Filho. Portanto, a única adoração
verdadeira e aceitável é aquele dirigida a Ele. Se não for assim, não será adoração
verdadeira, por mais que o ritual seja grandioso e impressionante.
3.A adoração a Deus é uma marca da fé
salvadora. Paulo escreveu sobre isso em Filipenses 3:3 “Porque a circuncisão
somos nós, que servimos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e
não confiamos na carne”.
Esse versículo fala de três marcas da
fé. A última, não confiamos na carne, é
obviamente importante, pois é uma entrega ao evangelho verdadeiro. A segunda
–nos gloriamos em Jesus Cristo [ou nos alegramos na vida que temos em união com
Cristo Jesus – também é uma marca da fé e da Igreja, como também em João 17 (Já
estudado na capítulo anterior) e também em Gálatas 5.
No entanto, quem pensaria naturalmente em
adoração como uma característica da fé adoradora? Poucas pessoas. Paulo, porém,
incluiu-a aqui com outros conceitos básicos.
4.Adoração é uma atividade coletiva. Isso
não significa que não podemos adorar a Deus na intimidade de nosso quarto, até
porque o Senhor recomendou privacidade no que diz respeito á adoração:
“Mas tu, quando orares, entra no teu
aposento e, fechando a porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu
Pai que vê o que está oculto, te recompensará”. (Mateus 6:6).
Adoração, porém, em suas expressão mais
plena, deve envolver a coletividade do povo de Deus.
Isso está registrado na Escritura desde
Gênesis 4:26: ”E a Sete também nasceu um filho; e chamou o seu nome Enos; então
começou a invocar o nome do Senhor – até apocalipse 5:13-14:
“E ouvi a toda criatura que está no céu,
e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que nele
há, dizer: ao que está assentado sobre o trono e ao Cordeiro sejam dadas ações
de graças, e honra, e glória, e poder para todo sempre. E os quatro animais
diziam: Amem! E os vinte e quatro anciãos prostraram-se e adoraram ao que vive
para todo o sempre”. (Apocalipse 5:13,14).
5.Deus não aceita qualquer adoração. Jesus deixou isso claro, em Seus
dias, aos fariseus.
“E ele, respondendo disse-lhes: Bem
profetizou Isaias acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo
honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão, porém, me
honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens”. (Marcos 7:6-7).
Cristo ensinou que o Altíssimo deseja
adoração, mas nem tudo o que se faz para Deus é aceito por ele como adoração. A
adoração verdadeira deve vir do coração, e não apenas se manifestar no
interior.
Vale a pena registrar que, nas páginas da
Bíblia, o Senhor fala mais sobre a adoração que Ele não aceita do que sobre a
que lhe agrada.
O profeta Amós foi usado por Deus ao
dizer:
“Aborreço, desprezo as vossas festas, e as
vossas assembléias solenes não me dão nenhum prazer. E, ainda que me ofereçais
holocausto e ofertas de manjares, não me agradarei delas, atentarei para as
ofertas pacíficas de vossos animais gordos. Afasta de mim o estrépito dos teus
cânticos; porque não ouvirei as melodias dos teus instrumentos. Corra, porém, o
juízo como a águas, e a justiça, como ribeiro impetuoso”. (Amós 5:21-14).
O profeta Isaias; por sua vez, escreveu:
“De que vale a multidão de vossos
sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros e da
gordura de animais médios; e não folgo com o sangue de bezerros, nem de
cordeiros e nem de bodes. Quando vindes para comparecerdes perante de mim, quem
requereis isso de suas mãos, que viésseis para meus átrios? Não tragais mais
ofertas debalde; o incenso é para mim abominação, e também as festas da Lua
Nova, e os sábados, e a convocações das congregações; não posso suportar
iniqüidade, nem mesmo o ajuntamento solene. As vossas festas de Lua Nova, e as
vossas solenidades, elas aborrecem a minha alma; já me são pesadas, já estou
cansado de sofrer. Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos;
sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos
estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos
atos de diante de meus olhos e cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem;
praticais o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão, tratai a
causa das viúvas”. (Isaias 1:11-17).
Davi também meditou sobre o assunto em um
salmo:
“Porque não te comprazes em sacrifícios,
senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos. Os sacrifícios para Deus
são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado; a um coração contrito não
desprezais, ó Deus”. (Salmo 51:16,17).
O Senhor deseja e ordena adoração, mas,
ainda que ela seja uma marca importante e essencial do povo de Deus, nem tudo o
que se apresenta como adoração agrada a Deus e é aceito por Ele.
VALORAÇÃO DE DEUS
O que é adoração verdadeira? De que forma
podemos saber se nossa Adoração realmente está agradando a Deus?
