Estudo Fundamentos da Fé
Cristã Nº 52
Manual de Teologia ao alcance de todos.
Autor: James Montgomery Boice
Postado por: Erleu Fernandes da Cruz.
Tema: CONHECENDO A VONTADE DE DEUS
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Não há questionamento mais comum entre os
cristãos do que o seguinte: “Qual o plano divino para a minha vida? Como vou ter conhecimento
dele? Como posso ter certeza de que eu sei qual é”?
Essas dúvidas surgem naturalmente para os filhos de Deus e, ainda que não
surgissem, elas nos seriam impostas pelo ensino bíblico de que o Senhor quer
que saibamos Sua vontade e que a aceitemos com gratidão.
Essa é a conclusão de Romanos 12:1-2,
versículos que já lemos muitas vezes em outros contextos:
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus,
que apresentei os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus,
que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas
transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis
qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.
Devemos negar a nós mesmos e amadurecer o
caráter cristão por meio de uma transformação interior, para que possamos
entender a perfeita vontade de Deus para nossa vida.
Em Filipenses 3:15, após Paulo ter falado
sobre o objetivo da vida cristã e seu desejo de prosseguir nessa direção, ele
também escreveu: “Pelo que todos quantos já somos perfeitos sintamos isto mesmo; e, se
sentis alguma coisa doutra maneira, também Deus vo-lo revelará”.
Encontramos esse tema nos Salmos muitas
vezes, particularmente nos deu Davi, que necessitava muito da orientação de
Deus. No Salmo 25:4-5, por exemplo, o autor pediu:
“Faze-me saber teus caminhos, Senhor; ensina-me as suas verdades.
Guia-me nas suas verdades e ensina-me que tu és o Deus da minha salvação; por
ti estou esperando todo dia”
Depois declarou:
“Bom e reto é o Senhor; pelo que ensinará o
caminho aos pecadores. Guiará os mansos retamente; e os mansos ensinará o seu
caminho”. (Salmo 25:8-9).
Da mesma forma o autor do Salmo 16:7
afirmou: “Louvarei o
Senhor que me aconselhou”. E, no Salmo 73, Asafe disse: “Todavia, estou de
contínuo contigo; tu me seguraste pela mão direita. Guiar-me-ás com o teu
conselho” (Salmo 73:23-24a).
Esses versículos não significam que nós
sempre conseguiremos compreender tudo na vida cristã. Eles sequer significam
que, de algum modo, poderemos enxergar adiante.
Contudo, certamente podemos entender que
Deus tem um plano para nós e que promete levar-nos até Ele, revelando os passos
necessários para que o alcancemos à medida que caminhamos.
A VONTADE DE DEUS.
É preciso esclarecer uma coisa antes de
continuarmos. Quando falamos sobre conhecer a vontade de Deus, continuamente
pensamos naquela que Ele não promete revelar e geralmente não revela. O Senhor
não revela seus propósitos secretos e escondidos (Dt 29:29). O que Ele, de
fato, revela é o tipo de vida e de caráter que lhe agradam.
Portanto, já vimos que há diferentes
sentidos atribuídos à palavra vontade. Na Bíblia, temos a vontade soberana e
eficaz do Senhor. Esta vai além do nosso entendimento. Na verdade, ela provê a
origem de todas as coisas e ordena-as.
A vontade de Deus é absoluta e ilimitada,
sendo determinada apenas por Ele mesmo. O Altíssimo não precisa consultar
ninguém para formular Seus planos, e não necessita da ajuda de ninguém para
executá-los. Sua vontade é soberana e invariável. Devido a Sua onipotência,
Deus não precisa adaptar-se às circunstâncias, que, constantemente,
modificam-se. Este é o sentido de João 6:40a, texto no qual Jesus disse: “Portanto a vontade
daquele que me enviou é esta: que todo aquele que vê o Filho e crê nele tenha a
vida eterna”.
A vontade divina nas Escrituras está
relacionada, também, à disposição de Deus ou ao que lhe agrada. Quando, na
oração do Pai-Nosso, pedimos ao Pai “que seja feita a vontade dele”
(Mt 6:10), na verdade, estamos pedindo
para que o que lhe agrada possa ser cada vez mais realizado em nossa vida e na
de outros.
Assim, a questão é: quando falamos sobre
nosso desejo de conhecer a vontade do Senhor, pedimos a Ele o conhecimento de
Seus conselhos, buscamos conhecer o que lhe apraz.
