Estudo da Fé Cristã Nº 66
Manual de Teologia ao alcance de todos.
Autor: James Montgomery Boice.
Postado por: Erleu Fernandes da Cruz.
Capítulo 8 – DONS ESPIRITUAIS.
Uma das marcas da Igreja é a unidade.
Essa marca é inerente à própria definição de igreja.
A Igreja é (1) alicerçada no Senhor Jesus
Cristo; (2) chamada à existência pelo Espírito Santo; e (3) composta de
diversas pessoas que se ornam um único povo em Jesus Cristo.
Se a Igreja está alicerçada em Jesus
Cristo, ela tem um alicerce, o Senhor, e uma teologia centrada nele. Se ela
veio à existência pelo Espírito Santo, a experiência básica do povo de Deus é a
mesma.
[Do ponto de vista humano] O cristão tem procedências
diferentes, porém são chamados a um relacionamento com Deus pela obra da
regeneração, justificação e adoção. Se eles se tornaram um novo povo, eles
foram obviamente destacados do mundo como um povo separado e santo.
Uma pessoa que se torna cristã observa
essa unidade. Antes, a pessoa vivia por sua conta. Agora, em Cristo, isso
mudou. Como Paulo disse aos efésios: “Assim, que já não sois estrangeiros, nem
forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de Deus” (Efésios 02:19).
Não é preciso ser membro de uma igreja
local por muito tempo para que as diferenças dentro dela apareçam. Algumas são
em decorrência de pecado e, portanto, inaceitáveis. Outras são diferenças
naturais, verdadeiros presentes de Deus para a Igreja, e de grande importância
para o funcionamento adequado do Corpo de Cristo no mundo.
Essa dupla ênfase, sobre a unidade e a
diversidade, aparece em pontos importantes dos escritos do Novo Testamento. Por
exemplo, em Efésios, um bom número de passagens fala com ardor de nossa
unidade.
“Há um só corpo e um só Espírito, como
também, como também fostes chamados a uma só esperança da vossa vocação; um só
Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre
todos, e por todos, e em todos”. (Efésios 4:4-6).
Todavia, tão logo Paulo articula essa
verdade, ele começa a falar de diversidades na área dos dons.
“Mas a graça foi dada a cada um de nós
segundo a medida do dom de Cristo [...] E Ele deu uns, para apóstolo, e outro
para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,
querendo o aperfeiçoamento para os santos, para a obra do ministério, para
edificação do corpo de Cristo”. (Efésios 4:7, 11,12).
Dos versículos seguintes, Paulo ilustra
esse ponto, falando de um Corpo que, embora seja único, tem muitos membros em
operação.
Em 1 Coríntios, os exemplos de unidade e
diversidade estão misturados. “Ora, há diversidades de dons, mas o Espírito é o
mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há
diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos”. (1 Co
12:4-6).
Depois de listar nove dons, o apóstolo
concluiu: “Mas um só é o mesmo Espírito que opera todas essas coisas,
repartindo particularmente a cada um como quer”. (1 Co12:11).
Uma ênfase parecida é encontrada na carta
de Paulo aos Romanos:
“Porque assim como em um corpo temos
muitos membros, e nem todos os membros tem a mesma operação, assim nós, que
somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros
uns dos outros”. (Romanos 12:4-5).
Esses versículos ensinam que a unidade e
a diversidade são necessárias para a saúde da Igreja. Sem a unidade, o
relacionamento com Jesus, por meio da operação do Espírito de Deus,
simplesmente não há Igreja. Permanecemos em nossos pecados. Por outro lado, sem
diversidade, a Igreja não pode ser saudável, e com certeza não funcionará de
forma adequada; será como um corpo sem braços ou sem pernas.
Até aqui tudo o que foi dito sobre a
Igreja pode ser visto como estando na área da unidade: a definição da Igreja,
suas marcas, a natureza de sua adoração, os sacramentos. Essas coisas são a
experiência de todos que formam o povo de Deus.
Agora, vamos analisar a área da
diversidade. Primeiro, vamos focalizar os dons espirituais, incluindo o papel
dos líderes ao ajudar os outros a descobrir e desenvolver esses dons. Segundo,
focalizaremos os ministérios da Igreja, e como elas se ajuntam no quadro mais
amplo.
TODOS TÊM UM DOM.
Dons espirituais tem sido muito
discutidos nas igrejas ultimamente. Algumas década atrás, havia pouca discussão
sobre esse tema.
Ray C. Stedman, Califórnia, define dons
espirituais como “uma capacidade para o ministério que é dado a todos os
cristãos verdadeiros, se exceção; algo que a pessoa não tinha antes de
tornar-se cristã”. (STEDMAN, 1972, p. 39).
Essa definição merece ser examinada em
detalhes. Primeiro, ela define dom espiritual como graça concedida por Deus ao
cristão, como o termo dom espiritual sugere.
