sábado, 23 de janeiro de 2016

ESTUDO TEOLÓGICO Nº 34

Estudo do Livro Fundamentos da Fé Cristã Nº 34
     Um manual de Teologia ao alcance de todos.
         Autor: James Montgomery Boice
      Postado por: Erleu Fernandes da Cruz
      TEMA: -  A OBRA DO ESPÍRITO TANTO
     
  Ao conhecermos alguém, geralmente perguntamos: “Quem é você”? e “O que você faz”?; a pessoa, então, responde algo como: “Sou Fulanos, sou professor”. Ou ainda: “Sou sicrano, trabalho para uma companhia aérea”. Pois bem, podemos fazer as mesmas perguntas acerca do Espírito Santo.
     No capítulo anterior, vimos que o Espírito Santo é uma pessoa divina com os mesmos atributos do Pai e do Filho. Neste capítulo, precisamos analisar o que Ele faz.
     GLORIFICAR A DEUS.
     Ao questionarmos a função do Espírito Santo, percebemos que não é fácil definir o que Ele realmente faz, pois, se Ele é Deus, então faz tudo que o Pai e o Filho fazem. Assim, repito o que falei no Livro I, ao sugerir o modo com que havemos de lidar com a doutrina da Trindade.
     Podemos dizer que o Espírito Santo: (1) participou da criação do universo (Gn 1:2); (2) inspirou a composição da Bíblia (2ª Pe 1:21);  (3) direcionou o ministério terreno do Senhor Jesus Cristo (Lc 4:18); (4) dá vida espiritual ao povo de Deus (Jo 3:6); e (5) chama e guia a Igreja (At 13:2; 16:6,7; 20:28).
     Contudo, em várias partes da Bíblia, a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo é registrada de maneira individual. Por exemplo: o Pai participa mais da obra da criação, e o Filho participa mais da redenção da espécie humana. Qual seria a principal obra do Espírito Santo?
     Alguns afirmam que é a santificação dos cristãos ou a inspiração da composição da Bíblia, enquanto outros destacam Seu papel na concessão dos dons espirituais á Igreja ou na indução de não cristãos à aceitação de Cristo. Entretanto, apesar do Espírito Santo fazer tudo isso, essas são as melhores respostas para a pergunta, visto que a mais adequada definição de Sua obra encontra-se em João 16:13,14, bem como podemos ler abaixo, nas palavras do próprio Cristo.
     “Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar”.
     Em João 15:26, o Senhor declara:
     “Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, testificará de mim”.
     A principal obra do Espírito santo é levar-nos a glorificar a Cristo. Todas as outras obras giram em tono dessa. Ora, se Ele não fala de Si mesmo, mas de Jesus, podemos concluir que qualquer ênfase dado à obra do Espírito que não aponte para Cristo não pode ter vindo do Espírito de Deus. Na verdade, é obra de outro espírito, o anticristo, cuja obra é fazer com que a humanidade tire o foco de sua atenção de Jesus (1 Jo 4:2,3).
     Apesar de sua importância, o Espírito Santo não deve tomar o lugar de Cristo em nossa vida. A terceira pessoa da Trindade está em ação onde quer que Jesus  esteja sendo, exaltando e, nessa medida, podemos reconhecer a presença do Consolador, sendo-lhe gratos.
    ENSINANDO SOBRE CRISTO
    É possível questionar: de que maneira o Espírito Santo glorifica, especificamente, o Senhor Jesus Cristo? Ele o faz de quatro formas.
     Primeiro, usando a Bíblia para ensinar sobre Jesus. O Novo Testamento diz que o Espírito Santo já fazia isso antes de Cristo vir ao mundo, por meio da inspiração do Antigo Testamento, mas a obra dele não parou ali.
     No Novo Testamento, além de haver relatos sobre as ações de Jesus, há também a explicação de Seus motivos para agir da forma como agiu. A obra de Jesus serviu para influenciar Seus discípulos, fato que é enfatizado nas últimas conversas do Senhor com eles (ver João 15:26; 16:12,13a).
     Os discípulos de Jesus sabiam que, no período veterotestamentário, o Espírito Santo havia se manifestado a certos profetas, reis e outros líderes, a fim de falar por meio deles. Muitos podem até ter entendido que a mensagem central do Antigo Testamento era apenas a promessa divina do envio de um Redentor; contudo, mais adiante, os discípulos de Jesus entenderam que o mesmo Espírito não somente se manifestaria a eles como também passaria a estar neles, para que nada a respeito da obra ou dos ensinos de Cristo, necessários para a nossa salvação e para o crescimento da Igreja, se perdesse.
     Como esses homens, em grande parte pecadores analfabetos, poderiam ser os agentes por meio dos quais nos seria transmitido o Novo Testamento? O que garante a confiabilidade a fonte de relatos da vida deles, bem como do ensino de Jesus? Não é possível que eles tenham registrado alguns fatos de forma incorreta, ou confundido alguma verdade?
     A resposta a essas especulações é que, no que tange ao registro dos fatos na Bíblia, os discípulos não cometeram erro algum, pois foram guiados pelo Espírito Santo. Alguns dos eventos e ensinos registrado por eles se basearam em coisas que viram e ouviram, e que lhes foi relembrado pelo Espírito, sendo tais relatos tão válidos quando os do Antigo Testamento.