Se buscarmos conhecer o que agrada ao
Senhor, muito pode ser aprendido, pois Ele já o tem revelado a nós.
Sobre esse assunto, R. C. Sproul afirmou:
“Deus deseja
nossa justiça e nossa obediência. E a Lei de Deus claramente reflete algo sobre
Sua vontade de forma perceptível, no sentido de Sua disposição” (SPROUL, 1977,
p. 106, 107).
A NOSSA VONTADE E A DE DEUS
Mas como vou saber o que agrada a Deus em
circunstâncias específicas de minha vida? Como vou saber se devo seguir uma
carreira acadêmica ou de negócios? Como quem devo casar-me? De qual igreja devo
fazer parte? Como devo gastar meu tempo? No trabalho? Em atividades cristãs? Em
diversão e relaxamento? De que maneira devo gastar o meu dinheiro?
Há inúmeras questões parecidas que nos
confrontam, e, embora algumas delas possam ter a ver com os propósitos secretos
de Deus, nem todas elas tem. Excluindo revelações sobrenaturais da vontade
divina, as quais o Pai, às vezes, concede, mas com as quais Ele não nos
encoraja a contar, há três princípios que devemos seguir.
O primeiro é uma pré-condição que pode,
com freqüência, resolver um problema instantaneamente: devemos estar dispostos a fazer a vontade do Senhor
mesmo sem saber qual ela é.
Em João 7:17, Jesus afirmou: “Se alguém quiser
fazer a vontade dele [de Deus], pela mesma doutrina, conhecerá se ela é de Deus
ou se eu falo de mim mesmo”. Aqui, Ele está combatendo a
falsificação de Sua doutrina, que havia sido desafiada pelos líderes judeus.
Contudo, ao responder isso, Cristo ensinou um princípio mais abrangente segundo
o qual conhecer a vontade do Pai consiste muito mais em estar disposto a
fazê-la.
A dificuldade que a maioria de nós
encontra é que, apesar do que possamos, na verdade, queremos fazer a nossa
própria vontade. E, ao buscar orientação, esperamos que Deus se convença da
nossa maneira de pensar.
Eis o exemplo de um homem que era um
líder importante em sua igreja. Ele me disse que estava muito preocupado com a
área profissional que estava seguindo, e que, apesar de sentir-se seguro o que
estava fazendo, não tinha certeza de ter escolhido corretamente o local para fazê-lo,
visto que, mesmo ainda sem oferta de trabalho em outro estado, sentia desejo de
mudar de região.
Certa ocasião, abaixando ao lado de sua
mesa, ele se ajoelhou e, de maneira muito específica, orou mais ou menos assim:
“Querido
Deus, estou com muitas dúvidas em relação a isso. Não sei o que deve fazer. O
que realmente preciso é de um sinal vindo de ti. Necessito que alguém do estado
em que estou interessado me telefone e me ofereça uma oportunidade de
trabalho”.
Enquanto ele estava ainda de joelhos, o
telefone ao seu lado tocou. Era uma ligação interurbana, e a pessoa do outro
lado da linha ofereceu-lhe um emprego, precisamente no estado pelo qual ele
tinha orado. Um sinal claro? Talvez. Contudo, ele não aceitou a oferta, tendo
ficado onde estava, e até hoje ele diz: “Talvez eu devesse ter tomado outra atitude quando
tive aquela chance!”.
Não estou dizendo que meu amigo devia ter
aceitado aquele trabalho, mas aquela pode ter sido a maneira de Deus de mostrar-lhe
que sua dificuldade de saber a vontade do Pai era que ele não queria realmente
fazê-la, a despeito de suas orações ou das respostas que recebesse. Na maioria
dos casos, nossa dificuldade de entender a vontade do Senhor reside nesse
ponto.
Quando aconselho pessoas sobre esse
assunto, constantemente me deparo com problemas semelhantes. Após conversarmos,
independente de tê-las levado a considerar relevantes passagens das Sagradas
Escrituras, todas sempre fazem objeções. Segundo elas, os versículos em questão
não se aplicam à sua situação, ou não são razoáveis, ou não podem ser
obedecidos, ou algo assim. Em geral, isso simboliza que a dificuldade não é
saber o que Deus deseja, e, sim, o fato de queremos obedecer-lhe.
