sábado, 11 de junho de 2016

ESTUDO TEOLÓGICO Nº 54

      Estudo Fundamentos da Fé Cristã Nº 54
      Manual de Teologia ao alcance de todos.
      Autor: James Montgomery Boice
      Postado por: Erleu Fernandes da Cruz.
      Tema: DEUS FALANDO CONOSCO

      Certa vez, Dwight L. Moody disse: “Quando oramos, falando com Deus. Ao estudarmos a Bíblia, Ele fala conosco, e é melhor que o deixemos falar mais” (TORREY, 1975, p. 49).
      As Escrituras Sagradas ressaltam a importância do estudo bíblico, o qual, segundo o primeiro Salmo de Davi, é fonte essencial de bênçãos na vida religiosa:
     “Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém nos caminhos dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na Lei do Senhor, e na sua Lei medita de dia e de noite. Pois será com a árvore plantada junto ao ribeiro da águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer prosperará” (Salmo 1: 1-3).
      No Salmo 119, o autor se referiu ao estudo da Bíblia como o segredo da vida santa: “Como purificará o jovem seu caminho? Observando-o, conforme a tua palavra. Escondi a tua palavra em meu coração, para eu não ficar contra a ti” (Salmo 119:9,11).
      No Novo Testamento, Paulo falou da leitura da bíblica como a chave necessária para que o cristão se equipe para as batalhas espirituais:
     “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para redargüir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra” 2 Timóteo 3:16-17).
          O MAU USO DA ESCRITURA SAGRADA
      Infelizmente, os seres humanos sempre dão um jeito de usar os dons de Deus de maneira errada:
      O bispo John C. Ryle, de Liverpool, disse:
     “A cristandade como um todo negligenciou a Bíblia e abusou dela. Na minha época, apesar de ter havido mais vendas de Bíblia do que em qualquer período da história do cristianismo, muitos, sendo a maioria dos que a possuíam, simplesmente não liam” (RYLE,  1959, p. 70).
      Entretanto, isso não é característica exclusiva da sociedade inglesa que viveu na segunda metade do século 19, visto que também se aplica em nossos dias. Temos bilhões de Bíblias em um considerado número de traduções , mas, mesmo assim, são raras as pessoas que de fato, lêem a Palavra de Deus. A maioria, em vez disso, permite que outras atividades preencham a vida delas e enfraqueçam-lhe a alma.
      Há outros momentos em que a Bíblia é utilizada erroneamente. É equivocado de nossa parte, por exemplo, como um fim em si mesma e, assim, impedir que ela cumpra seu propósito principal: levar-nos a um conhecimento de Deus por meio da fé em Jesus Cristo. Às vezes, isso acontece nos meios acadêmicos e teológico.
      O movimento que defendia uma visão histórica de Jesus, ocorrido no século 19, é um exemplo. Essa corrente foi uma tentativa que, por século, teve como alvo desmerecer o Jesus do Novo Testamento, considerando um produto  da fé da Igreja primitiva, substituindo- o por um Jesus histórico verdadeiro, destituído de todos os elementos sobrenaturais “não comprovados cientificamente”. Esse esforço foi notável, mas não produziu nada duradouro. Por não conseguirem ser levados pela Bíblia ao Jesus  genuíno do Novo Testamento, os eruditos produziram apenas um Cristo à imagem deles.
      Os racionalistas descobriram que o carpinteiro de Nazaré foi um grande professor de ética. Os socialistas o viram como um revolucionário. Radicais, como o jovem hegeliano Bruno Bauer, negaram até mesmo a existência de Cristo.
      Por fim, Albert Schweizer pôs fim a essa  busca com uma crítica avassaladora em The Quest of the Historical Jesus [A busca pelo Jesus histórico]. A academia transformou os Evangelhos em algo como um fim em si mesmo, e a Bíblia, em vez de ser um livro crido e obedecido, havia se tornado para eles um material a ser avaliado e manipulado.
      Vemos algo semelhante no uso das traduções pelos evangélicos. Não podemos negar que elas sejam necessárias, já que poucos cristãos sabem o grego e o hebraico, as línguas originais da Bíblia, o que faz com que uma boa, precisa e moderna tradução seja de grande valia em qualquer programa sério de estudo bíblico.