Parte da resposta está na raiz da palavra
adoração. Se tivéssemos vivido na Inglaterra nos dias da formação do inglês
moderno, entre o período de Geoffrey Chaucer e William Shakespeare, não
teríamos usado sequer o termo adoração. Em vez disso, teríamos dito valoração,
porque, ao adoramos o Senhor, atribuímos a Ele o devido valor.
No aspectos lingüístico adoração a Deus é
o mesmo que louvar o Altíssimo ou gloriar Seu nome. Vamos, então, pesquisar o
que significa glorificar a Deus.
Nos primórdios da língua grega, quando
Homero e Heródoto escreviam, havia um, verbo grego – dokeo – do qual o
substantivo grego doxa (que significa glória) derivada. Esse verbo,
originalmente, significava aparentar ou parecer. Em conseqüência,
o substantivo que derivou dele significava opinião, que é a maneira como alguma
coisa aparenta ou observador.
Desse significado obtivemos as palavras
ortodoxo, heterodoxo e paradoxo, significando opinião correta, opinião
incorreta (ou outra opinião) e opinião contrária (ou conflitante).
O dicionário teológico editado per
Gerhard Kittel dedica várias páginas à história sobre a origem dessas palavras.
Nas vezes em que o verbo dokeo era usado apenas para emitir uma opinião sobre
alguma pessoa, o substantivo, que caminhava com o verbo em concordância,
expressava louvor e honra a alguém de quem tinha uma boa opinião.
Os reis possuíam glória porque mereciam o
louvor de seus súditos.
O Salmo 24:8,10 nos fala do Rei da
glória; “Quem esse Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso. Quem é este Rei da
Glória? O Senhor dos Exércitos; ele é, o Rei da Glória”.
Nesse ponto, podemos observar o efeito
que tomou as palavras na Bíblia e aplicá-las a Deus, pois, se uma pessoa tem
uma opinião favorável sobre Ele, significa que ela está apta para ter um
parecer favorável sobre as características dele. O Senhor é soberano, santo,
onisciente, justo, fiel, amoroso, imutável; portanto, Ele é glorificado quando
é reconhecido por tudo o que é.
A ótima palavra anglo-saxonica worth
(valor) podia muito bem ter sido usada para expressar a essência de glória na
língua inglesa, se a palavra francesa gloire não tivesse chegado antes. Mas,
uma vez que o termo francês o fez primeiro, geralmente falamos sobre glorificar
o Senhor, em vez de valorizá-lo, o que seria mais apropriado. Ainda assim, a
ideia permanece no termo adoração. Adoramos a Deus apenas quando o
glorificamos, reconhecemos e confessamos Suas qualidades perfeitas.
EM ESPÍRITO E VERDADE.
Tal definição de adoração não nos obriga,
entretanto, a pensar apenas em termos de convicções ortodoxa. Estas são
importantes – devemos adorar o Deus verdadeiro, e não outro –, mas não
representam tudo o que diz respeito a adoração.
Um ingrediente que deve também estar
presente em nossas respostas Aquele que estamos adorando é adorar em espírito e
em verdade, como Jesus ensinou em João 4:24. Verdadeiros adoradores devem
adorar em verdade porque verdade tem a ver com a natureza de Deus. Eles devem
adorar em espírito, pois são podem responder a isso espiritualmente.
Alguns leitores da Bíblia tem sido
confundidos no entendimento desse versículo pela suposição de que, quando Jesus
falou em espírito, Ele se referia ao Espírito Santo, querendo dizer que somente
por meio do Espírito Santo a adoração é possível. De certa maneira, é assim
mesmo. Nada espiritual é possível sem a atuação do Espírito de Deus. No
entanto, esse não é o sentido de João 4:25.
Nesse contexto, Jesus fala de espírito de
uma forma geral (sem o artigo definido), e não do Espírito Santo.
O Mestre ensinou que, na inaugurada por
Ele, o lugar de adoração não importa. Um homem e uma mulher não estariam
adorando pelo simples fato de estarem no lugar certo ou cumprindo certos
procedimentos. O que Cristo quis dizer é que o adorador teria de empenhar seu
espírito nesse ato, o qual poderia acontecer em qualquer lugar.
Muitas pessoas adoram externamente. Elas
só consideram o fato de estarem adorando se estiverem no lugar certo, fazendo
as coisas certas, no momento certo. A mulher samaritana também pensava dessa
forma estava em dúvida se a adoração correta devia ser em Jerusalém ou no monte
Gerizim.
