sábado, 18 de junho de 2016

eSTUDO Nº 55

      Estudo: Fundamentos da Fé Cristã Nº 55              
      Manual de Teologia ao alcance de todos.
      Autor: James Montgomery Boice.
      Postado por: Erleu Fernandes da Cruz.
      Tema: SERVINDO.
      Certa vez, um jovem me escreveu para pedir conselhos sobre como permanecer fiel a Deus durante seus anos de faculdade de Harvard, para qual havia ido, saído do meio-oeste norte-americano. Ele estava no primeiro ano da faculdade. Ele estava preocupado que as pressões dos estudos e o ponto de vista dominantemente secular em muitas áreas pudessem enfraquecer sua fé.
      A esse respeito, três coisas vieram à minha mente. Assim, respondi que ele organizasse seus horários de modo a conter três elementos: (1º) Um período diário de estudo bíblico e oração; (2º) comunhão regular e adoração com outros cristãos, ou dois com dois colegas da faculdade (talvez em estudo bíblico em dormitório ou em algum outro encontro cristão de universitários) e em um culto na igreja semanal; e (3º) alguma forma regular de serviço a outros.
      Disse ainda que este último poderia assumir várias formas: uma doação para não cristãos, um projeto de tutoria para os menos favorecidos ou um trabalho de assistência social, por exemplo. Somente dedicando-nos aqui a esses tipos de atividades é que conseguimos desviar o foco de nós mesmos para os outros e seus problemas, segundo fomos biblicamente aconselhados a fazer, se quisermos ser discípulos de Cristo (Fp 2:4).
      Se negligenciarmos tais obras. É inevitável que fiquemos empobrecidos.
      De acordo com Reuben A. Torrey:
     “Se você quiser ser um cristão feliz, firme e poderoso em oração, comece de uma vez trabalhar para o Mestre e nunca deixe que se passe um dia sem que você faça um trabalho específico para Ele” (TORREY, 1975, p. 83).
      FUGINDO DA OBRIGAÇÃO
      Apear de Efésios 2:10 aparecem uma série de versículos bastante conhecidos que aplicam como somos salvos pela graça de Deus e por meio da fé, e não das obras, nessa passagem também foi afirmado que somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou (ordenou), [segundo a versão bíblica em inglesa King James] para que andássemos nelas”.
      Deus tem um propósito para cada cristão, e as boas obras fazem parte desse plano. Contudo, nossa insensibilidade em relação aos planos divinos e nossa preguiça são tão grandes, que nós sempre  tentamos escapar dessa obrigação.
      Alguns tentam fugir disso por meio da Teologia. Eles ressaltam a justificação pela graça mediante a fé, separadamente das obras, a tal ponto que nossa obrigação de fazer boas obras desaparece.
      Por exemplo, um dos mais meticulosos estudos atuais sobre o segundo capítulo de Efésios consiste em uma análise de 400 páginas, dentre as quais 24 são dedicadas à análise dos versículos de 8 a 10. Mas essa expressão-chave que lida com o mandamento de fazer boas obras, dispõe apenas de um parágrafo de exposição.
      Embora a justificação pela fé e não por obras seja um ensino bíblico fundamental, como vimos no capítulo desse nosso estudo III, isso não significa que, se alguém está justificado, inesista lugar para boas obras. Isso está claro na própria Bíblia, em Efésios 2:8-10, porque a palavra obras aparece duas vezes: primeiro, como aquilo que Deus amaldiçoa e, depois, como o que Ele abençoa.
      No versículo 9, foi-nos ensinado que “a salvação não vem das obras, para que ninguém se glorie”. No entanto, logo depois, Paulo falou “não das obras de nossa própria natureza”, mas nas que Deus indicou que fossem feitas por aqueles que estão justificados.
      Algumas pessoas, por entenderem essas obras apenas como algo espiritual que, como cristãos, devemos fazer – orar, ler a Palavra, evangelizar –, buscam desculpas para fugir da responsabilidade de trabalhar para o Senhor, na Terra.
      Embora esses aspectos da vida cristã sejam de grande valor, eles não são as boas obras das quais Paulo falava, visto que, se ele estivesse pensando em evangelismo, por exemplo, teria dito que Deus ordenou que evangelizássemos.
