sábado, 9 de abril de 2016

ESTUDO TEOLOGIA Nº 45

      Estudo Fundamentos da Fé Cristã Nº 45
      Um manual de Teologia ao alcance de todos.
      Autor: James Montgomery Boice
      Postado por: Erleu Fernandes da Cruz.
      Tema central:
      A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ E O PAPEL DAS OBRAS.

      Isso pode parecer confuso, ou até mesmo contraditório, mas torna-se claro ao percebermos as boas obras que os cristãos são chamados – ou melhor, ordenados – a realizar são resultantes da obra de Deus neles. Por isso, em Efésios 2:10a), Paulo apresentou sua exigência por boas obras: “Porque somos feitura sua”.
     Por isso o apóstolo também afirmou em Filipenses:
     “Por sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também esperai a vossa salvação com tremor e temor; porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade”. (Filipenses 2:12,13).
     É por Deus operar em nós que tanto o nosso querer como o nosso efetuar lhe agradam.
     Em Efésios 2:10a, Paulo disse: “Porque somos [...] criados em Cristo Jesus para as boas obras”, sem dúvida, ao fazer tal declaração, Paulo tinha em mente o contraste entre a nova criatura em Cristo e a velha criatura em Adão, que deixou claro em Romanos 5:12-21:
     “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, pelo pecado, a morte, assim a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado não havendo lei. No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o que é a figura daquele que havia de morrer. Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa, porque, se, pela ofensa de um, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo abundou sobre muitos. E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou, porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para a condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para a justificação. Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância de graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Pois assim, como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens (e mulheres) para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos. Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse, mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça; para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor”.
     Quando Deus criou o primeiro homem, era este perfeitamente preparado para realizar todo tipo de boas obras. No entanto, Adão caiu em pecado, e, a partir de então, sob a perspectiva de Deus, o melhor das boas obras de Adão, bem como das dos seus descendentes, não passa de boas obras, pois contaminamo-nos com o pecado.
     Isso significa que nossas obras não fluem de um amor puro a Deus, mas, em vez disso, de um desejo de melhorarmos nossa reputação ou posição. Todavia, a partir da recriação do homem, quando esse se une a Jesus Cristo, Ele traz á existência algo que não existia e que, agora, tem novas e animadoras possibilidades. Antes, quem não tinha Cristo, como disse Augustinho, “non posse non pecare” (não posso deixar de pecar). Agora, quem tem Cristo “posse non pecare” (pode deixar de pecar), e, também, realizar boas obras.
     Nessa recriação espiritual, Deus nos concede novos sentidos – éramos cegos espiritualmente. Agora, vemos com olhos espirituais – e tudo parece novo.
     A princípio, éramos surdos espiritualmente. Ouvíamos a Palavra de Deus, mas ela não fazia sentido para nós. Quando fazia, ressentíamos com ela e resistíamos a ela. Agora, temos ouvidos espirituais, os quais ouvem o que o Espírito de Deus diz; ouvimos e respondemos os ensinos bíblicos.
     Anteriormente, nosso pensamento era obscuro. Considerávamos bom o que mau e mau o que era bom. Tínhamos prazer no mal e tentávamos entender como o que era bom para nós nos deixava tão mal depois. As coisas do Espírito de Deus eram loucuras para nós.
     “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parece loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”. (1 Co 2:14).
     Agora, nosso entendimento é outro: fazemos nossa avaliação de modo diferente, e nossa mente é renovada dia a dia.
     “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresentei o vosso corpo em sacrifico vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com esse mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. (Romanos 12:1,2).
     Antes o nosso coração era duro. Odiávamos o Senhor e não nos importávamos muito com os outros. Agora, nosso coração é quebrantado. Amamos a Deus e tudo o Ele ama. “Nós o amamos porque Ele nos amou primeiro” (1 Jo 4:19).
     Por termos sido transformados de tal maneira, alimentamos quem tem fome, hospedamos o estrangeiro, vestimos o nu, cuidamos do enfermo e consolamos o cativo. O próprio Jesus disse que devemos praticar essas ações, se quisermos assentar-nos com ele na glória.
     “E, quando o Filho do Homem vier e Sua glória, e todos os santos anjos, com ele, se assentará no trono de sua glória, e todas as nações serão reunidas diante dele, e, apartará uns dos outros, como o pastor apartará dos bodes as ovelhas. E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde bendito de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e deste-me de comer; tive sede, e deste-me de beber; era estrangeiro, e hospedaste-me; estava nu, e vestiste-me; adoeci, e visitaste-me; estive na prisão, e foste-me ver-me. Então, os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede, e te demos de beber?. E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou na prisão e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando fizestes a um desses meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. Então, dirá ao que estiverem à sua esquerda (os bodes): Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; porque, tive fome, e não me deste de comer; tive sede e não me destes de beber; sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes;  e quando enfermo e na prisão, não me visitastes. Então, eles também lhe responderão, dizendo: quando te vimos com fome, com sede,  estrangeiro, ou nu, ou enfermo e na prisão e não te servimos? Então, lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim. E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna”. (Mateu 23: 31-46).

