sábado, 3 de outubro de 2015

ESTUDO TEOLÓGICO - Nº 17

Estudo Do Livro “Fundamentos da Fé Cristã” - Nº 17
     Um manual de Teologia ao alcance de todos.
    Autor: James Montgomery Boice – Capítulo 10
                A HUMANIDADE DE CRISTO

Embora alguns hoje, como em todas as épocas, neguem a divindade de Cristo, como também existem aqueles que a afirmam com tanta veemência que acabam ignorando Seu lado humano, o que também é um erro.
Não podemos ignorar que Jesus, além de divino,  também era totalmente humano, aspecto tão importante como o outro. Entretanto, embora Cristo seja Deus desde a eternidade, o mesmo não é verdade com a sua humanidade: Ele se tornou homem, em um momento particular da história, ao encarnar. Contudo, [ao ascender aos céus e ser glorificado, reassumindo Seu lugar junto ao Pai] ele levou consigo Sua natureza humana, tornando-se Deus e homem, o único em quem devemos buscar a salvação.
Na Bíblia, essa verdade aparece em várias passagens, mesmo no Antigo Testamento. Por exemplo, na profecia de Isaias, lida tão freqüentemente na época do Natal, foi descrita a dupla natureza da vinda de Cristo:
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome é maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaias 9:6).
Nesse trecho há dois verbos importantes: Nasceu e deu. Como qualquer criança, ele nasceu, mas, como Filho de Deus, ele nos foi dado. A mesma distinção ocorreu nos escritos de Paulo:
“De acordo com a genealogia humana, Jesus era descendente de Davi, mas, [pela genealogia divina], Ele é designado Filho de Deus:
“Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sobre a Lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gálatas 4:4,5).
Jesus Cristo foi sempre [e ainda é] o Filho de Deus, no momento foi nascido de mulher, sob a Lei, e, assim, tornou-se homem.
Na Bíblia, a plena humanidade de Cristo sempre apareceram juntas, muitas vezes em ilustrações feitas por meio de vários eventos no ministério dele.
Por exemplo, no segundo capítulo do Evangelho de João, o Senhor se encontrava em um casamento (Jo 2:1-11). Poucas situações poderiam ser mais humanas do que essa. Contudo, quando o vinho acabou, deixando o anfitrião em vias de ser envergonhado, Jesus transformou a água em vinho novo, sendo este, inclusive, de melhor qualidade, o qual foi colocado em talhas de pedras usadas para as purificações judaicas.
No capítulo oito de Mateus foi narrada outra ocasião na qual percebemos a união dos aspectos divinos e humanos de Jesus. Ao lermos o trecho que vai do versículos 23 a 27, vemos que, enquanto os discípulos de Cafarnaum estavam atravessando o mar da Galileia rumo à terra dos gadarenos. Jesus exausto após um dia de trabalho, dormia na embarcação.
No meio do caminho, irrompeu uma tempestade tão imensa que até mesmo os pescadores mais experientes ficaram assustados. Esses, desesperados, acordaram Cristo dizendo: “Senhor, salva-nos, que perecemos” (Mt 8:25), o qual por sua vez, prontamente acalmou a tempestade. O que poderia ser mais humano que a exaustão de nosso Senhor no barco? O que poderia ser mais divino do que acalmar os ventos e as ondas? Os discípulos exclamaram: “Que homem é este, que até os ventos e o  mar lhe obedecem”?  (Mt 8:27).
Da mesma forma, nada poderia ser humano do que a morte de Jesus por crucificação, assim como nada poderia ser mais divino do que escurecer o céu, o rasgar do véu do templo, a abertura dos túmulos dos santos enterrados próximo a Jerusalém e a triunfante remoção da pedra do túmulo naquela primeira manhã de Páscoa.
A HERESIA GNÓSTICA.
Essas duas verdades nem sempre foram reconhecidas por todo o longo da história da Igreja. Quase não há doutrina no cristianismo que, em um todo momento, não tenham sido negadas por alguém.
A heresia da negação da divindade de Cristo é reconhecida como arianismo. Essa teoria desenvolvida por um padre de Alexandria chamado Ário, morto em 335, questionava a divindade de Cristo, visto que, para ele, Jesus e o Espírito Santo foram apenas instrumentos usados por Deus, criados para que se cumprisse o propósito da redenção. Em outras palavras, segundo essa doutrina, somente Deus é eterno, e, para Ário, nem sempre Jesus e o Espírito Santo existiram.
Negar a humanidade e divindade de Jesus são erros igualmente graves. O segundo caso também constitui uma heresia, que teve origem a partir do movimento conhecido como gnosticismo. Essa doutrina, conhecida como gnosticismo, foi, mais ou menos, contemporânea dos primeiros anos do cristianismo e tinha duas características principais. A primeira delas consistia no estabelecimento de um princípio chamado de “supremacia do intelecto e superioridade mental à fé e conduta” (Ross, 1954).
