sábado, 30 de janeiro de 2016

ESTUDO DE TEOLOGIA Nº 35

Estudo do Livro Fundamentos da Fé Cristã Nº 35
     Um manual de Teologia ao alcance de todos.
         Autor: James Montgomery Boice
      Postado por: Erleu Fernandes da Cruz
            TEMA: - LEVANDO PESSOAS A CRISTO
     

     A segunda maneira do Espírito Santo glorificar Jesus é levando os homens e mulheres a Ele, por meio da fé. Discorro sobre isso em detalhes na seção deste livro intitulada: COMO DEUS SALVA OS PECADORES. O que cabe dizer aqui é que, sem a atuação do Espírito Santo, ninguém pode chegar a Cristo.
     Depois de afirmar que enviaria o Espírito Santo aos seus discípulos para com eles ficar para sempre, Jesus acrescentou:
     “O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós”. (João 14:17).
     João chama de “o mundo” os homens e mulheres que não tem parte com Cristo. Não sendo por meio da obra do Espírito Santo, ninguém pode ter acesso a Jesus, nem ver, conhecer ou receber coisas espirituais, visto que é o Espírito quem dá visão espiritual. Como Jesus destacou: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus”. (Jo 3:3).
     Sem a ação do Espírito Santo, ninguém pode conhecer as coisas espirituais, pois estas se discernem espiritualmente (1 Co 2:14). Ninguém pode receber o Espírito Santo ou Cristo, pois, como também afirmou Jesus: “Ninguém pode vir à mim, se o Pai que me enviou, não o trouxer (Jo 6:44).
     O que fazer então? O Espírito Santo é que põe fim a cegueira espiritual para que alguém possa não apenas ver a verdade, mas compreender o que vê. Então, o próprio Espírito leva a pessoa a depositar sua fé em Cristo, sendo Ele, portanto, responsável pela existência de todos os cristãos na terra. Ou seja, o Espírito Santo nos leva a salvação e glorifica a Cristo.
     REPRODUZINDO  O CARÁTER DE CRISTO
     O Espírito Santo glorifica a Jesus reproduzindo o Seu caráter nos cristãos. Ele o faz de três maneiras: levando os cristãos a vencerem a sim mesmos e ao pecado; intercedendo por eles em oração e ensinando-os a orar; e revelando a vontade de Deus para a vida deles, possibilitando que cumpram. Esses ministérios combinados formam o fruto do Espírito, que é a vida de Cristo em nós. Paulo falou a respeito desse fruto em Gálatas 5:22-23:
     “Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei”.
     Essas são as virtudes que formam, no mais alto grau, o caráter de Jesus, devendo, por isso, formar também o caráter de todo cristão. Comentaristas bíblicos sempre destacam o fato de eles originarem apenas o fruto (singular), e não frutos, sendo este o que precisa estar evidente em todos nós.
     É importante diferenciar o fruto dos dons do Espírito, os quais analisados em detalhes na última parte deste volume. Isso foi, basicamente, o que Paulo revelou: “Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer” (1 Co 12:11). Logo, independente de que função ministerial seja exercida, seja ele a de líder, pastor, evangelista, ou qualquer outra, todo cristão deve ter o fruto do Espírito.
     A virtude mais importante é o amor (em algumas traduções aparece como caridade), visto que Deus é amor (1 Jo 4:8). Podemos confirmar isso também nas palavras de Paulo: “Portanto, agora existem essas três coisas (virtudes teologais): a fé, a esperança e o amor (caridade). Porém o maior deles é o amor (caridade) (1 Com 13:13).
     O amor de Deus é virtuoso, pois é imerecido (Rm 5:8), grande (Ef 2:4), transformador (Rm 5:3-5), e imutável (Rm 8:35-39). Foi com base nele que o Senhor enviou Cristo para morrer por nossos pecados. Como cristãos, temos o Espírito Santo habitando em nós, sendo, portanto, nosso dever demonstrar esse grande amor à humanidade: “Nisso todos conhecerão que sois os meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13:35).
