sábado, 7 de novembro de 2015

ESTUDO TEOLÓGICO Nº 23

Estudo do Livro Fundamentos da Fé Cristã   Nº 23
     Um manual de Teologia ao alcance de todos.
           Autor: James Montgomery Boice
   
         CAPÍTULO 14 – INTEGRALMENTE PAGO.


As palavras redenção e Redentor estão entre as mais preciosas do vocabulário cristão, embora não sejam as mais usadas quando falamos do ministério de Cristo, visto que é mais comum referirmos a Ele como Salvador e, muitas vezes, como Senhor. Mas essas palavras falam-nos mais diretamente o que Jesus Cristo fez para a nossa salvação e qual foi o custo para que Ele o fizesse.
No início do deste século, B. B. Warfield fez um discurso para os alunos novos no qual chamava a atenção para o fato de o título Redentor transmitir uma revelação profunda. Ele escreveu assim:
“A palavra Redentor não só apensas expressa que recebemos a salvação de Jesus, mas também reflete nossa apreciação pelo preço que lhe custou alcançá-la para nós. Denomina, especialmente, o Cristo da Cruz. Sempre que a pronunciamos, visualizamos a cruz diante de nossos olhos, e nosso coração é inundado com a preciosa lembrança do que não apenas Cristo nos deu a salvação, mas de que Ele pagou um alto preço por ela” (Warfield, 1970, p. 325).

Warfield comprovou sua afirmação por meio de uma extensa série de citações de hinos da igreja nas qual a palavra redentor aparece

Deixem que as novas almas sejam uma oferta.
O nome de nosso Redentor.
Ao orarmos pelas graças indulgentes.
Através do nome de nosso Redentor.
Filho todo-poderoso, Verbo Encarnado.
Nosso Profeta, Pastor, Redentor, Senhor.
Oh milhares de vozes cantam
Louvores ao Redentor,
Porque ele morreu por mim.
Guia-nos até, onde o nosso bebê Redentor repousa.
Meu preciso Redentor e meu Senhor.
Toda glória, louvor e honra
A ti Redentor, Rei.
Nosso bendito Redentor, antes de respirar
Seu delicado e último adeus”.

Warfield citou pelo menos o dobro do número de hinos, e então, fez a mesma coisa com os que usam a palavra resgate, que, como ressaltou, é um sinônimo bem próximo de redenção.
É possível que, nos dias atuais, essas palavras sejam menos apreciadas do que antigamente. Entretanto, isso se deve ao fato de serem menos compreendidas, não significando que a ideia por trás delas sejam menos atrativas aos cristãos. Além disso, menos que admitamos que tais termos tenham perdido um pouco de seu apelo popular, eles são adequados do que outras palavras que descrevem o que foi feito por nós na salvação.