      A terceira desculpa que certos cristãos dão para não obedecer à ordenança de Efésios 2:10 é de natureza organizacional. É comum enfatizar a importância de programas e planos sociais no meio evangélico, mas, por mais estranho que possa parecer, essa ênfase, que é muito necessária e tem sido menosprezada atualmente, pode, na verdade reprimir a realização de boas obras.
      A justificativa para essa afirmação é simples. Diante da magnitude dos problemas que a sociedade enfrenta, as pessoas, impressionadas, conhecem, a única maneira adequada por meio da qual é possível ajudar uns aos outros é apelar para um esforço organizacional de grande porte, o que, faz com que elas, erroneamente, negligencie o impacto positivo que suas ações como indivíduos podem ser.
      Para termos aqui uma vida cristã e um ministério saudável, é preciso, além da boa teologia, recorrer à oração, ao estudo bíblico e outros elementos. É necessário estabelecer e dar suporte a programas de ação social que sejam, de fato, eficientes. Contudo, entender que eles não substituem o ato da fazer boas obras de maneira individual.
      Depois da vida e do ministério do próprio Jesus, os cristãos devem ser a melhor coisa que já apareceu no mundo. Devemos ser fonte constante de bondade, de unidade, de amor e de serviço, a fim de que o mundo possa ser abençoado e muitos possam ser alcançados e salvos pelo amor de Cristo.
      O Senhor mostrou essa necessidade no Sermão do Monte, quando chamou seus seguidores de “sal da terra e luz do mundo” (Mateus 5:13,14). O sal é bom, e a luz valorizada. Assim Ele ordenou: “Deixe que seu sal seja provado, e sua luz, vista”. Façam isso para que o mundo veja as nossas boas obras e glorifique o nosso Pai, que está nos céus (Mateus 5:16).
      A COMPAIXÃO DE CRISTO
      Quando Jesus pregava, Ele o fazia com excelência.  Tendemos a focalizar Seu ensino e maravilharmo-nos com ele, como as pessoas faziam naquela época (Mt 7:28-29). Entretanto, quando lemos o Evangelho tendo em mente o tema das boas obras, ficamos imediatamente impressionados com a grandeza do ministério de Cristo em fazer o bem.
      Esse foi o tom com o qual Jesus, ao ler o pergaminho de Isaias na sinagoga em Nazaré, começou o Seu ministério. Haviam pedido a Ele que participasse do culto, lendo uma lição para o dia. Então, Ele se voltou para a parte da profecia de Isaías relacionada à vinda do Messias.
     “O Espírito do Senhor está sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar a liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a por em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor”. (Lucas 4:18,19).
      Isso leva-nos a pensar em um ministério espiritual, pois pessoas foram libertas do pecado pela verdade. Mas, como o restante do capítulo indica, o assunto não se limita somente a esse aspecto. A segunda metade do capítulo 4 de Lucas registra o início dos milagres de Cristo: a expulsão de demônios e a cura da sogra de Pedro. Depois lemos: “E ao por-do-sol, todos os que tinham enfermos de várias doenças lhos traziam; e, impondo as mãos sobre cada um deles, os curava” (Lucas 4:40).
      Da mesma forma, quando na prisão, João Batista começou a duvidar sobre a identidade de Jesus como Messias, ele enviou discípulos para questioná-lo a acerca disso. Cristo, então, referiu-se a essa mesma passagem e orientou João a considerar a cura dos cegos, dos aleijados, dos surdos e dos leprosos, obra que Ele tinha realizado em cumprimento à profecia.
      Contudo, Jesus não fez tais milagres com o principal objetivo de levar as pessoas a crerem nele, pois na verdade, era movido pela compaixão que tinha daqueles que estavam doentes, famintos ou necessitados. [mas esses milagres eram um sinal de que Ele era o Messias, profetizado em Isaias 61].
      Nem todos os que Ele curou creram, pelo menos não foi dito nas Escrituras que tal coisa aconteceu. Nem todos ficaram ao Seu lado, nem mesmo os amigos. Mas Jesus, sendo tão misericordioso (bondoso), preocupava-se até mesmo com os que o perseguiam. Exemplo disso foi o fato de Ele ter restituído a orelha do servo do sumo sacerdote que tinha ido prendê-lo no jardim do Getsêmanis, o qual havia sido atacado por Pedro em uma tentativa impensada deste de proteger Jesus (Lucas 22:50,51).