     O gozo é comum nos cristãos. Mas esse difere da alegria que depende das circunstâncias, as quais, se forem desfavoráveis, ela deixa de existir. O gozo, por sua vez, baseia-se no conhecimento que alguém tem acerca de Deus e do que Ele fez por nós, em Cristo.
     Antes de ser preso e crucificado, Jesus falou aos discípulos sobre o gozo: “Tenho-vos dito isso para que a minha alegria permaneça em vós, e a vossa alegria seja completa (Jo 15:11). O mesmo temo é abordado nos capítulos 14, 15 e talvez 16 do Evangelho de João, tendo, aparecido, também, em Jo 17:13: “Mas, agora, vou para ti e digo isso no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos”.
     Por conhecermos a ação de Deus em nosso favor, podemos, como cristãos, alegrarmo-nos em meio ao sofrimento, aprisionamento ou qualquer outra calamidade.
     A paz é o presente do Senhor à humanidade, obtida por meio da cruz de Cristo. Antes da cruz, éramos inimigos do Altíssimo. Agora, devemos mostrar os efeitos dessa paz em todas as circunstâncias (Fp 4:6-7), devendo esta reinar no lar (1 Co 7:12-16), entre judeus e gentios (Ef 2:14-17), na Igreja (Ef 4:3; Cl 3:15) e nos relacionamentos cristãos (Hb 12:14).
     A longanimidade ou paciência se refere a suportar os outros, mesmo quando provado. Deus é maior exemplo de paciência, haja vistas que inúmeras vezes teve [e ainda tem] misericórdia dos rebeldes. Esse é um dos motivos pelos quais devemos voltar a Ele em arrependimento por causa de nossos pecados (Jl 2:13; 2 Pe 3:9).
     A benignidade ou gentileza é a atitude que o Senhor adota quando interage com as pessoas. Por direito, Ele poderia exigir nossa imediata e total conformidade com Sua vontade, sendo rígido no processo. Entretanto, Deus não é rígido, visto que relaciona conosco como um pai que deve relacionar conosco como um pai deve relacionar-se com um filho.
     “Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei a meu filho. Mas, como os chamavam, assim se iam de sua face; sacrificaram a baalins e queimavam incenso às imagens de escultura. Todavia, eu ensinei a andar a Efraim; tomei-os pelos seus braços, mas não conheceram que eu os curava. Atraí-os com cordas humanas, com cordas de amor; e fui para eles como os que tiram o jugo de sobre as suas queixadas; e lhes dei mantimento”. (Oséias 11:1-4).
     Esse deve ser o nosso modelo. Devemos mostrar a benignidade aos outros assim como Deus nos mostra.
     “Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão, olhando por si mesmo, para que não seja tentado. Levai as cargas uns dos outros e assim cumprirei a lei de Cristo”. (Gálatas 6:1-2).
     A bondade é como a benignidade, mas revela-se principalmente em situações em que não há merecimento. Tem que ver com generosidade.
    A , nesse contexto,  caracteriza a dignidade ou a confiabilidade. Uma parte do caráter do próprio Deus está em jogo aqui. Servos fieis de Cristo morrem por Ele, em vez de negá-lo; sofrem, mas mantém seu título de cristãos. Assim é também Jesus, fiel testemunha (Ap 11:5), e Deus Pai, que sempre age em favor de Seus filhos (1 Co 1:9; 10:13; 1 Ts 5:24; 2 Ts3:3).
     A mansidão é vista naqueles que tem tanto autocontrole que se iram somente quando realmente (contra o pecado, por exemplo). Esse foi o caso de Moisés. A respeito dele está escrito: “E era o varão Moisés muito manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra” (Nm 12:3).
     A última manifestação do fruto do Espírito é a temperança, que mortifica os desejos da carne e que está intimamente ligada à castidade, tanto da mente como do corpo.
     William Barclay, em Flesh and Spirit: An examination of Gálatans 5: 19:23 [Carne e espírito: uma análise  de Galatas  5:19-23], observa que essa qualidade é a que vem naquele que aceita Cristo em seu coração, capacitando-o a viver no mundo sem deixar suas vestes ser contaminadas por ele.
