sábado, 24 de setembro de 2016

ESTUDO DE TEOLOGIA Nº 69

      Estudo Fundamentos da Fé Cristã Nº 69              
      Manual de Teologia ao alcance de todos.
      Autor: James Montgomery Boice.
      Postado por: Erleu Fernandes da Cruz.
      Capítulo 11 –  A VIDA NO CORPO
      No início da parte 2, listei três características que diferenciam  a Igreja de qualquer outra instituição, seja no período do Antigo, seja no Novo Testamento. São elas: (1). Ter sido fundamentada em Jesus Cristo; (2). Ter sido chamada à existência pelo Espírito Santo; e (3). Abrigar pessoas de culturas diferentes que se tornam, a partir daí, um novo povo sob as vistas de Deus.
      Os primeiros quatro capítulos desta seção estudaram as primeiras características. Os próximos três capítulos vão tratar da segunda, porém a última característica deve ser considerada agora mesmo.
      A igreja, desde os seus primórdios, foi formada por povos diferentes. Isso, sem dúvida, causou impacto nas pessoas que observavam aquilo tudo de fora. O mundo antigo era dividido por nações, povos e religiões. “Todavia, no cristianismo, desde o começo, Partos, Medos, Elamitas e os que habitavam na Mesopotômia, e Ponto, e a Ásia, e a Frígia, e Panfília, Egito, e parte da Líbia, e cretenses e árabes entraram na Igreja como iguais, experimentaram uma vida de comunhão juntos, como um só povo” (Atos 2:9-11).
      E não era apenas uma união organizacional. Era bem mais que isso. Os membros da Igreja estavam conscientes de serem novas criaturas de Cristo. Barreiras que antes os dividia haviam sido quebradas. Eles eram uma só família, ou, como observou Paulo, eram um só corpo em Cristo.
      “Porque ele [Jesus Cristo] é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio, na carne, desfez a inimizade, isto é, a lei dos Mandamentos, consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz”. (Efésios 2:14-15).
      “Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, concidadãos dos santos e da família de Deus”. (Efésios 2:19).
      Mais adiante, na mesma carta, o apóstolo coloca essa ideia em prol de uma meta:
      “Mas, segundo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, que em todo corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa operação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor”. (Efésios 4:15,16 – ARA).
      VIDA EM COMUNHÃO.
      Vida em comunhão continua sendo uma meta da Igreja de Cristo, embora ela seja muito alcançada desde o início da Igreja. A palavra grega para comunhão é koinonia, que, por sua vez, esta baseada no substantivo grego koinos, que significa comum. Ela diz respeito às coisas que as pessoas compartilham.
      Um sócio ou um parceiro é um koinonos. A língua grega da época de Jesus e dos apóstolos era chamada de koiné porque ela era falada por muitos povos diferentes. Então a comunhão ou koinonia está baseada no que temos em comum.
      Em muitas igrejas está difícil reconhecer que os cristãos tem alguma coisa em comum, a não ser que esse reúnem para adorar num determinado horário aos domingos. Fora isso, sua vida caminha em direção diferentes. Os cristãos não oram uns pelos outros e não ajudam uns aos outros. Muitas vezes, sequer se conhecem, ainda que freqüentem a mesma igreja.
      Como mostra Ray Stedmam:
      “O que está terrivelmente faltando é a experiência da vida no Corpo (igreja); aquela comunhão calorosa de cristãos com cristãos que o Novo Testamento chama de Koinonia, e que era uma parte essencial do cristianismo primitivo”. (STEDMAM, 1972. P. 107).
      É possível que muitas coisas estejam erradas. Primeiro, pode ser o caso de que os têm participado dos cultos da igreja não sejam realmente cristãos. Eles podem ter um “pedigree” cristã. Seus pais podem ter sido cristãos. Contudo, eles próprios não o são, e por o serem, de verdade, não é de se espantar que a verdadeira comunhão cristã esteja faltando. A comunhão cristã genuína implica muitas coisas, entretanto, em seu âmago, é uma experiência comum da graça de Deus em Jesus Cristo. Se uma pessoa não é cristã de verdade, não compartilha disso.