No Novo Testamento, a palavra que é com
freqüência usada para definir dons é charisma ou charismata no plural. A
palavra carismático se origina do substantivo grego charis, que significa
graça.
Uma vez que graça é um favor imerecido de
Deus, a ênfase é que esses dons espirituais são distribuídos por Deus ao Seu
bel-prazer.
Um cristão recebe determinado dom, outro
cristão recebe um dom diferente, e alguns recebem mais que um dom. Paulo
enfatizou no versículo já citado. “Mas um só e mesmo Espírito opera todas essas
coisas, repartindo particularmente cada um como quer” (1 Coríntios 12:11).
O segundo ponto é que, ao dizer que um
dom espiritual é alguma coisa não tinham antes de se tornarem cristãos, Stedman
diferenciou dom espiritual daquilo que chamaríamos de talento natural. Talentos
naturais também são dádivas de Deus. Somos ensinados que “toda boa dádiva e
todo dom perfeito vem do alto”. (Tiago 1:17). A diferença é que os talentos são
concedidos a cristãos e a não cristãos.
É verdade que um cristão pode exercitar
um dom espiritual utilizando um talento natural, como alguém que exercita o dom
de ajudar por meio de um talento para carpintaria, gastronomia, as finanças ou
coisa similar, ou alguém que exercia de exortação [os profetas cumprem o papel
de exortar] por meio de uma habilidade natural para se aproximar das pessoas. O
texto de 1 Coríntios 12 fundamenta isso:
“Na Igreja, Deus pôs tudo no lugar certo:
em primeiro lugar, os apóstolos; em segundo, os profetas; e, em terceiro, os
mestres. Em seguida pôs o que fazem milagres; depois os que tem o dom de curar,
ou de ajudar, ou de liderar, ou de falar em línguas estranhas” (1 Coríntios
12:28).
Não entanto, dons espirituais não são
talentos. Os dons espirituais são dados por Deus para fins espirituais, e
apenas para cristãos. “Eles são entregues para aperfeiçoamento dos santos, para
a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” (Ef 4:12).
Um exemplo da relação entre um dom
espiritual e um talento encontrado no Antigo Testamento no caso de Bezalel, um
dos artífices que trabalhavam na confecção dos objetos de arte do tabernáculo
judaico. O Senhor disse desse homem:
“E o enchi do Espírito de Deus, de
habilidade, de inteligência e de conhecimentos, em todo artifício, para
elaborar desenhos e trabalhar e ouro, em prata, em bronze, para lapidação de
pedras de engate, para entalho de madeira, para toda sorte de louvores”. (Êxodo
31:3-5).
Bezalel tinha um talento natural de
artífice, mas recebeu também o dom espiritual de conhecimento ou inteligência,
que o dirigiu para o caminho onde seus talentos naturais deveriam ser usados.
Por causa do dom espiritual, ele foi capaz de produzir objetos consagrados para
o tabernáculo.
Um terceiro ponto de definição de dons
espirituais do pastor Ray C. Stedman é que todos os cristãos recebem pelo menos
um dom.
Paulo disse: “Mas a manifestação do
Espírito é dada a cada um para o que for útil”. (1Co12:7). Pedro, por sua vez,
escreveu: “Cada um administra aos outros o dom como bem o recebeu. Como bons
despenseiros da multiforme graça de Deus” (1 Pe 4:10). O fracasso em enxergar
essa verdade levou na história da Igreja ao que John Stott chamou de domínio
clerical sobre a laicidade (qualidade do laico, consagrado pela Igreja Católica,
pelo seu corpo eclesiástico).
Isso se desenvolveu dentro da Igreja e
por variadas razões um tipo de divisão entre o clero (corporação dos
eclesiásticos da linha de frente da Ig. Católica) e os leigos na qual os
clérigos deviam liderar e executar os trabalhos do ministério cristão, enquanto
o povo (que não pertence ao clero [os leigos], daí o significado da palavra
laicidade) devia seguir com submissão e, é claro, dar dinheiro para sustentar o
clero e seu trabalho.
Como um exemplo desse ponto de vista,
John Stott mencionou uma encíclica papal de 1906 intitulada Vehementer Nos: “O
único direito das massas é o de deixar-se guiar, e de seguir seus passos como
um rebanho submisso”. ( STOTT, 1969, p. 9).
A Igreja, como povo de Deus, não deve ser
assim. Onde essa visão prevalece, a Igreja e seu ministério sofrem com a perda
do exercício dos dons dados aos leigos. Dons são para serem usados no serviço
do próximo. Os leigos servem a Igreja e ao mundo. Os pastores devem servir os
leigos, porém, com particularidade, ajudando-os a desenvolverem e usarem esse
dons. Como disse Stott:
“Os pastores não devem separar-se dos
membros da Igreja como se estes fossem uma classe de cristão diferenciada; os
pastores são ministros do povo porque eles próprios pertencem ao povo ao qual
são chamados a servir” (STOTT, 1969, p. 47).
