sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Estudo Teológico 32

Estudo do Livro Fundamentos da Fé Cristã Nº 32
     Um manual de Teologia ao alcance de todos.
         Autor: James Montgomery Boice
      Postado por: Erleu Fernandes da Cruz
             O CRISTIANISMO PESSOAL

     Toda religião tem conteúdo intelectual que seu seguidor presumidamente busca saber. Com relação a isso, os cristãos enfrentam dois perigos específicos ao aprofundarem nas doutrinas cristãs.
     Por outro lado, há o subjetivismo. O ensino cristão envolve a natureza de Deus e como ele nos salvou por meio da morte de Jesus Cristo. Contudo, por isso ser profundo e tocante, em vez de os cristãos se esforçarem para entender a fé racionalmente, tentam dar ênfase aos seus sentimentos e às suas experiências, muitas vezes ao ponto de tentarem, até mesmo, desvincular esses tantos da obra de Deus na história como das claras proposições bíblicas. Quando as experiências que buscam não ocorrem ou são diferentes do esperado, eles tentam basear-se em sentimentos espirituais por Deus, lançando mãos de auto-sugestão, das circunstâncias ou da maquinação do diabo, que, segundo a Bíblia, pode até transfigurar-se em anjo de luz. ( Conf. 2 Corintios 11:14).
     Essa ênfase nem sempre é tão extrema assim. Às vezes, é meramente uma suposição, freqüentemente impensada a fundo, de que experiências religiosas sejam necessárias para que haja a salvação de uma alma. Isso é o que sugerem, por exemplo, certos encontros de avivamento.
     Podemos ter essa impressão também por meio de livros como: The Varieties of Religions Experiente [as variedades da experiência religiosa], de Willian James. Esse estudo clássico da psicologia da religião tenta refletir uma vasta experiência, bem como proporcionar uma análise imparcial. Quando as pessoas lêem esse livro, ou qualquer outro do gênero, podem achar erroneamente que não são cristãs, simplesmente por nada tão intenso ter acontecido em suas vidas.
     Há também grande perigo: uma fé cristã totalmente objetiva. Muitos têm muito conhecimento bíblico e consentem com a verdade da Palavra de Deus, mas, mesmo assim, não mudam. Há fé, mas essa pode ser a que Tiago referiu quando disse: “Tu crês que há um só Deus? Fazes bem; também os demônios crêem e estremecem (Tg 2:9). Esse perigo se faz presente entre os cristãos conservadores.
     Harold O. J. Brown, em The Coservative Option [a opção conservadora]; alerta:
     “Insistir como, com certa razão, nós o fazemos quando se trata da natureza objetiva da expiação e de sua aplicação ao ser humano para a salvação gera o risco de dimensionar, no tempo e no espaço em que estamos inseridos, doutrinas que são puramente históricas e  judiciais. Não podemos esquecer que estamos em um processo de santificação em que o Espírito Santo, que vai moldando nossa vida, deve continuar em nosso meio”. [Gundry e Johnson, 1976, p. 356].
     Como podemos evitar esses perigos? Como solucionaremos o problema da coexistência de uma revelação objetiva de Deus na história e de uma apropriação dessa salvação?
     Se dependesse de nós, não haveria resposta a essa pergunta. Todavia, a Bíblia diz que Deus tem a solução. Assim como o Pai enviou Seu Filho para realizar a obra objetiva e histórica da expiação para nos salvar, Ele também enviou o Espírito Santo para aplicar essa salvação a nós.
     Esse ato não foi único e indivisível, mas envolve uma série de atos e processos: o chamado de Deus, a regeneração, a justificação, a adoção, a santificação e a glorificação. Em cada caso, o Espírito Santo aplica a obra de Cristo a nós.
     A terceira seção deste livro lida com esses processos, ou seja, com a obra do Espírito Santo de Deus. “Como Calvino aporta a terceira maior seção de: Institutes Of the Christian Religions [Institutas da religião cristã], essa obra implica á forma como recebemos e os efeitos disso”. (Calvino, 1960, p. 537).
     UMA PESSOA OU UM PODER?