      Assim, Cristo, ao lembrar-nos de que Deus faz o seu sol levantar sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos” (Mt 5:45), ensinou-nos que devemos fazer o bem até aos nossos inimigos.
      Na parábola do bom Samaritano, aprendemos que devemos ser bondosos até com aqueles que são culturalmente desprezados (Lc 10:30-37).
      Jesus não realizou apenas milagres. Se isso fosse verdade, poderíamos concluir que boas obras estão além de nossa capacidade. Aparentemente, o Senhor e seus discípulos mantinham um fundo do qual retiravam contribuições para ajudar os necessitados (João 13:29).
      Cristo também encorajava outros a serem bondosos com seus semelhantes. Nem mesmo uma viúva pobre podia passar despercebida a Seus olhos. Ele notou quando ela, como oferta, colocou duas moedinhas na arca do tesouro do templo:
     “Essa pobre viúva depositou mais do que todos os que depositaram na arca (gasofilácio) do que lhes sobejava (sobrava), mas esta, da sua pobreza, depositou tudo o que tinha; todo o seu sustento (Marcos 12:43,44).
     O Senhor também apreciou a generosidade de Maria, da cidade de Betânia, a qual quebrou um frasco de um ungüento muito caro para ungir Seus pés pouco antes de Sua prisão e crucificação. Judas foi contra aquela demonstração de amor, mas Ele respondeu-lhes:
     “Deixai-a, para que a molestais? Ela fez-me boa obra. Porque sempre tendes os pobres convosco e podeis fazei-lhes bem, quando quiserdes; mas a mim nem sempre me tendes”. (Marcos 14:6,7).
       Da mesma forma, quando Zaqueu se converteu e prometeu dar a metade de seus bens aos pobres, restituindo, quatro vezes mais, a qualquer um que ele tivesse roubado. Jesus respondeu: “Hoje a salvação entrou a esta casa” (Lucas 19:9). [A salvação operou a mudança em Zaqueu]
      O SAL DA TERRA.
      Os irmãos das comunidades cristãs primitivas  chamavam a atenção por serem generosos e preocupados uns com os outros e com os pobres. Depois que, por meio do sermão de Pedro  no Pentecostes, cerca de três mil pessoas foram salvas, içamos sabendo que “todos os que criam estavam jutos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo o que cada um tinha necessidade” (Atos 2:44-45).
      Depois que a Igreja cresceu ainda mais, está registrado que:
     “Não havia, pois, entre eles, necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço o preço do que fora vendido e depositavam aos pés dos apóstolos. E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha”. (Atos 4:34,35).
      Essa venda de bens e posse de todas as coisas em comunhão não subverte o direito à propriedade privada, o qual reconhecido em Atos 5:4, mas, de qualquer forma, aquela era uma Igreja generosa. Outras eram de maneira diferente.
      No capítulo 6 de Atos, foi narrada a escolha dos primeiros obreiros da igreja, além dos apóstolos que haviam sido escolhidos e comissionados por Cristo. As tarefas daqueles diáconos (obreiros), como eram chamados, era cuidar dos doentes e dos pobres, e distribuir bens para eles de acordo com suas necessidades (Atos 6:1-6). Estêvão, o primeiro mártir cristãos, estava entre eles.
      Em um capítulo anterior de Atos, falou-se de Dorcas, “que estava cheia de boas obras e esmolas que fazia” (Atos 9:36). Quando ela morreu, houve grande lamentação, e “todas as viúvas a quem ela havia ajudado vieram chorando e mostrando as túnicas e vestes que Dorcas fizera quando estava com elas”. (Atos 9:39).
      Mediante a autoridade que Deus lhe dera, Pedro se voltou para Dorcas e disse: “Tabita, levanta-te” (Atos 9:40), e ela ressuscitou.
      Outra pessoa conhecida pelas suas boas obras foi Simão, o curtidor (de couros), que morava em Jope (Atos 9:43). Ele deixou sua casa disponível para Pedro quando este estava na cidade.
      No capítulo 10, Cornelio, um centurião romano, é elogiado como alguém que fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a Deus, mesmo antes de sua conversão (Atos 10:2).
      Fomos apresentados também a Maria mão de João Marcos, que disponibilizava sua casa para encontros cristãos: nesse caso, ela cedeu seu lar a uma reunião de oração (vigília) que durou uma noite inteira. (Atos 12:12).