Esses três pontos sobre a natureza dos
dons espirituais nos mostram como eles são importantes. Os dons são importantes
teologicamente, porque nos levam a um entendimento mais completo da graça de
Deus. Eles são importantes pessoal e experimentalmente, porque tem influência
direta sobre o serviço que o cristão presta ao Senhor, assim como outros serviços
dentro da Igreja. Eles são importantes institucionalmente, pois mostram como os
pastores e os leigos deveriam relacionar-se uns com os outros.
O QUE SÃO OS DONS?
Os dons do Espírito estão listados em
quatro capítulos do Novo Testamento, um desses capítulos em dois lugares
diferentes. Isso totaliza cinco listas sobre os dons (Ef 4:11; 1Co 12:810; 1Co
12:23-30; Rm 12:6-8; e Pe 4:11).
Essas listas variam no que diz respeito
aos dons listados. A mais curta é em 1 Pedro 4:11, que contem apenas dois dons:
a fala e administração. As listas em 1Co 12 contem nove dons, embora estes não
ser os mesmos nas duas listas.Ao todo podem ser
19 dons mencionados, mas este não é um número absoluto: palavras
diferentes podem ser usadas, de modo concebível, para descrever os mesmos dons
ou dons parecidos, e pode ainda haver dons que não foram mencionados.
1º. Apóstolos e profetas. Os
primeiros na lista de Efésios 4:11 e 1 Coríntios 12:28-30 são dons ministeriais
de apóstolos e profetas. Alguns que tem escrito sobre os dons tentam mostrar
que tanto apóstolos como profetas estão presentes hoje na Igreja. Eles
assinalam que a palavra apóstolo não diz respeito apenas aqueles porta-vozes
cheios de autoridade comissionados diretamente por Jesus; ela pode referir-se também a qualquer um que é
enviado como uma testemunha, em particular para estabelecer Igrejas. Da mesma
forma, profeta não se refere apenas a alguém que recebe sempre uma palavra
inspirada de Deus [como no At], e sim a alguém que fala com ousadia em Seu nome
(1Co14).
Esses pontos têm sido bem defendidos,
porém, a meu ver, não é este o uso das palavras nas duas listas mencionadas (Ef
4:11; 1Co 12:28-30). Nessas listas, tanto apóstolos como profetas devem ser
tomados no sentido mais técnico. Nesses textos, apóstolo se refere àquelas
testemunhas que foram especificamente comissionadas por Jesus para estabelecer
a Igreja sobre uma base adequada, e profetas se referem àqueles que receberam a
mensagem de Deus e a registraram nas páginas do que chamamos de Antigo e Novo
Testamento.
Nesse sentido, hoje, não temos mais
apóstolos ou profetas. O que não quer dizer que estejamos desprovidos dos
benefícios desses dons de Deus para a comunidade cristã.
2º. Evangelistas. A segunda
categoria de dons contêm apenas um item. Obviamente, esse dom ministerial não
se extinguiu. Um evangelista é alguém que tem capacidade especial para
comunicar o evangelho de salvação por intermédio de Jesus Cristo.
A existência de tal dom não significa que
aqueles que não receberam estão eximidos da obrigação de falar de Jesus aos
outros. Pelo contrário, essa é uma tarefa comum a todos. A Grande Comissão o
declara. No entanto, existem os que são, em especial, chamados para esse
ministério.
O evangelista não tem que ser uma pessoa
muito inteligente e muito letrada. É verdade que os evangelistas devem conhecer
bem a mensagem que pregam. Eles devem estar aptos a responder às perguntas
sobre ela. Porém, seu dom primordial está em ser capaz de comunicar a base do evangelho
de forma clara e eficiente.
O ministério de um evangelista não está
limitado àqueles que são como Billy Graham. (E um dom mais freqüente nos
leigos). Em seu estudo dos dons espirituais no livro “The Holy Spirit” [ o
Espírito Santo], Graham observa que a única pessoa em toda a Bíblia que foi, na
verdade, chamada de evangelista é Filipe, ele era um diácono. De forma pessoal,
posso afirmar que conheci muitos que receberam esse dom, e nenhum destes era um
ministro ordenado; eram pessoas que gostavam de falar de Jesus, e eficientes na
tarefa de comunicar a salvação às pessoas.
3º. Pastores, mestres e o dom de
exortação. Pastorear, ensinar e exortar foram colocados na mesma categoria
porque muitas vezes caminham juntos e podem ser considerados apenas um dom.
Em Efésios 4:11, as palavras pastores e
mestres podem até ser unidas devido a natureza do estilo grego nessa frase, de
forma que poderíamos falar do dom ministerial de “pastor-mestre”:” Foi ele quem
deu “dom as pessoas”. Ele escolheu alguns para serem apóstolos, outros para
profetas, outros para evangelistas e ainda outros para pastorear e mestres da
Igreja (Ef 4:11).