     Esse tema deve ser discutido tomando-se como base a natureza do Espírito Santo. A primeira pergunta é: “Seria Ele uma pessoas cuja obra é salvar-nos e santificar-nos, ou um poder que devemos usar a nosso favor?” Se o considerarmos um poder misterioso, poderemos perguntar-nos: “Como posso ter mais do Espírito Santo?” Se o considerarmos uma pessoa, a pergunta mudará: “Como o Espírito Santo pode ter mais de mim?” O primeiro pensamento não é bíblico, e o segundo, por sua vez, é neo-testamentário.
     Sobre isso, Reuben A. Torrey observou o seguinte:
     “O conceito que sustenta que o Espírito Santo é um poder ou um influência divina da qual devemos, de alguma forma, usufruir leva a auto-exaltação e à auto-suficiência. Quem pensa isso sobre o Espírito Santo e que, ao mesmo tempo, imagina que o recebeu enche-se de “orgulho espiritual”, como se pertencesse a uma ordem superior de cristãos, e diz: “Sou uma pessoa portadora do Espírito Santo”! Porém, se virmos o Espírito Santo como uma pessoa divina de infinita majestade, glória, santidade e poder, que se humilhou vindo fazer morada em nosso coração, tomando e usando nossa vida, Ele nos porá no pó da terra e lá nos manterá. Não há coisa mais humilhante que uma pessoa de divina majestade vir habitar em meu coração, dispondo-se a fazer uso até mesmo de mim”. (Torrey, 1970, p. 8,9).
     Essa distinção é ilustrada nas páginas do Novo Testamento. Por um lado há o caso do mago Simão, cuja história pode ser lida em  Atos 8:9-24. Simão era um cidadão de Samaria, onde Filipe, um dos primeiros diáconos tinha pregado o evangelho. Aparentemente, Simão havia crido em Cristo e foi salvo, tendo em vista o que foi relatado:
     “E creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou de contínuo, com Filipe e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que faziam, estava atônito”. (Atos 8:13).
     Entretanto, Simão sabia pouquíssimo acerca do cristianismo. Logo, quando viu os milagres realizados, ficou maravilhado. Achou até que o Espírito Santo era um poder que podia ser comprado. Mais tarde, quando Pedro e João foram inspecionar a obra em Samaria, foram usados por Deus para batizar no Espírito Santo. Simão ofereceu dinheiro aos discípulos para que pudesse ter o mesmo poder em Atos 8:19.
     Pedro respondeu a Simão:
     “O teu dinheiro seja contigo para a perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus. Arrepende-te, pois, desta sua iniqüidade e ora a Deus, para que, porventura, te seja perdoado o pensamento do teu coração”. (Atos 8:20-22).
     Podemos encontrar um exemplo contrastante no início da obra missionária que envolveu Paulo e Barnabé, quando, servindo eles ao Senhor e Jejuando, disse o Espírito Santo: “Apartai-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado” (Atos 13:2). No primeiro exemplo, um indivíduo quis usar a Deus. No segundo, Deus usou dois indivíduos.
     No entanto, é possível questionar: “Não existem passagens e, até mesmo, seções inteiras da Bíblia em que a personalidade distinta do Espírito Santo não está  evidente? Esse é o caso do Antigo Testamento, no qual são mencionados certos indivíduos a quem o Espírito do Senhor [Deus]  revestiu (Jz 6:34; 2 Cor 24:20), da mesma forma que, freqüentemente, o Espírito de Deus é entendido como em Gênesis 1:2b: “E o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”.
     Essas passagens dão a entender que o Espírito Santo tem uma personalidade distinta. Entretanto, devemos admitir que, no Antigo Testamento, há pouco espaço para os que defendiam a ideia de o Espírito Santo fosse uma pessoa da Trindade divina.
     No Novo Testamento, por sua vez, o Espírito Santo é revelado de fato, como uma pessoa da Trindade, totalmente equiparado do Pai e do Filho, mas diferentes deles. Porém, como vemos no livro 1º dessa obra, isso não implica a existência de três deuses. Há três pessoas, mas, de uma forma que vai além de nossa plena compreensão, essas três, formam um só Deus
     Uma pessoa é definida por seu conhecimento, seus sentimentos e sua vontade, e é exatamente isso que é dito a respeito do Espírito Santo.
