sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

ESTUDO DE TEOLOGIA Nº 29

Estudo do Livro Fundamentos da Fé Cristã Nº 29
     Um manual de Teologia ao alcance de todos.
         Autor: James Montgomery Boice
      Postado por: Erleu Fernandes da Cruz
 CAPÍTULO 17 – VERIFICANDO A RESSURREIÇÃO.
     Continuação: UM TÚMULO QUASE VAZIO.
     De acordo com João, o túmulo não estava completamente vazio. O corpo de Jesus não estava La, mas as faixas que o envolvia ficaram para trás. A narrativa sugere que existia algo tão extraordinário a respeito delas que João, ao vê-las, creu na ressurreição de Jesus.
     Toda sociedade tem seus rituais distintos de sepultamento, como acontecia nas culturas antigas. No Egito, os corpos eram embalsamados. Na Itália e na Grécia, geralmente, eram cremados. Na Palestina, eles eram enfaixados com faixas de linho, fechadas com especiaria desidratadas, e eram colocados em decúbito dorsal, sem caixão, em tumbas cortadas direto nas rochas da montanha da Judeia e Galileia. Muitas desses tumbas ainda existem, e podem ser vistas por qualquer pessoa que visite a região.
     Outro aspecto antigo do enterro judaico é de interesse especial para a compreensão do relato de João sobre a ressurreição de Jesus.
     Em um livro chamado The Risen Master [O mestre ressurreto], Henry Latham destacou um aspecto singular dos sepultamentos no Oriente, que notou quando esteve em Constantinopla, durante o século passado. Ele disse que os funerais lá eram diferentes em vários aspectos, dependendo do status social e econômico da vítima, mas eram idênticos em relação a uma questão.
     Latham percebeu que os corpos eram evolvidos em faixas de linho de maneira que apenas o rosto, o pescoço e a parte superior dos ombros ficassem de fora. A parte superior da cabeça era coberta com um lenço torcido como um turbante.
     Diante da lentidão como mudam os métodos de sepultamento, principalmente no Oriente, Latham concluiu que é possível que Jesus tenha sido sepultado desse jeito.
     Lucas disse que, quando Jesus esta aproximando da vila de Naim, ainda no início de Seu ministério, ele encontrou uma procissão de funeral saindo da cidade. O filho único de uma viúva havia morrido.
     A narrativa contou que, quando Jesus ressuscitou dentre os mortos, duas coisas aconteceram. Primeiro, o rapaz se sentou, o que indica que estava deitado de costas no esquife sem a “tampa”. E, segundo, ele logo começou a falar. Então, as faixas não cobriam seu rosto. Invólucros separados para a cabeça e o corpo também foram usados no sepultamento de Lázaro (Lc 11:44).
     José e Nicodemos devem ter sepultado o corpo de Jesus de forma parecida. Este havia sido removido da cruz antes do início do Sábado judaico, sendo levado e, então, envolvido em faixas de linho, além de 34 quilos de especiarias desidratadas. Uma delas, aloés, era uma madeira em pó, fina como areia, com uma fragrância aromática; a outra, mirra, era uma goma perfumada que seria cuidadosamente misturada ao pó.
     O corpo de Jesus foi, dessa forma, envolvido pelas faixas, Sua cabeça, Seu pescoço e a parte inferior dos ombros foram deixados descobertos. Um lenço de linho foi, então, colocado sobre a parte superior de Sua cabeça, como um turbante. O corpo, que por sua vez, foi colocado dentro do túmulo, no qual permaneceu até certa hora, entre sábado à noite e domingo pela manhã.
     O que teríamos visto se estivéssemos lá na hora que Jesus ressuscitou? Será que o teríamos visto movimente-se, abrir os olhos, sentar-se e começar a livrar-se das faixas. Devemos lembrar que seria difícil livrar-se de todas. Seria isso que veríamos? De jeito nenhum. Se tivesse sido dessa forma, teríamos presenciado uma ressuscitação e não uma ressurreição. Teria sido a mesma coisa que se recuperar de um desmaio,. Jesus teria ressuscitado em corpo natural no, lugar de um corpo espiritual, mas não foi assim que aconteceu.