Como o caso dos evangelistas, muitos tem
uma chamada pastoral, mas não foram ordenados. Por exemplo, há anciãos,
diáconos e professores de escola bíblica que tem obrigações envolvendo
supervisão espiritual, ou seja, possuem o dom ministerial de pastorear, porém
não executam como pastores ordenados.
A palavra mestre se explica em si mesma.
É um dom importante e pode ser um dos mais necessários no atual momento da
Igreja. Vemos a importância no dom de ensinar quando reconhecemos que essa é
uma ideia chave na versão de Mateus da Grande Comissão. Jesus disse:”Portanto,
ide, ensinai a todas nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho
mandado” (Mt 28:19.20). Aqueles que são trazidos para a fé em Cristo devem ser
discipulados por meio do ensino.
Em Romanos 12:8, a exortação vem após o
ensino. Além da instrução da Palavra, o discípulo precisa ser encorajado a
prosseguir na coisas que aprendeu. De novo essa é uma responsabilidade
pastoral. Quando Paulo utilizou a palavra exortar em Romanos, ele, pode, de
fato, ter tido em mente os pastores, já que a palavra pastor não aparece em
outra passagem do texto.
Outra lista dos dons deveria ser
considerada neste ponto, uma vez que ele projeta luz sobre os dons nesta
categoria. Em 1 Coríntios 12:8,9, Paulo não mencionou qualquer dos dons já
considerados que aparecem primeiro nas outras passagens paulinas: apóstolos,
profetas, evangelistas, pastores e mestres em 1 Coríntios 12:28-30; profecia,
ministério, ensino e exortação em Romanos 12:6-8. Em vez disso, ele mencionou o
dom da sabedoria e conhecimento ou ciência. É provável que nessas passagens o
apóstolo tivesse substituindo esses dois itens para sua lista mais longa.
Sabedoria e conhecimento são dons em particular associados como os ministérios
evangelístico, pastoral e ensino.
Esse fato é útil para se tentar
determinar se Deus deu a um indivíduo o dom ministerial de evangelista, pastor
ou mestre, tema este que estudaremos em profundidade mais adiante.
Podemos perguntar: “Essa determinada
pessoa tem sabedoria espiritual? Tem o dom do conhecimento”? O ponto é útil
também para indicar as áreas em que se pode orar de forma eficaz por nossos
pastores. Podemos orar para que Deus dê a eles verdadeiro conhecimento
espiritual, baseado num cuidadoso estudo da Bíblia, e sabedoria para aplicá-lo
de forma adequada.
4º. Fé. A palavra fé é uma das
mais importante no vocabulário cristão. Ela tem utilizações variadas. Ela pode
referir-se à fé salvadora (Ef 2:8); ao conteúdo do evangelho (Rm 10:8; At 6:7;
13:8; 14:22); pode significar fidelidade (Gl 5:22); e pode referir-se à confiança em Deus na adversidade (Ef 6:16).
Na lista de dons em 1Coríntios 12:8-10,
fé se refere provavelmente à capacidade de antever alguma coisa que Deus
prometeu e agir como se isso já estivesse presente. Stedman afirmou que fé,
nesse sentido, é o que hoje nós em potencial chamaríamos de visão: “É a
capacidade de ver algo que precisa ser feito, e crer que Deus o fará, muito
embora aquilo pareça impossível”. (STEDMAN, 1972, p. 43).
Acredito que fé em 1 Coríntios 12:8-10 pode
ser melhor explicada pelos escritos de Champlin:
“Às vezes a fé aparece como uma
capacidade espiritual. Nessa categoria podemos classificar o dom da fé. Tratar
de um poder especial, alicerçado sobre uma confiança incomum em Cristo: é uma
manifestação do Espírito Santo. Pode realizar grandes obras espirituais”;
(CHAMPLIN, 2002 p. 606).
Os heróis da fé listados em Hebreus 11
tinham esse dom. Em cada um dos casos, a vida deles demonstrou “a certeza de
coisas que se esperam, convicção de fatos que não se vêem” (Hb 11:1).
Abel, a quem havia sido prometida
salvação, por meio da semente da mulher que esmagaria a cabeça de Satanás,
testificou sua fé naquela realidade pela obediência a respeito do sacrifício do
sacrifício de sangue.
Enoque creu em Deus e viveu uma vida
justa.
Noé recebeu a palavra de Deus sobre uma
destruição futura dos incrédulos e agiu sobre essa convicção a construir a arca
na qual ele e sua família foram salvos.
Abraão teve fé por toda a sua vida. Ele
deixou sua terra natal por uma terra que não podia ver, enfrentou provações na
terra da promessa, mudou de nome como um símbolo de sua fé na capacidade de
Deus para dar-lhe um filho quando ele e Sara já haviam passado da idade para
conceber, não hesitou em oferecer Isaque como sacrifício sobre o altar no Monte
Morriá – tudo porque acreditavam que Deus era capaz de cumprir o que prometia,
comparar com Romanos 4:21.