      Um segundo problema pode ser o pecado na vida dos cristãos envolvidos. Não me refiro ao fato de que todos somos pecadores. Eu me refiro de forma específica que o pecado não confessado, que, em primeiro lugar, destrói a comunhão do cristão com Deus e, em seguida, destrói a comunhão com os outros cristãos. O apóstolo João falou de uma comunhão em duas vias, com Deus e de uns com os outros:
      “O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com seu Filho Jesus Cristo”. (1João 1:3).
      Em seguida, o apóstolo mostra como essa comunhão pode ser rompida:
      “Se dissermos que temos comunhão com Ele e andamos em trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Mas, se andamos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu filho, nos purifica de todo pecado”. (1João 1:6,7).
      O pecado levanta uma barreira entre nós e Deus. Se isso acontecer, a solução será confessar o pecado, limpar o coração e restaurar a comunhão primeiro com Deus, depois com os outros.
      A falta de comunhão pode ser resultado também da maneira como a igreja está organizada. Ela pode ser formal demais, pode ser tão grande que as pessoas não conseguem conhecer-se. John Stott reconheceu esse problema na sua igreja relativamente grande em Londres. Ele escreveu:
      “Há sempre alguma coisa não natural e subumana nas multidões. Multidões tendem a ser aglomerados, em vez de congregação – aglomerados de pessoas que não se conhecem. Quanto maiores eles são, menos os indivíduos que fazem parte dele se conhecem e relacionam-se uns com os outros. Sem dúvida, as multidões podem, na verdade, perpetuar o isolamento,     em vez de curá-lo” (STOTT, 1969, p. 70).
      O problema da grandeza pode ser combatido de várias maneiras. Primeiro, dividindo a igreja em duas ou mais igrejas. Isso ocorre algumas vezes e deveria ser feito com mais freqüência. Todavia, uma divisão é difícil de executar e nem sempre é desejável. Com certeza seria lamentável se todas as grandes igrejas se dividissem em unidades menores, já que grandes igrejas pode conseguir coisas que igrejas menores não podem. Elas podem lançar projetos pioneiros, por exemplo. Sob o “guarda-chuva” de uma igreja grande, outras igrejas menores podem dar certo.
      Outro jeito de promover comunhão numa grande congregação é subdividir a igreja em grupos pequenos de comunhão. Essa foi a solução que consideramos a mais eficiente na Décima Igreja Presbiteriana de Filadélfia. Tentamos fazer três coisas de uma só vez. Primeiro, tentamos dividir a congregação de acordo com a idade dos membros. Desta forme teremos uma escola dominical muito setorizada, e nos níveis mais alto criamos grupos para estudantes universitários, estudantes de pós-graduação, jovens casais outras turmas de adultos, e encontros variados dos membros idosos. Em segundo lugar, tentamos dividir a congregação geograficamente.
      A Décima Igreja ocupa uma área metropolitana grande e dispersa. Alguns membros tem que dirigir 30 ou 40 quilômetros para chegar lá. Reuniões no meio da semana enviáveis para a maioria. Portanto, estabelecemos mais de 60 reuniões de estudos bíblicos, onde as pessoas podem encontrar-se durante a semana com os membros de seu bairro. Elas se encontram para estudar a Bíblia, trocar ideias juntas. Esses grupos têm  uma estrutura minúscula, porém, apesar disso, têm sido a atividade mais estimulante e eficaz da igreja.
      Por fim, começamos a dividir a igreja por afinidade profissional. Há grupos de artistas, músicos, tem um coral e uma orquestra de câmara, estudantes da área médica e enfermeiras, e aspirantes ao ministério junto com jovens pastores.
      A experiência de nossa igreja é semelhante à de All Souls, de Londres. Stott escreveu sobre o que acontece na All Souls:
      “O valor do pequeno grupo é que ele pode se tornar uma comunidade de pessoas que se relacionam; e neles os benefícios da afinidade pessoal não se perdem, nem seu desafio é evitado. [...) Não considero um exagero afirmar que os chamados pequenos grupos, família cristã ou grupos de comunhão são indispensáveis para nosso crescimento na direção da maturidade espiritual”. (STOTT, 1969, p. 70, 73).
      UNS AOS OUTROS.
      Formar pequenas igrejas ou pequenos grupos não resolve o problema de falta de comunhão cristã. Devemos voltar-nos para o ensinamento bíblico específico sobre esse assunto. Os muitos versículos que usam a palavra uns aos outros no ensinam como os nossos relacionamentos com os outros devem ser.