      Entretanto, às vezes, há uma preocupação tão exagerada com a “melhor” tradução quem embora aguce o nosso interesse, pouco faz para, de fato, aprofundar-nos nos princípios da Palavra de Deus  e produzir obediência a eles. Assim, as pequenas variações entre diferentes textos se tornam mais interessantes do que o ensino deles, o que relega ao segundo plano a obediência a Cristo e oi desejo de conhecê-lo melhor.
      Acredito que não haja necessidade de outra tradução contemporânea para o nosso idioma. Já existe uma infinidade delas à nossa disposição, de acordo com a nossa preferência. Creio que muito de nosso interesse atual por traduções tenha suas origens, nas editoras que estimulam isso com um propósito comercial. Os esforços despendidos ao produzir tais versões seriam muito melhor utilizados em traduzir a Bíblia para o idioma de homens e mulheres que nunca viram qualquer versão das Escrituras.
      A luz desses problemas, a exortações de Jesus para os judeus de Sua época é bem relevante. Ele disse: “Examinai as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam. E vós não quereis vir à mim” (João 5:39-40).
      Ninguém pode criticar os judeus pelo seu meticuloso estudo das Escrituras Sagradas. Os escribas, cujo trabalho era copiar os pergaminhos, sujeitavam as páginas da Bíblia ao escrutínio mais detalhado. Eles davam atenção a cada sílaba e até mesmo contavam as palavras e as letras para que soubessem quais vinham do meio da página e quantas letras determinada página deveria ter.
      De certa forma, devemos ser gratos por esse cuidado, já que o resultado é a precisão dos textos de nosso atual Antigo Testamento. Contudo, na maioria dos casos, a relação dos escribas com a Palavra de Deus era apenas copiá-la. Assim, aqueles que usavam seus textos, possuindo a mesma mentalidade, detinham-se nos melhores detalhes, mas deixavam escapar as mensagens da Bíblia. As palavras eram precisas, porém qual é o valor delas se desconsideravam seus ensinamentos? Qual é o valor das letras se elas não são gravadas em um coração obediente?
      Muitos que estão lendo estas publicações tem um alto grau de conhecimento bíblico. Conhecem o nome dos 12 apóstolos, das cidades que Paulo visitou e até dos reis hebreus. No entanto, deixam passar que as Escrituras têm a ensinar sobre pecado (o seu pecado), justificação (a sua justificação), a vida cristã (a sua vida cristã) e obediência (a sua obediência.
      ESTUDANDO A BÍBLIA
      A importância da Bíblia advém de sua própria essência, visto que ela é a Palavra de Deus. Dizer que “ela é inspirada por Deus” (2 Tm 3:16) torna-a completamente diferente de qualquer outro livro escrito. Embora as Escrituras Sagradas sejam um produto humano, o Senhor ensinou aos escritores o que dizer e guiou-os em seus textos. O resultado? Exatamente o que o Altíssimo desejou que fosse escrito.
      Quando lemos o texto bíblico, não nos deparamos com pensamentos de homens e mulheres como nós, que poderiam ou não ser verdadeiros, mas sim com a Palavra de Deus revelada a nós. Justamente por isso, não podemos ser diferentes a ela. Sobre isso Ryle escreveu:
     “Quando você lê a [Bíblia], não estão lendo as obras autodidatas dos homens falhos como você, mas as palavras do Deus eterno. Quando você a ouve, não está ouvindo opiniões vacilantes de mortais efêmeros, mas sim a imutável opinião do Rei dos reis. Os homens que foram incumbidos de escrever a Bíblia não falaram deles mesmos. Falaram à medida que foram inspirados pelo Espírito Santo (2 Pedro 1:21). Todos os outros livros do mundo, por mais que sejam bons e úteis, são mais ou menos imperfeitos. Quanto mais você olha para eles, mais vê seus defeitos. Somente a Bíblia é absolutamente perfeita. Do começo ao fim, ela é a Palavra de Deus” (RYLE, 1959, p. 71).