Como podemos estar dispostos a fazer a
vontade do Senhor? Primeiro, precisamos reconhecer a nossa falta de disposição.
Depois, buscar desafios por meio dos quais somos transformados de dentro para
fora pela renovação de nossa mente, para que possamos experimentar “qual seja a
[...] vontade de Deus” (Rm 12:2).
A oração é um desses desafios, pois,
mediante tal ato, fazemos uma pausa no corre-corre do nosso cotidiano, pensamos
em Deus e em Seus caminhos, examinamos nossa vida sob essa luz e, depois,
pedimos perdão ao Senhor dos pecados antigos, recorrendo à Sua orientação para
o futuro.
O convívio cristão é outro desafio. Precisamos
do apoio, do interesse e da correção amorosa de outros, e o mais importante:
necessitamos de um programa regular de estudo da Bíblia.
O segundo princípio para conhecer a
vontade do Senhor é essencial. Ele revelou isso em Sua Palavra. O plano
concreto de Deus, que envolve elementos sobre nossa vida e nossa futura
profissão, não está revelado em lugar algum, nem nas Escrituras Sagradas. Assim,
ninguém pode usar a Bíblia, de maneira mágica, para ver se deve casar-se com
João ou Antônio, Aline ou Maria. Entretanto, o que o Altíssimo deseja aparece
muito claramente em Sua Palavra.
Na Bíblia, nossas opções são limitadas.
Pode não estar escrito nela o nome da pessoa com quem devemos casar-nos, mas,
certamente, está escrito que não devemos morar com nosso futuro cônjuge antes
do casamento, pois o Senhor condena a fornicação.
De igual maneira, pode não estar escrito
na Palavra de Deus se devemos ser médico ou advogados, porém está claro que não
podemos ser ladrões nem prostitutas, nem nos é lícito realizar qualquer
trabalho que prejudique os outros.
Também encontramos na Bíblia orientação
com base nas quais podemos agir. Uma está declarada nos versículos anteriores
mencionados: Romanos 12:1-2. Nele, lemos que o Pai deseja nossa santificação.
Qualquer coisa que contribua para a nossa santificação é um aspecto da vontade
divina para nós, assim como qualquer coisa que a impeça não faz parte do plano
de Deus para nós. Acima de tudo, o Altíssimo está interessado em que nos
tornemos como Jesus Cristo: “Porque esta é a vontade de Deus, a nossa santificação” (1 Ts 4;3a).
Em Colossenses 3:23, conhecemos a vontade
do Pai para a nossa vida profissional: “E, tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo coração,
como ao Senhor e não aos homens”. Esse princípio se aplica,
particularmente, a estudantes ou àqueles que cuja carreira está começando.
Certa vez um membro da minha igreja
comentou que, de maneira menos freqüentes, jovens cristãos interpretam as
dificuldades que enfrentam em seu trabalho ou seus estudos como um indicativo
de que não estão cumprindo a vontade de Deus para sua vida, quando, na verdade,
elas provavelmente são indicações divinas de que eles devem esforçar-se mais.
Nesse versículo, lemos que o Altíssimo deseja que façamos com excelência tudo o
que nos vem às mãos.
Uma direção que está muito relacionada a
isso se encontra em Efésios 6:5,6;
“Vós, servos, obedecei a vosso senhor segundo a
carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo, não
servindo à vista como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo,
fazendo de coração a vontade de Deus”.
Essa orientação serve, em especial, para
aquele que tem um chefe temperamental ou um professor difícil de lidar. Segundo
a Bíblia, a vontade de Deus é que evitemos falar mal dele o dela, esforçando-se
para ser o melhor naquilo que fazemos. Devemos fazer isso não apenas quando
nosso chefe estiver observando-nos, mas também [e principalmente] quando ele
não estiver. Devemos realizar nossas tarefas como se estivéssemos trabalhando
para Deus, e não para os homens.
Em outros versículos, aprendemos que
devemos fazer uma análise sóbria dos nossos dons, a fim de descobrirmos de que
maneira poderíamos servir melhor, além de buscar a orientação de nossos irmãos
na Igreja. É assim que, freqüentemente, descobrimos o chamado de Deus para a
nossa vocação (Atos 13: 1-3).
SITUAÇÕES QUESTIONÁVEIS
Não podemos negar que, em certos aspectos
da vida, não há clareza com relação à forma como devemos agir. Posso trabalhar
em uma empresa que produz material bélico? Posso tomar bebidas alcoólicas?