     3º Sub-tema: UMA DOUTRINA PRÁTICA.
     O ensino do papel e da necessidade das boas obras na vida do cristão tem um sem-número de conseqüências práticas.
     Em primeiro lugar, faz jus a inúmeras passagens bíblicas, particularmente às do Mestre ensinando que enfatizavam a realização de boas obras e parecem sugerir uma salvação baseada nelas.
     A última passagem citada (Mateus 25:31-46) é um exemplo, assim como as outras duas parábolas do mesmo capítulo. Na primeira, as cinco virgens loucas são excluídas  da festa de casamento simplesmente por terem deixado de vigiar a fim de que não lhes faltassem azeite para suas lâmpadas. “E, tardando o esposo, tosquenejaram (distraíram) todas e adormeceram” (Mt 25:5). Aquelas virgens conheciam o Noivo (Jesus) e esperavam por Ele, mas não foram salvas porque negligenciaram o azeite.
     Na segunda parábola, o terceiro servo não obteve o favor de seu mestre por ter falhado na administração do único talento que lhe fora concedido. Ele não o roubou; em vez disso. Guardou-o, enterrando-o e devolvendo-o a seu mestre quando este retornou de viagem. Mesmo assim, o servo foi rejeitado: “Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes” (Mt 25:30).
     Na primeira parábola, as ovelhas são separadas dos bodes em função de suas obras.
     Essas outras narrativas contadas por Jesus parecem ensinar que o homem é salvo em função de sua perseverança, previdência, precaução ou beneficência. Contudo, por meio delas, Jesus mostra as conseqüências de crer nele como Salvador. Por isso Ele declara:
     “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e Jesus Cristo, a quem enviastes”. (João 17:3).
     Quem conhece o Pai e Seu Filho, Jesus, tem a vida eterna e espera pela volta dele, isto é, persevera até o fim, usando os talentos divinos da melhor forma que puder, e é fonte de bênção para o faminto, para o sedento, para o desabrigado, para o nu, para o enfermo e para o cativo.
     Em segundo lugar, o entendimento do que Deus faz ao produzir boas obras por meio da vida transformada de cristãos glorifica a Deus por sua graça e sabedoria.
     O Dr. Paul Brand, chefe de um centro de reabilitação de um hospital público em Carville, Louisiana, Estados Unidos, escreveu um livro intitulado “Fearfully and Wonderfully Made” [feito de maneira terrível e maravilhosa], no qual examina os intrigantes mecanismos do corpo humano e admira-se com a grandeza do Deus que pode criar suas maravilhas.
          Ele discorre sobre nossas células, nossos ossos, nossa peles, as complexidade dos movimentos do corpo humano. Sua descrição nos leva a maravilharmo-nos com ela. No entanto, eu diria que muito mais maravilhoso do que o corpo humano é a recriação do homem por Deus – homem esse que, antes, era espiritualmente morto e, portanto, incapaz de satisfazer o Senhor de qualquer maneira, e que, agora, como resultado da própria obra divina, pode se bom e fazer boas obras.
     Em terceiro lugar, o entendimento da obra de Deus em quem Ele conduz à fé em Cristo e faz realizar boas obras mostra quem renasceu de novo. A mente humana é extremamente sutil e, devido ao pecado, perversa. Se as virgens loucas da história de Mateus 5 pensassem que o Noivo iria admiti-las ao bater à porta; se o terceiro servo do mesmo capítulo pensasse que seu mestre iria considerar o não investimento de seu talento aceitável; e se os bodes ainda do mesmo capítulo não tivessem ciência de sua falha em cuidar dos necessitados, como poderíamos ter certeza de que somos salvos?
     A resposta é muito simples (irmãos): deve haver uma diferença em nossa vida. Tornamo-nos novas criaturas intelectual, moral e relacionalmente. É aí que entra o Próximo capítulo (tema a estudar)
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     Nosso próximo tema a estudar é:
                      AS APROVAÇÕES
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     Quero aqui, vos agradecer, pela persistência em continuarem buscando entendimento nestas publicações que, com carinho, dedicação e trabalho, tenho digitado, conforme consta o que o autor escreveu.
     Não consigo imaginar de outra maneira, que não seja a vontade de Deus, impulsionando-me a colocar esses ensinamentos em cada sábado aqui no Blog: Jerusalém É Aqui.
     Fiquem com as bênçãos de Deus e até o próximo sábado, assim querendo, nosso amado Deus. (Erleu Fernandes).

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