quarta-feira, 18 de agosto de 2010

CASAMENTO É COISA SÉRIA

Reflexão de quinta-feira dia 19/08/2010.
"Maridos, amai vossa esposa e não a trateis com amargura". (Colossenses 3: 19)
Naquela noite, enquanto minha esposa servia o jantar, eu segurei sua mão e disse: "Tenho algo importante para te dizer". Ela se sentou e jantou sem dizer uma palavra. Pude ver o sofrimento em seus olhos. Derrepente, eu também fiquei sem palavras. No entanto, eu tinha que dizer a ela o que estava pensando. Eu queria o divórcio. E abordei o assunto calmamente. Ela não parecia irritada pela minhas palavras e simplesmente perguntou em voz baixa: "Porque?" Eu evitei respondê-la, o que a deixou muito brava. Ela jogou os talheres longe e gritou: "você não é homem!" Naquela noite, nós não conversamos mais. Pude ouví-la chorando. Eu sabia que ela queria um motivo para o fim de nosso casamento. Mas eu não tinha uma resposta satisfatória pra esta pergunta. Meu coração não pertencia mais a ela e sim a Jane. Eu simplesmente não a amava mais, sentia só pena dela. Me sentia muito culpado, rascunhei um acordo de divórcio, deixando para ela a casa, nosso carro e 30% das ações da minha empresa.
Ela tomou o papel na minha mão e o rasgou violentamente. A mulher com quem eu vivi os últimos 10 anos se tornou uma estranha para mim. Eu fiquei com dó desse desperdício de tempo e energia mas eu não voltaria atrás do que disse, pois amava a Jane profundamente. Finalmente ela começou a chorar alto na minha frente, o que já era esperado. Eu me senti libertado enquanto ela chorava. A minha obsessão por divórcio nas últimas semanas finalmente se manifestava e o fim estava mais perto agora.
No dia seguinte, eu cheguei em casa tarde e a encontrei sentada na mesa escrevendo. Eu não jantei, fui direto para a cama e dormi imediatamente, pois estava cansado depois de ter passado o dia com a Jane. Quando acordei no meio da noite, ela ainda estava ainda sentada na mesa escrevendo. Eu ignorei e voltei a dormir. Na manhã seguinte, ela me apresentou suas condições: ela não queria nada meu, mas pedia um mês de prazo para conceder o divórcio. Ela pediu que nos próximos 30 dias a gente tentasse viver juntos de forma mais natural possível. As suas razões eram simples: o nosso filho teria seus exames no próximo mês e precisava de um ambiente propício para preparar-se bem, sem os problemas de ter que lidar com o rompimento de seus pais. Isso me pareceu razoável, mas ela acrescentou algo mais, Ela me lembrou do momento em que eu carreguei para dentro de nossa casa no dia em que nos casamos e me pediu que durante os próximos 30 dias eu a carregasse para fora de casa todas as manhãs. Eu então percebi que ela estava completamente louca, mas aceitei sua proposta para não tornar meus próximos dias ainda mais intolerável.
Eu contei para a Jane sobre o pedido de minha esposa e ela riu muito da ideia totalmente absurda. "Ela pensa que impondo condições assim vai mudar alguma coisa, melhor ela encarar a situação e aceitar o divórcio", disse Jane em tom de gozação. Minha esposa e eu não tínhamos nenhum contato físico havia muito tempo, então quando eu a carreguei para fora no primeiro dia, foi totalmente estranho. Nosso filho nos aplaudiu dizendo: "O papai está carregando a mamãe no colo!" Suas palavras me causaram constrangimento. Do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa eu devo ter caminhado uns 10 metros carregando a minha esposa no colo. Ela fechou os olhos e disse baixinho. "Não conte para o nosso filho sobre o divórcio." Eu balancei a cabeça que sim mesmo discordando e então a coloquei no chão assim que atravessamos a porta de entrada da casa. Ela foi pegar o ônibus para o trabalho e eu dirigi para o escritório.
No segundo dia, foi mais fácil para nós dois. Ela se apoiou no meu peito, eu senti o cheiro do perfume que ela usava. Eu então percebi que Há muito tempo não prestava atenção a essa mulher. Ela certamente tinha envelhecido nestes últimos 10 anos. Havia rugas no seu rosto, seu cabelo estava ficando fino e grisalho. O nosso casamento teve muito impacto nela. Por uns segundos, cheguei a pensar no que havia feito para ela estar neste estado.
No quarto dia, quando eu a levantei, senti uma certa intimidade maior com o corpo dela. Essa mulher havia dedicado 10 anos da vida dela a mim.