      1º - Devemos amar uns aos outros. Esta demanda é enfatizada na maioria das vezes, e, em certo sentido, inclui tudo o mais que pode ser relacionado. Encontramos isso em João 13, onde Jesus deu Seu novo mandamento:
      “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”. (João 13:34,35).
      Ele é repetido duas vezes nesse evangelho:
      “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”. (João 15:12).
      “Isso vos mando: que vos ameis uns aos outros”. (João 15:17).
      Em Romanos, Paulo disse:
      “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpre a lei”. (Romanos 13:8).
      Paulo mencionou como ele orava pelos tessalonicenses:
      “E o Senhor vos faça crescer e aumentar no amor uns aos outros e para com todos, como também nós para convosco”. (1 Tessalonicenses 3:12).
      E escreveu:
      “Vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros”. (1 Tessalonicenses 4:9).
      Em 1 João, o mandamento para amar uns aos outros aparece cinco vezes (3:11,23; 4:7, 11:12), e aparece de novo em 2 João 1:5.
      Esse amor não é um simples sentimento, menos ainda uma declaração apenas por palavras. Ele deve “ser por obra a em verdade”, como João afirma em 1João 3:18. Deve ser exercitado em assuntos da vida prática como oferecer dinheiro a irmãs da igreja que estiverem passando necessidades (1João 3:17),
      Nosso amor deve romper as barreiras raciais e culturais. Francis Schaeffer escreveu:
      “Na igreja de Antioquia, os cristãos incluíam judeus e gentios e, em termo classes sociais, desde o irmão adotivo de Herodes até escravos. E os autênticos e soberbos cristãos gregos, os gentios da mesopotâmia, demonstraram uma comovente preocupação ao abrirem seus bolsos para ajudar financeiramente os cristãos judeus de Jerusalém. O amor prático e visível entre os verdadeiros cristãos que o mundo tem direito de observar em nossos dias deveria expressar-se sem reservas para além das nacionalidades, línguas e fronteiras, idade, cor da pele, dos níveis de educação, situação financeira, do sotaque, da linhagem, classes sociais, do vestiário, cabelo curto ou comprido, andar calçado ou descalço, das diferenças culturais, ou mesmo da adoração mais ousada ou mais tradicional”. (SCHAEFFER, 1970, p. 140).
      A expressão de comunhão ao longo todo de toda essa diversidade é tão importante que Jesus a considerou como um sinal pelo qual o mundo conheceria que somos, efetivamente. Seus discípulos.
      2º - Devemos servir uns aos outros. Paulo disse que o serviço é um desdobramento do amor. “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor. (João 5:13).
      Nosso exemplo é Jesus, que demonstrou o caráter de amor do servo ou despojar-se de Seus trajes, vestir a roupa de um servo, e abaixar-se para lavar os pés poeirentos de cada um de seus discípulos. “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”. (João 13:15).
      A comunhão do Senhor Jesus Cristo com Seus discípulos expressa na cerimônia de leva-pés demonstra ser servos em tempo integral, ou seja, em todos os lugares e de todas as maneiras. E cabe aos diáconos dirigir esse serviço. Como pequenos grupos, podemos servir junto ao apoiar uma atividade cristã na região da cidade onde reunimos, ajudando em projetos especiais da igreja, visitando os enfermos, fazendo rodízio para ajudar os idosos carentes, ajudando na mudança de membros da igreja, e em situações semelhantes.
      Depois de falar de alguns desses projetos e de como foram conduzidos em sua igreja, Stott escreveu: “Certamente, sem algum serviço ou mobilização de ordem prática, a comunhão de qualquer grupo cristão está mutilada”. (STOTT, 1969, p. 87)
      3º - Devemos levar os fardos uns dos outros. Paulo escreveu aos Gálatas: “Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6:2). É demonstração de amor aliviar o peso que está sobrecarregando nosso irmão cristão. Pequenos grupos são importantes porque podem fazer isso de forma afetiva. Podemos levar as cargas uns dos outros quando há um relacionamento afetivo entre os irmãos que nos permite saber quais as suas necessidades.