Nos dias de hoje, isso se refere às
pessoas as quais imaginam que adoraram a Deus porque estiveram na Igreja no
domingo, cantaram diversos louvores, ou ficaram de joelhos. Jesus disse, que
esses costumes, por si mesmos, não são adoração. Podem ser no máximo, um
veículo para a adoração verdadeira, mas em alguns casos, até pode impedi-la. No
entanto, é certo que, em si, essas práticas não são adoração. Não devemos
confundir adoração com os nossos costumes de domingo na Igreja
Da mesma forma, não devemos confundir
adoração com sentimentos. Pode ser o caso, e é freqüente, que as emoções
aflorem durante a adoração verdadeira. Às vezes, as lágrimas escorrem dos olhos
ou a alegria transborda do coração. Mas é possível que tais reações aconteçam
sem que haja adoração. É possível ser tocado por uma música ou pela oratória, e
não se chegar a uma consciência genuína de Deus para que o louvor verdadeiro
aconteça.
A adoração verdadeira acontece somente
quando aquela parte dos seres humanos, o seu espírito, conectada à natureza
divina (Deus é Espírito) encontra-se de verdade com o Senhor e entrega-se em
seu louvor a Ele pelo Seu amor e poder, pela Sua sabedoria, beleza, verdade,
santidade, compaixão, misericórdia, graça e outras virtudes.
Sobre essa questão, William Barclay
escreveu:
“A verdadeira e genuína adoração é quando
o homem, por meio de um espírito, atinge a intimidade e a amizade de Deus. A
adoração genuína e verdadeira não é ir a determinado lugar; não é fazer parte
de rituais ou liturgia; não é levar ofertas ao altar. Verdadeira adoração é
quando o espírito, essa parte imortal invisível do homem (e da mulher), fala
com o Senhor e encontra-se com Deus que é imortal e invisível” (BARCLAY, 1956,
p. 54).
Adorar a Deus em espírito tem levantado
também questão dos vários tipos de liturgia utilizados nas igrejas cristãs.
Isso significa que, com a exceção dos elementos litúrgicos que sugerem doutrina
errada, nenhuma liturgia em si mesma é melhor ou pior que a outra. Para uma
determinada igreja, um tipo de culto pode ser mais eficaz do que outro.
Entretanto, as decisões sobre os modelos
de culto mais eficazes deveria ocorrer não por descobrir-se que a congregação
gosta de músicas mais expansivas ou das reflexivas, de respostas barulhentas ou
silenciosas – se a preferência é pela liturgia anglicana, batista, presbiteriana,
metodista, pentecostal ou luterana –, mas, sim, se o culto está sendo eficaz no
sentido de transmitir a atenção dos participantes para Deus.
Ao refletir sobre esse tema, fui
imensamente ajudado por C. S. Lewis. Como membro da Igreja da Inglaterra, Lewis
ficou familiarizado com as várias formas do que nós, geralmente, chamamos de
culto litúrgico. Apesar disso, ele não defendia uma liturgia rígida; defendia
apenas o que chamava de uniformidade, termo em que usou em contraponto à
novidade no culto de adoração, quer, segundo ele, na melhor das hipóteses,
atrai a atenção para a própria novidade, e na pior das hipóteses, para a pessoa
que está dirigindo o louvor.
Lewis escreveu:
“Enquanto tem de se esforçar para contar
os passos, você não está dançando, mas apenas aprendendo a dançar. Um bom
calçado é aquele que você não repara nele. Uma boa leitura se torna possível
quando você não precisa conscientemente perceber seus olhos, ou a luz, ou o
texto impresso, nem mesmo a própria escrita. O culto perfeito seria aquele que
nós quase não percebêssemos que estamos nele, que a nossa atenção estivesse
completamente em Deus”. (LEWIS, 1964, p. 4).
Devemos orar para que Deus transforme
qualquer modelo de culto, onde ele realmente seja o foco das atenções. No
entanto, isso não significa que todos os ingredientes do momento de louvor
sejam desprezíveis ou desnecessários.
Ao definir a adoração como em verdade,
Jesus tinha no coração pelo menos três coisas.
Primeira, devemos aproximar-nos de Deus
verdadeiramente, ou seja, honestamente ou de coração Jesus se referiu assim ao
povo de Sua época:
“Este povo honra-me com os lábios, mas o
coração está longe de mim. Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que
são mandamentos de homens”. (Marcos 7:6b,7).
De acordo com Cristo, não existe adoração
se não houver honestidade de coração no adorador. Não podemos fingir que
estamos adorando, mas, sim, adorar verdadeiramente, apresentando nosso coração
como livro aberto diante de Deus.
Segunda, temos que adorar o Senhor com
base na revelação bíblica. O versículo anterior prossegue condenando aqueles
que substituíram as verdades da Escritura por mandamentos de homens. Jesus
disse ao Pai: “A tua palavra é a verdade” (Jo 17:17). Se pretendemos adorar em
verdade, a nossa adoração deve estar em acordo com os princípios e as
recomendações da Bíblia.
