sexta-feira, 22 de abril de 2016

ESTUDO DE TEOLOGIANº 47

      Estudo Fundamentos da Fé Cristã Nº 47
      Manual de Teologia ao alcance de todos.
      Autor: James Montgomery Boice
      Postado por: Erleu Fernandes da Cruz.
      Tema central: AS PROVAÇÕES
      4º Sub-tema;  O TESTE FINAL

      O teste moral, que faz alusão a outro ponto da mesma epístola, é este:
     “E nisso sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu conheço-o e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas qualquer que guarda a Sua Palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado, nisso conhecemos se estamos nele. Aquele que diz que está nele deve andar como ele andou. Qualquer que comete o pecado também comete iniqüidade, porque o pecado é iniqüidade. E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado. Qualquer que permanecer nele não peca; qualquer que peca não o viu e nem o conheceu. Filhinhos, ninguém vos engane. Quem pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. Quem comete pecado é do diabo, porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo. Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus. Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo; qualquer que não pratica a justiça e não ama o seu irmão não é de Deus”. (1 João 2:3-6;3:4-10).
     Para entendermos de modo simples, aqueles que conhecem Deus viverão de maneira cada vez mais justa. Isso não significa que não pecarão, mas que seguirão em uma direção marcada pela justiça divina. Quando isso não ocorre, esses indivíduos não são filhos de Deus.
     “Aquele que diz: Eu conheço-o  e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas, qualquer que guarda a sua Palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado, nisto conhecemos que estamos nele”. (1 João 2:4-5).
     Nesta passagem João apresentou dois tipos de homem: o que diz conhecer a Deus, mas não guarda os seus mandamentos, e que obedece a Deus por amor a Ele. João usou palavras muito ásperas para o primeiro tipo de pessoa. Ele o chamou de mentiroso. Pois não é enganado por alguém nem confundido por algum fato, mas professa que nele não está verdade. Ele pode também está dando-nos um conselho; que não busquemos a verdades nele (nesta pessoa que nos engana). Nesse caso essa expressão se aplica aos falsos mestres (de quem os verdadeiros seguidores de Deus devem afastar-se) tanto dos dias de João quanto dos nossos.
     A verdade deve ser buscada não em quem apenas tem qualificações intelectuais, mas em quem mostra ter conhecimentos espirituais e uma justa conduta.
     O segundo tipo de homem, aquele que obedece a Deus por amor, tem o amor divino aperfeiçoado nele. Apesar de não fazer grandes afirmações de que conhece a Deus – como os gnósticos faziam – ele conhece o Senhor segundo João.
     Há alguns anos, quando a moralidade estava em seu auge, alguns teólogos se encontraram no Seminário Teológico de Princeton para discutir o assunto. A maioria se pôs a favor do mesmo; por isso a discussão se centralizou no valor da liberdade de todas as regras e regulamentações, salvo algumas exceções.
     Lá, foi decidido que a única regra aceitável seria o amor. Tudo vindo do amor seria permitido, desde que isso não machucasse pessoa alguma. Neste debate, um padre católico não dizia uma única palavra. Ao pedirem sua opinião, ele disse: “Vocês não concordam que o único fator limitador em qualquer decisão ética é o amor? Jesus disse: Se me amardes, guardareis os meus mandamentos (Jo 14:15)”.
     Dizemos ser cristãos? “Aquele que diz que está nele também deve andar como ele andou” (1 Jo 2:6). Somos chamados a imitar a conduta do Senhor Jesus. Andar como Cristo andou é viver não por regras, mas pelo exemplo. É segui-lo, ser Seu discípulo. Um discípulo pessoal, ativo e caro.
     Pessoal porque tal tarefa não pode ser delegada a terceiros. Devemos encontrar-nos em Cristo, como Pedro, após a ressurreição de Jesus. Observe o que ocorreu naquela ocasião:
     “Mas tudo isso vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou. Se eu não viera, nem lhas houvesse falado, não teriam pecado, mas, agora, não tem desculpa do seu pecado. Aquele que me aborrece, aborrece também a meu Pai. Se eu, entre eles, não fizesse tais obras, quais nenhum outro tem feito, não teriam pecado; mas, agora, viram-nas e me aborreceram a mim e a meu Pai. Mas, é para se cumprir a palavra que está escrita na lei; “Aborreceram-me sem causa. Mas quando vier o Consolador, que eu da parte de meu Pai hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, testificará de mim. E vós também testificareis, pois estivestes comigo desde o princípio”. (João 21:15-17).
     Depois que Pedro se irritou com o fato de Jesus questioná-lo três vezes, ele quis colocar o foco de Cristo sobre seu discípulo mais amado, que, aparentemente, podia ser visto ao longe. Veja, então, o que aconteceu:
     “E Pedro voltando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem Jesus amava, e que na ceia se encostava também sobre o seu peito, e que dissera: Senhor, quem é que há de lhe trair? Vendo Pedro a este, disse a Jesus, Senhor e deste que será? Disse-lhe Jesus; se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? Segue-me tu”. (João 21:20-22).
