sábado, 19 de setembro de 2015

ESTUDO DE TEOLOGIA - Nº 15

Estudo Do Livro Fundamentos da Fé Cristã - Nº 15
     Um manual de Teologia ao alcance de todos.
       Autor: James Montgomery Boice – Parte 3
       A PESSOA DE CRISTO – Em 4 subtítulos
         A DIVINDADE DE CRISTO – 1ª Parte

Se você esta seguindo a linha de pensamento dos capítulos anteriores, mas ainda não é cristão, talvez esteja pensando que depositamos nossas esperanças em algo frágil demais. Nós, obviamente, colocamos toda esperança de salvação sobre os ombros do prometido Redentor, a quem os críticos identificam como Jesus Cristo de Nazaré. Pode ser que você se questione a alguma pessoas, por mais extraordinária que seja, está a altura disso. Como poderia qualquer homem, um simples homem,  fazer tanto?
Esta é a questão. Estamos falando de um homem ou de um Deus? Os cristãos admitem, que se Jesus fosse apena um homem, independente de quão notável fosse, não poderia ser o nosso Salvador, sendo também improvável que tivesse realizado as muitas coisas sobrenaturais atribuídas a Ele.
Por outro lado, se Jesus não é somente um homem, mas é também Deus, então, nada lhe é impossível, e Ele, de fato, conquistou nossa salvação. Deus não mente e, por isso, cumprirá tudo o que prometeu.  A divindade de Cristo é, portanto, a questão-chave sobre Ele.
Isso não significa que devemos aproximar-nos de Jesus de uma forma mística. Pelo contrário, temos que vê-lo primeiro como um homem que, dentro de um contexto histórico, de fato, disse e fez coisas extraordinárias. Contudo, mesmo nesse contexto, nunca iremos compreendê-lo até que conheçamos que Ele á também é Deus, pois somente sua divindade dá sentido às suas palavras e ações. Essa foi a experiência dos primeiros discípulos e apóstolos.
Acerca desse tema, Brunner escreveu: “Somente quando eles [os discípulos] o entenderam como Senhor absoluto, a quem pertence a plena soberania divina, a Páscoa, como vitória, a Paixão, como um fato de salvação, tornaram-se inteligíveis. Somente quando conheceram Jesus como Senhor celestial do presente, como aqueles que teriam seu quinhão no Reino Messiânico como homens do novo, da Era Messiânica.” (Brunner, 1950).
Diante disso, quero, com o ensinamento desses homens, dar início à análise da Pessoa de Jesus Cristo, isto é, buscando compreender os ensinamentos da própria Bíblia.

