sábado, 10 de setembro de 2016

ESTUDO TEOLÓGICO 67

Estudo Fundamentos da Fé Cristã Nº 67              
      Manual de Teologia ao alcance de todos.
      Autor: James Montgomery Boice.
      Postado por: Erleu Fernandes da Cruz.
      Capítulo 9 –  CAPACITANDO OS SANTOS.
      No início do capítulo anterior, assinei que dento da unidade da Igreja existem duas áreas onde encontramos diferenças e distinções: dons espirituais e função na Igreja. Vamos tratar agora desse segundo ponto. Quero primeiro abordá-lo de forma indireta, examinando não apenas essas funções e quem está qualificado para exercê-las – o que veremos nos próximos capítulos –, mas qual é o propósito das várias funções, em particular do mestre ou pastor.
      A razão para uma abordagem indireta é o que devemos superar um mal-entendido generalizado de que o trabalho da igreja é para ser feito por pastores e clérigos. Nessa visão estreita, o papel dos leigos é, na melhor das hipóteses, obedecerem às ordens, enquanto os profissionais ordenados comandam tudo. Nada pode estar mais distante do padrão bíblico.
      O Novo Testamento deixa claro que a obra do ministério é para ser feita por tidos os cristãos. O dever dos presbítero, do diácono e dos demais trabalhadores da igreja é preparar outros cristãos para essa tarefa. Esse é o significado dos versículo:
      “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo (que é a igreja), até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”. (Ef 4:11-13).
      Esses versículos são tão relevantes para entender a natureza do ministério de todos os cristãos que os seguintes questionamentos devem ser feitos: a quem eles se referem? Por que devem conhecê-lo? Como devem exercê-lo? Quando ou por quanto tempo o trabalho em questão deve ser realizado?
      DUAS FUNÇÕES
      As duas primeiras perguntas caminham juntas. O versículo mencionam tanto aqueles que chamaríamos de clérigos –, e veremos isso mais adiante – como os demais cristãos, os santos. A função dos primeiros é equipar e capacitar os últimos para fazer a obra da Igreja.
      Todos os cristãos devem ser ativos no trabalho com ministério da Igreja de alguma forma capacitando os outros, fazendo a obra, edificando o corpo de Cristo. Cada um de nós tem um dom, e ele deve ser usado. Todos devem trabalhar na obra do Senhor. A diferença entre o pastor e os demais membros da Igreja é apenas na função exercida no Corpo, e não uma diferença de status, santidade, domínio e prestígio.
      Nos último anos, temos observado uma nova disposição em muitos círculos evangelísticos no sentido de acolher essa verdade, da mesma forma que muitos tem reconhecido a importância dos dons espirituais. No entanto, não foi sempre assim. Os anos que sucederam à Igreja primitiva foram caracterizados por falsos padrões de ministérios que fugiam à realidade bíblica, ainda que, em escala menor, sempre tem havido igrejas e ministérios atuando com propriedade.
      John Stott ressalta que três falsas respostas têm sido dadas à questão do relacionamento do clero com os cristãos (STOTT, 1969, p, 28-42). A primeiras ele chamou de clericalismo, a visão de que o trabalho da igreja é para ser feito por aqueles que são pagos (consagrados) para isso, o papel dos membros é, na melhor das hipóteses, apoiar financeiramente as iniciativas do líderes (superiores consagrados).
      De acordo com a história, essa visão falsa surgiu com o resultado do desenvolvimento da ideia sacerdotal da Igreja Católica. Naquela época, o ministério profissional da Igreja tinha com o modelo o sistema sacerdotal do Antigo Testamento, com a missa ocupando o lugar dos sacrifícios de sangue. Apenas os padres estavam autorizados a rezar (celebrar) a missa e isso delineava uma distinção falsa e debilitante entre o clero e os leigos.
      Os que são a favor dessa visão da Igreja diziam que ela rememora o tempo dos apóstolos, porém essa teoria tem se mostrado falsa. Como está escrito no Novo Testamento, a Igreja primitiva usava com freqüência sacerdote ou sacerdócio para se referir a todos os cristãos que exerciam essa função. O Novo Testamento nunca usou a palavra hiereus, que significa clérigo.