O TRIÂNGULO DA SALVAÇÃO.
Vemos nesse triângulo quando consideramos as três principais palavras relacionadas ao que acontece com a salvação: Jesus (lado direito da base do triângulo). Propiciação (seta que sobe da base (Jesus) ao cume do triângulo), Deus (palavra em cima, no cume do triângulo), Justificação (Seta que desce de Deus (cume) até ao lado esquerdo da base, onde esta a palavra Cristãos), Jesus (lado direito da base), outra seta que segue a base até a palavra cristãos. Cada uma delas aparece nos versículos chave que introduzem o sacrifício de Cristo na apresentação de Paulo em Romanos 3:24,25a).
“Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs como propiciação, pela fé, no seu sangue”.
Podemos facilmente observar essa relação do triângulo como foi especificado acima. 1. A propiciação é apresentada pela seta que conecta Cristo a Deus. Essa seta aponta para cima porque Jesus propiciou o Pai por meio de Sua morte em nosso favor.
A seta que conecta o Senhor (Deus) aos cristãos é a justificação (perdão). A seta aponta para baixo porque a justificação (perdão) refere-se a algo (ação de Deus) que Ele fez para nós. Somos justificados (perdoados, tornados justos) pela graça (vontade imperiosa de Deus), cuja base é o sacrifício de Cristo.
O terceiro lado é a base do triângulo, a seta que conecta Jesus a nós é e Redenção. Esta aponta para nós porque a redenção é algo que Jesus fez pelo Seu povo, redimindo-nos e libertando-nos (do jugo do pecado que nos prendia ao diabo). Nesse diagrama, Deus é o iniciador de uma ação: Justificação. Jesus é o iniciador de duas ações: propiciação direcionada ao Pai, e redenção direcionada ao Seu povo. Nós, que não iniciamos nada, recebemos tanto a justificação como a redenção. Entretanto, o objetivo da ilustração é que percebamos que, entre as três palavras chave, apenas redenção descreve o que o Salvador faz por nós na salvação. Ele nos redime (nos liberta daquilo que nos afastava de Deus)! Então, é natural que esta palavra (REDIMIR) (ou ideia representada por ela) seja mais preciosa.
O vocabulário grego que serve de base para o principal grupo de palavras significando redimir, Redentor e redenção luô, que significa libertar ou alargar. Ele era usado em roupas folgadas ou armaduras soltas. Quando aplicado em seres humanos, a liberação de obrigações ou contrato, como por exemplo, a libertação de um prisioneiro. As vezes era usado com o significado de libertar alguém pelo pagamento de um valor de resgate.
Desse último uso, desenvolveu-se o substantivo lutron, que refere ao meio pelo qual a redenção do prisioneiro era consumada. Significa o valor do resgate em si. Daí desenvolveu-se um novo verbo, lutroõ, que diferente do primeiro luõ – que era apenas um termo geral para libertar e, ocasionalmente, significava resgatar -  parecia significar libertar pelo pagamento de um preço. Desse lutrõsis (Redenção, liberação), apoluõ (liberar, libertar, divorciar, perdoar) e outros termos foram derivados. Como os prisioneiros geralmente eram escravos, essas palavras também tinham relação com o ato de comprar um escravo com a intenção de libertá-lo.
Ate então tudo parece claro, já que, quando usada em relação à missão de Cristo, a palavra redenção nos remete, obviamente, ao que Jesus fez para nos libertar do pecado. Mas aqui, alguns problemas aparecem.
Da mesma forma que alguns estudiosos se opuseram ao verdadeiro significado de propiciação, argumentando que a ideia de aplacar a ira divina não é adequada à natureza do Deus Cristão, alguns tem se oposto também ao significado básico de redenção.
A ideia de libertação faz sentido para tais pessoas, mas o conceito de valor de resgate é completamente errado. “Como Deus pode determinar um preço para salvação?”, perguntam: “Se Jesus teve de pagar o preço de Sua morte para a nossa libertação, não significa, então, que Deus está, na verdade, vendendo seus favores, e que a salvação já não é mais pela graça?”
Ao desenvolver essa objeção, tem-se tentado interpretar de forma diferente a palavra redenção, a qual, por via de regra, é entendida como libertação, mas sem as implicações de resgate.
Parte deste trabalho foi feito por acadêmicos alemães em cujo idioma a palavra redenção (erloesung, mas não loskaufung) significa apena livramento. Acadêmicos cujo o idioma materno em o inglês apontam para o fato de que de que a palavra redenção não necessariamente remete a ideia de preço remissor. Por exemplo, os discípulos a caminho de Emaús desabafaram a respeito de suas expectativas frustradas de encontrar em Jesus o messias que esperavam. “E nós esperávamos que fosse ele o que remisse Israel” (Lc 24:21a). Não estava necessariamente implícita, então, a ideia de resgate pelo pecado ou mesmo nada espiritual. Ele apenas queriam dizer que o que esperavam era que Jesus fosse quem os livraria de Ruma.