Os gnósticos, como mostra o próprio significado da palavra, consideravam-se conhecedores, e criam que a salvação ocorre, principalmente, por meio do conhecimento, isto é, por uma iniciação ao misticismo que eles alegavam compreender mais do que as demais pessoas. É claro que, em tal sistema, a encarnação literal do Filho de Deus não tinha significado. O importante era o conceito expresso pela pessoa de Cristo ou as verdades anunciadas por Ele.
Uma segunda característica do sistema gnóstico era em sua crença no abismo radical e insuperável que existe entre espírito e matéria, sendo, portanto, a natureza da matéria totalmente ruim, e a do espírito absolutamente boa.
Essa visão, que era compartilhada pela maioria dos outros sistemas de pensamento naquele período, por um lado, levava a uma negação da importância da vida moral, uma vez que a salvação era considerada apenas no âmbito espiritual, o que significava que as coisas relacionadas à vida física não importavam. Por outro lado, essa forma de pensar produzia um tipo de religião filosófica, separada da história concreta.
É óbvio que, diante disso o gnosticismo entrou em conflito com o autêntico cristianismo. De acordo com esse sistema, qualquer encarnação real do Filho de Deus seria impossível. Se a matéria fosse má, então o Senhor não teria tido um corpo humano, e Sua encarnação teria sido aparente [e não real, como foi].
A palavra docetismo vem do verbo grego dokeo, que significa aparecer. Em algumas formas do gnosticismo cristão, acreditava-se que o Espírito de Deus veio sobre Jesus somente no momento do Seu batismo, permanecendo nele durante os anos de Seu ministério e, depois, abandonando-o pouco antes de sua crucificação. Em outras palavras. Jesus apenas parecia humano, mas, na verdade não era. Sendo assim Ele não possuía, de fato, um corpo material, o que, portanto, impossibilitava-o de morrer de verdade, e assim por diante.
Por ser anátema ao cristianismo, o docetismo foi fortemente rejeitado. A primeira resposta a essa doutrina foi a do apóstolo João, preservada, principalmente, em suas epístolas. Ele insistia na encarnação verdadeira do Filho de Deus tão intensamente que iniciou sua primeira epístola enfatizando sua própria experiência física referente a Jesus:
“O que era desde o princípio, o que vimos com nossos olhos, e o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida (porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada), o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo” (1 João 1:1-3).
Esses versículos se referem a três dos cinco sentidos. Depois João falou de um teste que foi capaz de definir o verdadeiro cristianismo:
“Nisso conhecemos o Espírito de Deus: Todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas esse é o espírito do anticristo que há de vir, e já está no mundo” (1 João 4:2,3).
Outra heresia na época da Igreja primitiva era o maniqueísmo, que teve uma forte influência no início da caminhada de Augustinho. Ele incluía a crença de que o corpo de Cristo era composto de uma “matéria celestial”, mas não verdadeiramente material. Esses erros foram refutados consistentemente em uma série de concílios. No credo da Caledônia (45 d.C.), declarou-se a respeito de Jesus Cristo:
“[Jesus é] verdadeiramente divino e humano, constando de alma racional e corpo, consubstancial ao Pai, segundo a divindade, e consubstancial a nós, segundo a humanidade, em tudo semelhante a nós, exceto pelo pecado; divinamente gerado pelo Pai, antes de todos os séculos, e nesses últimos dias, segundo a humanidade, para a nossa salvação, nascido da virgem Maria, único Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar em duas naturezas inconfundíveis, imutáveis, indivisíveis, inseparáveis. A distinção de natureza de modo algum é anulada pela união [do divino com o humano], antes é preservada a propriedade de cada natureza, concorrendo para formar uma só pessoa e em uma única substância, não separado nem dividido em duas pessoas, mas um só e o mesmo Filho, Unigênito, Verbo de Deus, o Senhor Jesus Cristo”. (Credo de Caledônia).
No Credo Atanasiano, atribuído a Atanásio, grande defensor de ortodoxia do terceiro século, provavelmente composto após o da Caledônia, está escrito, de maneira mais simples:
“Nosso Senhor Jesus Cristo é tanto Deus como homem [...] Perfeito Deus, perfeito homem, não é dois, mas um só Cristo. Não pela conversão de sua divindade em humanidade, mas por Sua divindade haver assumido Sua humanidade” (Credo Atanasiano).
Esses credos, bem como as Escrituras nas quais eles se baseiam, ensinam que Jesus, o Filho de Deus, tornou-se como nós em todos os aspectos (exceto com relação ao pecado), para que pudéssemos ser como Ele.
AS EMOÇÕES DE CRISTO
No ensaio intitulado On the Emotional lif of Our Lord (A vida emocional de nosso Senhor), que consta no livro The Person and Work of Chist ( A pessoa e a obra de Cristo), B. B. Warfield assinalou que Jesus se assemelha a nós também no que tange o nosso aspecto emocional.