      Como assinalou Robert Barclay no século 17, e Elton Trueblood enfatizou na atualidade: “A distância que se convencionou na modernidade entre clérigos e leigos simplesmente não tem precedente no Novo Testamento” (TRUEBLOOD, 1967, p. 39). Existem pastores, (e padres também) que se distingue dos demais cristãos, no entanto, a diferença é apenas no que tange os dons espirituais e ao serviço. Não se trata de ministérios  versus   ministérios. E, acima de tudo, não é questão dos sacerdotes (padres) de um lado e aqueles que podem servir apenas em funções menores do que outro.
      Existem razões históricas para o crescimento do clericalismo, porém essas razões por si mesmas não são o todo e nem mesmo o mais significante. Enxergamos isso quando indagamos por que tal crescimento e aconteceu. Ele aconteceu por uma questão de interpretação bíblica, ou outros fatores contribuíram, talvez até mesmo distorceram a interpretação.
      Algumas coisas do clericalismo estão no profundo da constituição humana, Há pessoas que sempre querem estar no centro do espetáculo para dominar outras. Essa tendência pode levar ao abuso ou à tirania. Um exemplo no Novo Testamento foi Diótrefes, que procurava entre eles o primado (3 Jo 1:19). Um alerta contra esse padrão de conduta é encontrado numa passagem do Novo Testamento contendo instruções aos presbíteros da Igreja.
      “Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho”. (1 Pedro 5:2,3).
      Todavia, o exemplo mais determinante de conduta é o Senhor Jesus Cristo, que, embora sendo o Senhor de toda a criação, fez-se servo lavando os pés de seus discípulos.
      Uma segunda razão para o crescimento do clericalismo é tendência dos leigos de omitir-se e “deixar que o pastor faça”. Stott citou um texto de Sir. John Lawrence: “O que realmente os leigos querem? Eles querem um prédio que se pareça com uma igreja; pastores bem vestidos; culto do modo como estão acostumados; e não ser incomodados” STOTT, 1969, p. 30). Os leigos se esquivam das responsabilidades e tarefas dadas a eles por Deus, e os sacerdotes profissionais tomam posse delas para prejuízo da Igreja.
      Uma segunda falsa resposta para o relacionamento do clero com os membros é o enticlericalismo. Se o pastor despreza os membros ou reputa-os como dispensáveis no ministério, não é surpresa para os membros, às vezes, retornem a deferência querendo ver-se livre dos pastores. Isso não é sempre ruim. Podemos imaginar situações em que a igreja se torna tão dominada por um sacerdote perverso  que é necessário uma limpeza geral. Isso já aconteceu na história. Podemos pensar em algumas áreas do trabalho da igreja que são melhor executadas por pessoas leigas; os clérigos não são necessários nelas. Todavia, isso credencia o aticlericalismo como a instância normal do povo cristão.
      Onde a igreja desejar ser bíblica ela deve reconhecer não apenas que os dons de ensino e de liderança são dados a alguns para o bem-estar da congregação, mas também que há um ensinamento bíblico sobre a necessidade de tal liderança.
      O apóstolo Paulo constituiu presbíteros em todas as igrejas que fundou e incumbiu-os da responsabilidade de treinar as pessoas para o ministério (At 14:23). Nas epístolas pastorais, o estabelecimento de tais líderes é especificamente mandado (Tt 1:5), e as qualificações dessa liderança são transmitidas (1Tm 3:1-13); Tt 1:5-9).
      Aqueles que entenderam a ideia de ministério como pertencendo à totalidade da igreja começaram a imaginar se havia lugar para os clérigos. No entanto, esse entendimento do ministério, por mais que seja saudável, não permite uma conclusão desse tipo. Como Trueblood sustenta:
      “Os cristãos primitivos foram longe demais até perceberem que tinham caídos numa armadilha, até perceberem que, se o ideal do sacerdócio é para ser o mais aproximado possível, devem existir algumas pessoas trabalhando para que esse objetivo altamente desejável seja possível” (TRUEBLOOD, 1967, p. 10).