Depois de mencionar essas pessoas e
outros exemplos de fé extraordinária, como a de Isaque, Jacó, José, Moisés,
Raabe, Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi e Samuel, o autor da Carta aos
Hebreus declarou: “Todos estes morreram na fé, sem ter recebido as promessas,
mas, vendo-as de longe, e crendo nelas”. (Hebreus 11>13).
Isaque Watts se referiu a essas pessoas
na estrofe de seu hino: “Sou eu um soldado da cruz”?
“Os santos nessa guerra gloriosa /
Vencerão, mesmo com a morte / Eles veem a vitória dadivosa / E a agarra com
seus olhos”.
5º- Curas e Milagres. Os dons de
curas e milagres são referidos em dois trechos diferentes de 1Corintios 12 e,
com certeza, estão relacionados. Essa
conjunção de dons é importante na interpretação da natureza dos dons de curar.
Embora a palavra cura (na verdade curas, no plural) possa referir-se aos
vários tipos de curas – emocional ou física; cura por meios naturais ou
miraculosos – a utilização da palavra nestes versículos se refere com
exclusividade aos meios miraculosos.
A questão que se impõe com esses dons
existem nos dias de hoje, um assunto sobre o qual cristãos estão divididos, uma
vez que os dons de curas e milagres podiam ser manifestados pelos apóstolos,
profetas, evangelistas, associados ao dom da fé.
Há quem defenda [baseado em fatos] que os
dons de curas e milagre ainda existam, porém, manifestam com pouca freqüência.
Em nenhum fragmento, Paulo indicou que as
curas, os milagres ou as línguas cessariam. Além do que, relatos de curas e
outros milagres existem em todos os períodos da historia da Igreja. Sendo
assim, não ousamos limitar Deus, declarando que hoje Ele não possa distribuir
dons de curas e milagres. Ele pode. Por outro lado. Mesmo que hoje tenhamos o
direito de esperar curas e receber um milagre, é legítimo dizermos que esses
dons não se manifestam tão freqüentemente como na época da Igreja primitiva.
6º- Capacidade de discernir espíritos.
O dom de discernir os espíritos é mencionado em apenas um lugar na várias
listas de dons. Apesar disso, é de suma importância. Ele se relaciona com o dom
de profecia e o de mestre.
Em 1Coríntios 12:10, o discernimento de
espíritos aparece depois da referência à profecia, o que nos faz pensar que
Paulo estava referindo-se à capacidade de discernimento para distinguir se uma
pessoa que fala em nome de Deus está, na verdade, inspirada pelo Espírito
Santo, ou se está falando em sua própria força natural, ou inspirada por algum
demônio. Por outro lado, o discernimento de espíritos pode referir-se
simplesmente a capacidade de discernir a verdade ou o engano da instrução de um
mestre religioso (ver 1 João 4:1-6).
Pedro exerceu esse dom quando enxergou o
engano de Ananias e Safira: “Ananias, por que encheu Satanás o teu coração,
para mentires ao Espírito Santo? [...] Por que é que entre vós concertastes
para tentar o Espírito do Senhor”? (At 5:3,9).
Hoje, algumas pessoas são, com
facilidade, enredadas por qualquer novidade. Outras não. Essas últimas podem
ter o dom de discernir os espíritos. A Igreja deve identificar essas pessoas e
solicitar seu julgamento nos casos em que o discernimento verdadeiro for
preciso.
7º- Ajudadores. A referência aos
ajudadores tem o dom de socorro, em 1 Coríntio 12:28, está amplificada em
Romanos 12:7,8 pelos dons de contribuir (financeiramente), presidir, exercer
misericórdia e ainda prestar serviço ao próximo.
Poderíamos acrescentar muito mais. Alguns
indivíduos expressam esse dom ao fazer o trabalho necessário para manter uma
casa, um negócio ou uma Igreja funcionando de forma exemplar. Eles percebem o
que precisa ser feito e fazem. Alguns cuidam dos mais velhos, fazem compras,
cuidam da casa, são acompanhantes em consultas médicas, e, visita a amigos e na
ida e volta aos cultos na igreja.
Quando ajudam os pobres, assistem os
doentes enviando alimentos ou tomando providências, tais como pagamento de contas
entre outras necessidades. O que diferencia o seu trabalho do serviço que é
prestado pelos não cristãos é que ele é feito em nome do Senhor Jesus Cristo e
para Sua glória.
Pedro encorajou aqueles que servem
fazê-lo segundo o poder de Deus dá, “para que em tudo seja glorificado por
Jesus Cristo”. (1Pedro 4:11).
8º- Administradores. Algumas
versões da Bíblia chamam este dom de governos, porém ele se refere, na
realidade, à liderança ou direção administrativa. A maioria de nós conhece
situações quando há, é óbvio, trabalho a ser feito e muitas pessoas disponíveis
para isto. No entanto, o trabalho não é realizado porque há alguém por perto
para comandar, delegar tarefas e supervisionar para que todas as incumbências
sejam cumpridas. Por outro lado, há ocasiões quando os dons necessários e as
pessoas certas não parecem estar presentes. Então aparece alguém que enxerga
como o trabalho poderia ser feito e o faz com as condições disponíveis.