     Em João 14:16-18, Jesus disse:
     “Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece: mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós. Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós”.
     Se o Espírito Santo fosse apenas um poder, essa promessa seria apenas uma compensação de Jesus: “Eu vou embora, mas deixarei algo para compensar a Minha ausência”. Todavia, o Espírito não é apenas um poder, mas uma pessoa divina, que tem personalidade e conhece nossas necessidades. Ele é provido tanto de sentimentos, pois se identifica conosco em nossos problemas, como de vontade própria, visto que decide consolar-nos em cumprimento à promessa do Senhor.
     As evidências do Novo Testamento para a personalidade do Espírito Santo podem ser agrupadas nas seguintes categorias:
     1--As ações do Espírito Santo. Um exemplo de ação do Espírito é a última passagem bíblica citada, em que Ele deve consolar os cristãos. Outro está em João 16:8, e refere-se à missão deste de convencer o pecador do pecado, da justiça, e do juízo.
     2—A missão do Espírito Santo, diferente da do Pai e do Filho, Jesus não deixa dúvidas quanto a essa missão em Seu último discurso: “Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte de meu Pai hei enviar, aquele Espírito da Verdade, que procede do Pai, testificará de mim”. (João 15:26).
     3—A posição e o poder do Espírito Santo, iguais aos do Pai e do Filho. As várias maneiras pelas quais os autores do Novo Testamento se referem à Trindade evidenciam essa igualdade entre a Trindade. Em Mateus 28:19, Jesus disse aos Seus discípulos:
     “Portanto, ide e ensinai a todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho  e do Espírito Santo”.
     Em 2 Coríntios, Paulo faz a seguinte oração:
     “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós. Amem”!
     Pedro falou a respeito daqueles que foram eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo (1 Pe 1:2).
     Judas, por sua vez, recomendou que fossem edificados na fé cristã, orado no Espírito Santo, e nos mantivéssemos na caridade de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna (Jd 1:20,21).
     4—As menções do Espírito Santo. No batismo de Jesus, o Espírito Santo desceu sobre em forma corpórea, como uma pomba;  e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: “Tu és meu Filho amado; em ti me tenho comprazido” (Lc 3:22).
     No dia de Pentecostes, foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousavam sobre cada um deles (Atos 2:3).
     5—O pecado contra o Espírito Santo. Isso implica uma ofensa contra a Sua pessoa (a pessoa de Jesus) - (Mt 12:31,32).
     6—Os dons do Espírito Santo. Em 1 Coríntios 12:11, depois de anunciar os dons da sabedoria, do conhecimento, da fé, da cura, dos milagres, da profecia, do discernimento dos espíritos, de línguas e de interpretação de línguas, Paulo disse: “Mas um só é o mesmo Espírito que opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer”.
     Os dons do Espírito Santo se distinguem do próprio, o que implica o fato de Ele não ser apenas um poder por traz desses notáveis dons.
     Esses são seis argumentos que mostram que o Espírito Santo é uma pessoa. Contudo, o problema para muitos de nós não é bem a doutrina do Espírito santo, mas o que decidimos crer a respeito dela. Teoricamente, muitos crêem que Ele é terceira Pessoa da Trindade. Mas será que realmente pensamos nele dessa forma? Será que pensamos nele de qualquer outra forma?
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    Meus amigos e irmãos nesta busca da Jerusalém celeste. Podemos usar este chavão já bem usado por outras pessoas: “ATÉ AQUI O SENHOR TEM NOS AJUDADO”. E, de fato cremos nisso. Essa, está sendo a postagem nº 32, em que em cada sábado postamos no nosso Blog Jerusalém É Aqui. Só me resta agradecer a Deus e a cada um dos seguidores que até aqui nos acompanharam. O assunto é vasto. Requer de cada um de nós firmeza e perseverança. Próximo assunto é um seguimento deste nº 32: Estudaremos: O ESPÍRITO DE DEUS no Nº 33.
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Que Deus vos abençoe e vos dê vida longa e que neste Novo Ano de 2016, tenhamos saúde e vida bastante para podermos chegar ao 2017. Deus vos abençoe.

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Blog Jerusalém É Aqui

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