      Um terceiro falso relacionamento sobre o pastorado profissional e os leigos é o que Stott chama de dualismo. A ideia é que os pastores e os membros estejam cada um na sua esfera, e ninguém invada o território do outro.
      Um exemplo disso é o sistema tradicional católico, onde o status do leigo e o status do sacerdote estão claramente delineados. Esse dualismo também está presente nas formas mais contemporânea do protestantismo. Em tais sistemas, o sentido de todos como parte de um só Corpo, servindo lado a lado, já evaporou. A igreja está dividida, e o terreno está fértil para rivalidades e competições.
      O relacionamento correto entre clérigos e leigos tem de fundamentar-se no ato de servir. De acordo com Efésios, o clero deve canalizar sua energia para capacitar os santos. Ele deve cuidar dos santos e treiná-los para que sejam o que devem ser e fazer obras confiadas a eles – que é o trabalho principal e essencial da igreja no que refere tanto ao mundo como ao próprio corpo da igreja –. Jesus foi o exemplo desse modelo no serviço: “Porque o Filho o Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Marcos 10:45).
      A CAPACITAÇÃO DOS SANTOS
      Pastores e mestres devem servir à comunidade cristã, portanto os santos devem ser capacitados para fazer o trabalho da igreja em duas áreas: a obra do ministério e a edificação do Corpo de Cristo.
      A diferença entre a obra do missionário e a edificação do Corpo de Cristo é a diferença entre serviço no mundo e serviço no interior da comunidade cristã. É importante estabelecer a primeira delas porque a igreja sempre corre o risco de esquecê-la. Como acontece com as famílias, a igreja se torna tão preocupada consigo mesma que está no mundo para servir o mundo. E deve ministrar no mundo como Jesus ministrou.
      Em seu livro “Body Life” [vida no corpo], Ray Stedman dedicou-se à descrição de Jesus em Seu ministério no mundo, a partir de Sua leitura da Escritura na sinagoga de Nazaré, no começo de Seu ministério. Jesus leu o trecho do livro de Isaías onde está escrito:
      “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar a liberdade aos cativos, a dar vistas aos cegos, a por em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor”. (Lucas 4:18-19).
      No caso de Jesus, algumas dessas ações profetizadas envolvem atividades naturais e algumas sobrenaturais – curar os cegos, por exemplo –, porém, como Stedman assinalou, há um sentido em que aqueles que são de Cristo devem fazer cada uma delas.
      Primeiro, há um trabalho de evangelismo, descrito como pregar as boas-novas aos pobres.
      Segundo, há um serviço ministerial, no qual os cativos são libertos, e os cegos, curador. Esse serviço pode ser literal; o nosso equivalente seria o trabalho entre os prisioneiros e as formas variadas de serviço médico, como o trabalho do Dr. Victor Rambo na Índia entre os deficientes visuais. Pode haver também serviço espiritual no sentido de que daqueles que estão cativos sejam libertos pela verdade da Palavra de Deus (Jo 8:32), e aqueles que estão cegos espiritualmente venham a enxergar (comparar com João 9).
      Terceiro, há um ministério de misericórdia para com aqueles que estão oprimidos, o chamado ministério da libertação.
      E quarto, há a proclamação da esperança para um mundo que praticamente já perdeu de vista. É um ministério da certeza que este é o tempo da graça de Deus e que Ele está recebendo aqueles que se convertem do pecado para a fé em Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo.
      Cada uma dessas formas de ministério evangélico pode ser vista espiritualmente, mas não devemos perder de vista de que elas envolvem também um serviço físico real no mundo.
      Stedman escreveu:
      “Não devemos nunca esquecer a história de nosso Senhor sobre as ovelhas e os bodes, e a base de Seu julgamento. O ponto crucial da história é que os cristãos não devem esquivar-se das atividades que os projetam nas feridas do mundo. O faminto deve ser alimentado, o nu deve ser vestido, e os prisioneiros consolados. Temos de colocar nossos dons em movimento. Não ousemos escondê-los no chão como aquele servo infiel fez na parábola dos talentos, contada por Jesus pois iremos encontrá-los algum dia para o acerto de contas”. (STEDMAN, 1972, p. 105).