Tais filósofos também assinalaram versículos sobre uma redenção final de nosso corpo. Em Lucas 21:28 é dito: “Ora, quando essas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai a vossa cabeça, porque a vossa redenção está próxima.”
Em Romanos 8:23, por sua vez, está escrito: “E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção de nossos corpos.”
Em Efésios 4:30 lemos: “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção.”
O que pode ser dito em relação a essa objeção? Uma resposta imediata é que os discípulos de Emaús obviamente compreenderam mal qual o tipo de redenção Jesus veio trazer. Outra é que, assim como no caso da propiciação, o preço da nossa redenção final, na verdade, não é um preço pago por outra pessoa a Deus, mas um preço que ele para a si mesmo. É o Senhor pagando a nossa conta para que a salvação deixe verdadeiramente livres. Uma terceira possibilidade é que exista um consenso defendendo nossa remissão final como uma libertação de um mundo pecaminoso.
Alcançar uma resposta satisfatória, no entanto,  requer uma pesquisa apurada acerca de dados lexicais. Existem quatro áreas de estudo.
Em primeiro lugar, as ideias de redenção no Novo Testamento são condicionadas necessariamente pelos modelos do Antigo Testamento.
No Antigo Testamento, a ideia ou o valor de um resgate é muito importante. Aqui, três palavras são particularmente significantes. A primeira é gaal (libertar) ou goel (geralmente traduzido como resgatador do mesmo sangue), que se refere à obrigação imposta a um parente de ajudar algum membro de sua família a preservar a honra ou os bens. Por exemplo, se um homem perdesse sua propriedade por causa de dívidas, como foi o caso do marido de Noemi, segundo o livro de Rute, era obrigação do resgatador do mesmo sangue (nesse caso, Boáz) recomprar a propriedade, restabelecendo-a, com isso, ao nome da família. Essa obrigação se estendia também à compra de alguém da família que fosse levado cativo, a fim de livrá-lo da escravidão (Lv 25:47-55).
A segunda palavra é padah. Ela significa restar pagando um preço, como na redenção do primogênito que, de outra forma, pertenceria ao Senhor (Ex 13:11-14; Nm 18:15,16). Ao contrário de gaal, a redenção que se refere é voluntária, e não obrigatória, como no caso de um parente.
A terceira palavra é kopher, que significa valor de resgate. Supunha, por exemplo, que um touro tenha chifrado alguém até a morte. Esse era um crime pelo qual o touro ou, em caso de negligência, seu dono poderia ser morto. Ele teria que pagar com a vida por aquele que teve a vida tirada. Mas poderia, também, redimir-se por meio do kopher, o que significa que poderia fixar um preço determinado pelos parentes do foi morto, colocando esse valor em lugar do confisco da vida da vítima (Ex 21:28-32).
Essas três palavras, cada uma com suas conotações e leis, indicam que a ideia de redenção pelo pagamento de um valor não só era comum, como também era um princípio fundamental na vida social e religiosa de Israel. A menos que possa ser comprovado de outra maneira, a redenção, é que deveria ser a concepção fundamental do Novo Testamento.
Em segundo lugar, na época do Novo Testamento, as palavras para redenção também eram usadas, no grego secular, como conotação de pensamento de um valor de resgate, em grande parte referindo-se à redenção de prisioneiro de guerra ou de escravos. Nesse caso, o valor era tão importante que era determinado até mesmo em requerimentos padrões de alforrias. Por exemplo: “______ vendeu ao Pythian Apollo um escravo macho  chamado ao preço de siclos, na condição de que ele seja liberto” (Morris, 1956 p. 22).
Em terceiro lugar, as passagens mais importantes do Antigo Testamento, aquelas que usam o vocabulário de redenção como a missão de Cristo, quase sempre enfatizam o preço pago por nossa libertação.
Em Mateus 20:28, Poe exemplo, é dito: “O Filho do homem não veio para ser servido, para servir e dar a sua vida em resgate de muitos”. Aqui, o valor da redenção é estabelecido pelo próprio Senhor: é a Sua vida.
Em Tito 2:14 está escrito que: “Jesus se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniqüidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras.” O uso da terminologia sacrificial nesse versículo (iniqüidade e purificar) indica que o autor não estava pensando na dádiva de Cristo dando a Sí mesmo como um presente em vida, como numa missão, mas, mais exatamente, como um presente de si mesmo na morte. Então, novamente, o preço da vida de Jesus é importante.
Finalmente, em 1 Pedro 1:18,19, é empregada uma linguagem mais clara:
“Sabendo que não foi por coisa corruptível, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado.”
Em cada uma dessas passagens (e em outras), a redenção é alcançada pelo pagamento maior dos preços, ou seja, a morte ou o sangue de Jesus Cristo, o Filho de Deus.
A quarta linha de sustentação para o significado tradicional de redenção é que as palavras mais comuns, aqueles que estivemos estudando, não são as únicas referentes à redenção que aparecem no Novo Testamento. Pelo contrário, existem duas outras, cada uma delas também envolvendo a ideia de libertação pelo pagamento de um valor.
Esse conceito é inerente ao próprio significado das palavras. A primeira é agorazõ. Significa comprar, e aparece em versículos como 1 Coríntios 6:19,20; 2 Pedro 2:1; Apocalipse 5:9,10. Todo o texto se refere aos escolhidos de Deus sendo comprados por meio da morte de Cristo.
A segunda palavra é exagorazõ, derivada da palavra anterior, e significa comprar os direitos. Como ambas são bem próximas da palavra agora, que significa mercado ou lugar de negócios, esses termos, na verdade, significam comprar os direitos do mercado, de forma que aquele que foi comprado nunca mais retorne para lá.
RESGATAR: ALFORRIAR.
O estudo lexical de resgatar não nos dá um significado teológico amplo De qualquer forma, voltamo-nos agora para as três doutrinas cruciais inerentes a ele.
A primeira doutrina diz respeito ao estado original do homem que não tinha pecado. Nesse estado, o primeiro homem e a primeira mulher eram livres, com uma liberdade própria dos seres criados. Eles estavam em comunhão com Deus.
Redenção significa que devemos ser comprados e levados de volta ao estado no qual estávamos antes disso. Aqui, é claro, o cristianismo contraria a opinião dominante do homem em nossos dias: de que ele está galgando gradualmente seu caminho, a partir de um começo menos perfeito ou até mesmo impessoal. A popularidade dessa visão contemporânea reside na ausência da culpa pelo pecado cometido, que nos leva a crer que a humanidade é para ser louvada sendo, na verdade, salvadora de si mesma.
Por outro lado, a visão bíblica do significado da palavra redenção, assim como de outros termos, é que, de fato, decaímos de um estado melhor e, então, somos culpados, daí nossa necessidade de um Salvador. Na verdade, nossa culpa é tão grande e tão imensa a nossa queda que nenhum outro, a não ser Deus, pode salvar-nos.
A segunda maior doutrina relacionada à ideia bíblica de redenção, é a Queda, como já foi sugerido. Existe um paralelo entre as formas pelas quais uma pessoa poderia tornar-se escrava antigamente e como, na Bíblia, alguém pode ser considerado escravo do pecado.
Essas formas de tornar-se escravo correspondem às várias maneiras relatadas na Bíblia sobre como o pecado aprisiona o indivíduo. Na antiguidade, era possível nascer escravo. Da mesma forma, está escrito que todos, desde Adão, nasceram no pecado. Davi escreveu: “Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sm 51:5).
Davi não quis dizer a mãe dele estava vivendo em pecado quando o concebeu ou que havia algo errado ao ato da concepção em si. Ele quis dizer que nunca houve um momento em sua existência em que estivesse livre do pecado. Visto que herdou essa natureza pecaminosa de seus pais, assim como eles a herdaram dos pais deles.
A última possibilidade, de tornar-se escravo por causa de dívida, é sugerida por Romanos 6:23a, texto no qual está escrito “que o salário do pecado é a morte.” A expressão não significa que o pecado é recompensado, a não ser a forma irônica, mas sim que este é uma dívida que apenas a morte do pecador pode pagar. Os conceitos de um estado original perfeito é uma subseqüente queda são importantes para a ideia expressa pela palavra redenção, mas ainda não representam a ideia principal.
O cerne da questão está na terceira doutrina chave relacionada à redenção. Embora tenhamos caído em desesperadora escravidão por causa do pecado, e sejamos controlados por ele, como um tirano cruel, Cristo comprou nossa libertação por intermédio de Seu sangue. Ele pagou o preço para que pudéssemos ser livres.
Talvez a mais rica ilustração bíblica sobre a salvação (e, principalmente, sobre o significado da redenção) seja a história de Oséias. Oséias era um profeta menor – menor no que diz a duração de seu ministério profético, não a importância deste – cujos escritos são baseados na história de seu casamento.
Do ponto de vista humano, o casamento de Oséias foi infeliz, já que a sua esposa provou ser infiel a ele. Entretanto, do ponto de vista divino, foi especial. Deus tinha dito a Oséias que o seu casamento funcionaria daquele jeito, mas que, apesar disso, ele deveria mantê-lo para, assim, ilustrar o amor do Pai por nós. O Senhor amava o povo que tinha preparado para si ainda quando ele era infiel, cometendo adultério espiritual com o mundo e seus valores.