Posso ingressar-me na polícia? É errado um cristão tornar-se ator?
Para responder essas perguntas,
precisamos começar pela graça. Em Romanos 6:24 lemos: “Porque o pecado não
terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça”.
Esse versículo está inserido em um contexto de vida santa. Logo, o caminho para
a santidade nunca será encontrado organizando um corpo de cristão para
determinar se devemos, ou não, ir ao cinema, ingerir vinho, cerveja, jogar
cartas, ir à guerra ou coisa do gênero. Devemos sempre lembrar que o Senhor nos
disse: “Não estais
debaixo da lei, mas debaixo da graça”.
Estar
debaixo da Lei significa ter liberdade para fazer o que bem entender? Devemos
pecar para que a graça superabunde? Claro que não! Pelo contrário: “Mas agora estais
libertados do pecado feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para a
santificação, e por fim a vida eterna” (Rm 6:22). Na verdade, viver
pela graça leva a santidade, por causa de nossos desejos de agradar Àquele que
nos salvou.
Para determinar a vontade do Senhor em
questões duvidosas, devemos compreender que, embora todas as coisas sejam
permitidas para cristãos – porque não estamos debaixo da Lei, mas debaixo da graça
–, ainda assim nem todas as coisas nos convém. Isso é verdade. Como Paulo bem
advertiu, não devemos permitir que a situação nos domine: “Todas as coisas me
são lícitas, mas nem todas convém; todas as coisas me são lícitas, mas eu não
me deixarei dominar por nenhuma” (1 Coríntios 6:12).
Paulo sabia que Deus não o havia
libertado do pecado para que, então, ele fosse dominado por coisas sem
importância. A pergunta a ser feita é: “Estou usando as coisas ou as coisas
estão usando-me”?
Vejamos a comida, o primeiro dos exemplos
de Paulo (1 Co 6:13-14). Nada pode ser tão obviamente bom para uma pessoa do
que a comida: ela é necessária para fortalecer o corpo e também a saúde mental.
Entretanto, é possível que uma pessoa fique viciada em comida a ponto de
comprometer sua saúde, sendo necessário, portanto, que certos hábitos
alimentares sejam evitados (ou corrigidos).
O segundo exemplo do apóstolo refere-se
ao sexo (1 Co 7:5-20). A vida sexual é um presente de Deus. Dentro dos limites
do casamento. É algo que fortalece o lar e é também uma expressão de união
íntima. Mas ela também pode tornar-se destrutiva, visto que pode controlar a
pessoa em vez de a pessoa controlá-la.
A Bíblia ensina que os cristãos nunca
devem se deixar dominar por nada, seja comida, bebida, sexo, drogas, carros,
casas, ações ou qualquer outra coisa (1 Co 6:12).
Mais adiante, ainda na mesma carta, Paulo
nos revelou uma segunda razão pela qual nem todas as coisas convém: a liberdade
de um cristão pode ferir o crescimento espiritual de outro. Ele afirmou: “Todas as coisas me
são lícitas; mas tem as coisas convém; todas as coisas me são lícitas, mas nem
todas as coisas edificam” (1 Co 10:23). Nos versículos
posteriores, lemos que ele está pensando no bem-estar e no crescimento de seus
irmãos em Cristo.
Levar esse versículo ao extremo significa
moldar seus padrões de conduta a partir do que os outros cristãos dizem ou
pensam. Se fizermos isso, passaremos a ser hipócritas, esquizofrênicos ou
maluco. Contudo, o versículo, na verdade, significa que há situações em que
teremos de evitar algumas coisas, embora elas não sejam erradas em si mesmas, a
fim de não prejudicarmos os outros.
Suponha que você tenha evangelizado uma
amiga sua que tenha enfrentado muita dificuldade para superar uma disposição a
cometer pecado na área sexual. Apesar de ter se convertido, ela continua
atraída por esses desejos carnais.
De acordo com o texto bíblico, Deus
ensina, por exemplo, que é melhor você não a levar para assistir filmes com
nenhum apelo sexual. Além disso é até melhor que você mesma não vá, pois ela
poderia ser prejudicada pela sua liberdade.
Outra coisa: devemos ser consistentes em
nossa abstinência por um longo período, a fim de não parecermos hipócritas.