No quinto dia a mesma coisa. Eu não disse nada a Jane, mas ficava a cada dia mais fácil carregá-la de nosso quarto à porta da casa. Talvez meus músculos estavam mais firmes com o exercício, pensei. Certa manhã, ela estava tentando escolher um vestido. Ela experimentou uma série deles mas não conseguia achar um que servisse. Com suspiro ela disse: "Todos os meus vestidos estão grandes para mim". Eu então percebi que ela realmente havia emagrecido bastante, daí a facilidade de carregá-la nos últimos dias. A realidade caiu sobre mim com uma ponta de remorso.. Ela carrega tanta dor e tristeza em seu coração... Instintivamente eu estiquei o braço e toquei em seus cabelos.
Nosso filho entrou no quarto nessse momento e disse: "Pai, está na hora de você carregar a mamãe". Para ele ver seu pai carregando a mãe todas as manhãs tornou-se parte da rotina da casa. Minha esposa abraçou nosso filho e o segurou em seus braços por alguns longos segundos. Eu tive que sair de perto, temendo mudar de ideia agora que estava tão perto de meu objetivo. . Em seguida eu a carreguei em meus braços, do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa. Sua mão repousava sobre o meu pescoço. Eu a segurei firme contra o meu corpo. Lembrei-me do dia de nosso casamento. Mas seu corpo magro me deixou triste. No último dia, quando eu a segurei em meus braços, por algum motivo não conseguia mover minhas pernas. Nosso filho já tinha ido para a escola e eu me vi pronunciando estas palavras: "Eu não percebi o quanto perdemos a nossa intimidade com o tempo".
Eu não consegui ir para o trabalho... fui até o meu novo futuro endereço, saí do carro apressadamente, com medo de mudar de ideia... Subi as escadas, entrei como sempre fazia, e bati na porta do quarto. A Jane abriu a porta e eu disse a ela: "desculpe Jane, eu não quero mais divorciar!" Ela olhou para mim sem acreditar e tocou na minha testa: "Você está com febre?" Eu tirei a sua mão de minha testa e repeti: "Desculpe, Jane. Eu não vou mais me divorciar. Meu casamento ficou chato porque nós não soubemos valorizar os pequenos detalhes da nossa vida e não por falta de amor. Agora eu percebi que desde o dia em que eu carreguei a minha esposa no dia de nosso casamento para a nossa casa, eu devo segurá-la até que a morte nos separe.
A Jane então percebeu que era sério. Me deu um tapa no rosto, pediu que eu saísse de sua casa e bateu a porta na minha cara, e pude ouví-la chorando compulsivamente. Eu voltei para o carro e fui trabalhar. Na loja de flores, no caminho para casa, eu comprei um buquê de rosas para a minha esposa. A atendente me perguntou o que eu gostaria de escrever no cartão. Eu sorri e escrevi: "Eu te carregarei em meus braços todas as manhãs, até que a morte nos separe".
Naquela noite quando eu cheguei em casa, com o buquê de fores na mão e um grande sorriso no rosto, fui direto para o nosso quarto onde encontrei a minha esposa deitada na cama - morta.
Minha esposa estava com câncer e vinha se tratando a vários meses, mas eu estava muito ocupado com a Jane para perceber que havia algo errado com ela. Ela sabia que morreria em breve e quis poupar nosso filho dos efeitos do divórcio - e prolongou a nossa vida juntos proporcionando ao nosso filho a imagem de nós dois juntos todas as manhãs. Pelo menos aos olhos do meu filho, eu fui um marido carinhoso. Os pequenos detalhes de nossa vida são o que realmente contam num relacionamento. Não é a mansão, o carro, as propriedades, o dinheiro no banco. Estes bens criam um ambiente propício a felicidade mas não proporcionam mais do que conforto. Portanto, encontre tempo para ser amigo de sua esposa, faça pequenas coisas um para o outro para mantê-los próximos e íntimos. Tenham um casamento real e feliz.
........................................................
Contribuição de minha amiga: Dulce Maria do céu.
...................................................
RDD - Erleu Fernandes.

1 comentários:

Dulce Maria disse...

Bom dia meu querido amigo Erleu, muito obrigada pela referencia a minha pessoa. Um grande abraço. Que as pessoas que visitam seu blog possam sair daqui renovados para iniciar uma nova vida com nosso Senhor JESUS CRISTO.

Postar um comentário