sábado, 21 de novembro de 2015

ESTUDO DE TEOLOGIA Nº 25

Estudo do Livro Fundamentos da Fé Cristã - Nº 25
     Um manual de Teologia ao alcance de todos.
         Autor: James Montgomery Boice
      Postado por: Erleu Fernandes da Cruz

CAPÍTULO 15 – AMOR INESGOTÁVEL - CONTINUAÇÃO DA  GRANDEZA DO AMOR DE DEUS NO Nº 24.
                     
                    AMOR INESGOTÁVEL
     
     Em segundo lugar, a Bíblia ensina que o amor de Deus é infinito. Isso não é a mesma coisa que dizer que ele é grande: a característica diferenciada é a sua capacidade de não se extinguir. Ele não pode ser esgotado, nem mesmo completamente compreendido.
     Paulo captou essa ideia quando orou para que aqueles a quem estava escrevendo pudessem compreender, com todos os santos, [...] a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede a todo entendimento, para que [fossem] cheios de toda a plenitude de Deus (Ef 3:18,19).
     Analisando longamente, as palavras do apóstolo são contraditórias, visto que ele orou para que os cristãos pudessem conhecer o incognoscível. Essa foi a maneira encontrada por Paulo para enfatizar seu desejo de que eles se aprofundassem mais no conhecimento do infinito amor de Deus.
     Como podemos conhecer esse amor ilimitado? Podemos conhecê-lo, mas apenas em parte.  Temos sido tocados por ele, mas sua plenitude continuará sempre fora do alcance de nosso entendimento, assim como o infinito do universo se estende para além do que o olho humano pode enxergar.
     Há um hino que coloca esse aspecto do amor de Deus uma linguagem memorável. Inicialmente escrito por F. M. Lehman, teve sua estrofe final (que é, talvez, a melhor de todas) acrescentada mais tarde, depois de ter sido encontrada na parede do quarto de um asilo, escrita por um homem considerado insano, mas que, obviamente, conheceu o amor de Deus.

O amor de Deus é muito superior
Ao que a língua e a caneta pode expressar;
Ele ultrapassa a mais alta estrela,
E chega ao mais profundo inferno.

A culpa curvou-se com cuidado,
Deus deu Seu Filho para vencer;
Seus filhos errantes Ele reconciliou,
E resgatou do pecado.

Oh, como o amor de Deus é rico e puro!
Como é sem medida e forte!
Durará para sempre –
A canção dos anjos e dos santos.

Podemos encher o oceano com tinta?
E poderia o céu ser como um pergaminho?
Poderiam todos os caules da terra ser penas de escrever.
E todo homem um escriba de ocupação,
Para escrever acerca do amor de Deus?
Se assim fosse, os oceanos secariam,
Os pergaminhos não poderiam conter sua totalidade,
Ainda que esticado céu a céu.
     Esta é a canção de todos aqueles que, por intermédio de Jesus Cristo, conheceram o infinito amor do Pai.

                    A DÁDIVA DO AMOR
     Em terceiro lugar, Deus também nos fala que Seu amor é uma dádiva. Esse é o ponto principal de João 3:16: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito...” A natureza do amor de Deus é dar, e quando Ele nos dá algo, não é apenas uma ninharia, mas o melhor.
     Em Os Quatro Amores, C. S. Lewis diferencia o amor-dádiva do amor-necessidade; indicando que é o primeiro, amor-dádiva que caracteriza o amor do Senhor.
     “O amor divino é amor-doação. O Pai entrega ao Filho tudo o que Ele tem. O Filho se entrega ao Pai e se entrega ao mundo e ao Pai pelo mundo, e com isso também resgata o mundo (nele mesmo) para o Pai”. (Lewis, 2005, p. 2).
     Em nenhum outro lugar pode-se enxergar melhor esse fato do que a dádiva de Jesus para a nossa salvação.
     O amor dádiva do Senhor pode ser visto na morte de Jesus de duas maneiras. Em primeiro lugar, Cristo é o melhor que o Pai tinha para dar, porque não existe ninguém que se compare ao Filho do homem. Segundo, ao oferecer Jesus, Deus ofereceu a Si mesmo e não existe nada maior que pudesse ser oferecido por alguém do que isso.
      Certa vez, um sacerdote estava conversando com um casal que enfrentava dificuldades no casamento. Havia muita amargura e dor entre eles, além de uma aguda falta de compreensão. A certa altura da conversa, o marido disse com visível irritação: “Tenho dado tudo a você”, afirmou referindo-se à esposa. “Dei a você uma casa nova, um carro novo e todas as roupas que pudesse usar. Dei a você...” E a lista continuou. Quando ele terminou a esposa disse com tristeza: “Tudo isso é verdade, João. Você me deu tudo, exceto a si mesmo”!
      Não podemos dar a ninguém mais valoroso do que a própria vida. Qualquer outro presente se torna relativamente insignificante diante deste. Deus deu a si mesmo em Jesus.