Paulo escreveu: “Pelo que, se o manjar escandalizar a meu irmão, nunca mais comerei
carne, para que meu irmão não se escandaliza” (1 Co 8:13).
Essa consideração foi feita pelo mesmo apóstolo que defendeu, de modo
bem-sucedido, a causa da liberdade cristã em relação à Lei perante os apóstolos
de Jerusalém (At 15:1-29; Gl 2:1-10).
Sem dúvida, é muito difícil observar o
efeito que nossa conduta pode ter em outros irmãos. No entanto, ao decidirmos
como lidar com assuntos questionáveis, devemos escolher a melhor opção
possível. Isso está declarado, de maneira nítida, em Filipenses 4:8:
“Quanto
ao mais, irmãos, tudo, o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é
justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há
alguma virtude e se há algum louvor, nisso pensai”.
Embora nem todos os comentaristas e
teólogos assinalem esse versículo Paulo cita basicamente as virtudes exaladas
pelos filósofos e moralistas gregos. Ao mencioná-las, Paulo estava na verdade,
admitindo uma moralidade aceita pela sociedade de sua época. Sua intenção era
afirmar que, a busca do melhor para os cristãos inclua coisas espirituais, ela
não implica a exclusão dos melhores valores que o mundo aceita como corretos.
As coisas que são honradas pelas melhores
pessoas em todas as partes também são dignas de serem cultivadas pelos
cristãos. Assim, os cristãos podem amar tudo o que é verdadeiro, honesto,
justo, puro, amável e de boa reputação, onde quer que encontre tais atributos.
Podemos alegra-nos no melhor da arte e da
boa literatura. Podemos emocionar-nos ao som de uma boa música. Podemos
deleitar-nos com uma bela arquitetura. Podemos também agradecer a Deus por dar
as pessoas, mesmo em seu estado decaído, a habilidade de criar tanta beleza.
Tenha confiança na promessa da presença
do Senhor que acompanha as palavras de Paulo. Ele freqüentemente escrevia de modo
paternal e foi assim que fez esse texto. O resultado disso é que a primeira
metade do versículo nove distorceu, parcialmente, o significado da sentença.
Na primeira parte do texto está escrito: “O que também
aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei”.
Até aí, poderíamos pensar que a presença de Deus está atrelada ao autor.
Na verdade, como, por causa da sintaxe
grega, Paulo repetiu a expressão tudo o que é por todo o versículo oito e,
depois, no versículo nove, ela apareceu atrelada ao anterior, podemos entender
que a promessa é: “Quanto a mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto,
tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável [...] nisso pensai.
[...] e o Deus de paz será convosco”.
Assim, quando buscarmos as melhores virtudes,
tanto diante de Deus como dos homens, o Deus da paz estará conosco, e podemos
ter a confiança de que, enquanto priorizarmos agradar-lhe, Ele vai abençoar-nos
e guiar-nos.
OLHANDO PARA JESUS
Isso nos leva ao terceiro dos três
princípios mencionados anteriormente neste capítulo.
Como já vimos. O primeiro é que devemos
estar dispostos a fazer a vontade de Deus antes mesmo de saber qual ela é, e o
segundo aponta para o fato de que devemos buscar essa orientação nas
Escrituras. O terceiro, por sua vez, é o princípio que se baseia na importância
de estar em comunhão com o Senhor todos os dias, e mesmo de hora em hora.
No Salmo 32:8, o Senhor nos ensina isso,
ao dizer:
“Instruir-te-ei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os
meus olhos”. Se Ele vai guiar-nos com Seus olhos, primeiro
precisará chamar nossa atenção, o que significa que devemos olhar para Ele
regularmente durante o dia.
Sem dúvida, devemos realmente ansiar pela
comunhão com Aquele que sabe o que devemos e como devemos fazer. Precisamos de mais
do que um mero manual de instruções. John White disse: “Você deve buscar
orientação, mas Deus deseja dar-lhe algo melhor: Ele mesmo”. “WHITE, 1976, p.
154). O que Deus realmente nos deu é um guia. Devemos, portanto, ficar junto
dele e seguir sua direção.
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Esperem com paciência no Senhor. Tudo o
que precisamos para viver e aprender está ainda guardado com Deus. Aceitemos as
orientações que Ele nos dá através de Sua Palavra contidas nas Sagradas
Escrituras (A Bíblia).
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Nosso próximo tema no estudo 53 será:
FALANDO COM DEUS.
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