sábado, 24 de setembro de 2011

TIAGO 2

TIAGO 2.

(Reflexão dos Sábados)

TÍTULO: O VALOR DAS PROVAÇÕES.

As fontes que promovem as provações são muitas e variadas. As provações podem vir diretamente de Deus, a exemplo do que ocorreu com Abrão em Gênesis 22; de Satanás, no caso de Jó (Jó 1:6-12);do nosso semelhante, como no episódio em que os irmãos de José lhe intentaram o mal (Gn 37:14-28; 50:20); e das mais diversas circunstâncias desencadeadas nos planos religiosos, políticos, sociais e econômicos, dentre tantos outros. Não obstante, uma coisa é absoluta e certa, Deus está monitorando cada uma delas visando a nossa edificação.

A seguir, apresentaremos três itens relacionados ao ensino de Tiago que dizem respeito ao valor das provações às quais, necessariamente, temos que responder.

I – O IMPERATIVO DAS PROVAÇÕES (Tg 1:5) .

Até o presente momento, ainda nao chegou nenhum irmão pulando de contentamento e em brados de alegria, confessando; “Pastor, estou imensamente feliz porque a minha vida está cheia de provações”! Imagine alguém chegar a você e dizer: “À medida que meus problemas aumentam, a minha alegria transborda”. Talvez ficássemos assustados; acharíamos estranho, por uma razão muito simples; não estamos observando nem obedecendo o imperativo do “ tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações” (Tg 1:2). Ficamos felizes quando recebemos “bênçãos”. Refiro por “bênçãos” tudo o que sacia o nosso desejo de possuir, além do que proporciona o bem-estar. Bênçãos de Deus me faz crer nas que produzem, prazer e nas que produzem dor. Não recordemos no “espinho na carne” de Paulo, que lhe causava dor e sofrimento, mas era bênção de Deus em sua vida? O desafio de encarar com alegria as provações foi vivenciado por alguns personagens da Bíblia. Destes, destacaremos três.

1.O exemplo de Habacuque.

A disposição do coração do profeta era louvar o Senhor a todo custo (Hc 3:17-19). Ainda que a esterilidade prevalecesse, paralisando toda fonte produtiva, Habacuque louvava o Deus da sua salvação. Especialmente o verso 18 nos revela o segredo do profeta: o motivo da sua alegria está fixado em Deus. Quando a fonte de nossa alegria consiste nas bênçãos que Deus oferece e não no Deus que oferece as bênçãos, a nossa alegria esta fadada na instabilidade; a nossa fé, a nossa fraqueza; e o nosso relacionamento com Deus à confusão. Muitas pessoas vão às igrejas com um único objetivo: receber as bênçãos de Deus. Não digo que está errado buscar as bênçãos de Deus. Mas erramos quando buscamos as bênçãos de Deus, mas não queremos seguir, obedecer e servir ao Deus das bênçãos. Deus deve ser a razão de estarmos no culto em sua casa.

2. O exemplo de Paulo.

Paulo, que entusiasticamente fez a seguinte confissão: “Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para conseguir a Cristo” (Fp 3:8). Demonstrou em seu ministério que realizava a missão pela qual foi chamado com muita alegria, como um presente que recebera do Senhor, e não como um fardo a ser suportado, apesar das provações que lhe sobrevinham. Ainda em Filipenses, encontramos a razão por que Paulo transmite tanto entusiasmo e contentamento: “Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação” (Fp 4:11). Tiago nos deixa o mandamento da alegria diante das provações e Paulo nos ensina o caminho para vivermos o princípio. O caminho é o aprendizado.

3. O exemplo de Jesus.

“Homem de dores e que sabe o que é padecer”, assim era Jesus de Nazaré. Sofreu rejeição. Padeceu por fazer a vontade de Deus. Foi perseguido e desprezado. Mas não perdeu a doçura em meio às lutas. As provações não deixaram Jesus amargurado. Continuava sereno. Mesmo tendo uma “agenda apertada”, atraía as crianças e lhes dispensava atenção. Apesar das dificuldades, contemplava e ensinou seus discípulos a contemplar os lírios do campo e as aves do céu. Instruiu-os a cultivar a arte da contemplação. Ensinou-lhes a vencer as inquietações do cotidiano tirando lições da natureza. Jesus tinha motivos para amargura, para o ódio. Foi traído pelo preço de um escravo, trocado por um homicida e crucificado como um malfeitor. Senhor das Suas ações e fiel guerreiro contra o ódio e a amargura, Jesus optou pelo amor. Mesmo crucificado, sofrendo as mais terríveis dores, não Lhe faltou ternura para transmitir graça e perdão àqueles que só lhe causaram males. Seguimos os passos do nosso Mestre quando temos alegria, serenidade e ternura nas provações.

II – PROPÓSITO DAS PROVAÇÕES – (Tg 1: 3 – 4).

É muito comum, quando estão em meio às aflições, as pessoas dizerem que não sabem o porquê de tudo isso que lhes está acontecendo. É verdade que nem sempre sabemos o motivos das experiências desagradáveis pelas quais passamos. A dor e o sofrimento quase sempre nos tiram a capacidade de perceber a razão dos fatos. Jó não tinha a menor idéia do que estava passando por tamanho sofrimento; por que ele estava sendo tão provado. Nada acontece por acaso. Não estamos à mercê da História. Somos servos do Todo-Poderoso, Aquele que age em todas as coisas para o bem daqueles que O amam, dos que foram chamados de acordo com o Seu propósito (cf Rm 8:28). As provações visam produzir dois resultados, como veremos a seguir.