      É claro que muitos problemas podem emergir nesse ponto, um dos quais a nossa relutância natural em compartilhar nossos problema e confessar o que de fato nos está preocupando. Se tivermos dificuldades na escola ou no trabalho, ou em casa com os filhos, hesitaremos em revelar porque, se tudo ali der errado, ficaremos vulnerável. Ficamos preocupados com que os outros vão pensar.
      Se tivermos dificuldades conjugais, aí é que não vamos admitir o mesmo! Engolimos tudo até que os problemas cheguem a uma situação insolúvel. No entanto, como cristãos, devemos aprender a compartilhar nossos problemas. A maneira mais fácil é pelo crescimento natural de aceitação e da confiança no ambiente de um pequeno grupo.
      4º - Devemos perdoar uns aos outros. São muitos os textos do Novo Testamento que demonstram essa orientação imprescindível da verdadeira koinonia. A razão disso é que erramos com muita freqüência, ou somos vítimas de erros, e por isso devemos perdoar e ser perdoados:
      “Toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia, e toda malícia seja tirada do meio de vós. Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo”. (Efésios 4:31,32).
      E também:
      “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia e benignidade, humildade e mansidão suportando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro; assim fazei vós também”. (Colossenses 3:12,13).
      E ainda:
      “Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz”. (Efésios 4:1-3).
      Aprendemos com esses versículos que embora a Igreja primitiva tivesse um alto grau de comunhão verdadeira, tinha também momentos conturbados, nos quais a amargura e a ira tomaram conta, e a paz da Igreja ficava ameaçada. Os cristãos tinham que aprender a ser pacientes uns com os outros e perdoar as faltas.
      5º - Devemos confessar os nossos pecados uns aos outros. Como exortou Tiago em sua carta pastoral: “Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos”. (Tiago 5:16).
      Em oposição à doutrina de confissão da Igreja Católica, na qual a confissão é feita a um padre e a absolvição ou remissão dos pecados é recebida dele, os protestantes estabeleceram  que o modelo bíblico correto é a confissão a Deus e uns aos outros. Um cristão pode confessar seus pecados à Deus e a um irmão e estar seguro de que Deus perdoou e justificou-o por intermédio de Cristo.
      Essa doutrina reformada do sacerdócio universal e todos os cristão é um conceito muito importante. No entanto, a confissão desse tipo é mais teórica do que prática em nosso meio. A dura realidade é que a maioria dos evangélicos passa pela vida sem ter confessado coisa alguma a ninguém. Pelo discurso, as pessoas de fora devem pensar que nunca pecamos e nunca temos problemas.
      Como isso é diferente da verdadeira comunhão! Veja o que escreveu Ray Stedmam:
      “Costuma-se ir ao extremo para passar a imagem de cristão perfeito, uma vez que muito de nós acreditam que serão rejeitados se admitirem seus erros e falhas. Mas, nada pode ser mais destrutivo para a comunhão do cristão do que a prática, muito comum hoje em dia, de fingir que não se tem problemas. É muitas vezes verdadeiro que os lares cristãos estão cheios de brigas, discussões, explosões de raiva, e até agressões físicas de um membro da família contra o outro, e, no entanto, nenhuma palavra sobre isso a alguém da igreja, preferindo cultivar a imagem de uma família cristã ideal, sem problemas, e que de forma alguma precisa de ajuda.
      Para tornar as coisas ainda piores, esse tipo de conspiração do silêncio é festejado como uma atitude correta, e a hipocrisia que se apresenta aos outros e aos próprios membros da família é considerada com parte do testemunho da família para o mudo. Como seria saudável se um dos membros dessa família, de preferência o pai, admitisse com honestidade num encontro de irmão que sua família está passando por dificuldades de relacionamento, e que precisa muito de oração e de conselhos a tal zona de turbulência. O membro da família descobrirá de imediato pelo o menos duas coisas: 1. que todos os irmãos da reunião se identificaram com o seu problema e que passaram a admirá-lo mais do que nunca por causa de sua honestidade e fraqueza; e 2. Que um baú de conselhos úteis esta abrindo-se para ele, da parte dos que passaram por lutas semelhantes e aprenderam preciosas lições com elas. Além disso as orações dos cristãos de sua igreja desejosos em ajudá-lo a carregar seu fardo liberariam grande poder espiritual sobre a situação, fazendo com que os membros da família pudessem enxergar com muito mais clareza as questões a serem resolvidas e pudessem suportar com paciência e amor as fraquezas dos outros”. (STEDMAM, 1972, p. 110 e 111).