Nesse ponto, precisamos evitar dois
erros. Um dos erros de sermos super desconfiando da administração como se fosse
coisa da carne, imaginando que Deus trabalhe de outro modo. As pessoas que
pensam dessa maneira, ou são intimidadas pelos que veem as coisas dessa forma,
quase sempre falham ao exercer a liderança que Deus deu para elas
O outro erra está em pensar que o que é
feito na área da liderança é sempre da parte de Deus, ou que Ele só está
operando quando tal liderança está presente. Isso também não é verdade. As
pessoas precisam reconhecer a diferença entre o dom de administração e a mera
personalidade forte, força de vontade, ou uma mentalidade agressiva.
O Senhor é quem dá esse dom assim como
todos os outros. Todavia, ele não atropela sentimentos nem pressiona
obstinadamente como um rolo compressor para atingir sua meta.
9º- Línguas e interpretação de línguas.
Nenhum dos dons mencionados em qualquer parte do Novo Testamento tem sido tão
controverso como o dom de línguas e o dom que acompanha de interpretação.
Algumas pessoas tem insistido que o dom
de línguas significa estar apto a falar de modo que outras pessoas ouçam em
suas próprias línguas nativas. Esse tipo de manifestação aconteceu no Dia de
Pentecostes (At 2:1-11), porém, não parece ter sido idêntica ao dom de língua
manifestado em Corinto. Na Igreja em Corinto, os interpretes eram necessário
porque os ouvintes não estavam escutando em suas próprias línguas nativas.
Outras pessoas falam do exercício das
línguas como sendo a capacidade para falar em línguas celestiais, ou seja, em
algum idioma não conhecido pelos homens.
Outras, ainda, negam que ambas as
possibilidades existam hoje em dia. Essas pessoas dizem que o que se passa por
falar em línguas é ou um fenômeno psicológico autoinduzido, ou ação de
demônios.
A única maneira de prosseguir é se
limitar ao que está dito no único trecho da Bíblia que trata do fenômeno.
Esse trecho da Escrituro é em 1 Coríntios
12 e 14, no qual Paulo estabeleceu os seguintes pontos. Primeiro, o dom de
línguas existe, mas pode ser falsificado, ou seja, há um dom genuíno, porém, há manifestação deste dom por outros espíritos,
seja espírito de Satanás o espírito da própria pessoa.
Paulo estava falando a respeito disso
quando lembrou aos coríntios que, antes da conversão deles, estavam
escravizados por ídolos mudos; alertou-os que era necessário provar os espíritos
com base na sua confissão ou falta de confissão de Jesus como Senhor:
“Portanto, vos quero fazer compreender
que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema! E ninguém pode
dizer Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo”. (1 Coríntios 12:3).
É possível que, antes da conversão deles
a Jesus, os cristãos de Corinto tinham sido enganados pelos discursos
carismáticos dos sacerdotes pagãos, e nessa ocasião, estiveram sendo enganados
por alguns que garantiam falar pelo poder do Espírito Santo, sem de fato, terem
sido revestidos por Ele.
Vale a pena registrar que em muitas
partes do mundo, a gossolalia, o termo técnico para falar em línguas, é bem
conhecido ainda hoje em círculos não cristãos. Grupos unitaristas falam em línguas.
Sacerdotes bodes e xintoístas muitas vezes falam em línguas quando estão em
transe. O fenômeno existe em vários contextos místicos da América do Sul, Índia
e Austrália. De forma que falar em línguas, em si, não é prova da presença do
Espírito Santo. [Daí a necessidade do dom de discernir espíritos].
Um segundo princípio que Paulo
estabeleceu que há muitos valiosos e diferentes dons do Espírito Santo, e que o
dom de línguas é apenas um deles. Ele disse isso em 1 Coríntios 12:4-11,
afirmando que há muitas necessidades de dons diferentes na Igreja e que é
prerrogativa do Espírito Santo suprir essa necessidade ao distribuir os dons
necessários entre as pessoas que Ele chamou para obra nas áreas específicas.
A ênfase de Paulo estava no fato de que
era pelo único e mesmo Espírito que os
dons eram dados (1 Coríntios 12:8-11). Se o Espírito concedeu um dom para cada
cristão e para Seu propósito, nós não podemos orgulhar-nos do nosso dom
particular. O fato de Paulo minimizar, mais tarde, o dom de linhas indica que o
orgulho era um perigo real para aqueles na Igreja de Corinto que tinham esse
dom.