      Os cristãos podem praticar essas formas de ministério em muitas situações: em casa, no trabalho, voluntariamente e até mesmo por projetos da igreja voltado para a população. O ponto importante é que os cristãos as pratiquem como parte de seu chamado do alto.
      A segunda finalidade para a qual os cristãos devem ser capacitados é a edificação do Corpo de Cristo. Esse é o setor do ministério voltado para a igreja. Ele inclui afazeres como ensinar às crianças, descobrir e desenvolver os dons espirituais de todos os membros da igreja, carregar o fardo, orar, encorajar e ajudar uns aos outros a crescer no conhecimento e no amor de Jesus.
      O objetivo é a maturidade cristã, não apenas para o indivíduo, embora isso seja um degrau necessário para um propósito maior, mas para toda a igreja. Paulo colocou desse modo: “Até que todos cheguemos a unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”. (Efésios 4:13).
      A saúde da Igreja esta relacionada a essa primeira esfera de serviço, uma vez que uma igreja enferma não pode ministrar ao mundo com eficiência. O que impede a igreja de ser a influência boa e divina que Jesus desejou que ela fosse é a desunião, que é um dos fatores.
      Uma igreja que gasta todas as suas energias com disputas entre si dificilmente poderá ter alguma unidade lá fora.
      Outra causa do fracasso é a ignorância. Se a igreja não entende os assuntos do cotidiano e seus problemas, tampouco as soluções oferecidas pelo evangelho, ela não pode ajudar o mundo, ainda que esteja dividida internamente e seu desejo seja ajudar.
      A igreja pode também ser paralisada pela imaturidade. Pode ser derrotada pelo pecado. Cada um dessas deficiências pode arruinar a eficácia da igreja.
      O segredo para alcançarmos a maturidade que Paulo descreveu como ideal é cada cristão ajudar o outro. Isso não é dever apenas do pastor.
      COMO CAPACITAR.
      Pastores, mestres e evangelistas devem capacitar os santos para a obra – até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”. (Efésios 4:13) –, ou seja, por toda a era da Igreja até a Sua volta. A resposta a outras perguntas é pelo ensino e pregação da Palavra de Deus, na linguagem bíblica descrita, também como alimentar as ovelhas.
      O trabalho de pastor mestre é similar ao trabalho de um pastor no apascentamento de suas ovelhas (Sl 74:20), porém é mais predominante no Novo Testamento. Está baseada nas palavras especiais de Jesus na Sua instrução à Pedro. “Apascentai as minhas ovelhas”. (João 21:15-17).
      As ovelhas são chamadas de ovelhas de Jesus. Elas lhe pertencem primeiro por criação, Ele as fez, e segundo por redenção. Antes, o Senhor havia dito”: Eu sou o Bom Pastor; o bom Pastor que dá a sua vida pelas ovelhas”. (Jo 10:11). Se o rebanho fosse nosso, seja como pastores, presbíteros, ou mesmo com pais, poderíamos fazer dele o que quiséssemos, ou o que achássemos melhor. Contudo, se as ovelhas são de Jesus, devemos fazer como Ele quer, prestando conta dessa responsabilidade a Ele.
      Aqueles que têm o dom de pastor ou mestre – pregadores, obreiros, professores de escola dominical, líderes de jovens – devem alimentar os que foram confiados aos seus cuidados. Eles devem fazer ensinando,  compartilhando e comunicando a Palavra de Deus por qualquer outro meio. O dever dos que capacitam é ensinar a Bíblia.
      Poucos irmãos não tem nenhuma responsabilidade sobre alguém na igreja. Em algum sentido somos todos pastores. Todavia, precisamos alimentar-nos da Palavra, pois a tarefa de ensinar o evangelho não é particularmente dos pastores e presbíteros da igreja.
      A maioria dos pregadores tem muitas funções. Eles administram a igreja, aconselham, visitam e fazem muitas outras coisas em seu dia-a-dia. No entanto, assim como a primeira responsabilidade de um carpinteiro é construir, e a de um pintor, pintar, a primeira responsabilidade dos pastores é ensinar a Palavra de Deus.
