sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

ESTUDO TEOLÓGICO Nº 28

    Estudo do Livro Fundamentos da Fé Cristã  Nº 28
    Um manual de Teologia ao alcance de todos.
    Autor: James Montgomery Boice
    Postado por: Erleu Fernandes da Cruz
   
    CAPÍTULO 17 – VERIFICANDO A RESSURREIÇÃO.
     
     Se todas as afirmações do capítulo anterior a respeito da ressurreição de Jesus forem verdadeiras, podemos dizer, sem dúvida, que o mundo jamais ouviu notícias melhores do que essas. Mas perguntamos: “É possível acreditar em notícias tão boas assim”? Essa questão conduz a uma investigação mais minuciosa sobre as evidências da ressurreição.
     Alguns teólogos modernos sustentam a teoria de que não temos nenhuma necessidade de buscar evidências históricas para provar a veracidade seja da ressurreição de Jesus ou de qualquer outra questão relacionada à crença cristã. Para eles, essas coisas deveriam ser autenticadas apenas pela lógica da fé.
     Por um lado isso não deixa de ser verdade. Os cristão sabem que sua fé não se baseia na habilidade de provar ou não a exatidão do que é narrado na Bíblia, mas sim na atividade sobrenatural do Espírito Santo, que é o responsável por levá-los a crer.
     Entretanto, muitas pessoas alcançam a fé por meios de várias evidências acerca da ressurreição, sobre as quais se assentam a substância e a forma da crença cristã. Sem considerá-las, nossa experiência em relação a Cristo poderiam ser místicas ou mesmo completamente erradas.
     Independente do que afirmam, temos todo direito de investigar as evidências, visto que a própria Bíblia fala de muitas e infalíveis provas da ressurreição (At 1:3). Queremos analisar seis delas nesse capítulo.
          AS NARRATIVAS DA RESSURREIÇÃO.
     As narrativas sobre a ressurreição são a primeira evidência importante de que Jesus Cristo, de fato, venceu a morte. Existem quatro delas, uma em cada evangelho. Embora mais ou menos independentes, elas são harmoniosas, o que sugere sua credibilidade como documentos históricos.
     O caráter independente das descrições é evidente devido as consideráveis variações de detalhes apresentadas por cada autor. Essa suposição de informação é natural simplesmente porque, na época em que os Evangelhos estavam sendo escritos, diversos relatos desses acontecimentos circulavam em toda a Igreja cristã. Pode ser, por meio de uma linguagem aparentemente idêntica, um relato ou outro tenha sido feito por pessoas diferentes. Contudo, tornou-se óbvio que os quatro autores não se reuniram nem conspiraram para inventar história da ressurreição de Cristo.
     Se tivessem sentados juntos para escrever um relato fictício acerca da vitória de Jesus sobre a morte, planejando, então, os detalhes de sua história, haveria muito mais concordância de opinião do que as que encontramos, não existindo, portanto, muitas aparências entre os Evangelhos. Ainda assim, se a história não fosse verdadeira e eles, separadamente, tivessem inventado seus relatos, seria impossível encontrar a concordância essencial que há entre os textos. Em outras palavras, a natureza das narrativas é o que esperaríamos de quatro relatos individuais e distintos, produzidos por testemunhas oculares, tratando do mesmo tema.
     Aqui estão dois exemplos do que, até então, foi afirmado. Primeiro, existe a variedade de declarações sobre o momento em que as mulheres chegaram ao túmulo. Mateus disse que foi no fim do sábado, quando já despontava os primeiro dia da semana (Mt 28:1). Marcos, por sua vez, afirmou que foi no primeiro dia da semana [...] de manhã, ao nascer do sol (Mc 16:2). Lucas contou que foi no primeiro dia da semana, muito de madrugada (Lc 24:1). Enquanto João ressaltou que era de madrugada, sendo ainda escuro (Jo 20:1). Se tivessem fazendo esses relatos juntos, esse seria o tipo de informação que os autores teriam padronizado.
     Ao contrário do que parece, não existe uma contradição de verdade. Por outro lado, embora João tenha dito que estava ainda escuro, não necessariamente devemos entender que estava um breu. Ao lermos a próxima frase, percebemos que ele contou que Maria Madalena viu a pedra tirada do sepulcro. Aparentemente, as mulheres partiram quando ainda estava escuro, mas chegaram ao jardim quando o dia estava clareando.
     Um exemplo dessa variação de detalhes é a listagem das mulheres que fizeram a primeira visita ao jardim. Mateus diz que eram duas Marias, Maria Madalena e a outra (Mt 28:1). Marcos, por sua vez, escreveu: Maria Madalena, Salomé e Maria mãe de Tiago (Mc 16:1). Lucas referiu-se a Maria Madalena, Joana, e Maria, mãe de Tiago, e as outras que com elas estavam (Lc 24:10). Enquanto João mencionou apenas Maria Madalena (Jo 20:1).