O casamento era para ser uma representação. Oséias representaria o papel de Deus, enquanto sua esposa assumiria como personagem a nação de Israel. Ela seria infiel e, quanto mais infiel fosse, mais Oséias a amaria. É assim que o Pai nos ama, mesmo quando fugimos dele e o desonramos. Oséias descreveu sua incumbência com as seguintes palavras:
“O princípio da palavra do Senhor por Oséias: disse, pois, o Senhor a Oséias: vai, toma uma mulher de prostituição e filhos de prostituição; porque a terra se prostituiu, desviando-se do Senhor. E foi-se e tomou a Gômer, filha de Diblaim, e ela concebeu e lhe deu um filho.” (Oséias 1:2,3).
Existem lições significativas nos primeiros estágios desse drama, tanto nos nomes dos filhos nascidos de Oséias e Gômer como no cuidado dele para com sua esposa mesmo depois que ela o havia deixado. Entretanto, o climax acontece quando Gômer se torna escrava, provavelmente por causa da dívida. Oséias recebeu ordem de comprá-la de volta como demonstração da maneira pela qual Deus, que é fiel, ama e salva o Seu povo.
N antiguidade, os escravos sempre eram vendidos nus, e com Gômer não deve ter sido diferente, já que ela foi leiloada na cidade capital. Aparentemente, Gômer tinha sido uma linda mulher, e ainda era bonita, mesmo em seu estão arruinado. Então, quando o leilão começou, as ofertas foram altas, e os homens da cidade deram lances pelo corpo da escrava.
“Doze peças de prata”, alguém disse. “Treze” disse Oséias. “Quatorze.” “Quinze”, replicou Oséias. Os que deram os lances mais baixos retiraram-se, mas alguém acrescentou: “Quinze peças de prata e um ômer de cevada”. “Quinze peças de prata e um ômer e meio de cevada”, bradou Oséias.
O leiloeiro deve ter olhado em volta esperando um lance mais alto, e, como não teve nenhum, disse: “Vendida para Oséias, por quinze peças de pratas e um ômer e meio de cevada”.
A partir daquele momento, Oséias passou a ter uma esposa. Ele poderia tê-la matado se quisesse. Poderia ter feito um espetáculo público da forma que tivesse escolhido. Mas, em vez disso, colocou suas roupas de volta sobre ele, conduziu-a pelo caminho do anonimato no meio da multidão, e exigiu amor da parte dela, prometendo, simultaneamente, o mesmo de si. Aqui, vemos como expressou isso:
“E o Senhor me disse: Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo e adúltera, como o Senhor ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses e amem os bolos de uvas. E a compre para mim por quinze peças de prata, e um ômer de cevada, e meio ômer de cevada; e lhe diga: Tu ficarás comigo muitos dias; não te prostituirás, nem serás de outro homem; assim eu quero ser também para ti.” (Oséias 3:1-3).
Oséias tinha o direito de exigir o que ela, anteriormente, não estava disposta a dar. Entretanto, ao exigir, ele prometeu amor de si mesmo. O ponto principal da história é que Deus ama a todos os que são Seus verdadeiros filhos espirituais.
Este é o real significado da redenção: comprar alguém e libertá-lo da escravidão. E compreendermos a história de Oséias, entenderemos que somos como um escravo vendido no pedestal do leilão do pecado. Fomos criados pra ter comunhão com o Pai e para sermos livres, mas desgraçamo-nos por causa da infidelidade. Primeiro flertamos e, depois, adulteramos com esse mundo pecaminoso e com seus valores.
O mundo tem dado lances altos pelas nossas almas, oferecendo sexo, dinheiro, fama, poder e todos os outros itens que por ele trafegam. Mas Jesus, nosso noivo fiel nos ama, entrou no leilão e comprou-nos de volta. Ele deu como lance Seu próprio sangue. Não existe lance maior do que este. Nós passamos a ser dele. Ele nos vestiu novamente, não com os trapos de nossa velha iniqüidade, mas com vestes novas de justiça, e disse-nos: “Tu ficarás comigo muitos dias; não te prostituirás, nem serás de outro homem (deuses, ídolos); assim quero eu ser também para ti.” (Oséias 3:3).
Na atualidade, como a morte e ressurreição de Jesus nós passamos a ser livres, porque Jesus pagou o preço de nossa dívida com o Seu sangue derramado na cruz. A redenção é algo glorioso. Só de pensar sobre ela, nosso coração deveria aquecer-se e deveríamos louvar Àquele (Jesus Cristo) que deu de si mesmo para que pudéssemos ser livres.
Perdoe-me a extensão do  texto para estudo. Creio que deva ter sido muito esclarecedor, como que somos salvos salvos em Jesus Cristo.
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Assunto para o próximo sábado: Capítulo 15.
A GRANDEZA DO AMOR DE DEUS – Estudo Nº 24

“Deus vos abençoe e vos guarde”.


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