Uma pregação genuína expõe com fidelidade
a Escritura. Seu propósito é direcionar a atenção dos fiéis para a verdade de
Deus e encorajá-los a conformar suas vidas de acordo com Ele.
A Confissão de Fé de Westminster fala da
“leitura das Escrituras” com santo temor, a sã pregação da Palavra e a
consciente atenção a ela, em obediência à Deus com entendimento, fé, e
reverência; o cântico dos Salmos com gratidão no coração...”como partes do
culto comum” oferecido a Deus. (Cap 25:5).
Quando a Reforma Pentecostal aconteceu no
século XVI com Martinho Lutero, houve uma reabilitação imediata da Palavra de
Deus nos cultos. As doutrinas e o princípio da Palavra, que tinham sido postos
de lado pelo cerimonial vazio da Igreja medieval, voltaram à proeminência.
Calvino, particularmente, aprofundou essa
nova prioridade dos cristãos pela Palavra, mandando que os altares, os quais
eram o centro da missa latina, fossem removidos e um púlpito para sustentar
somente a Bíblia fosse colocado no centro do local de adoração.
Cada detalhe da nova arquitetura
protestante conduzia os adoradores para o Livro que continha, com exclusividade,
o caminho da salvação, assim como os princípios sobre os quais a Igreja do Deus
vivo devia ser governada.
Terceira, aproximarmo-nos de Deus em
verdade significa fazer isso cristocentricamente.
Jesus disse ao discípulos: “Eu sou o
caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim”. (Jo 14:6).
Esse é o ponto difícil para muitos aceitarem, e, por ser difícil, Deus se
esmerou em toda a Bíblia para ensinar que esse é o único caminho para chegar a
Ele.
No Antigo Testamento, Deus deu a Moisés
instruções claras para edificar o tabernáculo [que mais tarde daria origem ao
templo].
Mas, o que era o tabernáculo? Ele não era
um monumento de grande beleza e durabilidade, não tinha vitrais decorados nem
arcos; ao contrário era feito de pedaços de madeira e peles de animais. Cada
parte, porém, tinha um significado. O tabernáculo ensinava o caminho de Deus.
Observe seu altar de sacrifício, sua pia
de cobre com água consagrada para a purificação, o Santo Lugar e
o Santo dos Santos.
O altar representa a cruz de Cristo, que
ensina que sem o derramamento de sangue não há remissão dos pecados (Hebreus
9:22) e dirige a atenção para o Cordeiro de Deus que viria pata tirar os
pecados do mundo.
A pia de cobre com água consagrada é uma
imagem da limpeza que Jesus providencia quando confessamos os nossos pecados e
entramos em comunhão. A mesa do pão sagrado, que estava no interior do Santo
Lugar, fala de Jesus como o pão da vida. O castiçal de sete troncos revela
Jesus como a Luz do mundo.
O altar do incenso é uma figura de
oração. Por trás dele estava um grande véu que separava o Santo Lugar do Santo
dos Santos. O véu estava rasgado em duas partes, representado o momento da
morte de Jesus, para demonstrar que a Sua morte era o cumprimento de todas
aquelas figuras e a base de nossa aproximação com O Deus Todo-Poderoso.
Finalmente, dentro do Santo dos Santos
havia a Arca da aliança com seu lugar de perdão, sobre a qual, uma vez por ano,
o Dia da Expiação, o sumo sacerdote depositava o sangue de um cordeiro. Lá,
simbolizado pelo espaço acima do lugar do perdão, estava a presença de Deus,
diante da qual podemos agora chegar por causa da morte de Cristo em nosso lugar.
Não há outro caminho para chegar a Deus.
Aproximar-se do Senhor por intermédio de Jesus Cristo é fazer isso em verdade,
porque Ele é a Verdade. Devemos ir pelo caminho de Deus, e não por qualquer
caminho inventado pelo homem. Amem?
...............................
Graças a Deus, que tem dado-me vontade,
coragem e doação de digitar das páginas desse livro de Ensinamentos Teológicos;
esses blocos a serem postados, no Blog Jerusalém aos sábados, para um melhor
entendimento nosso da Pessoa de nosso amado Deus e de suas verdades. Concluímos
aqui a publicação 64. Não desistam, fiquem alertas, que mais uma dezena de
publicações completarão esse nosso estudo. Fiquem na paz e que Deus continue
vos abençoando a alumiando as vossas mentes. (Erleu Fernandes).
..............................
Nossa próxima publicação de nº 65, tem
como título: SÍMBOLOS E SELOS DA
SALVAÇÃO.
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