sexta-feira, 27 de novembro de 2015

ESTUDO TEOLÓGICO Nº 26

Estudo do Livro Fundamentos da Fé Cristã  Nº 26
     Um manual de Teologia ao alcance de todos.
         Autor: James Montgomery Boice
      Postado por: Erleu Fernandes da Cruz
                    CAPÍTULO 16


A DOUTRINA FUNDAMENTAL DA RESSURREIÇÃO.
     O que é mais importante para a teologia cristã: a morte de Jesus Cristo ou a Sua ressurreição? Não há resposta para essa pergunta. Embora a principal missão de Jesus tenha sido morrer pelos pecados da humanidade, não podemos desconsiderar a importância histórica da ressurreição como evidência para a afirmação que Ele fizera a respeito da sua identidade como Messias e Filho de Deus. Foi apenas por causa da ressurreição que o evangelho da cruz pôde ser entendido e, então, preservado a transmitido ao longo dos séculos, até que chegasse a nós.
     A importância da ressurreição é percebida desde os primeiros momentos da era cristã. De certa forma, os discípulos sempre creram em Jesus como o Cristo. Um exemplo dessa imatura, mas genuína fé foi, o testemunho de Pedro: “Tu és o Cristo, o filho de Deus vivo” (Mt 16:16b). Entretanto, a fé dos seguidores de Jesus foi profundamente abalada pela crucificação, ao ponto de fazer com que eles, imediatamente depois da morte do Cordeiro, abandonassem tudo e retornassem para o lugar de onde tinham vindo.
     O mesmo Pedro que, no Evangelho de Mateus, havia afirmado com total segurança que Jesus é o Cristo acabou negando-o três vezes na noite em que Ele foi preso, ainda antes da ressurreição.
     Embora tivessem acreditado na pregação de Jesus, Seus discípulos não foram fortes o suficiente para continuarem crendo em Sua identidade como Messias depois de testemunharem a prisão e morte dele. Todavia, três dias depois da ressurreição, eles tiveram a fé fortalecida, e saíram para anunciar o evangelho do Salvador que havia vencido a morte.
     A morte e ressurreição de Jesus foram o cerne da mensagem de Seus seguidores. Ele já tinha revelado aos discípulos o que aconteceria na noite da ressurreição, a fim de prepará-los por meio da Palavra:
     “Então, abriu-lhes o entendimento para compreenderam as Escrituras. E disse-lhe: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos; e, em seu nome, se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. E dessas coisas sois vós testemunhas”. (Lucas 24:45-48).
     Mais tarde, Paulo descreveu a natureza simples da pregação apostólica, dizendo que havia transmitido aos coríntios apenas o que ele havia recebido:
     “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e que foi visto por Cefas e depois pelos doze. Depois, foi visto, mais uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vivem ainda a maior parte, mas alguns já dormiram também. Depois, foi visto por Tiago, depois, por todos os apóstolos e, por derradeiro de todos, me apareceu também à mim, como um abortivo”. (1ª Cor. 15:14-18).
     Em Atos 2:27, Pedro afirmou que Davi fizera, no versículo 10 do Salmo 16, menção à ressurreição de Cristo: “Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirá que seu Santo veja a corrupção”.
     Outros pregadores do Evangelho fizeram a mesma coisa. De acordo com muitos estudiosos contemporâneos das primeiras pregações, a morte e ressurreição de Cristo sempre tiveram no centro das mensagens anunciadas pelos apóstolos (DODD, The Apostolic Preachingand its Developments, p. x).
     A ressurreição provou que Jesus Cristo é quem Ele alegou ser e que cumpriu o que alegou ter vindo a terra para realizar. O evangelista Reuben A. Torrey disse: “A ressurreição de Cristo é o Gibraltar das evidências cristãs, o Waterloo da infidelidade”. Ela é a base histórica sobre a qual todas as demais doutrinas cristãs estão edificadas e diante da qual todas as dúvidas devem fracassar.
     Se é mesmo possível mostrar que Jesus de Nazaré ressuscitou dentre os mortos, como alegam as Escrituras, então a fé cristã de baseia sobre um fundamento sólido. Se, essa doutrina o sustentar, as outras também sustentarão. Por outro lado, se não estiver bem fundamentada, as outras acabarão perdendo credibilidade. Desta forma o apóstolo Paulo escreveu:
     “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a vossa fé. E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, ao qual porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não ressuscitam. Porque se os mortos não ressuscitam também Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permanecereis em vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos”.  (1 Cor. 15:14-18).