No terceiro ponto, Paulo afirmou que os
dons do Espírito Santo são para um propósito, a edificação da unidade da Igreja
(1 Coríntios 12:12-27). A princípio, estes são dois propósitos diferentes,
entretanto, Paulo trata a ambos tendo em perspectiva a imagem do corpo para a
qual cada parte contribui. Ele enfatizou que: (1) Há muitos membros do corpo
(v.12); (2) todos são necessários (v,22); e (3) Não deve haver divisão no corpo
de Cristo (v.25). Assim, se um exercício particular do dom de línguas não
promover crescimento, ou pior, levar à discórdia, ou o dom não é de Deus, ou
está sendo usado fora dos propósitos de Deus para ele.
Em quarto lugar, Paulo sinalizou, talvez
nesse caso para humilhar aqueles que estavam gabando-se de seu dom de línguas,
que, se os dons fossem para ser classificados por ordem de importância, as
línguas sempre viriam no final da lista. (1 Co 12:28; 1 Co 14:12).
Enxergamos isso de várias maneiras.
Sempre que Paulo listou os dons, línguas e interpretação de línguas sempre
vieram por último. Isso está mais evidente em 1 Coríntios 12:28, onde o
discípulo, na verdade, enumerou os dons: “E a uns Deus pois na Igreja, primeiramente
apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres,
depois, dom de curar, socorros, governos, variedades de línguas”. (1 Coríntios
12:28).
Outra forma que Paulo encontrou para
abortar este ponto foi chamando a atenção do amor. Sua preocupação com o amor
era tão grande que ele interrompeu sua discussão sobre os problemas dos dons
para escrever em detalhes sobre o amor, no capítulo 13 de 1 Coríntios.
Por fim, o apóstolo concluiu que, se
algum era para ser buscado, este era o dom de profecia, pelo qual, nesta
passagem, ele identificou como a capacidade de pregar e ensinar a Palavra com
clareza (1 Co 14:1). Embora ele também falasse em línguas, ele preferia falar
cinco palavras numa linguagem inteligível do que dez mil numa língua
desconhecida (1 Coríntios 14:9).
O quinto princípio de Paulo é que o dom
de línguas é cheio de perigos e só deve ser exercido com cuidado (1 Coríntios
14:13-38). O primeiro perigo é a desordem. Paulo enxergava a desordem como uma
desgraça; a obra de Deus não deveria ser feita de forma tumultuada. Aqui, ele
estabeleceu diretrizes. Primeiro, não permitir a ninguém falar na igreja no
mesmo momento em que outra pessoa estiver falando; as pessoas deveriam falar
uma de cada vez. Segundo, não permitir que todos falem no culto, porém no
máximo, dois ou três. Terceiro, não permitir que até mesmo estes dois falem em
línguas sem que haja intérpretes.
Nestes versículos, Paulo demonstrou
preocupação para que não se extinguisse a voz genuína do Espírito e, ao mesmo
tempo, tentou assegurar que essa mesmo voz do Espírito fosse ouvida no culto. O
Espírito Santo não poderia ser ouvido se todos estivessem gritando ou orando em
alta voz ao mesmo tempo, supostamente sobre a influência dele.
O segundo perigo é o de um cristianismo
insatisfatório, que Paulo combatia insistindo na interpretação.
Naquela época, assim como agora, o
cristianismo estava ameaçado para um paradigma que coloca a experiência como
elemento principal do culto. O conteúdo era secundário. A parte emocional era
tudo. Contudo, Paulo condena isso.
Na realidade, o apóstolo não desejava
reprimir qualquer resposta emocional válida à verdade do cristianismo, e nós
também não.
Há e sempre deve haver emoções na
caminhada cristã. Todavia, não pode ser permitido que a emoções se torne a base
da fé. A revelação objetiva de Deus na história e nas Escrituras é a base do
cristianismo. Se a experiência for mais valorizada que a revelação, isso levará
a uma distorção do verdadeiro cristianismo e a excessos perigosos.
Nos dias de hoje, observamos isso e não
apenas no que se refere às línguas. Vemos um tipo de cristianismo emocional,
quase sem conteúdo algum, no qual a experiência individual é tudo. Segundo o
exemplo de Paulo, devemos enfatizar o conteúdo.
Francis Schaeffer escreveu sobre isso:
“Devemos enfatizar que a base de nossa fé
é nem a experiência nem a emoção, mas verdade como Deus a revelou na forma verbalizada
e intencional da Escritura e que nós em primeiro lugar recebemos pelo
pensamento – embora, é claro, o ser humano por inteiro deve agir sobre ela”.
(FRANCIS, 1972, p. 24).
John Stott abordou esse mesmo ponto
atacando, o que ele chamou de “cristianismo sem cérebro”. (STOTT, 1972, p. 10).
Uma questão final dever ser observada na
abordagem da questão das línguas por Paulo. Em que pese os perigos deste dom,
nenhum cristão deve ser impedido de exercê-lo.
O apóstolo disse, especificamente:
“Portanto, irmão procure, com zelo, profetizar, e não proibais falar em
línguas”. (1 Coríntios 14:39).