Há pessoas, na igreja, que tem tentado separar seu relacionamento com Cristo de todas as suas emoções, como se Ele estivesse indiferente a elas. Outros valorizam o aspecto emocional a tal ponto  que passam a agir como se Jesus nunca exigisse reverências de nossa parte. A postura ideal a ser adotada no que se refere a esse assunto, apresentada no Novo Testamento, está, de certa forma, entre esses dois extremos.
Algumas vezes, essa emoção é provocada pela necessidade física. Assim, em certa ocasião, quando se encontrou diante da fome de uma grande multidão que o seguia, Jesus disse: “Tenho compaixão da multidão, porque há já três dias estão comigo e não tem o que comer. E, se os deixar ir em jejum para casa, desfalecerão no caminho, porque alguns deles vieram de longe” (Marcos 8:2,3).
Houve momentos nos quais Jesus demonstrou suas emoções até mesmo com lagrimas, chegando a chorar por causa da incredulidade obstinada da cidade de Jerusalém (Lc 19:41) e da tristeza que se abateu sobre ele diante do túmulo de Lázaro (Jo 11:35).
A menção às lágrimas de Cristo leva-nos a outra área de Sua vida emocional, a de dor, que pode gerar, inclusive, indignação e raiva, como vimos no caso da morte de Lázaro. Em ocasiões como essa, utiliza-se uma palavra incomum, embrimaomai, tanto para dizer que Jesus estava com raiva do que estava acontecendo, como para afirmar que Ele estava movido em espírito, perturbado. No Novo Testamento, ela é encontrada apenas em três passagens (Mt 9:30; Mc 1:43; 14:5). Em duas delas, seu significado equivale a advertir severamente e, na terceira, a repreender.
Se perguntássemos por que isso havia acontecido, responderiam que é por causa da suposta incredulidade ou hipocrisia daqueles que choravam por Lázaro, ou porque Cristo estava com raiva da morte, entendia como uma das ferramentas de Satanás e uma grande inimiga. Entretanto, essa insinceridade não foi mencionada  nem sugerida no texto bíblico, e, independente da motivação do coração das pessoas que ali estavam, certo é que Maria e Marta de maneira alguma fingiram sua dor.
Há uma vertente interpretativa, que entende raiva como grane emoção, responsável por defender outro uso do termo embrimaomai, na língua grega, a qual passa a descrever o relinchar de um cavalo, que, em geral, acontece por causa de uma carga pesada ou da excitação de uma batalha.
Alguns cristãos consideravam inaceitável, pois acham inapropriado Jesus perturbar-se de tal forma por causa da dor dos outros, mas como podemos ler essa passagem sem constatar que Jesus chorou com as irmãs de Lázaro em seu lamento? Sobre isso, Robert Lightfoot e G. Campbell Morgan, respectivamente, disseram:
“A expressão usada [...] implica que Ele agora, voluntária e deliberadamente, aceita, e toma para si a emoção e a experiência da qual, de acordo com Seu propósito, deve levar os homens”. (Lightfoot, 1963).
“Ele [..] catalisou para dentro de Sua personalidade toda a infelicidade resultante do pecado, representada por um homem morto e  pessoas de coração partido em seu redor (Morgan, s.d., p. 197).
Houve ocasiões em que Cristo teve raiva até mesmo de Seus discípulos, como, por exemplo, quando eles foram presunçosos e tentaram impedir as crianças de se achegarem a Ele: “Jesus, porém, vendo isso, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir os pequeninos a mim e não os impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus” (Mt 10:14).
O Cristo que nos é apresentado no Novo Testamento não é impassível, insensível e frio. Pelo contrário é alguém que tomou sobre si a nossa dor e que, por ter-se feito igual a nós, é capaz de compreender nossa tristeza (Hb 4:15); alguém que, em certos momentos sentiu justa indignação e ficou com raiva do pecado.
Algumas vezes, Jesus mencionou o desejo que tinha de Seus seguidores também possuíssem Sua alegria: “Tenho dito isso para que a minha alegria seja completa (Jo 1511). Novamente, Cristo declarou na oração sacerdotal, encontrada do Evangelho de João. “Mas, agora, vou para ti e digo isto no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos” (Jo 17:23)

N.B. - Como é a bom a gente ter tido essa oportunidade de tomar conhecimento de assuntos tão importantes dentro do campo da Teologia. Fiquem certos disso, o que eu estou acrescentando em meus conhecimentos bíblicos doutrinários, com esse estudo, que tomei essa coragem de apossar-me de grandes porcentagens deste estudo e compartilhar com todos os seguidores do “Blog Jerusalém É Aqui”. Tenham a paz de Cristo e, que Deus vos abençoe. (Erleu Fernandes).
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Próximo sábado o assunto será:
POR QUE CRISTO SE TORNOU HOMEM?
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Mulheres =Não deixem de fazer mamografia.
Homens= Não deixem de fazer o teste  de sua próstata

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