      É muito comum ler, no livro de Atos, referências e donativos que eram levados para ajudar os pobres. Em uma ocasião, isso foi feito em resposta a uma fome em Jerusalém (Atos 11:27-30). Em outra, foi uma oferta das igrejas gentias aos pobres da mesma região (Atos 24:17); compare com (1 Co 16:1-4; 2 Co 8:1-9).
      Aparentemente, a tendência à caridade da Igreja primitiva continuou no período dos apologistas, pois eles com freqüência apontavam para a bondade dos cristãos como parte de sua defesa da fé.
      O filósofo ateniense Aristides escreveu sobre esses cristãos a Adriano:
      “Eles não cometem adultério ou imoralidades; eles não dão falso testemunho (mentir), nem fraudam e nem cobiçam aquilo que não é deles. Eles honram o pai e a mãe, e fazem o bem àqueles que são seus próximos. Sempre, os que são juízes julgam com equidade (justiça). Eles não adoram ídolos feitos à imagem de homem. O que quer que eles não desejam que os outros façam com eles, por sua vez, não fazem, eles não comem comida sacrificada a ídolos. Eles exortam aqueles que os oprimem  e os torna amigos. Suas esposas, ó rei, são puras como virgens, e suas filhas são recatadas. Seus homens se abstêm de todo contato sexual ilegítimo e da impureza. Todos esperam a recompensa que está por vir no mundo vindouro [...]. Eles amam uns aos outros; as necessidades das viúvas não são ignoradas, e eles resgatam os órfãos da pessoa que lhe aflige violência. Aquele que tem, dá a quem não tem, sem murmúrio nem vanglória.
      Quando os cristãos encontram um estrangeiro, eles o trazem para suas casas e se regozijam (alegram) com ele como um verdadeiro irmão. Eles não chamam de irmãos somente aqueles que tem laços de sangue, mas aqueles que são irmãos no Espírito e em Deus. Quando um dos pobres falece, cada um ajuda no sepultamento de acordo com sua possibilidade. Se eles ficam sabendo que alguém de seu grupo está aprisionado ou oprimido por causa do Messias, eles provêem suas necessidades, e, se é possível redimi-lo, eles o libertam. Se encontram pobreza em seu meio e eles não tem comida sobrando, jejuam por dois ou três dias para que os necessitados possam ser supridos em todas as suas necessidades” (WIRT, 1968, p. 29,30).
      Quando o cristianismo abriu seu caminho no mundo romano, o impacto de sua compaixão foi sentido. Os esportes cruéis da arena foram revistos. Leis tramitaram para proteger escravos, prisioneiros e mulheres. A exploração de crianças foi proibida. Foram fundados hospitais e sanatórios. O status dos menos favorecidos melhorou. O progresso nem sempre foi constante, porém a direção geral era essa.
     As mesmas preocupações eram evidentes durante a Reforme e o movimento missionário moderno. Este estabeleceu hospitais e escolas, literalmente, pelo mundo. Mesmo hoje, muitos líderes em quase todas as nações independentes da África reconhecem ter recebido treinamento inicial e motivação para servir a seus países em escolas de missões.
      E hoje? A situação está confusa pela proliferação de serviços governamentais.  Previdência, assistência médica, seguro-desemprego e vários outros programas sociais repetem o que muitos cristãos faziam no passado, podendo até ser considerados melhores em recursos totais, mas não sendo necessariamente superiores em compaixão ou em cuidado individual. Contudo, há muitas oportunidades para aqueles que estão atentos à necessidade das boas obras.
      Grupos de cristãos, tais como os que promovem encontros semanais para estudos bíblicos nos lares, são particularmente eficientes. Tenho visto grupos como esses em minha igreja ajudarem pessoas a mudar-se de um apartamento para outro ou para um ler de idosos. Alguns se revezam para passar a noite em um lar onde há alguém doente ou precisa de cuidado. Eles tem arrecadado alimentos para os necessitados, incluindo alguns trabalhadores cristãos da periferia, bem como roupas. Tem também doado sangue, limpado apartamento, transportando doentes para hospitais e outras coisas semelhantes. Muitos, simplesmente, trabalham duro em seus empregos por meio dos quais outros são beneficiados.
      Ao longo da história, diversos cristãos, tem assumido mesmo, seu papel de sal da terra, precisamente da maneira que seu Senhor tinha previsto quando os instruiu a fazer boas obras. Todavia, isso tem sido sempre assim.