Se falar em línguas não é seu dom, você
não deve cobiçá-lo – pelo menos, não desejá-lo do qualquer outro dom, você deve
procurar o dom de profecias –. No entanto, por outro lado, se outra pessoa
recebeu o dom de línguas, não cabe a você e nem a ninguém proibir seu
exercício. Isso causaria o empobrecimento da igreja.
ENCONTRANDO O SEU DOM
Neste ponto alguém pode estar pensando:
“Eu reconheço a importância dos dons espirituais e estou consciente do que eles
são. Todavia, não sei como me encaixar nesse quadro. Como posso descobrir quais
são os meus dons”? Eis uma boa pergunta.
Primeiro, podemos começar estudando o que
a Bíblia tem a dizer sobre dons espirituais. A Bíblia é a primeira previsão de
Deus para nosso crescimento espiritual e santificação. Deus nos fala na Bíblia.
Sem o conhecimento do que a Palavra de
Deus nos ensina de forma explícita neta área, podemos ser conduzidos, com
facilidade, a experiências que não são Sua vontade (de Deus) para a nossa vida.
Podemos até começar a pensar sobre os dons espirituais em termo seculares.
Quando estudamos o que a Bíblia ensina,
devemos ser cuidadosos para discernir qual o propósito de Deus ao nos dar dons
espirituais. É para o crescimento do Corpo (da igreja) e não para simples
crescimento ou satisfação pessoal.
Segundo, devemos orar. Este não é um
assunto para ser tratado com negligência ou que possamos sentir-nos livres para
confiar em nosso próprio julgamento. Não conhecemos o nosso coração. Por isso,
podemos cobiçar alguns dons que exalte nosso sentimento de autoimportância, que
não esteja no coração de Deus.
Podemos, também resistir ao dom que ele
tem para nós. A única maneira de superar esse dilema é levar o assunto até o
Senhor com seriedade, orar com fervor, como Ele nos ensina na Sua Palavra,
pedindo que Ele nos mostre o dom que realmente Ele tem para nós dar.
Terceiro, seremos beneficiados se fizermos
uma avaliação honesta de nossas próprias forças e capacidades espirituais. Se
não fizermos isso tendo por base um estudo minucioso da Palavra de Deus e uma
vida de oração, seremos desviados da rota. No entanto, se buscarmos em primeiro
lugar a sabedoria e a vontade de Deus, poderemos examinar-nos e enxergar por
intermédio de olhos espirituais.
Podemos perguntar: “O que eu gosto de
fazer”? Isso não é um guia de seguro para qual seja ou quais sejam os nossos
dons, porém, pode ser uma indicação. A direção de Deus é sempre voltada para
aquilo que Ele preparou para nós e em vista disso, consideramos com
naturalidade agradável e prazerosa.
Steldman escreveu sobre isso:
“Em algum momento, essa ideia encontrou
guarida nos círculos cristãos insinuando que o que Deus quer para você é sempre
desagradável; que os cristãos devem sempre fazer escolhas de fazer o que querem
e ser felizes, e fazer o que Deus quer e ser completamente infelizes. Nada pode
ser mais desprovido de verdade. O exercício de um dom espiritual é sempre uma
experiência agradável e feliz, embora, algumas vezes, a ocasião em que ele é
exercido possa ser amarga”. (STEDMAN, 1972, p. 54).
Outra pergunta que podemos fazer é: “Em
que eu sou bom”? Se você deseja ocupar certo ministério na Igreja, contudo,
está sempre fracassando e sentindo-se frustrado, é quase certo que você está
operando na área errada e tem avaliado seus dons com equívoco. Se Deus está
abençoando seu trabalho, se você vê frutos em seus esforços, é provável que você
esteja na trilha certa e deveria investir nisso com muito mais vigor. À medida
que sua destreza no exercício desse dom se desenvolve, você perceberá que os
resultados ficam cada vez melhores.
Você poderá também desejar a sabedoria de
outros cristãos. A igreja nem sempre funciona como deve, no entanto onde ela
funciona de forma apropriada uma das coisas que deveria acontecer é que as
pessoas com o dom de percepção ou sabedoria deveriam ser capazes de sentir
quais os seus dons e, colocá-los á disposição das necessidades de sua
congregação. Os outros são quase sempre mais objetivos a respeito de nós do que
conseguimos sê-lo. Devemos cultivar a capacidade de ouvir a esses outros
membros da família de Deus e seguir sua orientação.
..............................
Glórias sejam dadas à Deus, em nome do
nosso amado Jesus Cristo e do Espírito Santo, de estarmos quase às vésperas de
concluir esse nosso Estudo de Teologia ao alcance de todos. Creiam, meu
coração, toma a liberdade, de sentir-se um professor, na ministração desse
estudo. Sendo que toda e total exaltação seja dadas ao autor do mesmo; o Rev.
James Montegomery Boice.
..............................
Nosso próximo tema, não tanto extensivo,
quanto foi o 66. Tem por título: -- CAPAITANDO OS SANTOS.
Fiquem
com as bênçãos de deus e o meu abraço.
Diac.
Erleu Fernandes da Cruz.
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