                  AMOR SOBERANO
     Em quarto lugar, o amor de Deus é soberano. Por ser Senhor, Ele não deve satisfação a ninguém, sendo livre para amar a quem escolher. Assim, Ele declara: “Amei Jacó e aborreci Esaú (Rm 9:13) e, em relação a Israel, diz: 
     “O SENHOR não tomou prazer em vós, nem vos escolheu, porque a vossa multidão era mais do que a de todos os outros povos, pois vós éreis menos em número do que todos os povos, mas porque o SENHOR vos amava; e, para guardar o juramento que jurara aos vossos pais, o SENHOR vos tirou com mão forte e vos resgatou da casa de servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:7,8).
     Se Deus é soberano em Seu amor significa, que Ele não pode ser influenciado por nada que se refira à criatura. Sendo assim, isso equivale a dizer que a razão do amor do Senhor se encerra nele mesmo: Ele ama a quem quer.
     Podemos perceber isso claramente nos textos citados no parágrafo anterior. No caso de Jacó e Esaú, não é que Jacó fosse mais cativante e, por isso, Deus o tenha amado mais do que a seu irmão. O Senhor decidiu amar Jacó como uma expressão simples e pura de sua soberana vontade, e deixou isso claro ao fazer essa escolha antes que os gêmeos nascessem, antes que tivessem a chance de fazer qualquer coisa boa ou má.
     De forma parecida, o versículo em Deuteronômio nega com veemência que Deus tenha amado a nação de Israel por causa de uma característica particular dela, como poder ou tamanho territorial (ela não era grande como a maioria das nações). Mas exatamente, o texto afirma que o Senhor a amou porque decidiu amá-la.
     Para a maioria das pessoas, esse não é um ensinamento popular, mas é a única maneira de garantir que Deus seja, de fato Deus. Suponha o contrário: Imagine que o amor divino fosse regulado por alguma coisa além da soberania do Senhor. Nesse caso, Ele seria, também, regulado por essa outra coisa (seja o que fosse) e, assim, ficaria debaixo da autoridade dela, o que é impossível se Ele ainda for Deus.
     Nas Escrituras, somente a vontade eleita do Pai justifica Seu amor. A razão apresentada para as escolhas de Deus acerca disso é que:
     “(Ele) nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor e glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado” (Efésios 1:5,6).  
     Há um segundo princípio relacionado à soberania divina que é igualmente importante. Deus não ama só o coletivo, mas também o indivíduo. O amor do Senhor não é [apenas] uma boa vontade comum direcionada a um grupo visto como um todo e, portando, a ninguém em particular. Trata-se de um amor que escolhe os indivíduos e abençoa-os de maneira específica e abundante.
     O propósito do amor de Deus que, segundo Efésios 1:4, foi definido entes da criação do mundo envolve, primeiro, a escolha daqueles a quem Ele abençoaria e, depois, a indicação dos benefícios a serem concedidos, bem como o meio pelo qual estes seriam obtidos e aproveitados.
     Assim, de acordo com J. I. Packer: “O exercício individual do amor de Deus em relação aos pecadores no tempo é a execução de um propósito para abençoar aqueles mesmos pecadores que Ele formou na eternidade. (Packer, 1983, p. 112-113).

                    AMOR ETERNO
     O quinto e último ponto de vista a respeito do amor de Deus é que ele é eterno. Assim como as suas origens encontraram-se no passado da eternidade, o seu fim será encontrado na eternidade futura. Em outras palavras, não existe fim. Paulo escreveu:
     “Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: por amor de ti somos entregues à morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas essas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque está certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”! (Romanos 8:35-39).
     Na lista de Paulo, existem duas classes de ameaças potenciais para o relacionamento do cristão com o Pai, e ele nega a eficácia de ambas. A primeira classe diz respeito aos nossos inimigos naturais neste mundo imperfeito e incrédulo: pobreza, fome, desastres naturais e perseguições. Segundo ele, estes não podem separar-nos do amor do Senhor.
     À medida que analisamos a lista e a comparamos com as experiências do apóstolo, como ministro do evangelho, percebemos que suas palavras não são ditas sem motivo. O próprio Paulo resistiu a esses inimigos (2 Co 6:5-10; 11:24-33). Mesmo assim, nada o separou do amor de Deus, que é eterno. Nem nos separará se tivermos de submeter-nos a tal sofrimento.
     A segunda classe de inimigos é sobrenatural ou, como preferirmos dizer, é, justamente, a própria natureza das coisas. Nesses versículos, Paulo listou a morte, vida, anjos, demônios e qualquer outra coisa que pudesse ser enquadrada nessa categoria. Eles podem separar-nos do amor de Deus? Paulo respondeu que não podem, pois o Senhor é maior do que qualquer uma delas.
     Ainda há mais uma questão. Ao chegar ao final de sua declaração sobre o eterno vitorioso amor divino, Paulo atingem o clímax de sua epístola. Ele fala do amor de Deus que está em Cristo Jesus, o que nos leva de volta ao ponto onde começamos: o amor do Pai refletido na cruz. É preciso levar em conta que, se quisermos conhecer verdadeiramente esse amor [e não apenas ouvir falar dele], não basta apenas olhar para Cristo, devemos estar nele, desenvolvendo, assim, um relacionamento pessoal com o Filho pela fé.
     Então, a questão é: será que, de fato, o conhecemos e acreditamos que o grande amor de Deus é direcionado a nós por meio da fé no sacrifício de Cristo? Somos mesmo dele? Jesus é realmente o nosso Senhor e Salvador pessoal?
Não existe outra maneira de conhecer o amor do Pai: essa é a única forma de vivenciá-lo. Tudo depende do nosso comprometimento com Cristo. Deus decretou que apenas em Seu Filho pode ser conhecido Seu grande, inesgotável, gratuito, soberano e eterno amor por nós pecadores.
..................................................
    
     Amados, nesta aula nº 25 completamos o que nos mostrou o Capítulo 15 desde estudo de Teologia, nos falando do amor inesgotável de Deus.
     No próximo sábado, querendo Deus, estaremos entrando no Capítulo 16 que tem por título:     
     A DOUTRINA FUNDAMENTAL DA RESSURREIÇÃO
    
  Fiquem em Paz, na Paz do Senhor Jesus. Que Deus vos abençoe. Amem?

0 comentários:

Postar um comentário