O ENSINO DE PAULO

Comecemos com a doutrina do apóstolo Paulo, que, além do próprio Jesus Cristo, foi inquestionavelmente o maior mestre e teólogo da Igreja primitiva.
Por não ter sido um dos 12 primeiros apóstolos, não é possível suspeitar que a opinião de Paulo possa ter sido influenciada pelo afeto pessoal que os demais discípulos tinham pelo Mestre. Em vez disso, ele começou como inimigo de Cristo e da Igreja, a qual, em sua juventude, diligentemente tentou destruir (Atos 8:1-3).
Além disso. Sua oposição era cuidadosamente fundamentada. Paulo, um judeu piedoso e sério, fazia uma abordagem da religião sob a premissa  da unidade de Deus, uma vez que ele era monoteísta e achava que alegação da divindade de Cristo pelos cristãos tratava de pura blasfêmia.
De fato, se um homem como ele chegou a converter-se, porque tinha base em uma experiência religiosa profunda e evidências muito bem respaldada.
Uma passagem importante em que Paulo revela sua compreensão de Jesus é Filipenses 2:5-11.
“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte e morte de cruz. Pelo o que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus Cristo se dobre todos os joelhos dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus pai.”
Nesse breve trecho, o apóstolo traça a vida de Cristo desde a eternidade, quando Ele ainda não havia encarnado e tinha todos os mesmos atributos de Deus. Em seguida, menciona a realidade de sua vida terrena, Depois, fala do futuro, novamente no plano eterno, quando Cristo é glorificado pelo Pai.
Sob Jesus encarnado, feito homem, Paulo tinha em mente, de modo mais fundamental, quando escreveu sobre Jesus em seu estado pré-encarnado. O apóstolo quis dizer que como um comentarista já parafraseou: “Ele [Cristo] possuía, em seu interior, e demonstrava, em seu exterior, a mesma natureza do próprio Deus” (Motyer, 1966).
Paulo usou duas palavras que merecem estudo para nós. A primeira, em termo grego foi, morfhe, encontrada na expressão forma de Deus. A segunda palavra mais importante e isos, a qual significa igual. Com base nesse significado, formaram-se em português, os termos científicos isômero, isomorfo, isométrico e isórceles. 
Um isômero é uma molécula que tem uma estrutura diferente de outra molécula (como a imagem espelhada dela), mas idêntico à outra em sua composição química. Um isomorfo é algo que tem a mesma forma da outra coisa; isométrico significa na mesma medida, e um triângulo isóceles possui dois lados iguais. Assim, quando, para referir-se a Cristo, Paulo usou a palavra isos, que na língua Portuguesa, deu origem ao prefixo dos termos citados, ele visava ensinar que Cristo é igual a Deus.
Após ter descrito como Jesus se despojou de Sua antiga glória, a fim de tornar-se homem e morrer por nós, o apóstolo continuou a mostrar como o Filho de Deus recebeu a glória de volta, observando que, agora, ele deve ser confessado como Senhor por toda a criatura racional no universo de Deus.
Na última seção, o nome que é sobre todo nome é o de Deus, o Senhor. Nenhum outro além deste pode ser considerado assim. A passagem flui para a confissão que, implícita na afirmação Jesus Cristo é o Senhor, significa que Jesus é Deus.
Os versículos de Filipenses 2:5-11 são notáveis por sua profunda teologia em relação a Jesus, pois sobrepuja todas as confissões menores sobre Ele,  mostrando que qualquer que afirme que Cristo foi apenas um dos grandes mestres ou profeta esta equivocado. Tais textos também se destacam porque sua doutrina a cerca do Filho de Deus é indireta, sendo apresenta não em prol de si mesma, mas inteiramente em favor da defesa de outras questões. O argumento maior de Paulo não é a identidade de Jesus, mas sim, o fato de que devemos ser como Ele.
O bispo e comentarista inglês Handley C. G. Moule, sobre esse tema escreveu em Philippian studies:
“Temos aqui uma série de  afirmações sobre nosso Senhor Jesus Cristo, feitas em Jerusalém no espaço de 30 anos após a sua morte, nos dias abertos ao intercurso público cristão. Como todo leitor deve perceber, essas afirmações não foram feitas de maneira controversa, nem se posicionam contra dificuldades e negações. Em vez disso, podemos dizer que elas se deram em um tom de uma certeza estabelecida, comum e muito viva. Essas asserções, nos dão a convicção mais plena possível de que Jesus é homem, em sua natureza, em circunstâncias e experiências, e em particular, na esfera do relacionamento com Deus, o Pai. Além disso, também nos asseguram – no mesmo tom e num modo igualmente vital ao argumento disponível – de que Ele é tanto divino assim como humano. (Moule, p.97).
E duas passagens, Paulo nos fala, sobre a glória de Cristo desde a eternidade: 2Coríntios 8-9 e Gal. 4:4-5.
Na primeira, o apóstolo falou sobre Jesus Cristo, “que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que nós, pela sua pobreza, enriquecermos”.
Na segunda, por sua vez, Paulo escreveu: “Mas, vindo a plenitude do tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sobre a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos”.
Em ambos os casos, o autor estava pensando em uma glória anterior de Cristo, temporariamente deixada de lado, a fim de que ele pudesse realizar a nossa redenção. A estrutura de todas as passagens nas quais, de certa forma,  é mencionado o fato de Deus ter enviado seu próprio Filho é idêntica (compare com Romanos 8:23; 1Co 15:47; Ef 4:8-10).
Da mesma forma Colossenses 1;19 está escrito: ”Que foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse”.
Em Colossenses 2:9 lemos: “Porque nele habita corporalmente toda plenitude da divindade. (Deus).
No entanto, a mais dramática de todas as citações foi a que ele usou em Tito 2:11-13.

“Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo a salvação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e as concupiscências mundanas, vivemos neste presente século sóbria, justa e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo”.
O ENSINO DE JOÃO.
Nos livros atribuídos tradicionalmente ao apóstolo João, em especial no quarto evangelho, a divindade de Cristo é um fato dominante.
O propósito do Evangelho de Marcos – se é que pode ser resumido – foi revelar Jesus como servo de Deus. Mateus, por sua vez, retratou-o como Messias judeu, enquanto Lucas ressaltou sua humanidade, mas, mas em João, Jesus foi revelado como o eterno e preexistente Filho de Deus, que, tornou-se homem, revelou o Pai à nós, trazendo-nos vida eterna por meio de Sua morte e ressurreição.
De fato, no final do evangelho, João nos disse, explicitamente, que esse é o seu propósito:
“Jesus, pois, operou também, em presença de seus discípulos, muitos outros sinais que não estão escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que,  crendo, tenhais vida em seu nome”. João 20:30,31).
Sabendo disso, não foi à toa que João destacou, bem no inicio do seu Evangelho, que Jesus é Deus ”No principio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus (Jo  1:1,2).  Embora, somente  no versículo 14 desse texto, tomemos conhecimento de que o Verbo, ao qual João se referia é Jesus, fica claro que Cristo estava com Deus desde o início, isto é, desde a eternidade, o que, de fato comprova sua divindade.

Assim, as frases de abertura deste evangelho são afirmações categóricas da divindade de Cristo, das quais destacamos três distintas, sendo que uma delas aparece mais de uma vez, em uma linguagem ligeiramente diferente.
Na primeira afirmação João disse que, no princípio, Jesus estava com Deus. Essa expressão é usada de várias maneiras na Bíblia. Em 1João, ela foi utilizada em referência ao ministério terreno de Cristo:
“O que era desde o princípio, o que vimos com nossos próprios olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida [...] isso vos anunciamos. Para que também tenhais comunhão conosco; e nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo (1João 1:1-3).
Na segunda declaração, no 1º capítulo de João, é a de que Jesus estava com Deus. Essa é uma afirmação sutil sobre a personalidade individual de Cristo, já que ele se expressou por meio da doutrina da divisão de pessoas dentro da Trindade.
Assim, embora o apóstolo tenha dito que Jesus Cristo é Deus, fato afirmado quando, mais adiante, Jesus afirmou que quem o vê, vê também o Pai (Jo 14:19), Ele também estava consciente que há uma diversidade dentro da Trindade, o que demonstrou afirmando que o verbo não somente era Deus, mas estava com Ele.
A terceira afirmação é a de que Jesus é totalmente divino, a qual é corroborada de maneira literal pelos originais do texto em grego. Tudo o que pode ser dito sobre o Pai também pode ser dito sobre o Filho. Deus é soberano? Jesus o é. É Onisciente? Jesus também o é. É Onipresente? Jesus também o e. Na verdade, em Cristo podemos encontrar sabedoria, glória, poder, amor, santidade, justiça, benignidade e a verdade divina.

AS DECLARAÇÕES DE CRISTO.

Essa continuação, faremos publicar no próximo sábado. Tenham essa virtude da paciência e, revisemos esse texto e aguardemos com carinho; pois informações bem importantes sobre Jesus, ainda estão por vir. Deus vos abençoe e vos guarde.
..........................................

Blog Jerusalém É Aqui. 

0 comentários:

Postar um comentário