      Para ser sincero, nós, em nossa geração, estamos muito aquém de atitudes como as que citei. Os cristãos não são mais conhecidos como aqueles que fazem o bem aos outros. Alguns de nós raramente fazemos qualquer coisa particularmente boa para alguém. É mais fácil servirmos a nós mesmos, é claro. Mas não devemos pensar dessa forma.
      Em primeiro lugar, a presença de boas obras na vida cristã é uma evidência da salvação. Nós pensamos de forma diferente da que pensávamos antes de nossa conversão e buscamos servir aos outros de uma maneira que, no passado, nunca teria passado por nossa mente. Nisso, temos a evidência de que somos novas criaturas de Cristo.
      No capítulo oito, eu disse que expressão de amor prática para outros é uma prova de vida apresentada pelo apóstolo João: “Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos”. (1 João 3:14a).
      Em segundo lugar, fazer boas obras é um meio de crescer na vida cristã. Se desejamos isso, devemos servir aos outros fielmente. O que acontece se não o fizermos? Nos tornaremos introvertidos, egoístas, insensíveis e mesquinhos. Quando fizermos o bem aos outros, nossos horizontes se ampliam, crescemos espiritualmente e tornamo-nos mais parecidos com Jesus.
      Por fim, boas obras são uma bênção para aqueles que servem. É difícil colocarmo-nos no lugar dos outros, principalmente quando eles são necessitados, e nós estamos bem na vida. Entretanto, o que nos ajuda nesse aspecto é lembrar-nos de que servir os nossos semelhantes é servir ao nosso Senhor.
     “Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, bendito de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome e deste-me de comer;tive sede, e deste-me de beber; era estrangeiro, e hospedaste-me; estava nu e vestiste-me; adoeci, e visitaste-me;estive na prisão, e fostes ver-me”. (Mateus 23: 34-36).
      Agradamos a Jesus por meio das nossa dedicação aos irmãos e, se o alegramos dessa maneira, também o fazemos com o próximo.
      Por isso, Deus é glorificado pelas nossas obras. Somente por intermédio dele e da Sua graça podemos fazê-las. Alguns podem perguntar: “Se a justificação não é pelas obras, que valor ela tem? E por que a Bíblia, às vezes, fala de ‘recompensa’ pelas boas obras se elas não são um mérito”? A estes, Calvino respondeu:
      “Não há dúvida de que tudo que há de louvável nas obras deve-se à graça de Deus e que nenhuma gota há que devamos atribuir a nós mesmos. Se deveras e seriamente reconhecemos isso, desvanece-se não apenas toda e qualquer confiança de mérito, mas ainda a própria noção. Afirmo que não dividimos, como fazem o sofistas, o louvor das boas obras entre Deus e o homem, pelo contrário, nós o conservamos tudo, inteiro e isento ao Senhor. Ao homem, apenas atribuímos isso: que, com sua impureza, polui e contamina essas mesmas coisas que eram boas, pois nada procede do homem, por mais perfeito que seja, que não seja maculado. Portanto, convoque o Senhor a juízo acerca do que há de melhor nas obras humanas: por certo que nelas reconhecerá Sua justiça; do homem, porém a ignomínia e o opróbrio. Conseqüentemente, as boas obras agradam a Deus, e não são infrutíferas a seus autores; mais ainda: recebem os mais amplos benefícios do Senhor à guisa de galardão, não porque assim mereçamos, mas porque de si mesma a benignidade divina lhes atribui esse valor” (CALVINO, 1960, p. 790,791).
      Se nosso maior propósito é glorificar a Deus e regozijar-nos nele, como sugere o Catecismo Breve de Westminster, devemos valorizar o ato de fazer boas abras, visto que este é um dos meios para atingirmos essa meta.
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      Amados seguidores deste blog, sinto-me agradecido de ter a presença de mais de 60 pessoas que diariamente visitam e lêem as mensagens aqui postadas. Algumas residentes até em outros países. Até aqui foram meses, em que, sem o recurso do pleno conhecimento na digitação, tenho transcrito do livro, para que sejam montado esses estudos de cunho teológico. Estamos quase no final desse estudo. Fiquem conosco não somente no estudo, mas, nas mensagens diárias que em todos os dias posto aqui. Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amem?
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      O tema do nosso próximo estudo, nº 56 é:
                   CHAMADOS POR DEUS
      

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