      Contudo, as Escrituras não contêm informações distantes, impessoais, que despencaram do “espaço sideral”. O Deus vivo  continua a falar com Seu povo por meio delas. Assim chegamos à Bíblia de modo devocional, como de ela fosse um lugar santo onde encontramos o Senhor e temos comunhão com Ele.
      Deus fala nas escrituras por intermédio do Espírito Santo. É por isso que retomamos essa questão no terceiro livro deste nosso estudo, sem tê-la esgotado no primeiro, no qual foi analisado o papel do Espírito Santo, principalmente na inspiração da Bíblia. Nesse capítulo, por sua vez, discuto Seu papel de ensinar o que ele inspirou.
      Paulo escreveu em 1 Coríntios que, com base em nossa sabedoria, não temos a capacidade de compreender verdades espirituais, mesmo quando elas estão registradas na Palavra de Deus. Mas o Espírito da verdade fala conosco mediante as palavras dela para trazer entendimento:
     “Mas, como está escrito: As coisas que os olhos não viu, e o ouvido não ouviu e não subiram no coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam.. Mas Deus no-la revelou pelo seu Espírito; porque os Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus, Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais” (1 Coríntios 2:9-13).
     Qual a maneira correta de estudar o texto sagrado? Existem aqueles que confessam que a Bíblia é a Palavra do Senhor e querem conhecer a Deus vivo em suas páginas, mas, talvez, não saibam muito bem como fazer isso. Abaixo, seguem cinco respostas para essa importante questão:
     1º -- Estudar a Bíblia todos os dias Atos (17:11). Apesar de ser possível que nos voltemos para a Bíblia mais do que uma vez por dia, há também ocasiões em que preocupações legítimas consomem o tempo diário que, normalmente, passaríamos estudando. Contudo, devemos disciplinar-nos para incluirmos um período diário de estudo bíblico em nossa rotina, assim como nos disciplinamos para ter um horário regular de dormir, escovar os dentes, fazer as refeições e assim por diante.
      Na verdade, essa comparação com os horários regulares de refeições é muito adequada, já que estamos falando de necessidades vitais para que o nosso corpo fique saudável e possamos exercer um bom trabalho. Às vezes, embora não seja ideal, pulamos um refeição, e isso nos enfraquece. Da mesma forma, precisamos sempre nos alimentar da Palavra de Deus se queremos ficar espiritualmente fortes e manter-nos assim.
      O que acontece quando negligenciamos o estudo bíblico diário? Tornamo-nos indiferentes e Deus e relaxados com as coisas espirituais. Ficamos vulneráveis à tentação, e o, pecado pode, com facilidade, enredar-nos.
      O horário regular que separamos para dedicar-nos a conhecer a Bíblia pode ser longo, em especial para aqueles que são maduros na fé e para quem tem tempo para um estou assim, os quais talvez necessitem de uma ou duas horas para tal. Entretanto, para aqueles que são novos na fé ou tem um horário apertado, esse tempo pode ser mais curto, chegando ser de 10 a 15 minutos. Independente da duração desse momento de  estudo, o importante é que seja fixo em nossa rotina, estabelecido em um determinado período do dia.
      Quando deve ser? Isso também é variável. Muitos descobriram que o melhor período para dedicar-se a essa tarefa é o início do dia. Sobre isso Torrey escreveu:
     “Sempre que possível, o melhor horário para esse estudo é logo após acordarmos. O pior é deixar que seja a última atividade da noite. É claro que é bom passarmos um pouco de tempo lendo a Bíblia antes de recolhermo-nos, para que a voz de Deus seja a última que ouvimos, mas a maior parte de nosso estudo bíblico deve ser feita em uma hora que a nossa mente esteja mais alerta e disposta. Qualquer que seja o horário separado para o estudo bíblico, ele deve ser consagrado a esse propósito”. (TORREY. 1975, p. 50).
     2º -- Estude a Bíblia sistemáticamente. Algumas pessoas lêem a Bíblia de maneira aleatória e, embora muitos adotem essa postura no que tange a maioria de suas atividades, ela é bastante prejudicial, visto que leva uma falta de harmonia e profundidade, característica dos cristão de hoje. Muito melhor é realizar  um estudo regular e disciplinado de certos livros da Bíblia ou mesmo dela com um todo.