     Segundo Pedro:
     “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1:21).
     O Espírito Santo glorificou muito a Jesus quando preparou o caminho para a vinda dele por meio da inspiração do antigo Testamento, o que se responsabilizou por revelar as pessoas que tipo de coisas deveriam esperar, bem por quanto tempo esperariam. Assim Ele preservou a história da vinda do Cordeiro, proporcionando, por meio dos livros do Novo Testamento, a interpretação dela.
     Essas passagens não somente sustentam que nova revelação está a caminho, mas sugerem a natureza dessa revelação.
     1—Primeiro, a revelação é histórica.
     Em João 16:13, Jesus prometeu que o Espírito Santo guiaria os discípulos em toda a verdade concernente a Ele. Em João 14:26, a historicidade é ainda mais clara:
     “Mas aquele consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas  e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”. (Jo 14:26).
     Os discípulos estavam sujeitos ao esquecimento de certos acontecimentos. Sendo assim, o Espírito Santo lhes traria à memória os eventos ligados à vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. O registro disso está nos Evangelhos e no livro de Atos.
     A natureza histórica do cristianismo tem seu início de maneira dramática, diferente de qualquer outra religião, mitologia ou filosofia. Os seres humanos veem a religião, como um conjunto de ideias. A salvação, por sua vez, é vista como algo alcançável por meio do aprendizado de certas coisas ou de determinadas atitudes. Convenhamos: o cristianismo se traduz em ideias, mas essas se baseiam no que Deus fez. Este é o fato determinante.
     A base histórica também exclui o cristianismo do evolucionismo religioso, segundo o qual as ideias primitivas a respeito de Deus, até então sustentada pela Igreja, amadurecem a medida que seu conhecimento sobre Ele aumenta. Como isso, em tese, aconteceria até hoje, seria possível que deixássemos de crer em certas coisas concernentes ao Pai, passando a  crer em outras que achássemos válidas.
     Contrário a isso, Jesus ensinou que, longe de ser dispensável, a obra do Senhor na história é a base de Sua revelação ao ser humano, o que pode evidenciar-se na cruz de Cristo, na qual não somente ensinou uma ideia, mas fez algo: expiou o pecado, revelou Seu amor e mostro Seu juízo.
     2—Segundo, a revelação de Deus é doutrinária.
     Jesus Declarou:
     “Ele me glorificará, porque há de receber do que é          meu e vo-lo há de anunciar” (João 16:14).
     “Mas, aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (João 14:26).
     Os resultados disso estão nas epístolas, a começar por Romanos, texto no qual a doutrina cristã é desenvolvida de maneira plena. As outras epístolas lidam com problemas específicos das igrejas, bem como problemas teológicos e de liderança (1 e 2 Tm; Tt 1,2 e 3 Jo; 1 Pe, e Jd).
     Deus agiu na história, permitindo-nos conhecer o porque de Suas ações. Cristo veio ao mundo para que o Pai pudesse revelar-se a nós. Agora, sabemos que Ele é amor justiça por causa do Filho, e que tem compaixão, misericórdia e muitos outros atributos também graças a Cristo. Jesus morreu, mas Sua morte teve muitas implicações, as quais são explicadas pela Bíblia.
     3—Terceiro e último, a revelação de Deus é profética.
     Jesus disse: “Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos [...] anunciará o que há de vir (Jo 16:13).
     O resultado disso se vê ao longo de quase todo o Novo Testamento: Mateus 24, Mateus 25, Marcos 13, Romanos 11, 1 Coríntios 15, e, particularmente Apocalipse.
     As profecias indicam que as operações de Deus ao longo da história, ainda reais em nossos dias, não aconteceram de maneira estática. Logo, o presente não pode ser igual ao passado ou ao futuro. O Senhor está fazendo coisas sem igual com pessoas colocando um plano em prática, de forma que cada um exerça um papel fundamental na sociedade.
     Todo esse trabalho culminará no dia do retorno do Senhor, quando Deus levará para si Seu povo e demonstrará todos que o caminho dele é o único caminho para a vida.
     Diante de tudo isso, podemos concluir que o Espírito Santo nos deu a Bíblia para que Jesus fosse glorificado na história, na doutrina e na profecia.
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     Pois é amigos e irmãos concluirmos, em parte, o que recebemos como ensinamento, sobre a ação do Espírito Santo em nossas vidas e na Sua Igreja. Quero que saibam que: o que eu desejo é ser um reflexo de Deus nas vossas vidas. Fuquem comigo nesse estudo; bebamos juntos desse água tão maravilhosa que jorra em nossas mentes e corações neste estudo.
O próximo assunto que virá no estudo, nº 35 é:            
LEVANDO PESSOAS A CRISTO.
Aguardem. Enquanto isso não nos descuidemos da oração. Já que ela é o alimento de nossas almas.
    
     

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