     Se tivéssemos presentes na tumba da ressurreição, teríamos notado que o corpo de Jesus desapareceu de repente. John Sttot disse que “o corpo ‘evaporou’, sendo transformado em algo novo, diferente, maravilhoso” (Stott, 1958, p. 52).
     Latham mencionou que o corpo de Cristo tinha sido transfigurado, “passando para uma fase como a que passaram Moisés e Elias, no monte” (Latham, 1901, p. 36,54).
    O que teria acontecido então? Devido a remoção do corpo e do peso das especiarias, as faixas de linho teriam se soltado, ficando no lugar do corpo aonde Jesus tinha estado, o lenço, que estava em volta da cabeça do Mestre, poderia muito bem ter mostrado seu formato côncavo, ficando separado das outras faixas pelo espaço antes ocupado pelo pescoço e pelos ombros do Senhor.
     Foi essa cena que João e Pedro viram quando entraram no sepulcro, o que corresponde, exatamente, ao relato das testemunhas oculares. João foi o primeiro ao chegar no sepulcro aberto, nas primeiras horas da manhã, e, embora não tenha entrado logo de imediato, viu as faixas e os lençóis caídos lá. Alguma coisa acerca disso atraiu a atenção do apóstolo.
    Em primeiro lugar, os fatos de os panos estarem na tumba já eram, por si só, significativos. João enfatizou na frase grega, a localização deles, que poderíamos traduzir como: “E abaixando-se, viu no chão os lençóis, todavia não entrou” (Jô 20:5). Além disso, o tecido estava intacto.
     A palavra que João usou [keimena] aparecia também, também, nos papiros gregos para referis-se a coisas que foram cuidadosamente colocadas em ordem. Por exemplo, em um papiro que fazia menção a documentos legais estava escrito: “Ainda não obtive os documentos, mas eles estão ordenados, sendo conferidos”. Outro se refere às roupas que estão lá [organizadas], até segunda ordem. João, sem dúvida, notou que não houve nenhuma desordem no túmulo.
     Quando Pedro chegou e entrou no sepulcros, certamente viu o que João tinha visto, mas o que lhe chamou a atenção foi outra coisa. O lenço que tinha envolvido a cabeça de Jesus não estava com os outros panos, mas sim dobrados à parte {Jo 20:7], e, de maneira ainda mais impressionante, tinha mantido o formato circular.
     Poderíamos dizer que estava torcido sobre si mesmo, havendo entre ele e as faixas que tinham envolvido o corpo de Cristo, um espaço considerável, segundo nos mostrou a narrativa.
     “Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis e que o lenço que tinha estado sobre Sua cabeça não estava com os lençóis, mas enrolado, num lugar à parte” (João 20:6,7).
     Por fim, João entrou também no sepulcro e, quando viu o que Pedro tinha visto, ele creu. Em que João creu? Ele poderia ter explicado assim: “Não está vendo, Pedro,  que ninguém removeu o corpo ou desamarrou as faixas. Elas estão dispostas exatamente como Nicodemos e José de Arimatéia as deixaram, na véspera do sábado. Mesmo assim, o corpo desapareceu. Não foi roubado. Não foi removido. É evidente que passou através das faixas, deixando-as do jeito que as vemos agora. Jesus deve ter ressuscitado”.
     John Stott afirmou que “A disposição daquelas faixas provou a realidade e indicou a natureza da ressurreição” (Stott, 1958, p. 53).
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     Estou agradecido à Deus por ter chegado até aqui nestas postagens deste Aprofundamento Teológico de nossa Fá Cristã. Espero em Deus poder levá-los a um melhor conhecimento de Deus, da doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo e ver mais acrescida a nossa fé.
         CONTINUAÇÃO DO CAPÍTULO 17:
       AS APARIÇÕES DEPOIS DA RESSURREIÇÃO.

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