CRISTÃOS MADUROS
E INSTRUÍDOS NA PALAVRA – 46
ALUÍZIO A. SILVA – E.B.D.
.........................................
5º BLOCO – O CARÁTER DE CRISTO EM NÓS.
OS NOVE FRUTOS DO ESPÍRITO
Estudaremos o 8º e o 9º fruto do
Espírito
MANSIDÃO E AUTOCONTROLE
............................................
8-O
Fruto da Mansidão.
Jesus era um homem muito
manso! Era também um homem muito forte e pronto para erguer a carga dos outros.
”Venham a mim todos vocês que
trabalham sobre uma carga pesada e Eu lhes darei descanso. Tomem o Meu jugo
sobre vocês e aprendam de mim. Eu sou manso e humilde de coração. Aí então
vocês encontrarão descanso para as suas almas”. (Mt 11:28-29).
Há algo de mistério divino
na mansidão e que merece nosso estudo. A humildade e a força estão associadas
de maneira tal a formarem um aspecto especial do caráter de Cristo. Muitas
pessoas não possuem uma compreensão adequada sobre o que de fato é o fruto da
mansidão.
a.O falso fruto da mansidão.
ao da mansidão.
A mansidão não é uma fraqueza
do caráter e da conduta. A pessoa mansa não é um “maria-vai-com-as-outras”,
influenciável e irresoluta, que cede sobre as mínimas pressões. Um homem de
mansidão não é nem tímido nem envergonhado.
Uma pessoa mansa não sofre
de sentimento de inferioridade, nem subestima as suas capacidades. Não
demonstra uma falsa modéstia. Ela poderá ter a aparência externa de um
cordeiro, mas tem um coração de um leão. Há uma razão para o mistério da
mansidão que veremos adiante.
b-
O verdadeiro fruto da mansidão.
A grega que refere ao
fruto espiritual da mansidão é “prautes”. Não há nenhuma palavra na nossa
língua que produza bem o seu significado completo, ela combina as qualidades da
força, da docilidade e muito mais.
Na literatura grega,
prautes era usada de algumas formas interessantes. Era um termo usado para
descrever os animais que haviam sido domesticados e treinados. Os animais
domesticados mostram uma natureza dócil e leal. Um cão de guarda familiar é um
bom exemplo. Ele é feroz para com os estranhos, porém dócil e amigável com os
membros da família. Na bíblia Moisés era um desses homens, manso é dócil para
com os seus, mas enérgico contra os que praticavam a iniquidade.
O exemplo perfeito no Novo
Testamento é, obviamente, Jesus. Paulo associa-se a Jesus no seguinte aspecto:
“Eu, Paulo, rogo-lhes agora,
pessoalmente, com a mansidão e docilidade de Jesus [...] contudo, com ousadia
quando estou longe”. (2Co 10:1).
Dizem que um homem é
conhecido pelos companheiros com quem anda. Ele pode também ser encontrado em
companhia de palavras que revelam as qualidades do espírito tranquilo, estável
e controlado, até mesmo em face da ira e violência.
Independentemente do que
enfrentamos ou com quem nos deparamos, Deus fará com que todas as coisas
contribuam juntamente para o nosso bem e para a Sua glória em Cristo Jesus.
Um bom exemplo disso é
visto no episódio em que Jesus expulsa os cambistas do Templo. A mansidão é
primeiramente uma atitude interior de submissão e confiança para com Deus.
Podemos falar e agir quando devemos e da maneira como devemos. Podemos também
permanecer em silêncio e esperar quando isso estiver de acordo coma vontade do
propósito de Deus.
C-
O fruto podre da carne.
Um fruto tão poderoso e
importante quanto a mansidão teria algumas fortes oposições da carne. Esse é de
fato o caso: pessoas orgulhosas, que se promovem, que servem a si próprias, que
não são abertas ao ensino e que gostam muito de ficar discutindo seus pontos de
vista sem se abrirem a outros pontos são um forte exemplo da manifestação da
podridão desse fruto.
Não é de se admirar que
Moisés tenha sido escolhido por Deus para guiar o Seu povo para fora do Egito. Somente
um homem muito manso teria tido a força interior para vencer esse tipo de
oposição. Que tremendo modelo Moisés é para todos nós. À medida que buscamos em
nossos dias levar o Evangelho de Jesus a todos os povos, por toda a Terra, a
mansidão será a diferença entre o fracasso e o êxito.
9-O
Fruto do Autocontrole.
Jesus era de fato um homem
com autocontrole! Ele era totalmente submisso à Palavra de Deus e fortalecido
por ele e pelo Espírito de Deus.
a-
O Falso Fruto do Autocontrole.