1.Fé provada.

Abraão é considerado o pai dos que tem fé. Para que ele recebesse esse honroso título, sua fé foi provada até as últimas conseqüências. Quando chamado, obedeceu (Hb 11:8); quando posto à prova, ofereceu Isaque (Hb 11:17). Sua fé esteve sobre o altar da provação. Fé provada é aquela que produz perseverança. A fé genuína, resultado direto dos testes de que Deus faz uso para promovê-la, induz o crente a continuar caminhando mesmo quando as circunstâncias não lhe são favoráveis. Fé genuína é aquela que faz o crente crer na palavra mesmo quando a dor não passa, quando a doença prevalece sobre a saúde, quando o emprego não vem; embora haja perdas e danos, sua fé permanece abalável.

2.Caráter aprovado.

A nossa experiência vai comprovar que a maioria das grandes mudanças que ocorrem em nosso caráter se deram por meio de provações. O sofrimento, muitas das vezes, age como um verdadeiro instrumento da graça para reduzir a nada o orgulho do soberbo e a autoconfiança do arrogante. Quanta gente que se achava o dono da situação, supremo e intocável, só se aproximou da cruz devido ao rigor das provações a que foi submetido? As provações tem como objetivo, também, polir o caráter, ainda que seja a ferro e fogo. Evidentemente o poder transformador não está na dureza das tribulações, mas no Espírito Santo que age. Este, sabiamente, faz uso das circunstâncias e dos acontecimentos para nos instruir e nos moldar.

A dureza de coração, provocada pelo pecado, após uma queda, nem sempre nos faz ouvir a voz de Deus em situações normais. Seja num leito de enfermidade, na tristeza, do luto, pela perda de alguém que nos era importantíssimo, na dor e no sofrimento de uma crise existencial, entre outras, constituem a oportunidade onde a voz de Deus é ouvida com clareza e os nossos valores e conceitos são mais bem avaliados.

III- O ESSENCIAL DAS PROVAÇÕES – (Tg 1:5-8).

Todos os frutos que as provações visam produzir podem se tornar nulos se nos faltar o essencial – a sabedoria para passar por elas. A sabedoria é o ingrediente que, quando nos faz compreender o porquê da dor, por exemplo, nos ensina a aceitá-la com paciência. A sabedoria nos faz perceber que, apesar das provações, Deus é nosso aliado.

A falta der sabedoria, que seria a falta de compreensão das realidades eternas e do governo de Deus em todas as coisas, nos impede a não aceitar a provação e a duvidar da bondade de Deus. A instrução é clara: aquele que tem sabedoria deve aplicá-la; e quem não tem deve pedir com, resistindo a toda dúvida.

E quanto a você, cuja fé esta sendo severamente provada, pergunto-lhe: como está sendo a sua reação? Como você está se comportando enquanto sua fé esta sendo testada? Em meio às suas lágrimas é possível perceber alegria, ou apenas murmuração? Atos 16: 19-26 relata um interessante episodia. Paulo e Silas já estavam presos, depois de terem sido açoitados, com os pés no troco. Por volta da meia noite, começaram a orar e cantar louvores a Deus. Orar em uma ocasião como esta é difícil; cantar louvores, sim, soa estranho no nosso entendimento. Numa situação semelhante normalmente choramos. Paulo e Silas cantaram. Aí eu vejo sabedoria. Deus, para eles, era tão real quanto o sofrimento. Deus era maior que o sofrimento. Então, se Deus é maior que o sofrimento, rendamos a Ele o que lhe é devido, e quanto ao sofrimento, paciência! Recordemos três momentos na vida de Jesus que Ele reage com sabedoria ao ser provado.

1.Diante do príncipe das trevas.

Mateus 4: 1-11, quando é tentado pelo diabo, após 40 dias jejuando no deserto, com sede, exausto e com fome. O diabo o manda transformar pedras em pão e Jesus lhe responde: V. 7 “Não tentarás o Senhor seu Deus”. A Bíblia não oferece respostas de Deus para todas as indagações.

2.Diante das autoridades judaicas.

Os principais sacerdotes e autoridades do povo indagaram de Jesus com que autoridade ele realizava o seu trabalho de ensinar. Jesus lhe responde com outra pergunta, conforme vemos em Mt 21:23 “Donde que era o batismo de João, do céu ou dos homens”? Porque eles criam que João Batista era um profeta, foram obrigados a calar.

3. Diante das autoridades romanas.

Em Lucas 23:8–12, vemos, que Jesus levado perante Herodes, que o indagou. Porém, Jesus permaneceu calado, nada falou. Não quis lançar pérolas aos porcos. A sabedoria se manifestou sem palavras.

CONCLUSÃO.

Uma vez que as provações estão no plano que Deus arquitetou para nosso benefício e crescimento espiritual, só nos resta encontrar o caminho da alegria, da sabedoria e da confiança de que Ele está usando todas as circunstâncias para imprimir na nossa vida, no nosso caráter, as indeléveis marcas de Cristo. Aceitemo-las com alegria!

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Reflexão de: Erleu Fernandes.

Estudo sobre a Carta de Tiago, Todos os sábados. Espero que seja de crescimento para os seguidores de nosso blog.

E-mail: erleu_cruz@hotmail.com

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Fonte: Tiago Fé e Ação.

Formação de Adultos.

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