     Na verdade, um texto complementa os outros. Marcos e Lucas, por exemplo, explicou que era a outra Maria que Mateus havia mencionado. Quando colocamos todos os relatos jutos, descobrimos que, naquela primeira manhã de Páscoa, quando ainda estava escuro, pelo menos cinco mulheres se dirigiram para o túmulo: Maria Madalena (que é mencionada por cada um dos escritores), Maria mãe de Tiago, Salomé, e pelo menos mais outra mulher, ainda sem nome, a qual se encaixa na referência de Lucas à outra mulher, que inclui Salomé.
     O propósito da viagem dessas mulheres era ungir o corpo de Cristo. Elas já sabiam da dificuldades que enfrentariam, já que o túmulo havia sido selado por uma grande pedra, e elas não tinham a menor ideia de como removê-la. A medida que caminhavam, o dia começou a clarear, até que, finalmente, puderam aproximar-se do túmulo, vendo, então, que a pedra tinha sido removida.
     Embora a remoção da pedra facilitasse a realização do propósito daqueles mulheres, elas ficaram preocupadas, sem saber o que fazer, visto que não estavam esperando por isso. Segundo relatam, elas enviaram Maria Madalena de volta, com a missão de contar o novo acontecimento a Pedro e João, fato que o próprio João registra, embora não mencionando a presença de outras mulheres (Jo 20:2). Enquanto esperavam o retorno de Maria Madalena, o dia ficou claro e, encorajadas pela  alvorada, seguiram em frente. Viram, então, o anjo que lhes revelou a ressurreição de Jesus, enviando-as, depois, à cidade, a fim de informar aos outros discípulos acerca do que havia acontecido (Mt 28:5-7); Mc 16:5-7; Lc 24:4-7).
     Nesse meio tempo, Maria Madalena encontrou Pedro e João, que, imediatamente, deixaram-na para trás, correndo para o túmulo, João registrou ter visto os panos que evolveram o corpo de Jesus jogados no chão, recordando ter sido este o momento que, pessoalmente, creu na ressurreição do Senhor (Jo 20:3-9). Por fim, Maria Madalena retornou ao túmulo, tornando a primeira mulher a ver Jesus ressurreto (Jo 20:11-18, compare com Mc 16:9).
     No mesmo dia, Jesus apareceu também às outras mulheres, quando elas estavam retornando do túmulo, bem como a Pedro, aos discípulos a caminho de Emaús e aos outros que estavam reunidos naquela noite, em Jerusalém.
     Dois outros fatores também sugerem a precisão histórica dos Evangelhos. O primeiro é que o texto deixa alguns problema para o leitor que teriam sido eliminados se esses fossem fictícios. Por exemplo, os autores não tentaram esconder o problema reincidente de os discípulos nem sempre terem reconhecidos Jesus em suas aparições depois da crucificação. Maria não o reconheceu no jardim (Jô 20:14). Os discípulos a caminho de Emaús não sabiam quem Ele era (Lc 24:16).
     Mesmo um tempo depois, quando Cristo apareceu a muitos dos discípulos na Galiléia, nos foi dito que alguns duvidaram (Mt 28:17). Se o objetivo dos autores era persuadir o leitor, incluir tais detalhes foi uma decisão tola. O cético, ao ler tais relatos dirá: “É obvio que os discípulos não reconheceram Jesus porque, na verdade, tratava-se de outra pessoa. Apenas os ingênuos creram, porque quiseram acreditar, eles se autoiludiram”.
     Independente do que possa ser dito para reforçar esse argumento, o ponto é que tais problemas permaneceram na narrativa porque foi assim que, de fato, as coisas aconteceram. Conseqüentemente, eles servem, no mínimo, como forte evidência da honestidade dos autores dos relatos.
     Outro exemplo de declarações que, mesmo comprometedoras, não foram tiradas dos textos bíblicos é o pedido de Cristo para que Maria não o detivesse porque ele ainda não tinha subido para o Pai (Jo 20:17). Apesar disso, Mateus escreveu que: Quando Jesus apareceu às demais mulheres, provavelmente pouco depois de Sua aparição à Maria, elas abraçaram os seus pés e o adoraram (Mt 28:9).
     Em toda a história da Igreja cristã, ninguém explicou, de maneira totalmente convincente, essa anormalidade. Contudo, apesar disso, esses fatos não foram excluídos dos Evangelhos simplesmente porque, independente de qualquer coisa, os autores estavam compromissados com a verdade.
     Por fim, a simplicidade dos relatos, evidenciada na exatidão dos mesmos, é mais uma prova de sua veracidade. Se fôssemos escrever sobre a ressurreição de Cristo e Suas aparições após esta, será que resistiríamos à vontade descrever o processo em detalhes: a decida do anjo, a remoção da pedra, ou o aparecimento do Senhor dentro dos recantos do túmulo? Poderíamos resistir ao desejo de contar como Ele apareceu a Pilatos e o confundiu? Ou como apareceu a Caifás e aos outros membros do Sinédrio judaico?
     O vário evangelhos apócrifos (o evangelho segundo Hebreus, o evangelho de Pedro, os Atos dos Apóstolos e outros) contêm esses elementos. Ainda assim, os autores dos Evangelho não incluíram nenhum deles, quer pelo fato de não terem realmente acontecido, quer por não serem testemunhados. Os evangelhos não descrevem a ressurreição porque, na verdade, ninguém realmente a testemunhou. Os livros teriam, sem dúvida, vendido mais, mas todos os discípulos chegaram ao túmulo depois que Jesus já tinha ressuscitado.
                      O TÚMULO VAZIO

