sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

ESTUDOS TEOLOGÍCOS Nº 27

Estudo do Livro Fundamentos da Fé Cristã  Nº 27
     Um manual de Teologia ao alcance de todos.
         Autor: James Montgomery Boice
      Postado por: Erleu Fernandes da Cruz
            CAPÍTULO 16 - Continuação
“A DOUTRINA FUNDAMENTAL DA RESSURREIÇÃO”.
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          O SELO SOBRE A JUSTIFICAÇÃO.
     
     A ressurreição de Jesus estabeleceu a doutrina de que todos acreditam em Cristo são justificados de todo pecado.
     Paulo ensinou a mesma coisa em Romanos: “Jesus, nosso Senhor, o qual por nossos, pecados foi entregue e ressuscitou para a nossa justificação” (Rm 4:24b, 25). Em outras palavras, Jesus morreu por causa das nossas transgressões e ressuscitou para que fôssemos justificados. A ressurreição é a declaração de Deus de que Ele aceitou o sacrifício de Jesus Cristo pelo humano.
     Quando Jesus estava na terra, Ele declarou que expiaria os nossos pecados: ”O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mt 20:28). No tempo apropriado a hora de crucificação chegou e Jesus morreu. O sacrifício foi oferecido, a expiação foi feita. Mas como os seres humanos saberiam se Deus realmente havia aceitado a oferta de Cristo?
     Suponhamos que o próprio Jesus tivesse pecado, mesmo quando estivesse pendurado na cruz. Nesse caso o Cordeiro não seria sem mancha ou mácula, e expiação não teria sido perfeita. Deus aceitaria o sacrifício?
     Durante três dias a pergunta permaneceu sem resposta. Então, o momento da ressurreição chegou. A mão de Deus alcançou a fria tumba da Judéia, e o corpo de Cristo foi vivificado. Ele ressuscitou. A pedra foi retirada. Jesus foi (é) exaltado à direita do Pai. Por meio desses atos, sabemos que Deus aceitou o sacrifício perfeito de Seu Filho pelo pecado.
     “Quando Jesus morreu, Ele o fez como meu representante, e eu morri com Ele; quando ascendeu aos céus Seu lugar à direita do Pai na Glória, também o fez como meu representante, e eu ascendi com Ele, estando, portanto, com Cristo sentado com Deus nos céus. Eu olho para a cruz a cruz de Cristo eu sei que a expiação pelos meus pecados foi feita; vejo o sepulcro aberto e o Senhor ressuscitado, e sei que o sacrifício dele foi aceito. Já não existe nenhum pecado em mim, não importa quantos ou quão grandes fossem as minhas transgressões”. (TORREY, 1954-1956. P. 107. 108).

          O SELO SOBRE A SANTIFICAÇÃO
     Os ensinos bíblicos afirmam que, de acordo com os padrões de Deus, é impossível encontrar bondade no ser humano, e isso pode ser aplicado corretamente tanto aos descrentes como aos cristãos. Entretanto, também nos é dito que, por meio de Cristo, podemos viver uma vida agradável a Deus. A ressurreição de Jesus corrobora isso.
     Como base em nossos próprios padrões, podemos considerar nossas ações como atos de bondade. Existem extraordinários humanitários e filantropos entre os descrentes. Contudo, ninguém pode fazer o bem quando medido pelo padrão de Deus, já que tudo o que fazemos é corrompido pelo nosso toque pecaminoso. Não pode existir vitória humana sobre o pecado. Porém, se Jesus está vivo, então podemos viver por meio dele, o que torna possível, assim, a existência da santidade genuína.
     “Isso acontece pela sobre excelente grandeza do seu  amor sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos” (Ef 1:19-20).
Paulo escreveu:
     “De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida” (Romanos 6:4).
     Isso significa que todos os que crêem em Deus estão ligados a Ele de tal forma, que se permitir, Cristo passará a viver neles. Podemos ser fracos e absolutamente impotentes, incapazes de resistir às tentações, mesmo que por um momento. Mas Ele é forte e pode ajudar-nos e livrar-nos sempre que preciso. Assim não precisamos mais alcançar vitórias apenas por meio de nossa própria força, visto que tudo depende do poder do Senhor. É desse poder que precisamos.
     Torrey contou uma história para ilustrar esse ponto. Quatro homens foram escalar o lado mais difícil da montanha de Matterhorn. Dois guias e dois turistas estavam amarrados juntos. Ao chegar a um lugar particularmente difícil, o turista que estava em baixo escorregou e tombou de lado.
     O puxão repentino da corda carregou também o guia que estava mais abaixo, bem como o outro turista, deixando, assim, os três homens pendurados sobre o vertiginoso precipício. Entretanto, o guia que estava na liderança, ao sentir o primeiro puxão da corda, cravou seu machado no gelo, prendeu o pé e segurou-se fortemente. O primeiro turista recuperou, então, o equilíbrio; logo depois, o outro guia recuperou, e, em seguida, o outro turista também. Assim continuaram a subir em segurança.
     O mesmo aconteceu conosco. Enquanto a humanidade escalava os penhascos gelados da vida, o primeiro Adão perdeu o equilíbrio e precipitou-se sobre o abismo, levando consigo uma pessoa após outra, até que toda espécie humana ficou em perigo mortal. Mas, o último Adão, Jesus, manteve-se firme. Ele se segurou fortemente. Desse modo, todos aqueles que estão ligados a Cristo por meio de uma fé viva estão seguros, e podem recuperar o equilíbrio.