      Hoje essa área está em declínio, tanto no que diz respeito ao ensino como à pregação em geral, e isso por várias razões. Primeiro, a atenção tem sido transferida da pregação para outros aspectos necessários do ministério pastoral, coisas como aconselhamentos, liturgia, dinâmica de pequenos grupos e preocupações variadas.
      Tudo isso é importante. Tudo faz parte do trabalho do pastor. Todavia, ele não pode desviar sua atenção da responsabilidade básica, que é ensinar a Palavra de Deus. Além disso, esses itens não estão em oposição. Quando a Palavra de Deus é bem pregada, tudo o mais é beneficiado.
      Um exemplo disso é a era dos puritanos. Os pregadores nesse período ficaram conhecidos por seus consistentes sermões expositivos. Seu conteúdo era tão profundo que pouca gente hoje em dia sequer consegue lê-los. Contudo, outros aspectos do ministério puritano não eram negligenciados. Os cultos de adoração eram marcados por um sentimento poderoso da presença de Deus, e os que pregavam e lideravam as celebrações estavam envolvidos intensamente com os problemas, as tentações, e com o crescimento dos que Deus havia colocado sob seus cuidados.
      Uma segunda razão para o declínio na pregação é a desconfiança total em relação ao discurso evangélico. As pessoas temem ser manipuladas e tem antipatia. Uma vez que o objetivo da pregação é “mexer” [emocionalmente] com as pessoas, e não simplesmente instruí-las, ela pode ser confundida com manipulação, e alguns se esquivam dela.
      O problema com essa explicação é que, embora elas contenham um elemento de verdade, estão baseadas em questões ou situações externas e deixam escapar, dessa forma, a causa interna ou fundamental do declínio da pregação. Na verdade, o declínio momentâneo na pregação e no ensino da Palavra de Deus vem de um declínio anterior na crença da Bíblia como Palavra de Deus autorizada por parte de teólogos, professores de seminários e dos pastores que são formados por eles. É uma perda de confiança na existência de uma Palavra inspirada por Deus.
      Nesse ponto, as questões da inerrância e da autoridade caminham juntas. Não é que aqueles que abandonaram a inerrância com a premissa de abordar a Escritura renunciam de forma obrigatória à crença na autoridade da Bíblia. Ao contrário, eles falam da autoridade da Palavra mas efusivamente quando deixam de lado a posição inerrante.
      Contudo, abandonando a convicção de que a Bíblia é sem erros no todo e em suas partes, esses acadêmicos e pregadores, inevitavelmente, abordam a Escritura Sagrada de maneira diferente daqueles que crêem na inerrância, não importando o que possa ser dito verbalmente.
      Na obra dos desertores da inerrância, a Bíblia é utilizada sob a luz que ela possa refletir no mundo, conforme a interpretação do pastor, e não como a revelação obrigatória e predominante nos orienta sobre o que pensar a respeito do mundo e da vida, e até formula as perguntas que devemos fazer (BOICE, 1978).
      Logo, o trabalho de capacitação é para ser feito não apenas pela verbalização da Palavra de Deus, mas também pela prática, pelo exemplo. Ao definir Sua obra, Jesus disse: “E, quando [ele mesmo] tirar para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem”. (João 10:4). Jesus estabeleceu o modelo que os pastores devem seguir,  assim como aqueles cuja tarefa é capacitar e equipar o povo cristão.
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      Amigos e irmãos na caminhada rumo ao céu. Tivemos aqui nesse tema uma amostra de como devem os pastores, presbíteros, evangelizadores e operários da obra [evangelizadora] da igreja, em fazer suas tarefas. Que Deus nos ajude a assimilar bem esses ensinamentos para que possamoos prestar contas a Deus daqueles que ficaram sobre nosso ensino e cuidado. {sejam os irmãos, membros da igreja e os filhos que de nós nasceram.
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      Nosso próximo tema a desenvolver neste nosso estudo, de nº 68 é:  GESTÃO DA IGREJA.

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