      Cristãos com pouco tempo de convertidos poderiam começar por um dos Evangelhos, talvez o Evangelho de João ou de Marcos. Depois disso, eles poderiam prosseguir com Atos, Efésios, Gálatas, Romanos ou um livro do Antigo Testamento, como Gênesis. É sempre válido também ler e meditar nos Salmos.
      Certos procedimentos devem ser seguidos durante o estudo. Primeiro, o livro em si deve ser lido cuidadosamente umas quatro o cinco vezes, talvez uma dessas vezes em voz alta. A cada vez algo novo irá surpreendê-lo.
      Segundo, divida o livro em partes principais, assim como dividimos os livros modernos em capítulos (não necessariamente os mesmos capítulos como aparecem na Bíblia), subseções e parágrafo. Neste estágio, o objetivo é descobrir que versículos formam um todo, que assuntos são cobertos e qual é a seqüência do assunto.
      Terceiro, esses elementos devem ser relacionados uns com os outros. Quais são as partes ou assuntos pessoais? Quais são introdutórios? Quais são digressões? E quanto ás  aplicações? Nesse ponto o leitor já estará elaborando um esboço para o livro e deverá estar apto a responder perguntas, como: “O que aprendemos com a leitura desse livro? Para quem foi escrito? Por que foi escrito”?
      Se você estiver estudando Romanos, por exemplo, deve estar apto a dizer: “Esse livro foi escrito para a Igreja em Roma, mas também para todos os lugares de todas as épocas. Nele Paulo afirmou que a humanidade está perdida no pecado e que a resposta a esse pecado é a justiça de Deus revelada em Jesus Cristo. Seu propósito é explicar o evangelho. Um propósito menor seria  alertar os romanos sobre o desejo de Paulo de visitá-los a caminho de seu futuro missionário a Espanha”. (N.A.)
        Assim já é possível prosseguir com um estudo mais detalhado das seções individuais. Qual o propósito principal de cada seção? O que é dito nelas? Por que é dito? Para quem?  Quais são as conclusões que se seguem a partir delas? É útil, nesse estudo, prestar atenção a pequenos conectivos como: mas, porque, então, e, já que e portanto.
      Por fim, você pode estudar as palavras-chave, observando outras passagens do mesmo livro nas quais elas aparecem. Você pode encontrá-las por meio de sua leitura ou usando listagens como as que aparecem nas páginas finais de muitas Bíblias, nas quais podemos encontrar versículos importantes de acordo com seus temas.
      Suponhamos que você estivesse estudando Romanos 3:21-26 e quisesse aprender mais sobre a importância da palavra justiça, com a qual a passagem começa. Um versículo chave é o 10:3, no qual a justiça de Deus é distinguida da nossa. Também romanos 1:17 diz que ela se torna conhecida no evangelho. Ao todo, essa palavra é usada 35 vezes somente nessa carta, e esses usos, em sua maioria, esclarecem uns aos outros.
      Normalmente, só depois de um sistema de estudo bíblico pessoal e indutivo como esse ao comentário de outros sobre o texto devem ser considerados. Quando esses forem usados, bons comentários bons comentários acerca de livros individuais da Bíblia serão geralmente mais úteis do que os mais restritos em um único volume sobre todo o Antigo Testamento e também acerca do Novo.
     3º -- Estude a Bíblia de modo abrangente. Paralelamente a um estudo sério e profundo de um livro ou de parte das Escrituras, deve ter uma tentativa de tornar-se familiarizado com a Bíblia como um todo. Isso significa que a devemos ler de modo abrangente.
      É verdade, muitas partes da Bíblia não são, e, depois, começando de novo é,  atrativas para nós de imediato.  Isso é natural. Mas, se nunca tentarmos familiarizar-nos com ela, limitaremos nosso crescimento e poderemos até deformar nossa compreensão. Foi por isso que Paulo disse a Timóteo: “Toda Escritura divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça” (2 Tm 3:16).
      O testemunho de Ryle a esse respeito é o seguinte:
     “Começar a ler a Bíblia pelo Antigo e Novo Testamento ao mesmo tempo, lendo cada um até o fim e, depois, começando de novo é, de longe, o melhor plano de estudo bíblico. Apesar de essa ser uma questão de preferência individual, posso dizer que tem sido o meu plano a quase 40 anos, e nunca encontre sequer uma razão para alterá-lo” (RIYLE).