O autocontrole não é uma
renúncia às nossas personalidades únicas, da maneira como nos foram dadas por
Deus. Não é uma escravidão legalista. Tampouco é autocontrole o domínio de
nossas vidas através da nossa própria e vontade.
Separados da Palavra de
Deus e do Espírito de Deus, somos como um barco sem bússola, vela ou leme. Os
ventos desse mundo – o espírito dessa era – sempre nos afastam do curso do
plano de Deus para nossas vidas. O que nos diz a Palavra:
“O que aproveitaria ao homem
ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma”? (Mc 8:36).
Além disso, há algumas
influências e hábitos em nossas vidas que não conseguimos quebrar, não importa
o quanto tentemos. Simplesmente não conseguimos nos controlar com nossos próprios
recursos.
b-
O Verdadeiro Fruto do Autocontrole.
A palavra grega referente
a “autocontrole” é enkrateia. “En” significa “em”, e “kratos” significa “força”. A natureza desse controle será
determinada pelo que ou por quem estiver no trono das nossas vidas. Será o
mundo, a carne (o nosso ego) ou o diabo? Ou será o nosso Senhor e Mestre, Jesus
Cristo? Não podemos nos dar ao luxo de cometermos um erro.
Qual o significado bíblico
da palavra enkrateia? Como se
relaciona esse fruto do Espírito com a nossa vida em Cristo? A forma de
substantivo é encontrada apenas duas vezes no Novo Testamento, além de Gálatas
5:22.
“Paulo continuou a argumentar
sobre a retidão, o autocontrole e o julgamento vindouro. Félix, o governador,
temeu e replicou: Vá embora agora. Mandarei chamá-lo novamente numa ocasião
melhor” (At 24:25).
“Busquem diligentemente
acrescentar essa coisas às suas vidas: fé, virtude, conhecimento, autocontrole,
paciência, piedade, afeição fraternal e amor cristão” (2Pe 1:5-7).
A forma verbal é encontrada
duas vezes:
“Se não
conseguem controlar-se, que se casem. É melhor que se casem do que se abrasarem
com desejos sexuais” (1Co 7:9).
“Todo atleta que começa um
treinamento controla-se em todas as coisas” (1Co 9:25).
A forma objetiva é
encontrada outra vez:
“Pois um presbítero precisa amar
o que é bom, ser sábio, ser justo, ser santo e autocontrolado” (Tt 1:7-8).
c-
O Fruto podre da carne.
Não é difícil definirmos o
fruto contrário da carne. Quando falamos de “carne”, na verdade estamos falando
das funções quando separadas do controle de Deus. Elas são facilmente vistas na
vida dos indisciplinados, imorais e rebeldes contra as autoridades.
“Naqueles dias não havia lei em
Israel. Cada qual fazia o que lhe parecia direito aos seus próprios olhos”. (Is
17:6).
Os resultados da vida obstinada
são os mesmos de hoje em dia: derrota e desespero. O remédio também é o mesmo.
Podemos nos arrepender e voltaremos ao benévolo domínio de Deus para as nossas
vidas.
A vida “dirigida” pelo
Espírito é a verdadeira vida “por nós mesmos controlada Somente o Espírito
Santo pode nos libertar da escravidão da carne e introduzir-nos na liberdade e
plenitude do caráter de Cristo.
“O Senhor é o Espírito, e onde o
Espírito do Senhor estiver, aí então haverá liberdade. Pois, nós, os cristãos,
não temos nenhum véu sobre nossos rostos; contemplamos e refletimos como num
espelho a glória do Senhor. Estamos sempre transformados à Sua Própria imagem,
de grau em grau e de glória em glória. E tudo isso através do Espírito do
Senhor” (2Co 3:17-18).
ALGUMAS
PALAVRAS FINAIS DO APÓSTOLO PAULO.
O apóstolo Paulo resume –
e faz o seu esboço dos frutos do Espírito – com as seguintes palavras, que são
muito significativas:
“Os que
pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne com suas paixões e desejos. Já
que estamos vivendo sobre o poder do Espírito de Cristo, sigamos a direção de
Seu Espírito em todo aspectos de nossas vidas. Porque o que semeia na carne, da
carne colherá a morte e a podridão, mas os que semeiam no Espírito colherá a
vida eterna”. (Gl 5:24-25; 6:8).
...........................................................
Encerramos
aqui o 5º Tópico de palestras, intitulado:
O
CARÁTER DE CRISTO EM NÓS
...........................................................
PRÓXIMO:
6º Bloco: GUERRA ESPIRITUAL
Aula
Nº 47 – O Porquê das Guerras.
0 comentários:
Postar um comentário