            O SELO SOBRE A VIDA ETERNA
     Além de tudo que já foi dito, a ressurreição de Jesus prova também que a morte não é o fim, visto que esta foi, de fato, derrotada por todos aqueles que, pela fé, estão unidos no Senhor.
     Quando estava aqui na terra, Cristo disse aos seus seguidores: “E, se for eu vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejam vós também” (Jo 14:3). Isso pressupões a ressurreição dos próprios discípulos.
     Da mesma forma, o apóstolo Paulo escreveu: “Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também os que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com Ele” (1 Ts 4:14). Os que crêem em Cristo estão unidos a Ele pela fé de tal maneira que, se Jesus ressuscitou dos mortos, Seus seguidores deverão fazer o mesmo. Nós, que nos unimos ao Cordeiro na morte, estaremos unidos a Ele também na ressurreição.
     Nesse ponto, devemos destacar duas verdades. A primeira é que, fora da ressurreição de Jesus Cristo, não há certeza de vida após a morte. A segunda, por sua vez, é que, com base na ressurreição dele, o cristão pode ver perfeita segurança de vida eterna com Deus.
     Os escritos filosóficos tem muitos argumentos para a imortalidade, mas, na melhor das hipóteses, oferecem apenas especulações sobre o tema. Um filósofo definiu a doutrina da imortalidade como uma vela que brilha sem muito vigor no fim de um túnel escuro. Outro descreveu como uma estrela tenuemente brilhante na mais escura das noites.
     Essa é a [volúvel] esperança filosófica da imortalidade que não transmite segurança. É uma possibilidade, mas não uma certeza. A única evidência segura da nossa ressurreição é a ressurreição do próprio Jesus, que disse: “Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis; porque eu vivo, e vós me vereis” (Jo 14:19). É ela que faz toda a diferença.
     No ano de 1899, dois homens famosos morreram nos Estados Unidos. Um foi um descrente que tinha feito carreira menosprezando a Bíblia e argumentando contra as doutrinas cristãs. O outro era um cristão.
     O Coronel Robert G. Ingersoll, em cujo nome foram realizadas, na universidade de Harvard, as famosas séries de  palestras Ingersoll, sobre imortalidade, era o descrente. Ele foi-se de repente, [morreu] sendo sua morte um choque absoluto para a família.
     O corpo do coronel foi mantido dentro de sua casa durante vários dias porque a esposa dele não podia suportar a ideia de separar-se do marido. O cadáver foi só removido quando começou a deteriorar-se, prejudicando assim a saúde da família.
     Em seguida os restos mortais foram cremados, e a exibição do crematório foi tão triste que algumas cenas foram captadas pelos jornais e apresentadas à nação. Ingersoll tinha usado o seu próprio intelecto para negar a ressurreição, mas, quando a morte chegou, não havia nenhuma esperança. Sua partida foi recebida pelos parentes e amigos como uma tragédia sem compensação.
     No mesmo ano, o famoso evangelista Devight L. Moody se despediu da vida, mas sua morte foi triunfante tanto para ele como para sua família. Moody estava definhando havia tempo, e a família em turnos. Na manhã em que morreu, seus filhos que estavam de pé ao lado do leito, ouvi-o exclamar: “A terra está afastando, o céu está se abrindo; Deus está chamando”.
     No livro Fhilippians: Ane Expositional Commentary [Filipenses: um comentário expositivo], encontamos mais detalhes desse momento:
     “Você está sonhando, pai” – disse o filho, Moody respondeu: “Não, Will, não é um sonho. Estou dentro dos portões. Vejo as faces das crianças. Por um momento parece que Moody estivesse se restabelecendo, mas ele começou a escapulir. Ele disse: “Isso é morte? Não é ruim; não existe vale. É uma felicidade. É glorioso”! A esta altura, sua filha estava presente começou a orar pela recuperação do pai. Ao perceber, Moody disse: “Não, não, Emma, não ore por isso. Deus está me chamando. Esse é o dia da minha coroação, e tenho esperado ansiosamente por isso”. Logo depois, Moody foi recebido no céu. No funeral. a família e os amigos se reuniram para um culto jubiloso. Eles conversaram. Cantaram hinos. Ouviram a Palavra proclamando: ”Onde está, ó morte o teu aguilhão? Onde esta, ó inferno, a tua vitória? Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas, graças a Deus, que nos dá vitória por nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Coríntios 15:55-57; Boice, 1971, p. 256 a 257).
     A morte de Moody fez parte daquela vitória.
     Não quero sugerir que a morte de cada cristão seja igualmente gloriosa. Nem todos sentem a força dessas doutrinas no momento de voltarem para casa. Mas muitos sentem. A morte pode ser vitoriosa para o cristão. Não há esperança à parte da ressurreição de nosso Senhor.