     4º -- Estude a Bíblia em espírito de oração. A oração é o remédio contra as tendências que alguns tem de estudar a Bíblia por estudar, a qual foi discutida anteriormente neste estudo. Por meio dela, podemos evitar o mero formalismo dos escribas. No estudo bíblico verdadeiro, primeiro pedimos que o Espírito Santo abra a nossa mente para que compreendamos a verdade e, assim, possamos obedecer-lhe à medida que Ele a aplica à nossa vida.
      O autor do Salmo 119 demonstrou uma atitude correta quando escreveu: “Faze bem ao teu servo, para que vida e observe a sua palavra. Desvenda os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei” (Sl 119:17-18).
      O que uma oração como essa pode fazer? Ela  nos torna conscientes de que estamos, de fato, encontrando-nos com Deus em nossa leitura, e não meramente cumprindo um ritual religioso prescrito.
      Após orarmos, precisamos pensar: Agora, Deus vai falar comigo”, e, assim, devemos ler a Palavra para ouvir o que Ele dirá. É provável que não haja mais nada que possa tornar o estudo bíblico mais emocionante do que isso, visto que nada é melhor do que saber que, enquanto lemos, o Senhor está falando conosco pessoalmente, ensinando Seus princípios. Isso faz do estudo bíblico e da oração que o acompanha um momento de comunhão pessoal com ele.
     5º -- Estude a Bíblia em obediência. Inicialmente, sugeri algumas questões que devem ser consideradas se querermos compreender determinadas passagens das Escrituras. Entretanto, naquela lista, deixei de fora alguma perguntas mais importantes. Como essa passagem e seu ensino se aplicam a mim? Ela me instrui sobre alguma coisa que eu devo ou não fazer? O que ela me diz acerca da vontade de Deus e de como posso agradá-lo mais, servindo-lhe melhor?
      Tiago tinha isso em mente quando instruiu aqueles para quem ele estava escrevendo: “E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos” (Tiago 1:22).
      Deus exige obediência. Se Ele, nos instrui, é para que obedeçamos e cresçamos. O que devemos fazer?
     ”Cultive uma obediência imediata, exata, sem questionamentos e alegre em todo o mandamento que ficar evidente pelo contexto que se aplica a você. Fique atento às novas ordens de seu Rei. As bênçãos estão na direção da obediência a essa ordem. Os mandamentos de Deus são, na verdade, placas que sinalizam a entrada que leva ao sucesso, à bênçãos e à glória eterna” (TORREY, 1975, p. 60).
     Se não estivermos dispostos a obedecer a Deus, não vamos mesmo entender o que lemos (Jo 7:17, e o estudo bíblico irá tornar-se pesaroso, expressivo e sem sentido. Nós iremos, até mesmo, afastar-nos do Senhor e acabaremos criticando Sua Palavra. Ficaremos suscetíveis a teorias críticas que a menosprezam. Contudo, se estivermos dispostos a obedecer, o Pai irá ajudar-nos a entender Sua verdade, levando-nos a [pregar a] outros também.
      Diante de tudo isso, foi afirmado:
      “O estudo sério da Bíblia não consiste meramente em aprofundar na Palavra, mas exige uma tradução dela para nossa vida e o mundo. Temos de ser epístolas [vivas] de Deus, lidas para todos os homens. [...] Se levarmos nosso estudo bíblico a sério, a ponto de obedecer ao Senhor em qualquer circunstância, então, compreenderemos o caminho para as verdadeiras bênçãos espirituais e seremos bem-sucedidos em tudo o que fizermos para nosso Senhor Jesus Cristo” (BOYCE E KEIPER, 1977, p. 29).

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      Concluímos, assim, o estudo de nº 54 desta nossa publicação de estudos teológicos, para termos um melhor entendimento da pessoa de nosso amado Deus. Permaneçam firmes. Estamos quase no fim. Porém ainda faltam algumas tantas publicações. Que Deus vos abençoe (Erleu).

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      Nosso próximo tema é: SERVINDO. 

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