     Não houve escapatória para a chamada ao discipulado pessoal de Pedro.
     O discípulos que anda como Jesus andou é também ativo, pois o Senhor é ativo. Quem é inativo é deixado para trás.
     Por último, tal discípulo é caro, pois o caminho que Jesus andou, apesar de levar a vitória, primeiro leva a crucificação; ele só pode ser percorrido por aqueles que morreram para si mesmos e agora levam a cruz de Cristo para segui-lo. Estes, seja nos dias de João, se nos dias de hoje, terão sempre confiança diante de Deus e certeza de q      eu o conhecem.
     C. H. Dodd ex-professor de Novo Testamento na Universidade de Cambridge, declarou em As Epístolas Joaninas:
     “Nessa passagem, nosso autor não apenas refuta tendências perigosas, como discute um problema na Igreja de seus dias, como discute um problema de relevância eterna, o da vaidade da experiência religiosa. Podemos achar que temos ciências de Deus ou união com Ele, mas como podemos saber que tal experiência corresponde à realidade? Clareza ou poder na experiência em si não garantem sua realidade – assim como um sonho que pareceu algo real em uma noite de sono não passa de um sonho. Se, entretanto, aceitarmos a revelação de Deus em Cristo, deveremos, então, crer que qualquer experiência com Deus – o que é válido – tem qualidade ética definida pelo que conhecemos de Cristo, o que carrega em si uma fidelidade renovada ao Seu ensino e exemplo. O autor não quer dizer que somente aqueles que obedecem plenamente a Cristo e seguem Seu exemplo tem uma experiência com Deus. Isso seria afirmar uma ausência de pecado na vida do cristão em um sentido de que ele o repudiou. Se a experiência não inclui uma mistura de afeição e vontade com relação aos princípios morais do Evangelho, não se trata de uma experiência com Deus. (Dodd 1946, p. 32).
     Claro que há mais a ser dito, mas não sobre o teste da experiência. O teste que prova se conhecemos ou não a Deus é o da Justiça.
      O TESTE SOCIAL
     Em meio aos seus últimos discursos – anteriores a crucificação – Jesus nos deu um novo mandamento: amar.
     “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois os meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”. (João 13:34-35).
     O amor é a marca pela qual o mundo pode saber que os cristãos são verdadeiros cristãos.
     Em 1 João, o mandamento é repetido, mas com uma diferença: é pelo amor que os cristãos (assim como no mundo) saberão se são cristãos.
     “Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto saberemos que estamos nele”. (1 João 2:5)
     Quando os cristãos começarem a amar, principalmente a demonstrar amor a todos por quem Cristo morreu, poderão ter certeza de que conhecem a Deus.
     João falou desse teste nas seguintes passagens bíblica:
     “Irmãos, não vos escrevo um mandamento novo, mas o mandamento antigo, que desde o princípio tivestes. Este mandamento antigo é palavra que desde o princípio ouvistes. Outra vez vos escrevo um mandamento novo, que é verdadeiro nele e em vós; porque vão passando as trevas, e lá a verdadeira luz alumia. Aquele que diz que está na luz e aborrece o seu irmão até agora está nas trevas. Aquele que ama o seu irmão está na luz, e nele não há escândalo. Mas aquele que aborrece o seu irmão (faz-lhe mal) está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deve ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos” (1 João 2:7-9).
     E o apóstolo repetiu essa ideia:
     “Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é esta: que amemos uns aos outros; não segundo Caim, que era do Maligno e assassinou o seu irmão; por que o assassinou? Porque as suas obras eram más, e de seu irmão, justas. Irmãos, não vos maravilheis se o mundo vos odeia. Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos (queremos bem) aos irmãos; aquele que não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si. Nisto conhecemos o amor, que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar a nossa vida pelo irmão. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, (que tem como ajudar alguém) e ver o seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o coração (virar as costas), como pode permanecer nele o amor de Deus: Filhinhos, não amemos só de palavras, nem de língua, mas de fato e de verdade” (1 João 3: 11-18).
     “Amados, amemos uns aos outros porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus em nós; em haver Deus mandado o seu Filho Unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele. Nisto consiste o amor, não que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor em nós é, em nós, aperfeiçoado. Nisto conhecemos que permanecemos nele e ele em nós, em que nos deu o seu Espírito. E nós temos visto e testemunhado que o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo (dos que vivem sem Deus). Aquele que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele, em Deus. E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele. Isto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo. No amor não existe medo, antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o mundo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. Nós amamos porque ele nos amou primeiro. Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão é mentiroso; pois aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão” (seja ele de sua religião ou não) 1 João 4:7-21).