     Todavia, o fato de essas nove virtudes serem inerentes ao Espírito que habita e atua naqueles que aceitam Jesus como Senhor nem sempre significa que todo cristão irá, automaticamente possuí-las. É por isso que somos exortados (alertados) a andar em espírito, para não ceder à concupiscência dele. Jesus ensinou isso na parábola da videira e das varas:
     “Eu sou a videira, e meu pai é o lavrador (agricultor). Toda vara (galho) que em mim não dá fruto, é tirada (cortada), e limpa (podada) toda aquela que dá fruto. [...]. Estai em mim, e eu, em vós; como a vara (galho) de si mesmo não pode dar fruto, se não estiver (presa) na videira (ao tronco). Assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós, as varas (galhos); quem está em mim, e eu nele, este dá fruto, porque sem mim nada podeis fazer”. (Jo 15:1-2, 4-5).
     “Para ser frutífera, a vara (galho) deve estar no (tronco) da videira, viva, e não morta (seca). No âmbito espiritual, isso significa que primeiro o indivíduo deve ser cristão, pois, sem Cristo, somente as obras da carne podem manifestar-se:
     “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas”. (Gálatas 5:19-21a).
     O fruto do Espírito só pode manifestar-se quando a vida de Cristo, por meio do Espírito Santo, flui no cristão.
     Outro fato importante é que a videira deve ser podada. Isso é o que lemos nos versículos iniciais em João 15, nos quais Deus é chamado de Lavrador (Agricultor), significando que Ele cuida de nós, expondo-nos ao sol da Sua presença, enriquecendo nosso solo e livrando-nos da seca espiritual. Se desejarmos ser frutíferos, devemos estar ligados ao Senhor por meio da oração, alimentando-nos de Sua Palavra e permanecendo sempre próximos a outros cristãos.
     Muitas vezes, a poda é desagradável e, até sofrida, pois coisas que valorizamos podem ser tiradas de nós. Contudo, o propósito dela é o que faz toda diferença na vida de todos os cristãos: a frutificação.
     LEVANDO O CRISTÃO AO SERVIÇO
     Outra maneira de o Espírito Santo glorificar Jesus a Jesus é guiando Seus seguidores no serviço cristão, sustentando-os. Como indicam alguns capítulos anteriores, isso foi o que aconteceu com os discípulos: o Espírito os guiava de acordo com a vontade de Cristo, e sua postura não é diferente com os cristãos atuais.
     “E, servindo eles o Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-vos a Barnabé e Saulo para a obra que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram. E assim eles, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e Dalí navegaram para Chipre”  (Atos 13:2-4).
     O Espírito Santo chama homens e mulheres para missões específicas, mas vai com eles à missão. É evidente que Ele não tem o mesmo chamado para todos. Deve ser por isso que não há na Bíblia detalhes acerca do modo pelo qual os discípulos de Jesus, em Antioquia, vieram a saber que o Espírito Santo havia designado Barnabé e Saulo para uma obra missionária.
     No entanto, não é porque o Espírito Santo chama que não devemos buscar a direção. Em Antioquia, Ele falou aos discípulos que adorava e jejuavam ao Senhor, levando Sua obra a sério, dando tudo de si. É assim que devemos proceder também.
     Entretanto, antes de ponderar a vida cristã consideremos o processo de tornar-se um cristão. Melhor ainda, antes disso, porque não analisamos a mais complicada doutrina bíblica acerca da união do cristão com Cristo, por meio da obra do Espírito Santo?
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Demos muitas glórias e agradecimentos ao Pai do Céu Por estar nos oferecendo essa gama profunda de ensinamento teológico. Muitos de nós ainda não tínhamos tido essa oportunidade (como eu) de se aprofundar nesses conhecimentos sobre a ação da Trindade em cada um de nós.

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     Nosso próximo assunto será o seguinte tema:
               A UNIÃO COM CRISTO  
            Isso será no estudo Nº 36  

        Fiquem na Paz de Cristo. Amem?

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