sábado, 8 de outubro de 2011

TIAGO-4

TIAGO – 4

E.B.D. 4/17 – Aos sábados no Blog “jerusalemeaqui’.

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PROVAÇÃO E TENTAÇÃO.

Texto Base: Tiago 1: 12 – 15.

Texto devocional: Deuteronômio 8: 1 – 5.

INTRODUÇÃO.

Os israelitas, na revelação do Antigo Testamento, eram proibidos de por Deus à prova (Dt 6:16), embora o tenham feito de modo notório no deserto, em Massá, que significa tentação (Ex 17: 2-7).

O termo hebraico para “provar” foi usado quando Deus tentou Abraão (Gn 22:1) quando o rei Ezequias (2Cyr 32:31) com o propósito de aprimorar o caráter deles, a fim de que andassem em seus caminhos. Foi uma prova de caráter elevado, vinda diretamente das mãos do Senhor, para por o ente querido na fornalha de fogo a fim de provar a realidade de sua fé. Só entenderemos esse fato à luz de Hebreus 12: 4-13, onde a Palavra de Deus declara o propósito divino da nossa disciplina.

Coisa diferente, entretanto, significa sermos provados pelas mãos de Satanás – o adversário de nossas almas. Nesse caso, trata-se de uma solicitação para a prática do mal, com fins destrutivos (Lc 22:31-32), ou mesmo a provação provocada pelas circunstâncias (Ec 2:1). Daí o propósito desta lição: é fazer diferença entre provação e tentação.

I – O PRÊMIO DA PERSEVERANÇA NA PROVAÇÃO (Tg 1:12).

Tiago emprega o mesmo termo usado nas bem aventuranças do chamado Sermão do Monte para passar a idéia de felicidade resultante de uma fé aprovada após a passagem do período de turbulência. É o prêmio de quem venceu na corrida da vida e suportou com paciência a longa caminhada travessia do deserto (Hb 11:36-40). Jesus lembrou aos discípulos o aspecto futuro do prêmio pela renúncia de tudo nesta vida (Mt 19: 28-29), e Paulo menciona o que Deus reserva para aqueles que o amam (1Co 2:9).

Segundo H. E. Alexander, a Bíblia menciona cinco coroas dos vencedores. Cada uma trata de um aspecto da vida cristã.

1*A coroa incorruptível como prêmio do combate espiritual (1Co 9: 24 – 27).

2*A coroa da glória como prêmio de serviço para os obreiros fiéis (1Pe 5:4).

3*A coroa da vida como prêmio da provação (Tg 1:12; Ap 2:10).

4*A coroa da justiça como prêmio da salvação (2Tm 4:7-8) para os que amam a volta de Jesus.

5*A coroa da alegria como prêmio para ganhadores de almas (1Ts 2:19-20; Fp 4:1).

II- A FORÇA DESTRUIDORA DA COBIÇA (Tg 1: 13-14).

A tentação em si não é pecado. Pode ser descartada, mas uma vez assumida, se transforma em pecado e desvio de padrões estabelecidos por Deus. A palavra cobiça vem do latim, com sentido de um desejo recheado de avidez. O problema central está em pensarmos em nós mesmos e não propriamente nas coisas que podemos obter, situação que torna o ambicioso uma pessoa sempre descontente e insatisfeita. A cobiça, depois de destituir o homem de sua força espiritual e governá-lo inexoravelmente durante a vida, torna a existência humana um malogro.

Segundo o dicionário Houaiss, a cobiça está em oposição ao desprendimento, sendo um desejo moderado de bens, honras e riquezas em forma de ambição concupiscente.

Segundo o Comentário Bíblico Moody, a palavra tentação carrega a idéia de seduzir ao pecado. Tiago tinha em mente a doutrina judia de “Yetzer hará” (impulso do mal), que tornava Deus indiretamente responsável pelo mal. Tiago não concorda com essa idéia. Pra ele, Deus é imune ao mal.

O último mandamento do decálogo fala sobre as cobiças como uma força interna que leva o ser humano ao ponto culminante da existência em busca da realização pessoal. O mandamento põe uma cerca de arame farpado em volta deste sentimento, que é capaz de transformar toda a nossa personalidade. Como conseguimos extirpar os maus desejos do coração? Substituindo-os por entranhados afetos de misericórdia (Rm 7:7; 13:9; Ef 5:3;1Tm 6:10; 2Tm 4:3; 1Co10:6;Cl 3: 12-14.

III- O PROCESSO DE GESTAÇÃO DO MAL NO INTERIOR HUMANO. (Tg 1:14-15).

Os dois verbos gregos usados no texto eram usados por caçadores e pescadores para atrair as presas e tirá-las de seus esconderijos, atraindo-as para as armadilhas, redes e anzóis num processo de atração das vítimas. Segundo Tiago, algo semelhante ao processo de gravidez: “O pecado uma vez consumado, gera a morte” (Tg 1:15). O segundo verbo podia se referir aos atrativos de uma prostituta. Nesse caso descreve o resultado de ceder às suas tentações.

O livro do Apocalipse, por descrever as últimas formas de sedução do mal no mundo, utiliza os mesmos dois verbos com freqüência (Ap 2:20; 13:14; 18:23; 19:20; 20:8). O primeiro efeito da concupiscência é tirar o homem de seu repouso original, o segundo é atraí-lo para a armadilha definitiva.

Olhando para o pecado de Davi com Bate-Seba (2Sm 11:1-5, podemos perceber claramente este processo de gestação do mal.

1.Ociosidade.

Era primavera (abril-maio), depois das chuvas, o “tempo em que os reis costumavam sair para a guerra, mas Davi ficou em Jerusalém” (v1). Quando uma pessoa está na ociosidade e deixa de fazer o que deve, sua mente se desarma e enfraquece o espírito de vigilância.

2.Concupiscência dos olhos.

“Uma tarde...passeando pelo terraço da casa real; daí viu uma mulher que estava tomando banho; ela era mui formosa (o hebraico acrescenta uma expressão idiomática: “de se ver”)” (v.2). O vislumbre transforma-se em olhar fixo. Agora que os olhos estão sendo saciados, não há espaço para pensar em Deus. Afinal, “a cobiça atrai e seduz” (Tg 1:14).

4.O resultado.

“E o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tg 1:15). O resultado de se permitir que a cobiça seduza é o que faz parte da história humana desde Gênesis 2:17: a morte. Davi e Bate-Seba não morreram, mas Urias e o bebê morreram.

Vamos pensar juntos, irmãos: “É melhor evitar a isca do que debater-se na armadilha” - John Dryden.

CONCLUSÃO

Devemos esperar que a fé verdadeira seja provada pelas tribulações desta vida presente. Pois importa entrar para o reino de Deus através de muitas tribulações (At 14:22), prosseguir em meio a grandes sofrimentos (1Pe 5:8-9), mas certos de que o mal, embora pareça descontrolado no mundo, está sob a alçada de Deus e é usado para o bem daqueles amam o Senhor e são chamados segundo o Seu propósito (Rm 8:26-28). Deus é imune ao mal e com ele lida sem Se comprometer, o que não acontece com os seres humanos que acabam enredados por ele (Gn 3:4-6).

(Não nos esqueçamos: Procuremos lutar incansavelmente contra as tentações, procurando aprender do Senhor quando somos provados).

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Reflexão de:Erleu Fernandes

Aulas dominicais: Tiago 4/17.

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Que Deus te abençoe em mais

Este final de semana.

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