     O mesmo teste este em 1 João 2:9-10:
     “Aquele que diz está na luz e aborrece (maltrata) o seu irmão (seja quem for) até agora está em trevas. Aquele que ama o seu irmão (seja quem for) está na luz, e nele não há escândalo” (barraco, fofoca, golpe, intriga...).
     Assim como no teste moral, essa passagem tem dois grupos específicos de pessoas: o da que dizem estar na luz a aborrecem (odeiam) seu irmão e o das que mostram que estão na luz por amarem seu irmão.
     O primeiro grupo está nas trevas. Com certeza, neste ponto, João está fazendo menção aos gnósticos, que se dizem “os iluminados”, mas o mesmo se dá com relação a todos que professam ter sido regenerados, embora não apresentem mudanças.
     Em essência, Paulo fez a mesma declaração:
     ”Aquele que tem o dom de profetizar e conhece todos os mistérios e toda ciência; ainda que tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada sereis” (1 Coríntios 13:2).
     Quanto ao segundo grupo, João diz que nele não há escândalo em sua conduta (1 Jo 2:10). Essa ideia pode ser aplicada àqueles que não somente andam na luz, mas também não fazem qualquer outra pessoa ser motivo de escândalo.
     A ideia pode também ser aplicada àqueles que andam na luz e não tropeçam. O contexto praticamente exige essa segunda ideia, pois a questão dessas passagens não é o que acontece aos outros, mas o efeito do ódio e do amor nos próprios indivíduos.
     O equivalente negativo disso ocorre em 1 João 2:11:
     “Mas aquele que aborrece (maltrata) a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deve ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos (olhos do entendimento).
     Esse versículo apresenta o verbo andar, o que pode ser aplicado à vida de amor. Ele sugere passos práticos. O amor não é certo sentimento benigno ou um sorriso, mas uma atitude que determina o que fazemos. É impossível falar de amor cristão sem falar em ações decorrentes do mesmo, assim como não se pode falar do amor divino sem mencionar a criação, a revelação do Antigo Testamento, a vinda de Cristo, a cruz e o derramamento do Espírito Santo.
     O que ocorreria se aqueles que professam a vida de Cristo amassem uns aos outros verdadeiramente? Francis  Schaeffer sugeriu vários fato. Primeiro, quando um cristão falha no amor a outro cristão e age de modo errado com relação a essa pessoa, deve ir até ela e desculpar-se. Esse gesto expressa amor e restaura a singularidade que Jesus disse que fluiria do amor cristão ao próximo. Alem disso, atesta seu cristianismo diante do mundo.
     Segundo, quando alguém nos machuca, devemos mostrar nosso amor, perdoando-lhe. Isso é difícil, especialmente quando esse alguém não se desculpa.
     Schaeffer disse:
     “Temos que reconhecer continuamente que não praticamos o perdão como deveríamos. Todavia, nossa oração é: “Perdoa as nossas dívidas (e as nossas ofensas) como perdoamos os outros”. Devemos ter um espírito perdoador antes mesmo de os outros mostrarem arrependimento por seus erros. A oração do Pai-nosso não nos sugere que devemos até que os outros se arrependam para perdoar-lhes. Somos chamados a ter um espírito perdoador assim que os outros nos ofendem. Podemos até dizer que o outro está errado, mas, devemos libertar o perdão” (Schaeffer, 1970, p. 145).
     João, conhecido como um dos filhos do trovão (Mc 3:17), já quis clamar por fogo do céu para queimar aqueles que rejeitaram a Jesus:
     “E os discípulos: Tiago e João, vendo isso disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consumam, como Elias também fez”?  (Lc 9:54).
     Porém, ao conhecer mais a Deus, o apóstolo clamou por amor.
     Terceiro, devemos mostrar amor ainda que o preço seja caro. O amor custou ao samaritano da parábola de Cristo tempo e dinheiro (Lc 10:30-37); ao pastor custou deixar suas 99 ovelhas no aprisco (presas no curral) para ir atrás de uma que se perdeu (Mt 18:12-24; Lc 15:4-7; e, a Maria de Betânia, um libra de ungüento de nardo puro, de muito preço (Jô 12:3-8).
     O amor custa caro a quem o pratica, mas o que se compra com ele é de valor ainda maior. Ele é uma prova da presença da vida de Deus em nós, cristãos, e ao mundo, que nos observa.
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NB: Ainda não estamos no final deste estudo; imagino que ele deva durar mais alguns meses. Porém, o que estamos apreendendo nele (eu e vocês) está sendo-nos muito edificantes. Não desistam. Em cada sábado, marque um tempo com você e com Deus, para estudar cada publicação.
     No próximo sábado estaremos postando em nosso blog Jerusalém É Aqui o estudo de Nº 48 que tem por Título: UMA NOVA FAMÍLIA.
     Fiquem com a Paz que vem do trono de nosso Amado Deus, e que Ele continue vos abençoando. Amem?

      Seu amigo e irmão: Erleu Fernandes da Cruz.

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