         O SELO SOBRE A EXISTÊNCIA DE DEUS
      Que outras doutrinas são sustentadas pela veracidade da ressurreição? A primeira é que existe um Deus e a de que somente o Deus da Bíblia é o verdadeiro. Mas será que existe mesmo um Criador? Se existe, que tipo de Deus Ele é?  Essas são as primeiras e mais importantes perguntas que qualquer mestre religioso deve responder. Entretanto, a diversidade de opiniões entre os teólogos é muito grande. Como podemos ter certeza de quais teorias estão corretas, se é que alguma está? Somente a ressurreição de Jesus Cristo, por si, só, proporciona-nos esse segurança.
     “Todo efeito deve ter uma causa adequada. No caso da ressurreição de Cristo, essa única causa é o Deus da Bíblia. Como qualquer pessoa conhecedora da história da vida de Jesus sabe, nosso Senhor andou por toda a terra proclamando o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, como gostava de declarar, o Deus tanto do Antigo Testamento como do Novo. Ele disse que os homens o levaria à morte por meio de crucificação, e deu detalhes sobre a forma como tudo aconteceria. Além disso, Jesus disse que, depois que Seu corpo fiçasse enterrado durante três dias, Seu Pai, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, o Senhor da Bíblia, o Deus do antigo e do Novo Testamento, levantaria ele dentre os mortos. Essa foi uma declaração e tanto. Jesus, aparentemente, referia-se a algo impossível. Durante séculos, homens chegaram e partiram, viveram e morreram e, no que diz respeito ao conhecimento humano,  que é alicerçado sobre observações e experiências claras, esse foi o fim deles. Mas esse homem, Jesus, não hesita em declarar que Sua experiência irá de encontro às uniformes experiências de longos e longos séculos.
     “Isso foi, sem dúvida, uma prova da existência de Deus que Ele pregava, pois esse havia passado no teste, fazendo exatamente o que havia dito que faria, mesmo parecendo, a princípio, que aquilo era irrealizável. Desse modo, o fato de Jesus ter sido milagrosamente trazido de volta da morte torna evidente que o Deus que fez isso existe de fato, sendo, assim, o verdadeiro Deus”. (TORREY, 1965, p. 70-71).

         O SELO SOBRE A DIVINDADE DE CRISTO
      A Ressurreição de Cristo estabelece também a doutrina da divindade de nosso Senhor. Quando viveu pela terra, Jesus declarou não apenas que Deus o trairia de volta da morte três dias depois da crucificação, mas também que Ele era igual a Deus.
     Se estivesse errado quanto à isso, Sua alegação seria ou um delírio de homem perturbado ou uma blasfêmia. Por outro lado, se Jesus estivesse certo, a ressurreição seria a maneira de Deus confirmar aquela declaração. Ele a confirmou? Jesus se levantou dos mortos? Sim, levantou. Portanto, a ressurreição é o selo de Deus sobre a declaração de Cristo acerca de Sua divindade.
     Paulo, que sabia que Jesus tinha ressuscitado, afirmou que Cristo é o declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos (Rm 1:4). Ele deixou de fora muitos argumentos que incluiria se dependesse, aqui, apenas da lógica humana para nos convencer a crer no que pregava.
     Aprendemos nas aulas de álgebra do ensino médio que, para chegar a resposta final, os alunos sem mais experiência no processo de resolução das equações nem sempre precisavam ater-se a cada etapa delas. Por exemplo, para chegar ao resultado da equação 2a – 10 =10, um aluno menos experiente poderia seguir pelo caminho mais trabalhoso (2a – 10=10; 2a = 10+10; 2a =20; a = 10), enquanto um estudante familiarizado com os termos poderia ver de imediato, que, se 2a – 10=10, então a = 10, não sendo necessário, para tal resolver os passos intermediários.
     Isso é parecido com o que Paulo fez nos primeiros versículos de Romanos. Ele argumentou que a ressurreição de Cristo foi suficiente para provar Sua divindade. Contudo, se ele tivesse de explicar a sua lógica em detalhes ele diria algo assim:
     1º. Jesus declarou ser o Filho de Deus de uma maneira especial. Ele argumentou que Deus era Seu Pai (Jo 5:18) e disse que Este o tinha enviado ao mundo para salvar a humanidade. Afirmou que, quando partisse daqui, retornaria para a presença do Altíssimo (Jo 16:28). Cristo afirmou que quem quer que o tivesse visto tinha visto o Pai (Jo 14:9). Todas essas declarações de divindade, e, por causa delas, os líderes religiosos o mataram.
     2º. Só há duas possibilidades: tais declarações ou eram falsas, ou verdadeiras. Jesus não podia ser Deus apenas em parte. Ou Ele é quem dizia ser ou é um mentiroso.
     3º. Se as declarações de Jesus eram falsas, eram também enganosas e blasfemas.
     4º. Se eram blasfemas, não é possível que Deus pudesse honrar quem as declarou.
     5º. Mas Deus honrou a Jesus, ressuscitando-o dentre os mortos, Deus justificou as declarações dele.
     6º. Por essa razão, Jesus é o unigênito Filho de Deus.
     Tal análise não feita apenas com base no texto de Romanos 1:4, visto que essa evidência aparece em outras partes da Bíblia.  Paulo simplesmente reproduziu esse ensinamento.
     O próprio Jesus usou esse argumento quando, para justificar Seu caráter divino, apelou para o sinal do profeta Jonas. Ele demonstrou uma autoridade única em seus ensinamentos e milagres, mas muitos do que o ouviram não acreditaram. Quando os governantes pediram provas que corroborassem, Suas afirmações, “Jesus respondeu que: o único sinal dado seria aquele do profeta Jonas, pois como Jonas esteve três dias e três noite no ventre da baleia, assim estará o Filho do Homem três dias e três noites no seio da terra” (Mt 12:40).
     Depois que isso acontecesse, Cristo ressuscitaria, e Sua autoridade única seria justificada. Da mesma forma, que no dia de Pentecostes e outros sermões registrados em Atos, os primeiros discípulos usavam a ressurreição para provar a divindade de Cristo.
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     Glórias sejam dadas a Deus, nosso Pai, por termos chegados até aqui. Com certeza foi a vontade imperiosa de Deus que nos tem dado ânimos para prosseguirmos com esse estudo. Nosso próximo estudo, na aula 26, ainda continuando no Capítulo 16 será:
          O SELO SOBRE A JUSTIFICAÇÃO

     Fiquem com as bênçãos que suplico ao Pai sobre cada um dos seguidores de nosso blog: Jerusalém É Aqui.


DEUS VOS ABENÇOE! AMEM?

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