RETORNEI À VIDA

O SENHOR ME RETORNOU A VIDA

(Testemunho do Diácono Erleu Fernandes)

"Caiam mil ao teu lado, dez mil a tua direita e tu não será atingido" (Salmo 91:7)

Muitas vezes eu senti, enquanto vivi, até o dia de hoje diversas vezes,  Deus deu-me livranças, de não perder a vida. Das três mais fortes delas, eu faço aqui destacar uma.

No momento em que narro este fato já de transcorrem vinte e três anos. Pois foi em 19 de fevereiro de 1991 que passei por esta situação. Naquele dia, por volta de onze horas estavam muitos funcionários da Prefeitura Municipal de Cabo Frio em uma fila formada numa calçada, frente à secretaria de fazenda do município, onde, através de uma janela, seria paga  uma diferença de salário a todos os funcionários. E, dentre eles estava eu.

          O sol era por demais forte, naquele momento, que já se aproximava do meio dia e, o calor era quase que insuportável por alguns de nós. Pra não perder a vez na fila, mesmo com calor intenso, eu permanecia ali, de pé, aguardando. Em determinado momento senti uma espécie de formigamento que iniciava nos pés e subia por minhas canelas, dando a impressão de uma friagem. Em meu estômago iniciou uma forte náusea; com minha costa apoiada na parede fiz-me deslizar parede abaixo até sentar-me na calçada. Virei-me para um colega que estava de cócora, ali na fila e lhe disse: “Waldir, eu acho que vou me apagar!” Ele, a fim de me ajudar, disse-me: “vou colocar minha mão na sua nuca e você faz força contra ela”. Quando forcei minha nuca contra a mão dele foi que tive um enorme susto, pois eu já não estava mais ali, e sim em outro lugar.

          Creiam ou não; naquele momento eu me vi caminhando em um enorme campo verdejante, desses, onde os fazendeiros colocam seus bois para pastarem. Olhei para cima e contemplei o céu que não era azul como costumamos ver, mas de cor amarelada. De repente observei, que mesmo caminhando eu não sentia a relva tocar nas minhas pernas. Foi aí que voltei os meus olhos para o alto e gritei: “Senhor, eu não estava deitado em cama, como é que eu posso estar sonhando?”.

E continuei caminhando naquele campo. Novamente voltei os olhos para o alto e gritei: “Senhor, eu não estava deitado em cama, como é que eu posso estar sonhando?” Foi então que observei uma floresta à minha frente, vi também que batia nela uma cor meio amarelada, como que se fosse um sol da tarde. Passei a ouvir o cantar de muitos passarinhos que vinha de lá.  Dentro de mim eu imaginei, se eu entrar naquela floresta não vou voltar mais. Daí gritei com mais força do que antes: “Senhor, responda por caridade, se eu não estava deitado numa cama, dormindo, como é que eu posso estar sonhando? Venha em meu socorro, Senhor!”.

          Pois foi nesse momento, que passei a sentir uma brisa muito fresca em minha fronte e em minhas mãos. Daí, como quem estava literalmente deitado numa cama eu abri os olhos e me vi deitado na poltrona traseira de um carro patrulha da polícia, e um rapaz com uma garrafa de água mineral, gelada, umedecia a minha testa e os meus pulsos e, já entrando no pátio do Hospital Santa Isabel de Cabo Frio-RJ. Ouvi gritarem pra que trouxessem uma maca. Então eu disse: “não precisa, eu já acordei”. Ajudaram-me a sair do carro patrulha e me sentaram numa cadeira de rodas e me levaram para a emergência.  Deitado numa dessas camas altas de enfermagem, veio uma enfermeira e me tomou-me a pressão. Tão logo terminou lhe perguntei como estava minha pressão e ela me disse: “sete por sete”. A seguir colocaram um comprimido debaixo de minha língua, aplicaram-me uma injeção e meia hora depois, acompanhado pela minha esposa, que alguém avisou que eu havia sido levado ao hospital, voltei à pagadoria da prefeitura recebi minha diferença salarial, sem entrar mais na fila, e fui para casa.

          No dia seguinte, sem mais nenhum sintoma do dia anterior, busquei algumas pessoas que já haviam desmaiado e perguntei a cada uma delas o que se recordavam do momento em que estavam inconscientes? Todas me deram a mesma resposta. Só se recordavam do antes e do depois e nunca do durante no período de desmaio.

          Partindo dessa premissa, fui ao encontro de um homem de Deus. Busquei um pastor amigo e contei-lhe toda a minha experiência. Depois de ouvir-me ele me disse: “Prepara-te, pois o Senhor, com certeza, tem uma missão muito grande pra colocar em suas mãos. Entrega-te a Ele e deixa-o agir em você! Se Ele permitiu que tu voltasses é porque tu és importante pra Ele”.

          Mesmo assim, se passaram vinte e tres qanos, daquele dia 19 de fevereiro de 1991, até 16 de fevereiro de 2014; dia em que eu me decidi buscar o Senhor fora das fileiras da igreja católica apostólica romana. Creio, sem quaisquer dúvidas, que o Senhor me chamou, e eu relutei todo esse tempo pra chegar onde eu estou hoje. Por isso, desde que me aposentei, em dezembro de 2005, busquei um meio de ser um servo fiel ao Senhor nosso Deus. Tive chamados para pregar em algumas igrejas cristãs evangélicas. Só em meados de 2008, decidi criar um blog de mensagens de fé e crescimento, que até hoje, é por ele que sou instrumento de Deus levando a palavras a quase 100 pessoas por dia. Muitas almas já foram salvas, liberta da vida de pecado através dessas mensagens que Deus me manda postar em cada dia. Você que está lendo agora é uma delas.

          Bendito seja o dia em que eu nasci para uma nova vida no Senhor. Nessa caminhada como cristão evangélico, em cada dia, tenho me doado mais ainda no conhecimento da vontade do Senhor. Não mais pelos dogmas, que como gaiolas, prendiam-me a uma crença fora da única regra de fé e prática, a Bíblia.

          Só tenho a agradecer a Deus que pouco a pouco está me inserindo na sua messe oferecendo-me oportunidades de estar sendo útil à sua igreja.

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