     Uma segunda grande evidência para a ressurreição de Jesus Cristo é o túmulo vazio. Seria possível dizer que Ele não ressuscitou, mas dificilmente daria para negar que o túmulo estava vazio. Os discípulos começaram a pregar pela ressurreição logo após a crucificação e o enterro de Cristo, num momento em que aqueles a quem eles pregavam podiam, simplesmente, caminhar até o túmulo e ver se o corpo do Senhor ainda estava lá ou não.
     O túmulo vazio tinha um argumento formidável para provar a ressurreição de Jesus que suscitou, nos incrédulos, a necessidade de inventar uma série de teorias para desacreditá-lo. Uma delas é afirmar que as mulheres, e depois os discípulos, em vez de seguirem para o túmulo de Cristo, foram para outro lugar. É concebível que, na escuridão, as mulheres pudessem ter cometido esse erro. Mas, como já vimos, não estava totalmente escuro e, alem disso, elas tinham ido lá mais cedo, estando, dessa forma familiarizadas com o ambiente. Sem mencionar que não é possível que João, Pedro e, então, todos os outros discípulos pudessem cometer o mesmo erro.
     Outra teoria é chamada teoria do desfalecimento. De acordo com esse ponto de vista, Jesus não morreu na cruz, mas apenas desfaleceu, tendo sido dado como morto e, então, enterrado vivo. Na fria tumba, ele acordou, moveu a pedra e saiu para aparecer como se estivesse ressuscitado.
     Entretanto, essa explicação apresenta inúmeros problemas. Para começar, é difícil acreditar que um guarda romano, incumbidos de uma execução, pudesse ser enganado dessa maneira; ou a lança que perfurou o lado de Cristo não o tivesse matado, mesmo estando Ele desfalecido; ou ainda, que Jesus, fraco, quase morrendo, pudesse ter força suficiente para remover a pedra e dominar os guardas romanos. Além disso, seria preciso supor que Cristo, nessa condições, pudesse convencer Seus discípulos de que tivesse vencido a morte.
     Por fim, existem as teorias de que alguém roubou ou simplesmente removeu o corpo. Mas quem? Certamente não foram os discípulos, já que, se o tivessem feito, não estariam, mais tarde, dispostos a morrer pelo que saberiam ser uma invenção.
     Também não faria sentido que as autoridades romanas e judaica tivessem levado o corpo. Poderíamos imaginar que elas pudessem tê-lo removido, inicialmente, para guardá-lo de maneira mais apropriada, pelas mesmas razões que selaram o túmulo e afixaram um aviso:
“Lembramo-nos que aquele enganador, vivendo ainda, disse: Depois de três dias, ressuscitarei. Manda, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até o terceiro dia: não se dê o caso que os seus discípulos vão de noite, e o furtem, e digam ao povo: Ressuscitou dos mortos; e assim o último erro será pior que o primeiro” (Mateus 27:63,64).
     Se tivesse acontecido assim, as autoridades teriam apresentado o corpo de Jesus mais tarde, quando os discípulos começaram a sua pregação, visto que, por odiarem o Evangelho, fizeram tudo o que podiam para conter sua disseminação. Prenderam os apóstolos, fizeram ameaças e até mataram alguns deles.
     Nada disso seria sido necessário se os que estavam no poder, na época, pudessem ter apresentado o corpo de Cristo depois dos três dias de prazo que Ele dera para ressuscitar. A razão óbvia pela qual não o fizeram foi que não podiam fazê-lo. O túmulo estava vazio. O corpo não estava mais lá.
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     Continuaremos este capítulo 17: VERIFICANDO A RESSURREIÇÃO na próxima postagem com o título: UM TÚMULO QUASE VAZIO
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     Tenham fé em Deus, confiem em suas promessas; orem em cada dia, principalmente agradecendo por ser o que são e por terem o que tem; pois tudo foi, e é, presentes de Deus. Deus vos abençoe.

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