      O apóstolo Tiago almejou esse resultado. Ao encorajar-nos a confessar nossos pecados uns aos outros, ele vinculou o ato à oração, e prometeu que haveria poder derramado: “confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns para os outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5:16).
      6. Devemos instruir uns aos outros. Se não conhecemos a Palavra de Deus e não andarmos em comunhão com Ele, não podemos fazer isso. No entanto, se conhecemos a Escritura e estivermos próximos de Deus, será verdadeiro para nós o que Paulo disse dos cristãos de Roma:
      “Eu próprio, meus irmãos, como estou, a respeito de vós, que vós membros estais cheios de bondade, cheios de todo conhecimento, podemos admoestar-vos uns aos outros”. (Romanos 15:14).
      Em uma comunhão de pequeno grupo aprendemos com os irmãos.
      7. Por fim, devemos consolar uns aos outros. Paulo falou disso aos cristãos de Tessalônica, onde tinha havido alguns óbitos entre eles. Surgira uma discussão sobre a doutrina da segunda vinda de Cristo, e Paulo lhes escreveu para explicar o que a nova vinda de Cristo afetaria tanto a eles como os que já haviam morrido. Jesus voltaria, e aqueles que tivessem morrido em Cristo ressuscitariam primeiro em seu novo corpo à semelhança dele (Jesus). Revestidos de seu corpo ressurreto, eles se uniriam aos cristãos ainda vivos. “Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras”. (1 Tessalonicenses 4:18).
      O PODER DE DEUS.
      Um ponto final. Sempre que falamos em comunhão, por mais que tentemos ser práticos e objetivos, nossas palavras são sempre filtrada pela ideia branda de comunhão que a maioria de nós ainda, não vive. Comunhão, é alguma como nos sentarmos juntos em volta de uma lareira num dia de muito frio. Esse conceito deixa de lado uma coisa importante: a natureza radical da verdadeira comunhão bíblica. Longe de ser branda e passiva, ela é, na verdade, uma coisa ativa e flamejante.
      Uma descrição maravilhosa disso aparece no último estudo da Igreja de Elton Tueblood chamado “The Incendiary Fellowsheep [A Comunhão Explosiva]. Ele mostra que no Antigo Testamento a palavra fogo tinha conotação de julgamento. Entretanto, no Novo Testamento ela se tornou um símbolo da natureza contagiante e expansiva do Evangelho de Jesus e da comunhão da Igreja.
      João Batista afirmou que quando Jesus viesse, Ele batizaria com fogo (Lc 3:16). Jesus falou dos discípulos sendo salgados como fogo (Mc 9:49). No Pentecostes, os apóstolos viram línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousavam sobre cada um deles (At 2:3).
      “Trueblood lembra que uma coisa é certa sobre a comunhão da Igreja primitiva: ela era intensa. Aqueles que foram batizados com fogo por Jesus e que mantiveram a chama pelo contato próximo entre si de forma literal incendiaram o mundo” (TRUEBLOOD, 1967, p. 100-121). Veremos isso em nossos dias quando a vida no Corpo se tornar uma realidade.
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      Todo dia, em cada momento, como uma TV que para funcionar tem de estar plugada na tomada, devemos estar plugados em Deus, em oração. Assim, como diz um ditado chinês: [...] aquele mestre chinês diz ao seu discípulo, depois de mantê-lo por quase um minuto com a sua cabeça mergulhada nas águas do lago: “O que mais você precisou nesse tempo da cabeça mergulhada” e o discípulo respondeu: “Ar mestre, ar”; daí o mestre lhe respondeu: “busque a Deus como tu buscas o teu próprio ar”.
      Daí irmãos, busquemos a Deus em cada momento, [estejamos sempre plugados nele, em oração]. Que Ele mantenha sempre acesa em cada um de nós a chama do Espírito Santo. Amém, irmãos e amigos?
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      Nosso próximo tema a ser estudado, em nossa postagem nº 70, é:
                 A GRANDE COMISSÃO.

     

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