             O SELO SOBRE O JULGAMENTO
     Por fim, a ressurreição de Jesus Cristo também é a garantia de um julgamento final sobre aqueles que rejeitaram o evangelho. No areópago, Paulo proclamou que: “Deus estabeleceu um dia em que, com justiça há de julgar o mundo por meio do varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (Atos 17:31).
     Cristo, quando estava na terra, falou sobre um julgamento final, alegando que Ele seria o Juiz. O fato de Deus tê-lo ressuscitado dentre os mortos é a prova da veracidade de sua alegação. É uma garantia de que o dia do julgamento está chegando.
     Os seres humanos imaginam que a morte é o fim de todas as coisas, principalmente quando esta atinge seus inimigos. Um mosquito nos pica e ficamos irritados; nós o golpeamos e parabenizando-nos porque vimos o fim daquele inseto. Uma raposa invade o galinheiro e nós atiramos nela. Morto, o animal já não nos ameaça. Quando nosso inimigo morre, nós o descartamos de nossa mente.
    Assim foi com Jesus Cristo. Ele veio ao mundo fazendo o bem, mas as pessoas se ofenderam tanto com a Sua santidade que tentaram encontrar alguma coisa pela qual pudessem acusá-lo. Ele alegava ser o Filho de Deus; então, acusaram-no de blasfêmia. Jesus falou dos pecados do povo e afirmou que, haveria um dia em que Ele julgaria toda a humanidade, eles o odiaram por causa disso.
     Finalmente, Seus acusadores conseguiram matá-lo. Podemos imaginar o júbilo em Jerusalém no dia da festa da crucificação. Aqueles que tinham desprezado Jesus se parabenizavam por ter acabado com Ele. Estavam seguros, pois nunca mais precisariam suportar Sua arrogância novamente. Então, veio a ressurreição e, por meio desse ato, Deus declarou que a morte nunca seria o fim de Cristo, porque Ele é a própria Vida. O mal está no mundo, mas nada que se oponha a Deus triunfará no final. O pecado foi punido na Cruz, mas Jesus triunfou sobre a morte na ressurreição. “Foi necessário que Cristo padecesse, mas Ele se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo [...] vindo, depois disso, o juízo” (Hb 6:26-27).
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     Que bom que terminamos numa só aula expositiva a segunda parte do capítulo 16. Que Deus continue a tocar em seu coração para que você não deixe de tomar conhecimento dos assuntos teológicos que hão de vir, nos próximos sábados. Que Deus te abençoe e te guarde. Que Ele volte para você a Sua face e lhe faça vencedor(ra) dos seus propósitos feitos em Sua presença. Que Ele te cure desse mal que tanto te aflige em seu organismo. Amém, amados? Próximo assunto no Capítulo 17 é:

          
        VERIFICANDO A RESSURREIÇÃO

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